quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Uma Infinita Sensação de Azul

                               Goodison Park


No domingo passado, pela primeira vez na história dos dois clubes, o F.C. Porto e o Everton defrontaram-se, em Goodison Park. Para mim, que não vi o jogo, foi, de qualquer modo, uma estranha sensação. De facto, o meu clubismo é duplo, pois além de ser portista ferrenho desde miúdo (coisa diferente de "portista desde pequenino"), também há longos anos sou um toffee acrisolado. Não, não estou a falar daquele género de simpatia que muitos temos por um ou mais clubes estrangeiros, como, por exemplo, aquela que muitos portistas têm pelo Barcelona (fenómeno recentemente afectado pela "ronaldite"). No meu caso trata-se de ser mesmo adepto.

Mas adiante. Como disse não pude ver o jogo, mas procurei inteirar-me do modo como ele decorreu, tanto lendo opiniões portistas como evertonianas. Nestas últimas, alguns destacaram que o FCP "apresentou uma equipa forte, com muita posse de bola, e causou-nos vários problemas". A tónica da posse de bola foi comum aos comentários de um lado e outro da barricada. Por cá, houve quem salientasse que, em certos períodos, essa posse não foi nada estéril, bem pelo contrário, chegando a ter momentos de muita proficuidade, embora apenas traduzidos num golo - aliás um excelente golo de Jackson Martinez, como já pude ver na televisão. A ser assim, é de enaltecer que, com poucas semanas de treino e com muitos jogadores novos, a equipa do F.C. Porto já tenha essa qualidade e harmonia de jogo (estou a tentar fugir aos chavões "entrosamento" e "automatismos"). Devo dizer que me conto entre aqueles que viram com algum ou bastante cepticismo a contratação de um treinador com perto de 50 anos e um currículo pouco lustroso em termos de clubes. Mas, claro, espero que esse meu cepticismo se venha a revelar completamente infundado.

E agora, um aviso para a minha boa expectativa de portista, perante o que se passou neste jogo, e uma atenuante para o meu lado evertoniano: o Everton não actuou na sua máxima força, pois faltaram três jogadores fundamentais e indiscutíveis: Romelu Lukaku, ponta-de-lança agora adquirido em definitivo ao Chelsea, que na época passada marcou 15 golos em 31 jogos, Kevin Mirallas, o melhor ala do plantel, e Seamus Coleman, um magnífico defesa direito, peça fundamental no jogo de ataque dos Blues.

Enfim, a época está prestes a iniciar-se. Para o FCP, como não podia deixar de ser, o objectivo principal é o título de campeão. Para o Everton, tentar chegar ao quarto lugar, que em Inglaterra dá acesso ao play-off da Liga dos Campeões (na época passada o Everton terminou em quinto lugar). Role a bola, que o defeso é muito monótono!


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