sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Uma enorme paixão com alguns arrufos (II)

5. Maio de 2000

Graças, em grande parte, à sua acção nos três jogos referidos, com vários pontos “subtraídos” ao FC Porto e outros “oferecidos” ao Sporting, o FC Porto não conseguiu atingir o Hexa, o Sporting pôs fim a um jejum de 18 anos e ele, o Bruno, despertou paixões de norte a sul.


Nos anos seguintes, e com a protecção dos senhores José Luís Tavares (à época, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga) e Carlos Valente (membro do CA da FPF), continuou em ascensão, numa caminhada que o havia de levar a árbitro internacional.


6. Bessa, 17 de Abril de 2004

Mais de quatro anos após o Campomaiorense - FC Porto, jogadores, treinadores, dirigentes, comentadores e adeptos do Sporting lançaram um clamor de revolta contra a arbitragem de Bruno Paixão porque, segundo eles, expulsou Rui Jorge indevidamente a 13 minutos do fim do jogo.

De repente, um dos mais famosos árbitros "anti-sistema" (leia-se, anti-FC Porto) e que nunca tinha suscitado críticas nas 12 vezes anteriores em que arbitrou jogos do Sporting, passou, num ápice, de bestial a besta.

É caso para perguntar a estes sportinguistas: meus caros, onde é que vocês estavam no dia 19 de Fevereiro de 2000 quando, em Campo Maior, Bruno Paixão decidiu oferecer o título ao Sporting?
Por onde andaram ao longo dos últimos 4 anos?
Quantos se revoltaram quando o Bruno chegou a internacional?

No programa 'Dia Seguinte' imediatamente após este jogo do Bessa (19/04/2004), Fernando Seara, reagindo à indignação truculenta de Dias Ferreira, afirmou que os sportinguistas têm memória curta. E porquê? Porque o árbitro Bruno Paixão lhes tinha oferecido o campeonato da época 1999/2000.


Qual é a novidade? Toda a gente sabe das escandaleiras que ocorreram na época 1999/2000. Sim, mas foi preciso esperar quatro anos para ouvir este reconhecimento da boca de um destacado benfiquista, conhecido pelo seu anti-portismo e que sempre defendeu uma aproximação entre os dois clubes da 2ª circular.


7. Leiria, 11 de Agosto de 2007

A Supertaça 2007/08, a disputar entre o FC Porto e o Sporting, foi marcada pela FPF para o Estádio Dr. Magalhães Pessoa em Leiria (por coincidência, uma zona do país onde há uma forte presença sportinguista...).

Quanto ao árbitro nomeado pela FPF para este jogo foi... Bruno Paixão!


Os portistas já sabem o que podem esperar das arbitragens apaixonadas do Bruno mas, desta vez, ele não quis perder tempo e desde o início mostrou ao que vinha. Logo ao 2º minuto, zás, amarelo para o Paulo Assunção e passados mais oito minutos foi a vez de Pedro Emanuel, após ter feito uma falta normalíssima, também ficar amarelado. E assim, ao minuto 10, um dos defesas-centrais e o médio-defensivo (um jogador-chave nas transições e compensações defensivas dos dragões) já estavam condicionados para o resto do jogo.
Apesar das “habilidades” da arbitragem, o FC Porto foi sempre melhor, enviou inclusive uma bola ao poste, mas o jogo chegou ao intervalo empatado.

Poucos minutos após o início da 2ª parte, e ainda com o resultado em branco, deu-se o caso do jogo. Dentro da área do Sporting, Tonel corta a bola com a mão bem acima da cabeça. Os jogadores viram e o público, a avaliar pela reacção vinda da bancada, também não teve dúvidas. Penalty claríssimo em qualquer parte do mundo (e amarelo para Tonel), mas que Bruno Paixão (bem posicionado) e o árbitro-assistente que acompanhava o ataque do FC Porto decidiram ignorar.

Como é óbvio, este lance teve uma influência decisiva no desenrolar e resultado final do jogo e, por isso, esta Supertaça (ganha pelo Sporting com um golo de Izmailov aos 76') será para sempre lembrada como a Supertaça ganha com muita paixão...

O que diria a comunicação social do regime e os “calimeros de Alvalade” se o lance do Tonel tivesse sido o contrário? Isso todos sabemos.


8. Alvalade, 6 de Abril de 2008

Jogo Sporting – Braga, da 25ª jornada.
Numa altura em que o Braga estava a tentar reduzir a desvantagem que trazia da 1ª parte (0-2), Zé Manel fez um cruzamento largo da direita e Mateus, saltando mais alto do que Abel, bate Rui Patricio.
Não houve fora-de-jogo. Não houve falta. Golo limpíssimo, mas que Bruno Paixão, inexplicavelmente, anulou.

Na TVI, questionado por Sousa Martins se havia alguma razão para que Bruno Paixão tivesse anulado o golo do Braga, Jorge Coroado respondeu assim:
“Razão objectiva não encontro absolutamente nenhuma”.



Mas quem disse que o Bruno tinha de ter alguma razão objectiva para beneficiar o Sporting?
Anulou o golo porque lhe apeteceu. Há algum problema?


9. Paços de Ferreira, 4 de Maio de 2008

As deslocações a Paços de Ferreira não costumam ser fáceis para o Sporting e desta vez também não foi.
O Sporting acabou por vencer pela diferença mínima, 1-0, golo marcado na sequência de uma falta. Contudo, a falta que está na origem do único golo dos leões é muito duvidosa e para Jorge Coroado é mesmo inexistente.
Veja o lance e as declarações no seguinte vídeo:




10. Braga, 1 de Setembro de 2008

A habitual pressão do Sporting sobre os árbitros começou logo na 1ª jornada da época 2008/09. Assim, após as queixas estridentes de Paulo Bento no final do Sporting – Trofense (que os leões venceram por 3-1), o presidente da CA da Liga, o sportinguista Vitor Pereira, decidiu nomear um árbitro que, suponho, lhe dava garantias para a difícil deslocação do seu clube a Braga.

Logo ao 3º minuto, e perante uma falha clamorosa da defesa bracarense, o Sporting abriu o activo. A partir daí o jogo endureceu e o árbitro foi distribuindo cartões amarelos por jogadores das duas equipas.
Aos 36' foi a vez de Postiga ver um cartão amarelo, por impedir a marcação rápida de uma falta contra a sua equipa.
Ao minuto 39 dá-se o caso do jogo. Em plena área do Sporting, Postiga atira-se para cima de Meyong, encavalitando-se nas costas do avançado do Braga (conforme se pode ver na foto seguinte).


Lance de penalty mais do que evidente e cartão amarelo para o jogador infractor (neste caso seria o 2º cartão amarelo para Postiga). Contudo, qual não foi o espanto de todos, quando o Bruno, com toda a paixão deste Mundo, decidiu transformar um penalty descarado numa falta de Meyong!
Deste modo, Bruno Paixão não só impediu o Braga de chegar ao 1-1, como evitou que o Sporting ficasse a jogar com 10 nos últimos minutos da 1ª parte e durante toda a 2ª Parte!

Mas não foi só Bruno Paixão que não viu a falta de Postiga sobre Meyong. 24 horas depois, no programa ‘Trio d’Ataque’ do dia 2 de Setembro, enquanto Rui Moreira e António Pedro Vasconcelos não tiveram dúvidas (Rui Moreira disse mesmo que Bruno Paixão não só viu que era falta como marcou ao contrário, como é típico nele em situações do género, acrescentando que o Sporting já tinha gasto "uma arbitragem à Bruno Paixão" neste campeonato), o representante do Sporting disse que, para ele, não houve qualquer penalty.


Esta posição de Rui Oliveira e Costa não surpreendeu minimamente, é mesmo típica dos sportinguistas. Raramente, ou nunca, reconhecem quando são beneficiados pelas arbitragens e, quando o fazem, tratam logo de arranjar um ou dois lances que lhes permita sustentar a tese de que “o árbitro errou para os dois lados”.

Em resumo, olhando para a anterior série de jogos, custa a perceber porque razão, depois de tantas manifestações de paixão, o Sporting se quer “divorciar” do Bruno.
Ingratos! Ao menos devolvam as taças que ele vos ajudou a conquistar.

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