segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Xistralhadas
Carlos Xistra faz parte daquele tipo de árbitros habilidosos, que sabem “gerir o jogo” e enervar jogadores e público de forma inteligente. Não quero com isto dizer que também não recorra a penalties fantasiosos, ou a outro tipo de lances mais polémicos mas, por vezes, é possível atingir os mesmos objectivos sem que o árbitro corra tantos riscos de dar nas vistas.
Como?
Através de amarelos cirúrgicos, dualidade de critérios, faltas ao contrário, quebras de ritmo de jogo, etc., algo em que, por exemplo, Lucilio Baptista era especialista.
No FC Porto x Maritimo, até Guarín matar o jogo com o 3-1, assistimos a um pouco de tudo isto, principalmente na 1ª parte, com faltas sucessivas dos marítimistas a passarem sem a devida punição disciplinar (Moutinho e Hulk que o digam).
Neste jogo houve algumas particularidades, como o facto de Xistra querer “premiar” o melhor jogador em campo – Guarín – com um cartão amarelo. Ao contrário de outros lances, fê-lo revelando um rigor extremo para com o jogador do FC Porto, que viu o cartão amarelo por festejar o seu 2º golo com um chapéu do seu país. Contudo, três minutos depois, já foi mais brando e não puniu Ricardo Esteves com o segundo cartão amarelo, quando este empurrou Belluschi e evitou uma jogada prometedora do ataque portista. Critérios...
Mas a melhor xistralhada do jogo foi o lance que antecedeu o golo do Marítimo. Djalma chegou atrasado à disputa de uma bola e pisou o pé de Sapunaru, provocando uma lesão que, uns minutos depois, obrigaria o romeno a ser substituído. Deveria ter sido falta contra o Marítimo e cartão amarelo (no caso o segundo) para Djalma. Mas qual quê. Este digno sucessor de Carlos Valente, Lucilio Baptista e outros apitadores da mesma estirpe, inventou um livre contra o FC Porto e, ainda por cima, amarelou o defesa dos dragões!
Na sequência desse livre, com o FC Porto reduzido a 10 jogadores e sem poder contar com o 1,87m de Sapunaru na área (teve de sair para ser assistido), o Marítimo marcou de cabeça, reduzindo para 1-2 e voltando a colocar incerteza no desfecho do desafio.
Tudo acabou bem e, portanto, não vale a pena falar na arbitragem, certo? Pois eu penso o contrário, precisamente por o FC Porto ter ganho, de forma indiscutivel e sem espinhas, é que devemos falar nestas xistralhadas, sem corrermos o risco de isso ser visto como desculpas esfarrapadas para insuficiências internas.
P.S.1 A não ser que algum dos comentadores afectos ao FC Porto puxe pelo tema, o que eu duvido, é certo que esta arbitragem de Xistra não será motivo de conversa nos programas que, na rádio e nas televisões, analisam os jogos do fim-de-semana.
P.S.2 As equipas de Mourinho são autênticas máquinas de futebol e, seguramente, não é por acaso que há uma enorme série de jogos que o special one não perde em casa para jogos do campeonato. Surpreendentemente (ou talvez não), a última derrota caseira do Mourinho foi num, à partida, inofensivo FC Porto x Beira Mar, disputado no antigo estádio das Antas, em 23 de Fevereiro de 2002. O FC Porto perdeu por 2-3, mas em condições muito especiais. Aos 25 minutos ficou reduzido a 10 jogadores (expulsão de Jorge Andrade) e aos 74’ reduzido a nove (expulsão de Deco). Houve ainda mais quatro portistas “premiados” com cartões amarelos. O árbitro desse jogo? Carlos Xistra!
Bem hajas, José Correia, por estares sempre atento ao xistrema e denunciares estas trapalhadas que nos afectam com demasiada regularidade !
ResponderEliminarNão "dormes em serviço"...
Enquanto uns berram por tudo e por nada, nós temos por hábito comer e calar.
Mas também é o que nos diferencia dos outros. Agora convém ir dizendo que temos os olhos bem abertos... Continua !
Abraço
Bem observado,embora tenhamos ganho há que denunciar este tipo de habilidades.Este gajo para agradar ao xistrema tenta sempre lixar-nos,o que por vezes já conseguiu:mesmo neste jogo em pouco tempo amarelou-nos os laterais e um central.Pqopariu.
ResponderEliminar"Tudo acabou bem e, portanto, não vale a pena falar na arbitragem, certo? Pois eu penso o contrário..."
ResponderEliminarPerfeitamente de acordo meu caro José Correia!
Tenho pena que o AVB não tenha tocado no assunto e espero que logo os "paineileiros" do FCP ataquem o tema... apesar de eu não perder muito tempo a ver esse tipo de programas que me enojam e enervam!
Sem dúvida que há muitas boas razões para que se não deixe denunciar as más arbitragens e os seus autores, não obstante as vitórias que, apesar do dolo possamos conseguir.
ResponderEliminarComo bem salienta, a diferença está muitas vezes no pormenor, nas faltas que podem contribuir para a quebra do ritmo do jogo da equipa que o pretende manter, a intimidação e o condicionamento de um amarelo, as faltas que dão livres à entrada da área ou nos flancos, os critérios da sua aplicação. Tudo isto, que não tem o efeito de um penalti inventado, é uma forma encapotada usada por certos Xistras e Paixões & Cª. usada em benefício dos clubes "amigos" (seus e do patrões).
Carlos Xistra é o exemplo acabado do país que temos:
ResponderEliminarserventuários adestrados, a mostrar serviço aos "chefes", que são donos dos jornais que "informam" o povo.
Afinal porque é que "eles" são 6 milhões?
Esta arbitragem, como muitas outras deste árbitro sem "níveis" (ético, técnico), NÃO vai fazer parte do acervo do chefe, para as sessões de esclarecimento. Porquê?
ResponderEliminarPorque os "erros" são a "encomenda"...
Não é só de emprestimos que o país carece. Também precisa de gente séria!