No artigo anterior concluímos que o modelo de negócio da
FC Porto SAD assenta na obtenção de Proveitos com Bilheteira, TV, UEFA e
Publicidade por um lado, e Mais-valias com as vendas de passes de jogadores por
outro, numa proporção média de 70%-30%. Vimos também que o nível de
endividamento da sociedade tem sido crescente nos últimos anos e que em
2011-2012 o resultado antes da função financeira sofreu uma forte queda, o que
leva a concluir que a SAD tem de crescer, no sentido de obter mais Proveitos
(ou, em alternativa, diminuir os seus custos de operação).
Pela análise dos dados contidos nos gráficos abaixo
constata-se um decréscimo anualizado de 5,5% nas receitas de Bilheteira, de
2006 a 2012. Este terá sido o primeiro ponto onde a SAD entendeu actuar visto
ter lançado recentemente uma campanha de redução de preços para a aquisição de
lugar anual e uma nova denominação para as bancadas do Estádio (“mais
intuitiva”, recuperando os termos Superior e Arquibancada, que eram utilizados
no Estádio das Antas). Espera-se que a campanha dê os seus frutos e que as
assistências do Dragão voltem aos seus níveis iniciais.
Há um crescimento sustentado nas receitas provenientes da
cedência dos Direitos TV. Entre 2006 e 2012 estas receitas cresceram 11,3% em
termos anualizados, fruto das sucessivas renegociações com a
Olivedesportos/Sporttv. Este crescimento pode significar que o cliente se estava
a apropriar de uma parte do valor potencial desses Direitos e que o FC Porto
conseguiu equilibrar a repartição de riqueza gerada por este negócio. Pode
haver ainda margem para na próxima renegociação aumentar estas Receitas.
As Receitas obtidas a partir da participação nas Provas
UEFA são sempre uma incógnita, dependendo da performance desportiva, no entanto
a média de € 13m para o período observado equivale praticamente a passar a fase
de grupos da UCL todos os anos. Este é, aliás, o objectivo mínimo definido a
cada nova época.
A Publicidade e Sponsorização diminuiu no último ano. Resta
saber se se confirmará este ano tornando-se uma tendência (normalmente em
tempos de crise esta é uma das primeiras rubricas a sofrer cortes pelas
empresas) ou se estes proveitos regressam a níveis de 2010-11.
Em suma, das quatro rubricas de proveitos acima
referidas, é na Bilheteira, nos Direitos TV e na Publicidade que a FC Porto SAD
poderá ter ainda margem para crescer, assumindo que os valores recebidos nas
Provas UEFA dependerão dos resultados e que tal só é controlado de forma
indirecta pela gestão.
As assistências
Pela inexistência de um Estudo deste tipo aplicado ao
Estádio, utilizei dados do Plano Director do Aeroporto Sá Carneiro, elaborado
pela ANA, para quantificar o número de potenciais consumidores e utilizadores
do Estádio do Dragão. Por esse motivo, a área inicial, a preto, está
ligeiramente a Norte, ou seja, devemos pensar o mapa deslocado um pouco para
baixo.
Os dados da catchment
area são muito interessantes. Os 7 milhões de habitantes a apenas 120
minutos da cidade do Porto permitem pensar que é possível inverter a tendência
de queda das assistências do Estádio nos últimos anos. O FC Porto tem de ser
mais ambicioso; o Dragão tem de encher mais vezes; as assistências médias têm
de aumentar!
Foi lançada recentemente uma campanha de redução de
preços na venda de lugares anuais com o objectivo de “oferecer uma política de
preços mais justa, mais económica e com maior equilíbrio entre sectores”. Mais
do que nunca a gestão acreditará que consegue trazer mais adeptos ao Estádio e
esta campanha é o primeiro reflexo do reconhecimento do potencial do Dragão.
O FC Porto poderá tentar alavancar as suas Receitas
através da venda de Direitos TV para países onde os jogadores são uma
referência. Exemplo: a Colômbia, onde recentemente a comitiva do nosso Presidente
da República foi recebida pelo homólogo colombiano que ostentava um cachecol do
FC Porto (!). Poderá, por outro lado, tentar explorar o mercado asiático,
embora esta possibilidade seja, compreensivelmente, menos exequível porque o FC
Porto ainda não tem a dimensão internacional nem a projecção de um Real Madrid
ou Manchester United. E pode, também, fazer estágios ou torneios em países que
queiram promover o futebol e ver algumas estrelas internacionais em acção para,
assim, projectar o seu nome e obter um acréscimo de receita (recordo-me que a participação na Peace Cup em 2009 rendeu bom dinheiro).
A Sustentabilidade
A consultora AT Kearney elaborou um estudo sobre a
sustentabilidade das 5 principais Ligas europeias (Inglaterra, Alemanha,
França, Espanha e Itália) à luz das normais técnicas de análise económica e
financeira de empresas. As conclusões são muito interessantes: 3 dessas 5 Ligas
entrariam em bancarrota no espaço de 2 anos (excepto Alemanha e França).
Acontece que a indústria do futebol tem características muito particulares e a
sua sustentabilidade não deve ser aferida apenas através de normas de análise
económica e financeira tradicionais, mas também socioeconómicos e ambientais.
O quadro abaixo pretende relacionar performance
desportiva com performance económica e… não há qualquer correlação entre ambas.
As Ligas alemã e francesa são as que apresentam melhores indicadores económicos
mas são as Ligas inglesa e espanhola as que têm melhores performances
desportivas. Uma coisa é certa: são as Ligas com melhores indicadores, não
apenas desportivos, mas também económicos, sociais e ambientais que têm maior
probabilidade de crescer a longo prazo de forma sustentável.
Nota: inseri uma circunferência com a bandeira portuguesa
onde tudo indica estar localizado Portugal – em termos de ranking desportivo (ranking
UEFA) está entre a Itália e a França e em termos de ranking económico estará
seguramente entre zero e os valores alcançados por Espanha e Itália.
O Fair-play financeiro da UEFA
O Comité Executivo da UEFA aprovou, em Setembro de 2009,
por unanimidade, o conceito de "fair play" financeiro para o
bem-estar da modalidade. O conceito também recebeu o apoio de toda a “família
do futebol”, tendo como principais objectivos os seguintes:
- introduzir mais disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes de futebol;
- diminuir a pressão sobre salários e verbas de transferências e limitar o efeito inflacionário;
- encorajar os clubes a competir apenas com valores das suas receitas;
- encorajar investimentos a longo prazo no futebol juvenil e em infra-estruturas;
- proteger a viabilidade a longo prazo do futebol europeu;
- assegurar que os clubes resolvem os seus problemas financeiros a tempo e horas.
Estes objectivos entretanto aprovados reflectem a visão
de que a UEFA tem o dever de ter em consideração o ambiente sistémico do futebol
europeu de clubes, no qual os emblemas competem e, em particular, o impacto
inflacionário alargado dos gastos dos clubes em salários e verbas de
transferências.
Em épocas recentes, muitos clubes reportaram perdas
financeiras, e, em alguns casos, maiores de ano para ano. O panorama económico
global criou difíceis condições de mercado para os clubes europeus e isto pode
ter impacto negativo na geração de receitas e cria desafios adicionais para os
clubes, no que diz respeito à disponibilidade do financiamento e para operações
do dia-a-dia. Muitos clubes sentiram problemas de liquidez, levando, por
exemplo, ao atraso no pagamento a outros clubes, empregados e autoridades sociais
e dos impostos.
Os Regulamentos de Licenciamento de Clubes e Fair Play
Financeiro da UEFA, aprovados em Maio de 2010 após um período de consultas e
actualizados em 2012, estão a ser implementados durante um período de três
anos, com os clubes que participam nas competições da UEFA a verem os seus
pagamentos (ex.: de transferências e a empregados) monitorizados desde o Verão
de 2011. A avaliação do equilíbrio cobrindo os exercícios financeiros que
terminam em 2012 e 2013 será efectuada durante a época de 2013/14.
Estas medidas podem afectar sobremaneira a actividade do
FC Porto SAD. Não serão admitidos, nas competições europeias, clubes ou
sociedades com capital próprio negativo, só para dar um exemplo.
Conclusões
A Sustentabilidade a longo prazo da FC Porto SAD estará
dependente de todos os factores mencionados anteriormente e sistematizados na
figura acima, sendo de destacar: o crescimento desejável dos proveitos, quer
obtidos a nível interno quer internacional; a diminuição da dependência dos
financiamentos para a prossecução da actividade (financiamentos bancários,
obrigacionistas ou outras formas de injecção de capital alheio); as condições
restritivas previstas nas regras do Fair-play financeiro da UEFA e o próprio
Modelo de Negócio da sociedade, com a dependência dos negócios de passes de
jogadores e as parceiras com Fundos. A Sustentabilidade do negócio dependerá em
grande medida da forma como a gestão conseguir gerir e articular todas estas
variáveis. Como portistas desejamos que o faça mantendo a performance desportiva
e melhorando a performance financeira.
30 comentários:
Como ja' tenho dito, penso que temos potencial para aumentar um pouco as receitas (em particular multimedia & merchandising) mas a sustentabilidade da SAD tera' que passar acima de tudo por uma reducao dos custos.
Em particular: servico da divida (>10M/ano), FSE, custos com pessoal e amortizacao de passes.
Sobre os dois ultimos pontos acima, seria fundamental voltar a encontrar mais Pepes, R Carvalhos, B Alves, Cissokhos, Bosingwas, R Meireles: i.e. jogadores formados na casa ou comprados (principalmente em Portugal) a custo baixo com valor desportivo consideravel e com potencial para grandes vendas.
Isto em contraponto com o passado mais recente, em que as grandes vendas foram bastantes caras 'a partida (inflaccionando os salarios e minimizando o potencial de mais-valias).
Voces mencionaram e muito bem as assistencias. Posso-vos eu dizer por experiencia propria, sendo eu transmontano, para o tipico adepto daqui (de uma certa maneira eu)é muito dificil deslocar-se ao Porto de propósito para ver um jogo do Porto por várias razões. Vou mencionar algumas que poderiam ser discutidas:
- horários dos jogos. Os jogos da nossa liga são sempre tarde e mal. A mim por ex, não me da jeito ir ver um jogo de futebol e chegar a Vila Real lá para a meia noite. Começando o jogo às 8 ou 9, so saio às 10.30/11.00, apanhar e não apanhar o autocarro de volta, chego mt tarde. Não me é conveniente sujeitar a tais horários. Até poderia, mas se quisesse levar algum miúdo comigo para ver o futebol, podem muito bem imaginar o quão desgastante é para o rapaz.
- preços dos transportes: ir e vir de autocarro, aproximadamente 14€, se for estudante, mais o bilhete. Se não for estudante a coisa muda. Preços da viagem de carro: portagem + sujeitar-se à IP4 + combustivel
Já não menciono a qualidade do futebol do nosso campeonato. Mas de ter em atenção que o preço do bilhete tb se tem de adicionar o preço do transporte publico. Outro ponto de mencionar é a segurança do estádio.
Por exemplo, os ingleses deslocam-se de proposito à alemanha para ver os jogos da Bundesliga, não só pelos pacotes viagem + bilhete oferecidos pelas companhias e os clubes, sendo estes preços bastante atractivos. Mas tb pela segurança que os estádios oferecem. Outra coisa que acontence imenso é o transporte público. Ali eles pagam um bilhete anual/semestral/trimestral em que podem andar na região em todos os transportes publicos (metro, autocarro, electrico e comboio - até a gama IC, excepto TGV), compensa imenso e apanham uns bons milhões.
Excelente artigo. Qualitativamente acima da média. Muitos Parabéns!
Evolução dos FSE's:
2005-06: 13,0 m
2006-07: 16,1 m
2007-08: 16,9 m
2008-09: 20,2 m
2009-10: 19,7 m
2010-11: 30,8 m
2011-12: 34,9 m
FSE's em % dos Proveitos (Bilheteira, UEFA, TV, Publicidade):
2005-06: 29%
2006-07: 30%
2007-08: 32%
2008-09: 31%
2009-10: 34%
2010-11: 41%
2011-12: 49%
Não há propriamente um problema quando FSE's e gastos com pessoal acompanham o crescimento dos proveitos. Mas não é isto que tem acontecido. Por isso ganham cada vez maior importância na exploração da sociedade as mais-valias obtidas com a venda de passes de jogadores.
O FC Porto teria todo o interesse em voltar ao modelo de formar jogadores na casa com potencial de geração de mais-valias. Ou as novas "fornadas" não têm o mesmo potencial do passado recente ou a SAD optou conscientemente por investir em jogadores estrangeiros que já vêm bem cotados e com maior investimento inicial. A verdade é que, como dizes bem, minimizam o potencial de mais-valias futuras.
Fernando,
Queixas-te de seres de Vila Real... eu sou de Faro...
Os horarios podiam ser melhores, mas sinceramente nao e' por ai' q devia afastar pessoal de por ex Vila Real (ou quem diz Vila Real diz Aveiro).
Para um portista q vibre realmente em ir ao Dragao, nao e' grande "sacrificio" chegar a casa 'a meia-noite ou depois disso, principalmente quando o jogo e' 'a 6a feira ou sabado (q e' a maioria)...
Tampouco acho q as despesas de deslocacao sejam uma enorme barreira. Com a excepcao de quem e' realmente pobre / esta' "enterrado" ate' ao pescoco (e nao sao poucos, infelizmente, mas mesmo assim sao a clara minoria), 14 euros em autocarro 2x/mes ou fazer uma "vaquinha" indo de carro com mais 2 ou 3 amigos e' perfeitamente acomodavel para a carteira.
Acho q o q se passa para muita gente e' q na realidade nao gostam assim tanto de ir ao Dragao (nao estando por ex dispostos a cortar em saidas 'a discoteca, cinema, restaurante etc) preferindo gastar o dinheiro disponivel em outras coisas nao-essenciais.
De qq forma acho q o publico-alvo do FCP encontra-se no Grande Porto em sentido lato (da Povoa/Famalicao ate' S. Joao da Madeira), a 30mins max do Dragao (de carro), onde deve viver cerca de 1 milhao de portistas - o q devia dar para mais do q encher o Dragao apesar das condicionantes q muitos desses 1 milhao têm.
Os meus parabéns para este excelente trabalho!
Bom artigo
Boa tarde,
Primeiro que tudo felicitar-vos pelo bom artigo e em segundo lugar gostaria de deixar uma consideração, não vos parece que a SAD já interiozou a necessidade de redução de despesas, reflectida na mudança de paradigam da politca de contratações nos últimos 2 anos.
O ano passado preferiu-se não comprar a comprar caro (ou comprar com dúvidas), e este ano o camino foi vamos cubrir grande parte do plantel com jogadores baratos e de futuro (Licá, Ricardo, Josué, Ghilas, Tiago, Carlos Eduardo,...)
O que acham?
RCadete
http://www.basculante433.wordpress.com/
Achas que ser de Vila Real não afecta as idas ao estádio? A sério? Eu não sou vila-realense, sou Alijoense. Ou seja, estou ainda mais longe (moro sensivelmente a 25/30min de Vila Real, 2h do Porto quase). Façamos as contas, para quem vive no Porto, praticamente paga o bilhete, mais a viagem de metro, o que andará sensivelmente a 15euros por jogo, 30 por mês, excluindo jogos europeus claro. 15euros por jogo, a mim, não me chegam para o gasóleo. Sou estudante universitário (o dinheiro não abunda, e preciso de me orientar bem nas prioridades para ver bem o meu FCP), e tenho um carro comercial. Faça-se as contas aos 4euros da portagem x2, já são mais 8euros (ou seja, 4 para mim porque divido despesas). Mais bilhete, no mínimo 10euros. E vai em 14. O gasóleo, tenho sempre que meter 20/25euros, ou seja, no mínimo mais 10euros, já fica nos 25euros por jogo, no mínimo dos mínimos. Jogos grandes, chega aos 35/40. Para quem não tem salário, como eu, e recebe uma parte limitada de dinheiro por mês, não é nada fácil. Ainda assim, vou pelo menos a metade dos jogos por ano, incluindo viagens para fora. Se fosse do Porto e gastasse menos dinheiro, estava lá sempre, acreditem.
Posto isto, soluções. Para que servem as casas do Porto? O clube não deveria lançar uma campanha com autocarros todos os fins-de-semana a sair de vários pontos estratégicos até ao Dragão? Imaginemos que todos os fins-de-semana havia um autocarro, nem que fosse em Vila Real para ir ao Dragão (óbvio que não peço um autocarro para Alijó, outra para Sabrosa, outra para Murça, etc., não era sustentável, nem sequer dava lucro ao clube). Certamente que estaria quase sempre cheio por várias razões: há bastante gente que não vai ao futebol porque não tem como ir; seria bem mais barato (pagando 10euros por viagem, chegava para dar lucro ao clube até na relação preço/lotação do autocarro, acrescentando ainda o valor de mais uma cadeira ocupada no estádio); evitava o "trabalho" de conduzir de noite, numa estrada perigosa como o IP4, que é mais um facto porque muita gente não vai, especialmente no Inverno, a meio do campeonato.
Outro problema para quem é de longe: o horário dos jogos. Quando me desloco por exemplo ao galinheiro de lisboa, chego a casa por volta das 4 da manhã. Se o jogo começasse ás 4 da tarde por exemplo, às 23h/00h estava em casa, no máximo. Se o jogo for ao domingo, há quem trabalhe/tenha aulas 2º feira de manhã cedo. Mais um aspecto a rectificar.
Finalmente, outro aspecto: o preço exagerado dos bilhetes por vezes, chega a ser ridículo. Não só no Dragão, mas nos outros estádios. Este ano, era para ter ido a Coimbra. Preço: 25euros + viagem. A sério? É assim que esta corja quer ter estádios cheios no nosso pobre país? Ridículo. Mesmo no Dragão já não são propriamente baratos, ainda para mais em tempo de crise.
O exemplo que dei acima foi o de Vila Real, que é o que conheço melhor, mas isto seria aplicável em zonas como Aveiro, Coimbra, Viana do Castelo, etc. Podia até ser aplicado no país inteiro, primeiro à experiência, depois caso houvesse lucro, como penso que haveria, continuar-se-ia.
Não quis criticar ninguém, só penso que se deve ter um bom senso maior quando se critica pessoas de Vila Real e doutros sítios por não irem ao estádio frequentemente, uma vez que o preço, fica a grande maioria das vezes a mais do dobro do pessoal do Porto.. E nem esse sequer adere em massa.
Quanto ao artigo em si, os meus parabéns, muito bom. Sou leitor assíduo, mas não comento muitas vezes. Um aspecto a melhorar, sem dúvida.
Cumprimentos
Não me parece que a SAD tenha interiorizado a necessidade de redução de despesas, em particular no que respeita a despesas de investimento no plantel. Só esta época contratámos os mexicanos Reyes e Herrera por 9m e 8m (80%), respectivamente, e o colombiano Juan Quintero por 5m (50% do passe). Ou seja, em 3 jogadores a SAD investiu pelo menos 22m. Não é uma mudança de paradigma e, como referiu acima o José Rodrigues, estes investimentos minimizam (ou pelo menos diminuem) o potencial de geração de mais-valias em negócios futuros.
http://www.maisfutebol.iol.pt/desce/benfica-tv-sumarissimos-regulamento-disciplinar-liga/1471094-1498.HTML
Assunto a merecer toda a atenção da parte do FCP.
Guilherme, este pessoal só pensa no seu umbigo e pensa que só por seres adepto do FC Porto deves fazer um grande esforço porque o que interessa é só o FC Porto e mais nada.
Mas existem coisas mais importante em tempos de crise económica.
Ir e vir de Vila Real a um domingo com jogos a começar às 20:30 não é esforço nenhum? Desculpa-me Sr. José Rodrigues, mas deve ter mais em atenção aos outros.
Falar sobre as Assistências!
Eu sei que adeptos do FC Porto não gostam de elogiar o Benfica, em 90% dos blogs nem publicam estes comentários, mas neste artigo tenho que o fazer.
"A iniciativa, a lançar na época que vai começar em parceria com a CP, prevê a saída de várias composições de diversos pontos do país para Lisboa e com «transfer» assegurado para o Estádio da Luz, para os jogos considerados mais importantes."
>>> Imaginem um jogo ao Domingo que acabe às 22h.
Quem for de Espinho, Ovar ou Aveiro vai ter a sua vida complicada. Se for de carro gasta muita gasolina mas se quiser ir de Comboio só poderá apanhar o comboio em Campanhã às 23:04. Chega a Espinho às 23:30. Ovar às 23:48 e a Aveiro a 00:13.
Quem for da Trofa, Famalicão ou Braga só tem o comboio às 22:50. E se perder esse só terá o próximo às 00:50.
Agora imaginem que vêm de Santo Tirso, Vizela ou Guimarães. Comboio só às 23:25, quase 1:30 depois do fim do jogo.
Porque não o FC Porto fazer como o Benfica e fazer um acordo com a CP? O FC Porto teria mais adeptos no Estádio e a CP teria mais clientes. Seria um situação Win-Win para todos.
Boa tarde,
EXCELENTE
isto faz parte de alguma tese de doutoramento?
Não, estes artigos têm por base uma apresentação recente que fiz no II Encontro da Bluegosfera, em Espinho. Essa apresentação, que é parte integrante de um painel que deu o nome aos artigos, teve por objectivo abordar, entre outros, os temas Internacionalização, Crescimento, Competitividade e Sustentabilidade do FC Porto e em particular da sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD) e contou com outras duas apresentações (José Lima do Mística Azul e Branca e Rodrigo Martins do Bibó Porto), com a moderação de Jorge Bertocchini do blogue Porta19 e com o comentário final do Prof. Armando Leitão da FEUP.
É uma boa ideia.
As hipóteses aventadas não são, quanto a mim, concretizáveis porque a maioria dos adeptos portistas de fora da área metropolitana que se deslocam ao Dragão não privilegiam o transporte ferroviário. Acho mesmo que essa será a última opção. Quando não viajam em viatura própria/partilhada, a escolha natural é a camioneta.
O FC Porto, por várias vezes, já fretou comboios à CP para transportar os seus adeptos a Lisboa (para jogos na 2ª circular). Era o conhecido "comboio da invasão".
Concordo com a iniciativa. Acredito que poderá representar uma parte relevante da lotação do estádio em jogos contra clubes menos cotados.
Depois do transporte próprio a hipótese idela deveria ser andar de comboio. É muito mais barato do que andar de camioneta.
E o problema dos horário é crucial para levar mais pessoas ao Estádio. Não só o horário dos jogos como o horário dos transportes. Pois ter que apanhar um comboio mais de 1 hora depois do fim do jogo é um "turn off" para quem vem de longe para vir assistir a um jogo no Dragão.
Nisto discordo de si Sr José Rodrigues. É uma visão muito generalista da coisa, e não se esqueça que temos as ditas minorias.
Tentemos ser mais especificos:
- Somos uma tipica familia portuguesa com um salário em conjunto de 1700-1800 euros mensais. Temos 1/2 filhos.
- Tendo nós 40 anos, temos casa para pagar, carro, seguros e pronto as tipicas despesas mensais.
- Temos de poupar para as eventualidades.
- Temos de poupar para umas férias no verão.
- Temos de poupar para apoiar os miúdos na escola.
Ora vejamos, imaginem que os miúdos e eu gostamos de futebol, e somos adeptos do Porto. Vivendo nós a 100 km do porto, porque não irmos ao Dragão?Vejamos:
1. pegamos no nosso carro e fazemos as despesas:
- combustivel, portagem, comes e bebes, bilhetes = quanto será em média?
2. horário do jogo: Domingo às 20.30. Epá, mas os putos têm que ter rotinas de sono, ou estão cansados...; A mulher também não acha mta piada pq tem que acordar cedo ou já é tarde e a IP4 à noite é perigosa, ainda mais durante o inverno à noite
3. Frio. Fogo é chato, se fosse de tarde até nem era mau...
Quem fala da tipica familia da classe média, também falo do estudante. Mesmo partilhando os gastos no carro. Bilhetes para atrair os estudantes?
Muito bem, até se faz um esforço, e lá aguenta-se 1 ou 2 jogos. Mas podiam ir a mais, sim podiam mas não dá, é mta caro.
Podia-se fazer melhor, só que pronto, no Dragão só entram os portistas ferrenhos, os simpatizantes ou o adepto que até gosta de ir para a festa com a familia, esse fica de lado...mas não será normal dum clube que já está a tomar proporções internacionais ter os ferrenhos, os que só vão para a festa, os que simpatizam e vão para acompanhar, os que não percebem de bola e adoram aquilo, os estrangeiros que até gostam do nosso equipamento, o colombiano que está de férias no porto e quer ver o Jackson, ou o alemão que vai ao Dragão, como os americanos, japoneses e cia vão ao bernabeu, Donetsk, camp nou, emirates? Acho que isso é necessário. E felizmente estão a trabalhar por isso!!
Nuno, se calhar não me fiz entender, é a situação do copo meio vazio e meio cheio. O que queria dizer com a mudança de paradigma tem a ver com o facto de:
1/ voltarmos a contratar no mercado nacional
2/mais critério nas contratações "caras" para tentar não repetir Predigers, Walters, Tomas Costas, Souzas, Bollattis ( se bem que com este não perdemos dinheiro...)
3/e é verdade que gastamos algum dinheiro, mas o rácio de dinheiro gasto transferências/vendas será dos mais baixos dos últimos anos, isto claro se não se cometer nenhuma loucura com o Bernard ou Bruma...
RCadete
http://www.basculante433.wordpress.com
Guilherme Silva, essa ideia dos autocarros é muito boa!
Caro Nuno Nunes
Resta-me reconhecer que a sua apresentação, foi porventura, o melhor momento do II Encontro. Muito boa mesmo.
Abraço
Acho que é uma ideia que se poderia aproveitar. O clube lucrava em todos os aspectos: Teria o estádio mais cheio, ou seja, mais apoio à equipa e mais receitas de bilheteira, e ainda conseguiria lucrar muito provavelmente em relação ao aluguer/lotação dos autocarros em questão. Embora esse lucro fosse pouco, sempre era algum, e ao menos não dava prejuízo em nenhum sentido. Certamente que haveria bem mais portistas a irem.
Como acima referido por mim e noutros comentários, não fica mesmo nada barato ir ao futebol actualmente, especialmente a quem é de longe. Cada vez temos menos dinheiro disponível para gastar, e cada vez as coisas nos saem mais caras. Como tal, o clube deveria pensar um pouco "à frente" dos outros, e tomar providências no que diz respeito a isto. Esta dos autocarros é uma, como podiam ser outras. Sinceramente, preferia ter 40mil pessoas no Dragão a ver um jogo com bilhetes a 10euros, do que 20mil, com bilhetes a 20. Para o clube, o lucro seria praticamente igual, e a equipa beneficiaria bem mais dum estádio cheio do que um estádio às moscas.
Cumprimentos.
Obrigado José Lima. O Encontro foi muito interessante e teve outros momentos. Todas as apresentações foram especiais. Um grande abraço!
"Ir e vir de Vila Real a um domingo com jogos a começar às 20:30 não é esforço nenhum? Desculpa-me Sr. José Rodrigues, mas deve ter mais em atenção aos outros."
Eu bem digo q o pessoal muitas vezes le^ o q quer ler e nao o q foi escrito...
Eu nao disse em lado nenhum q ir de Vila Real nao requer esforco nenhum. CLARO q requer um esforco, mas nao requer para A MAIORIA um enorme sacrificio, q e' o q eu disse.
E repito: para A MAIORIA. Como eu proprio disse ha' certamente muita gente q teria q fazer um enorme sacrificio... mas nao e' o caso da maioria. Bem, a nao ser q todas as estatisticas publicas estejam erradas e a taxa de pobreza e desemprego sejam 3x maior do q anunciado e haja muito mais familias com bebes e criancas muito jovens do q e' publico.
De qq forma acho bem q se tomem iniciativas para chamar pessoal de mais longe ao estadio, e se houver por jogo uns 2 ou 3mil q venham de mais longe atraves dessas iniciativas ja' ajuda: mas como disse acho q se deviam concentrar acima de tudo em chamar mais portistas do grande Porto ao estadio.
Nao so' porque para eles e' mais conveniente, mas tb porque ha' muitissimos mais portistas num raio de 50km do Dragao do q na zona entre digamos 50 e 200km.
Para concluir parece-me claramente q os dirigentes analizam isto das assistencias de um ponto de vista puramente economico, tentando maximizar o lucro. O q faz por ex q iniciativas q tragam mais gente ao estadio mas nao deem lucro nao lhes interessa.
E' uma escolha legitima, mas eu pessoalmente discordo. Preferia ter um estadio lotado perdendo com isso 50mil euros/jogo que fosse, a ter uma media de 30mil.
"E repito: para A MAIORIA. Como eu proprio disse ha' certamente muita gente q teria q fazer um enorme sacrificio... mas nao e' o caso da maioria. Bem, a nao ser q todas as estatisticas publicas estejam erradas e a taxa de pobreza e desemprego sejam 3x maior do q anunciado e haja muito mais familias com bebes e criancas muito jovens do q e' publico."
Então para caro José, vir de Vila Real ao Estádio do Dragão em viatura própria num Domingo à noite para alguém que tenha uma vida pessoal e económica estável não é um esforço?
Sr José Rodrigues,
O facto de eu ser Alijoense e viver a 2h de viagem do Grande Porto faz de mim menos portista que você ou qualquer outra que viva mais perto? Acho ridículo essa sua insistência que apenas os Portuenses e moradores dos arredores tenham o "direito" de estar no Dragão. Nós somos tão ou mais portistas que vós, e temos o mesmo direito de ver o nosso clube jogar que vocês. Por isso não deixa de ser extremamente desagradável esta sua discriminação das pessoas que são de mais longe e considere que o clube nada deve fazer em relação a nós. Estivesse você na nossa situação, e provavelmente a conversa seria outra.
Sinceramente, acha que o desemprego actual é pouco? É que mesmo que seja uma pessoa empregada, com dois filhos, com os cortes actuais, ir ao futebol com os tais comes e bebes referidos não fica barato. Se for de longe então, pior ainda. Para jantarem 4 pessoas, nem que seja no McDonalds das Antas, são no mínimo 20euros. Mais gasolina, mais bilhetes x4, etc, acha que é prudente no contexto actual fazer isso mais do que 2/3x ao ano? Dependendo da família em questão claro, mas o dinheiro já quase não chega para o que é essencial, quanto mais para gastar 100 euros por fim-de-semana para ir ao futebol.
Cumprimentos.
Caro Guilherme Silva,
e' um disparate total dizer q estou a fazer descriminacao entre os q sao mais ou menos portistas. Ate' porque se fosse verdade, estava a fazer discriminacao contra mim propio, ja' q nao vivo a 150km do Dragao mas sim a 2000km...:-)
De resto isso de "direitos" tem muito q se diga. E' q ele ha' "direitos" e "direitos"... nao concordo se for no sentido de q acha q o clube deve ASSEGURAR q os adeptos podem usufruir desse direito vivam onde vivam. E' q ai' eu comeco a perguntar: porque diabo deve entao um alijoense ter apoio do clube e eu q vivo na Belgica ja' nao devo? Ou um portista da California? Tambem vou reinvidicar q o FCP entre em parcerias com a Ryanair para eu ter voos mais baratos?
Nao, um adepto ter a possibilidade financeira de ir ao Dragao nao e' algo q a SAD deva ter qualquer responsibilidade. Acho q a SAD deve tomar algumas iniciativas sim, mas repito q de uma forma muito PRAGMATICA deve faze-lo acima de tudo para os portistas do grande Porto. Nao e' por uma questao de serem mais portistas, mas sim porque pragmaticamente e' muito mais facil encher o estadio com os portistas dessa zona.
E apesar de eu nao viver nem de perto nem de longe nessa zona, nao levo minimamente a mal q a SAD faca isso, nem me vou sentir minimamente menos portista do q os outros.
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