Há uma portagem a pagar.
Uma portagem que separa os clubes da primeira e da segunda divisão. Se queremos jogar com os melhores temos de nos preparar para perder com os melhores. E perder com os melhores - os que jogam com os Messis, Cristianos, Guardiolas, Mourinhos - é normal e pode até parecer doloroso. Mas é a portagem que pagamos para não ser um clube vulgar na Europa, não ser um clube pequeno, de derrotas. Para ser um grande da Europa temos de nos medir com eles. Ás vezes ganhamos, a maior parte das vezes vamos perder. E algumas poucas vezes vamos perder por muitos. O Barcelona goleou o Arsenal porque tinha Messi. O Real Madrid goleou o Bayern porque tinha Ronaldo. E o Bayern goleia o FC Porto porque tem Guardiola e porque não temos meios para disputar 180 minutos ao mesmo nivel com a elite. Não há outra explicação.
Esqueçam a propaganda, não tenham vergonha jamais de ser portistas numa noite assim. Porque numa noite assim, não há espaço para a dor. Só para o orgulho de dizer que chegamos até aqui quando os clubes do nosso nivel ficam muito lá atrás. As feridas são maiores consoante o teu rival. O Bayern é um grandissimo rival, o FC Porto um ambicioso mas modesto gladiador. O resultado vai ecoar mas não vai ter força suficiente para apagar o logrado até ao dia de hoje e os cimentos de um projecto que - já se viu no Dragão - deve continuar. Com ajustes, obviamente. Com outros protagonistas que sejam de um nivel superior. Mas que não pode ser interrompido por um banho de realidade que só nos deve fazer bem!
Um banho de bola.
Não há outra expressão que resuma melhor o que se passou em Munique. O FC Porto - que na passada semana deu, durante grande parte do jogo, um banho de bola, levou o troco. De uma forma dura, cruel mas inevitável. O realismo obriga-nos a aceitar que há um abismo entre equipas como o FCP - especialmente este projecto de FCP cheio de gente nova, sem experiência - e a elite mundial onde está o Bayern. Os alemães não cometeram nenhum erro, entraram a saber o que tinham de fazer e onde não podiam errar e quando todas as suas peças encaixam e funcionam em unissono, é muito dificil dar-lhes a volta. Não temos nem os meios, nem os recursos nem as individualidades para em 180 minutos impor a nossa lei. Somos um plantel com muitas carências, carências com um preço elevado se o objectivo é competir com a elite. Uma equipa sem laterais suplentes na lista UEFA, uma equipa sem um guarda-redes de nivel é uma equipa que se arrisca a sofrer o acosso ofensivo pelo ar que o Porto sofreu. O Bayern pode ser uma equipa de Guardiola mas é também uma equipa alemã e foi á velha escolha alemã que nos bateu, com bombardeios pelo ar, desde as alas, onde estava o nosso ponto débil, frente a um guarda-redes incapaz de parar uma.
O FC Porto fez um jogo horrível e sem desculpas. Se o da semana passada foi um dos maiores da nossa história na Europa, o de hoje entrará seguramente na galeria dos piores. O lado negro da lua.
Fisicamente destroçados pelo esforço de há uma semana, não houve nem pernas nem cabeça. Não se pode estar a este nivel sem rematar á baliza do rival em toda a primeira parte. Tudo aquilo que foi bem feito no Dragão desapareceu. Não havia pressão na saida da bola, não havia pressão nos interiores. Os laterais encolheram-se e a equipa baixou com eles. Em nada jogava-se no ultimo terço do nosso campo. Cada recuperação era um pontapé para longe que acabava em terra de ninguém. Porque ninguém andava por lá, só mesmo a sombra de Neuer. Nem Oliver, nem Brahimi nem Quaresma tiveram critério para construir. Não havia linhas de passes porque, ao contrário do jogo com o Porto - onde parece claro que Guardiola nos subestimou - a lição estava bem estudada. Jackson engolido por Badstuber, os extremos presos á linha, sem mobilidade, condicionando todo o nosso processo ofensivo. Com a bola nos pés eramos inofensivos, sem ela fomos cordeiros. Depois de uma serie de entradas no inicio para "assustar", ficou claro que os alemães não se iam encolher e até esse feito desapareceu.
O Bayern fez o que quis com a bola, com o espaço e connosco. Empurrou a equipa até á grande área e esperou para morder. Repetiu a formula constantemente. Basculação lateral, posses largas e esperar. Sem pressas, sem medos, sem ansiedade.
Aos 25 minutos o jogo tinha acabado. Três golos muito parecidos entre si. Centros bem medidos, erros de marcação individuais na defesa, guarda-redes incapaz de travar remates não demasiado complicados e bolas pelo ar que acabam na baliza. Um desnorte completo, um reflexo das nossas debilidades. No Dragão tinha-se evitado esse modelo de jogo do Bayern pressionando mais, empurrando as linhas. Em Munique foi impossível. Ao quarto golo - uma pifia de Fabiano imperdoável - a humilhação era completa. Justa, porque só dava Bayern, mas dolorosa. Depois foi só contar os golos com a inevitabilidade de quem sabe que não pode fazer absolutamente nada para travar os acontecimentos. Na segunda parte o jogo mudou porque o resultado convidava a isso, ao Bayern a baixar o nivel e a pressão o que dava espaço e ar para o Porto fazer o seu jogo. Sem Quaresma (nada a apontar ao 7, nada) e sem Reyes, a equipa estava mais segura na construção e foi subindo linhas. É preciso aplaudir a atitude de quem, a perder por 5 no Allianz, não baixou os braços e lutou. E marcou. Um golo de Jackson, talvez o seu ultimo nas provas europeias pelo Porto, que resume bem tudo aquilo que o colombiano dá a esta equipa. Mas mesmo maquilhando o marcador, que sempre é melhor, e quebrar uma longa imbatibilidade do Bayern em casa (algo que ninguém vai mencionar) já se sabia que era impossivel.
Impossível porque o Bayern é uma grande equipa. Porque saiu tudo mal e porque o nosso plantel não tem opções para competir a este nivel. Ao Bayern tudo funcionou depois de um jogo de erros individuais que deu uma impressão errada do seu real valor. Mas não dá. E dificilmente dará salvo se se reunem - como em 2004 - todas as circunstâncias perfeitas (e nem Lopetegui é ou será Mourinho nem o plantel actual tem o nivel e a mentalidade daquele). "Vergonha" é gastar mais de 400 milhões como tem feito o PSG ao longo dos anos para depois ser vulgarizado pelo Barcelona como se fosse uma equipa do "nosso" campeonato. Nunca se esqueçam disso!
A equipa sofreu o peso da noite, sofreu o peso da pressão dos adeptos e do rival.
Lopetegui pouco podia fazer da linha. Gritou. Bem que gritou. Mas colocar Reyes foi abrir um corredor (a substituição era inevitável). Ter insistido em Andrés Fernandez em Agosto para competir com Fabiano em vez de apostar-se num guarda-redes de topo foi um erro que se pagou agora e o resto limitou-se a suceder com a naturalidade das goleadas. Uma noite destas pode passar a todas as grandes equipas. Basta os astros se unirem contra. Inglaterra levou sete da Hungria, o Brasil da Alemanha, o Bayern do Real e o Real do Barcelona. Mas como são gigantes - como nós - o tempo permite esquecer e seguir o caminho. É o que temos e vamos fazer. Porque este FC Porto, o mesmo desta goleada, é um projecto para ser aplaudido de pé. Esta foi a nossa noite negra mas não apaga o brilhante trabalho nos onze jogos anteriores, jogos sem derrotas, jogos onde impusemos o nosso modelo, a nossa atitude e o nosso valor. Jogos que valeram a admiração do futebol mundial. Justa admiração. A esta equipa, á mesma que perdeu hoje e que ganhou no Dragão, a que aplaudir a evolução e a forma como defenderam o escudo do FC Porto mesmo quando correu mal. O FC Porto que foi uma das revelações da Champions League não se resume a um jogo - bom ou mau. Chegamos onde poucos chegam, ganhamos a uma das melhores equipas do Mundo "sem espinhas" e depois encontramos um buraco negro emocional que nos sugou a alma. Que nos devolveu á realidade de ser o maior clube da segunda divisão europeia, uma segunda divisão que vive num mundo muito distante da primeira.
Estes jogadores, este treinador, este projecto merece hoje um reforço do nosso apoio, da nossa confiança. Porque quem chegou á lua merece passar pelo seu lado negro. No domingo há mais um jogo para vencer - e já disse Mourinho, há uns anos atrás, "alguém tem de pagar" - e mesmo que este ano acabe num vazio de titulos é preciso não perder a perspectiva, não perder a consciência de que esta viagem é larga e não deve ir afundo á primeira tempestade com que nos cruzamos. Todos sabíamos que jogar com gigantes raramente acaba bem e que podemos ser esmagados. Não devemos perder nunca a perspectiva, esta não é a nossa guerra, não é a nossa batalha. O FC Porto saiu humilhado no marcador de Munique como nunca na sua história mas essa ferida vai sarar e vai fazer-nos mais fortes porque os melhores guerreiros são aqueles que mais cicatrizes levam no corpo. Esta é para não esquecer e algum dia devolver. Mas não é uma ferida de morte. Porque o FC Porto é imortal!
No próximo fim de semana, há um jogo para ganhar. Tenho dito.
ResponderEliminarMainada ! Subscrevo.
EliminarBy the way, Miguel: excelente análise do jogo e um portismo de enaltecer, numa hora difícil. Muita lucidez, parabéns.
EliminarO que se passou em Munique, apesar do mais pessimista jamais pensar em 5 x 0 ao intervalo, era previsível, afinal até o super Barça de 2012, com Messis e outros em pico de forma, saiu de lá com 4 x 0 no lombo, e em Camp Nou, levou mais 3, num total de 7 x 0 nas duas mãos.
ResponderEliminarO que me intriga nisto tudo é que os alemães jogaram no sábado pro campeonato deles com praticamente todos os que hoje estavam em campo, e hoje, 72 horas depois correram feito coelhinhos de desenho animado em altíssima velocidade durante os primeiros 45 minutos...tiraram o pé do acelerador na 2ª parte, e ainda assim, mesmo em marcha lenta, podiam ter feito mais golos na indefesa defesa do Porto.
Os nosso tiveram uma semana inteira para descansar, e pareciam muito mais cansados que eles...é isso que me intriga...
Já na semana passada, tinha escrito que Marcano é muito baixinho, preferia um miolo de zaga com Maicon e Indi, mais altos...e também escrevi que não conseguia visualizar o quarteto defensivo, sem os dois laterais titulares...com titulares já era difícil, sem estes, com dois improvisados perante um dos melhores times do mundo, ia ser muito complicado...
Mas nunca esperava tamanho descalabro na 1ª parte...parecia o Brasil-Alemanha, toda e qualquer bola que ia em direção à baliza entrava....
Olhe que até estou aliviado, porque se nos sai um Barça em pico de forma, ou um Madrid nas meias, penso que em Camp Nou ou no Bernabéu ia ser pior que isto, digo eu...
Mas como disse e bem, o Filipe Sousa acima," No próximo fim de semana, há um jogo para ganhar. Tenho dito."
Esqueçam lá o Fabiano, parecem os comentadores da TVI a massacrarem o Marcano. Hoje como se jogou, se estivesse lá o Navas não entrava aquele 4º golo, entrava outro qualquer a seguir. Este era daquele tipo de jogos que 6 ou 7 levávamos sempre, dependendo de quando eles decidiam deixar de jogar. Ao ritmo da 1ª parte íamos para números do antigamente, aos 70' ou 80' já íamos nos dois dígitos.
ResponderEliminarA diferença de nível entre as duas equipas, quando aquilo carbura, é do profissional para o amador. Temos UM jogador a este nível e é o Jackson. Talvez daqui a uns largos aninhos o Rúben e o Óliver. O resto chega e sobra para as andanças habituais, para este circuito nem pensar.
Deram o que sabem e podem, mais não se pode pedir.
muito bom, vou partilhar no facebook, com a devida vénia
ResponderEliminar...Todos para o aeroporto.......
ResponderEliminarMiguel,
ResponderEliminarConcordo com tudo, grande artigo. Acho que nao vale a pena esmiucar muito o que se passou, porque fomos varridos por uma equipa muito melhor e nunca demonstramos qualquer capacidade para evitar a catastrofe que se viu. Espero que quem de direito tire as devidas conclusoes em termos de plantel. Nao critico Lopetegui pelas apostas individuais para este jogo, porque falar agora e' facil e sobretudo nao creio que fizesse grande diferenca escolher x em vez de y. Por muito que seja o Bayern, e' claro que estou muito triste, porque e' raro chegarmos a esta fase e conseguimos um optimo resultado na primeira mao. Comecamos a perder isto quando o Danilo viu o amarelo no Dragao, morremos quando levamos o primeiro. Fomos engolidos, pura e simplesmente. O Reyes vai ficar ligado ao vendaval de Munique, mas a culpa nao e' dele, e' geral e sobretudo da diferenca entre as duas equipas. Concordo inteiramente com a critica ao plantel. Precisavamos de ter bola e jogarmos unidos, em bloco; fizemos todo o oposto, nao deu. Nao podemos ter Ricardo ou Reyes como suplentes do Danilo e nao podemos ter Fabiano como titular. Se queremos competir com equipas destas, precisamos de ter uma referencia na baliza que acalme a equipa e defenda bolas impossiveis. Fabiano e' tudo menos isso.
Enfim, que haja sosego para a equipa recompor-se para domingo. O rival e' de outro nivel, teremos os laterais e sobretudo muita vontade de dar uma alegria aos adeptos.
Obrigado, Miguel!
ResponderEliminarQue se fodam as rimas, por agora...
Grande abraço!
SOMOS PORTO!
http://imbictopoema.wordpress.com
Ahahahah
EliminarNunca negarei as minhas simpatias e o meu grande amor ao Porto!
ResponderEliminarFoi um jogo terrível, mas acho que o Lopetegui agiu mal na apresentação do onze. Deveria ter reforçado o meio campo como eu sempre sugeri. Se Reyes jogou mal o seu compatriota Herrera exagerou...O meio campo, insisto, o meio campo tem que ter capacidade de conquistar o jogo e sem um número aceitável de bons jogadores nesse sector, não o vai conseguir nunca!
Herrera estava bem para jogar no eixo avançado do meio campo no lugar do Jackson para o deixar descansar na 1ª parte enquanto os alas do Porto podiam desgastar a defesa do Bayern.
Enfim, não adianta chorar sobre o leite derramado.
No próximo fim de semana há mais. Mas, espero que o mister saiba tirar lições dos seus erros.
Acho que se formos frios e olharmos para os jogadores de cada posição, o Bayern é muito superior. A nossa equipa chega e sobra para o campeonato mas temos um guarda-redes fraquito e défice nos centrais. Aconteceu o natural.
ResponderEliminarO semblante dos jogadores e do próprio Lopetegui, no início do jogo, estampavam constrangimento e preconizavam um Porto desconcentrado, apático, inibido e subserviente. Afinal, tudo o que se temia, pelo que a surpresa pela exibição e pelo resultado para mim não foi total; nem certamente para grande parte dos adeptos.
ResponderEliminarIsto é Champions. Goleadas destas, num passado bem recente, também as sofreram o Barça, o Real e o próprio Bayern, que estão na primeiríssima linha do futebol europeu, uns bons andares acima de Juventus, Atlético e Paris Saint German. Sinceramente, não estou muito desiludido pela exibição nem pelo resultado, por ser uma probabilidade que eu tinha em consciência. Precisávamos de um vintage, mas estas colheitas surgem apenas de vez em quando... e quando surgem precisam de tempo.
Apesar de tudo, foi uma belíssima campanha, que nos proporcionou excelentes momentos.
VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO
Não acho correcto estarem a bater no Fabiano...onde estavam os centrais nos 3 primeiros golos? e no primeiro golo, o Maicon estava a marcar quem ?
ResponderEliminarComprem 2 centrais TOP para a próxima época e faremos algo mais!
Sem centrais de classe, sem laterais de raiz face ás contingências da eliminatória mais o erro de colocasr o Reyes á direita, a culpa é do Fabiano?
Pode não ser um GR extraordinário mas não foi por causa dele que fomos goleados!
Já agora, o Brahimi jogou?
Muito orgulho no clube, o miúdo Ruben Neves com apenas 18 anos não sentiu a pressão, apostem mais nestes jovens e para o ano seremos ainda melhores...Força Porto!
Se fizer uma análise fria o Fabiano podia e devia ter feito melhor!
EliminarPara mim o 2º e 4º golo são frangos! Repare no segundo bastava dar um pequeno passo à esquerda e depois lançar-se e ela não entrava o Helto faz isso tão bem... No 4º palavras para quê? Não tem rins? Fica parado a ver a bola passar porque não se consegue mexer? O Helton com a idade que tem certamente parava aquela bola!
Não o culpo pela derrota mas está mais do que visto que ele é muito mas muito FRACO! Desejo-lhe boa sorte para a carreira mas não serve para o FCP!
Quando saiu no sorteio este colosso, eu, como toda a gente, pensei e acreditei de imediato que tudo estaria resolvido ainda na primeira mão. No entanto esta jovem equipa, depois da memorável exibição da primeira mão fez-me sonhar que os milagres, às vezes acontecem, pelo que passei uma semana com as sensações que já tive em 2003/04, de me sentir como pertencente a um dos grandes, que o somos de facto.
ResponderEliminarPor tudo o que senti esta semana, e por me ter posto a sonhar novamente, o meu muito obrigado à equipa e ao seu treinador, com quem me identifico completamente.
Fui feliz novamente, e curiosamente estou muito tranquilo com o que aconteceu hoje, pois pior que perder a tentar ganhar, é nem tentar, como outros este ano fizeram. Domingo tentaremos novamente, e se por qualquer razão não se conseguir, não deixamos de estar no caminho certo, estando eu covicto, seguro mesmo, de que em breve tudo voltará ao normal.
Concordo inteiramente com o artigo!
ResponderEliminarDiria ainda que temos 3 jogadores de top mundial. São eles os laterais e o Jackson!
Para concluir, o Bayern teve medo ou respeito, seja como quiserem chamar, pelo nosso clube! Eles perceberem que não podiam entrar em posse e assim permitir que o FCP se habituasse ao jogo. Deram tudo porque nós demos-lhe a conta! Mostramos que num dia bom podemos ser grandes...
Agora, Domingo é outro jogo díficil, não tão complicado, mas aplicar a mesma atitude e concentração que se viu na primeira mão!
Mudanças de jogadores, estratégias à volta da concepção da equipa e assunção de responsabilidades fica para o final da época!!
Estranho... o meu comentário terá barrado nalgum tipo de sensura ou pura distracção?
ResponderEliminarDeve ter barrado no corrector ortográfico.
EliminarConfesso que me irrita um bocadinho estar 20 minutos de telemovel na mão a abrir o espírito numa opinião pensada e educada para depois constatar que foi pura e simplesmente varrida para o lixo pela administração do blog.
EliminarQuanto à ortografia, peço desculpa pelo meu teclado e corrector Inglês. É que vivo em Toronto.
E pronto, lá passamos do 80 para o 8 outra vez onde os jogadores são todos maus.
ResponderEliminarPara o 8 não, isso é se perdermos na luz e o treinador voltar a não perceber nada de futebol.
acho que pela primeira vez - tem de haver sempre uma - estou inteiramente de acordo com a crónica, que achei também muito bem escrita...
ResponderEliminarquando se é porto o sonho tem por hábito, mais cedo ou mais tarde, transformar-se em realidade... pró ano lá estaremos! auf wiedersehn (até à vista...) ...
(por último,
no me gusta guardiola ,
e, espero que oportunamente rasgue mais que as calças...)
Bom Dia.
ResponderEliminarFoi um autêntico Titanic. O Porto perder por seis "ajeija", caramba!...Acreditei mas reconheço que a equipa ainda está verde para estes jogos. A falta dos laterais teve influência mas o sistema de jogo de Guardiola tritura qualquer adversário. Este jogo fez-me lembrar o Brasil no Mundial com a Alemanha. Há que valorizar o bom que se fez até aqui, reflectir sobre os erros cometidos e recuperar para Domingo. Viva o Porto
Disse e repito caso o FCP tivesse sido goleado esta equipa está de parabéns! Sem laterais e centrais fracos como Maicon e um guarda-redes que não inspira confiança não se pode aspirar a voos mais altos.
ResponderEliminarO bayern como grande equipa que é fez o que lhe competia o nosso meio-campo nem sabia o que fazer ( Herrera na primeria parte nem o vi...) fomos comidos e bem comidos por uma equipa muito superior agora é levantar a cabeça e lutar pelo campeonato!
Este projecto tem de obrigatoriamente de continuar temos de apostar cada vez mais nas camadas jovens e jogos como estes são uma lição que temos de aprender são jogos para lembrar e não esquecer!
Hoje, agora e sempre somos FCPORTO!
Viva,
ResponderEliminarO Porto foi eliminado, mas nunca sera' demais nem demais repetir que o Porto mostrou que era possi'vel ganhar ao Bayern de Munique, coluna vertebral da seleção Alemã com uma equipa jovem, muito jovem... facto que pelos vistos parece incomodar certas pessoas.
Creio que a polivalência esta' a desaparecer no futebol actual. Sem defesas laterais "natos" é perder, desde o ini'cio, muito terreno, é dar muito espaço ao adversa'rio.
O Porto fica, nesta época, entre as 8 melhores equipas Europeias, tendo sido eliminado por 7-4 nos quartos de final da maior competição de futebol do mundo e, onde, curiosamente, ha' que salientar, novamente, a ausência de clubes Ingleses.
Parabéns pelo texto,
E Viva o Porto!
Antes de mais, dizer, salientar que está aqui um bom texto, um Post bem escrito, bem esgalhado.. sem dúvida.
ResponderEliminarE quanto ao resto, como sempre digo, depois do baptizado não faltam padrinhos. Se, e se, e mais se.... agora é fácil falar. O próprio Lopetegui já o admitiu. Se.. se fosse hoje não entraria com aquele 11 nem com aquela atitude.. e os próprios jogadores também já assumiram que foram muito passivos, permissivos. Assim que não vale a pena estar aqui a chover no molhado. Foi horrível. E não vou bater no ceguinho.. repito: depois do baptizado, não faltam padrinhos.
Saliento aqui apenas a voz do Jaime Pacheco que avisou 1 hora antes do jogo que não jogaria assim. Que jogaria com o meio campo mais compacto e não com 3 avançados.
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Sobre o jogo.. dizer que não vi nada de especial no papão Bayern.. vi foi muito medo, muito respeito, muita deferência nossa. E muita juventude, muita inexperiência. E por aqui me fico.
Uma coisa tivemos de bom, nós portistas, pois fizemos 6.6 (4,1 vermelhos + 2,5 verdes) Milhões de portugueses felizes..
E, para a história fica que perdemos 7-4 com a melhor equipa actual do Mundo!!!
Tivemos azar no Sorteio, ganhar a este bayern a 2 mãos era mais épico que 87, 1 jogo ainda se pode ganhar agora 2 é mesmo complicado. Temos de enaltecer a campanha da equipa, claro que cometemos erros, o 1º golo principalmente é inadmissível, mas não se aguentou a pressão, sim pressão porque depois de ganhar 3-1, já tínhamos algo a perder o que não acontecia no inicio da eliminatória, e depois a frio analizando faltou estratégia, fomos iguais ( para pior claro) e isso permitiu que o Bayern nos estudasse até á ultima gota, o jakson não conseguia marcar Xabi porque ele não estava, se havia pressão vinham buscar entre linhas a bola, e depois sem os laterais titulares forçaram os corredores...podíamos ter feito melhor, podíamos...mas temos de reconhecer o poderio adversário...
ResponderEliminarDesilusão. É o que resta da noite de ontem. O Porto foi absolutamente atropelado. A primeira parte no Allianz entra nos anais da história do clube como uma das piores exibições de sempre. Orgulho pela campanha na Champions, com expoente máximo na vitória da semana passada. Ontem, não. Ontem fomos humilhados, vexados, vergados. Há que dizê-lo sem rodeios. A meu ver, aconteceram duas coisas em simultâneo: 1. Debacle emocional - os jogadores sentiram imensamente o peso de Munique; o medo, o temor, o terror tomaram conta deles e não mais os largaram nos primeiros 45 minutos; houve uma paralisia cerebral colectiva que impediu de pôr em prática da melhor forma a estratégia para o jogo (que ruiu com o aparecimento dos golos do Bayern em catadupa) e que estagnou qualquer putativa reacção ao sucedido; foi um descalabro à moda antiga, tipo Alemanha 7-1 Brasil. 2. Génio do Guardiola - quem tem o melhor treinador do mundo (associado, claro está, a muitos dos melhores executantes do planeta) arisca-se a coisas destas; a colocação do Lahm e do Götze bem abertos nas alas e os movimentos de aproximação do Müller e do Lewandowski, bem como a "vagabundagem" do Thiago Alcântara surprenderam, a um tempo, a equipa do Porto, que perdeu referências de marcação pré-estabelecidas no balneário, e dizimaram, a outro, a defesa; foi um golpe de génio, com um jogo mais largo, que permitiu ultrapassar a primeira fase de pressão do Porto (já diminuída pelo factor psicológico) e que resolveu a eliminatória numa penada; é por estas e por outras que o Guardiola é o melhor treinador do mundo e um dos melhores da história; ontem, para nossa infelicidade, experenciámo-lo in loco. Face ao exposto, não consigo culpar o Lopetegui pela humilhação: não é anormal levar um banho táctico do Guardiola, assim como não pode controlar a reacção dos seus jogadores em campo. O Porto precisava de um time out, mas como bem sabemos o futebol não dispõe desse instrumento, nem uma substituição pode remediar o mal feito na primeira meia-hora (um profético Vítor Pereira dizia que iria ser decisiva no desfecho, malgrado). A discussão Ricardo/Reyes parece-me um pouco estéril: estivesse lá o 1º e o resultado seria o mesmo porque o desastre foi colectivo e não individual. Quando o treinador, ao intervalo, pôde falar com os jogadores e remediar de alguma forma a exibição, já era tarde. Na 2ª parte esboçámos uma reacção, fizemos o golo de honra e não há por onde envergonhar (houve um misto de acerto táctico nosso e desaceleramento do Bayern). A grande vergonha é a 1ª parte. Sim, foi vergonhosa e não me revejo naquele Porto confrangedor, diminuído, temeroso. Apesar de tudo, ficar pelos quartos-de-final da Champions é um muito bom resultado. O problema estará na potencial perda do campeonato: nova época a zero é de mais para os pergaminhos do clube e constituirá sempre um fracasso. Por isso, não temos outro remédio que não seja vencer no Domingo. Força Porto!
ResponderEliminarUm dia que o Guardiola tenha de escolher entre um Reyes e um Ricardo, aí sim, veremos se é de facto o melhor do mundo e arredores. Até lá, fica a dúvida.
EliminarFilipe, a dúvida fica consigo, porque eu não tenho dúvidas absolutamente nenhumas: o Guardiola é um génio do futebol, independentemente dos jogadores. O seu grande contributo é o modelo de jogo teorizado e posto em prática com resultados superlativos, sem inflexões de conveniência (vide Mourinho). Naturalmente, ajuda ter grandes jogadores à disposição, mas, num exercício hipotético, não duvido que, em Portugal, com os plantéis de Porto e Benfica, seria sempre campeão com muitos pontos de distância e na Champions chegasse regularmente a fases adiantadas da prova. Para mim, é indubitavelmente o melhor do mundo, mas está sujeito a contraditório.
EliminarLuís Vieira,
EliminarDebacle emocional... "não consigo culpar o Lopetegui pela humilhação... não pode controlar a reacção dos seus jogadores em campo..." Sem querer desconsiderar ou menosprezar o excelente trabalho estratégico feito no jogo do Dragão pelo Lopetegui, tenho de discordar da sua opinião ao desresponsabilizar o técnico pela falta de atitude mental na 1ª parte do jogo em Munique. Como o Luís refere "os jogadores sentiram imensamente o peso de Munique; o medo, o temor, o terror tomaram conta deles e não mais os largaram nos primeiros 45 minutos..." ora isto era evidente na cara dos jogadores antes do apito inicial, se é verdade que o treinador não pode influenciar ou intervir no estado anímico da equipa no decurso do jogo, a verdade é que deve trabalhar o animo, a atitude, a motivação dos jogadores a priori e previamente a um jogo de importância elevada como era este, o que se viu ontem é que os jogadores acusaram mentalmente a pressão de um jogo deste nível e não estavam psicologicamente preparados para a tensão decorrente do jogo. Este factor de motivação, de preparação psicológica prévia dos jogos é da competência do técnico, e aqui Lopetegui falhou ontem, compreendo, e tolero, esta falha porque ele próprio ainda é inexperiente nestas andanças e nunca tinha lidado com jogos desta pressão anímica. O descalabro no resultado, e o avolumar de golos sofridos, é consequência directa da equipa não conseguir reagir animicamente à adversidade.
Uma coisa é lidar com jogos da Champions Ligue e outra coisa é a experiência de Juniores nas selecções espanholas, acredito que o Lopetegui depois da experiência do jogo de ontem ganhou mais "calo" e já estará melhor preparado no futuro para estas andanças e jogos deste nível. "Ninguém nasce ensinado" e para a próxima temporada já estaremos mais fortes e melhor preparados psicologicamente para enfrentar colossos num embate de vida ou morte.
Caro Daniel, tenho para mim que o Lopetegui preparou os jogadores para o que aí viria, até pelo discurso pré-jogo. Acontece que a mensagem não passou e, neste caso, culpo mais o destinatário do que o emissor. Quando a bola começa a rolar, os jogadores são quem tem de responder à adversidade, o treinador pouco pode fazer. Como é óbvio, o Lopetegui também tem a sua quota parte de responsabilidade, mais a nível táctico até, por ter sido "comido", mas do ponto de vista psicológico/emocional culpo mais os jogadores, que não tiveram fibra para reagir ao sucedido (apesar dos gritos do Lopetegui da linha). Chame-se-lhe inexperiência, juventude, etc., o que é certo é que os jogadores quebraram de forma brutal, o que no Porto não é hábito.
EliminarNão é possivel mais, pois :
ResponderEliminarquando não Jackson, existe apenas uma bota de chumbo e Gonçalo Paciencia (quando cai um santo)
quando não há Danilo ou Alex Sandro, existem centrais adaptados
NO FC Porto existem um onze core e depois ... muito pouco que possa contribuir da mesma forma que o normal titular, isto é grave e já nos custou muito e tudo isto não é da responsabilidade dos jogadores.
Isto é falta de gestão gritante.
Bom dia sr. Miguel lourenço.
ResponderEliminarHoje doí muito, mas tenho mais orgulho em ser portista hoje que na passada quinta feira. É fácil criticar o GR, treinador, jogador A ou B, vir agora com táticas de 4 médios, de 3 avançados. Quando ganhamos, ganhamos todos, quando perdemos também perdemos todos.
O jogo de ontem foi humilhante, foi constragedor foi todos esses adjetivos que definem uma derrota pesada, mas foi assim em 88 ( contra PSV) foi assim em Manchester em 96 foi assim com Arsenal, com Manchester City e outras vão existir e foi após derrotas dessas que nos levantamos que nor reerguemos e que continuamos a fazer história.
Quando se é do FCPORTO corremos esse risco ( não temos culpa de sermos adeptos do clube mais ingrato do mundo, pois com tão pouco as vezes consegue muito), pois jogamos todos os anos contra as melhores, jogamos contra orçamentos 4x superiores. Na Europa somos talvez um Moreirense, e não vale a pena dizer que não. Quando jogamos contra o Bayern, Barcelona, Real Madrid, Chelsea é o mesmo que o Moreirense quando joga contra nós. Podemos ganhar? Claro que sim mas é uma luta entre Davi e Golias. É como disse e bem o Sr. Miguel na quarta a seguir aquela vitória épica, as vezes somos melhor que a melhor equipa do mundo.
Foi assim em 87 e em 2004.
Hoje o meu orgulho em ser portista é maior, hoje depois do trabalho vou ao ginásio como faço habitualmente, e levo a camisola comigo. Não a escondo nas derrotas e a mostro nas vitórias como fazem lá certas pessoas de outros clubes. Eu estava péssimista e escrevi aqui o meu péssimismo, sou assim na vida, mas mesmo assim o choque da goleada foi muito grande, e como é óbvio tinha sempre aquela pequena esperança em passar.
Esta camisola é pesada, esta camisola tem 2 TITULOS MUNDIAIS, TEM 5 TITULOS EUROPEUS. É fácil ser do Barcelona, do Bayern, do Real Madrid, esses clubes ganham muito mas jamais um desses adeptos vai sentir a alegria que tivemos em 2004 ou em 87 ( eu desta não me lembro).
É muito fácil arranjar culpados, mais, domingo também podemos perder, e aí vão cair ainda mais criticas, vai colocar-se em causa todos os jogadores, treinador.
Foi por essa mentalidade que andamos 19 anos sem ganhar. Sim, eu já critiquei e critico muitas decisões de JNPC, acho que já lhe falta a garra e a ambição mas JAMAIS vou esquecer o que ele fez e faz por este clube. Não sou PORTISTA DE VITÓRIAS sei a história deste clube de cor, para aqueles que pensam em só ganhar e que são portistas só de vitórias, esqueçam, não pertencem a este clube. Eu tenho orgulho no Penta, mas também digo que em 38 anos anos só ganhei 4 campeonatos.
Ser PORTISTA só de vitórias é. Tenham ORGULHO neste clube e na HISTÓRIA deste clube.
Bruno Miguel Guedes - 28061
Não compreendo muito bem esta ideia que remete para a aceitação do erro em circunstâncias perfeitamente previsíveis como se fosse coisa perdoável. Não tem nada a ver com amor ou paixão, mas sim com racionalidade ou falta dela...
ResponderEliminarToda a gente percebe que o meio campo do Porto perdeu completamente o jogo. Ali era terreno de ninguém e os alemães passavam por lá à vontade. Houve momentos em que toda a defesa estava dentro da pequena área, Casemiro e Jackson incluídos.
Com Casemiro, Rúben, Evandro e Óliver no meio do terreno, ganhávamos não só a bola como a eliminatória.
E na frente com apenas dois extremos, Brahimi e Quaresma, Hernâni e Ricardo, com uma qualquer configuração, metíamos a defesa deles em respeito. Depois, claro, Helton.
Mesmo assim, se Jackson mete o 2º golo a 12 minutos do fim -esteve perto de suceder- ganhava-mos-lhes!...O que diz muito do que é ou não é ter vontade de dar a volta às coisas.
Eu só deitei a toalha ao chão quando o Marcano foi expulso e do livre resultou o 6º golo.
Com um pouco mais de acerto, e mesmo sofrendo 5 golos na primeira parte, podíamos ter discutido a eliminatória até ao fim, sim.
EliminarA eliminatória ficou arrumada na 1ª parte, mas o canto do cisne foi o remate ao lado do Jackson na 2ª e última oportunidade de golo do FCP. Se fizéssemos o 5-2 naquela altura, ficaríamos a 1 golo da passagem e o futebol é pródigo em surpresas. A partir daí, foi esperar pelo fim do jogo.
EliminarExcelente crónica. Muitos parabéns.
ResponderEliminarGrande abraço.
Saudações Portistas.
Constato que o Sr. Miguel Lourenço Pereira apenas publica os comentários que são do seu agrado. É uma opção. Considerava o Reflexão Portista um blogue com alguma abertura a outras ideias e opiniões. Desde que educadas, claro.
ResponderEliminarParece que apenas o Sr. José Correia não tem problemas em publicar opiniões diferentes e em dar resposta às mesmas.
É assim,
Não se trata do Miguel Lourenço Pereira ou do José Correia.
EliminarTrata-se de (não) publicar comentários que venham para aqui ironizar ou gozar, e cuja único conteúdo seja classificar um texto/afirmação com "É de rir".
Muito bem, então porque foi o meu comentário eliminado? Porque acho a nossa equipa imatura? É que não gozei, não ironizei nem faltei ao respeito a ninguém.
EliminarCensura impensada parece-me pior do que a original.
miguel.ca, não sei a que comentário se refere.
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