quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Um FCP à moda da Roma, sai pela esquerda baixa


A Juventus é melhor que o FCP. Ponto final, parágrafo.
Na verdade, parece mesmo estar de regresso aos seus bons velhos tempos de glória europeia.
Pelo menos está a dar passos bem seguros para tal. Tem uma excelente equipa e todos os seus jogadores do "11" inicial são grandes futebolistas. E ainda guarda mais um ou dois no banco. Coisa rara, mesmo entre os chamados "tubarões" da Europa.

Este ponto prévio praticamente esgota qualquer outro tema sobre a partida que teve um resultado certo.

Sim, o Telles teve duas entradas parecidas com aquelas que originaram o hara-kiri da Roma quando nos defrontou no início desta aventura da Liga dos Campeões 2016/17 e foi, assim, bem expulso (e se 11 contra 11 já tínhamos uma tarefa dificílima pela frente, com 10 tornou-se missão impossível).
Sim, o árbitro esteve mal, depois, ao não marcar uma ou outra falta e no "amarelo" ao Maxi.
Sim, o NES fez uma estranha alteração de R.Neves por Corona quando se sabe que um 0-0 pode nem ser assim tão mau resultado em jogos caseiros.
Sim, o Layun que é rei nas assistências, desta vez "assistiu" na baliza errada.
Sim, o Dani Alves estava completamente só, em zona proibida, e outra vez pelo lado esquerdo da nossa defesa.

Mas todos estes "sins" não podem esconder a realidade: esta Juve de Fevereiro de 2017 é de outro campeonato e ganharia sempre esta partida e esta eliminatória, sucedesse o que sucedesse.
Se não fosse assim como foi, seria de uma outra forma qualquer.

Dá-se aliás um prémio ao jogador do FCP que conseguir criar um lance de perigo que seja, na segunda mão, perante uma equipa que defende quase na perfeição como esta Juve e que, ainda assim, consegue ser uma temível equipa ofensiva. Estão de parabéns pelo trabalho que têm feito pós-descida aos infernos da segunda divisão.

Sim, já se assistiu a uma equipa ser esmagada em jogo-jogado, ver o adversário falhar escandalosamente duas, três, n vezes e, ainda assim, marcar e ganhar com um único remate à baliza, com toda a sorte e mais alguma.
Mas, desse tipo, só existe uma única em todo o Mundo.

7 comentários:

Paulo Marques disse...

Com outra sorte, podíamos bem ter ganho, ou pelo menos empatado, mas não foi hoje e foi pena o segundo. O Corona já mostrou que sabe sacrificar para defender, e normalmente é preciso arriscar um bocadinho para ter sorte, mas não deu.
Ao contrário de outros anos não jogamos a tremer nem a abrir as pernas, o que não é nada mau - ninguém esperava muito a passagem depois de não termos ganho o grupo, mas continua a saber amargo.

Alexandre O. disse...

Não concordo nada com esta análise.

Já recebemos equipas bem mais fortes que esta Juventus e sempre, mas sempre discutimos os jogos, mesmo tempo piores equipas que essas equipas e até que este FCP.
O Bayern de Guardiola era 10x melhor que esta Juventus, o Manchester de Ronaldo e Fergunson era muito superior a esta Juventus, o Chelsea de Mourinho era muito superior a esta Juventus.

O Porto do NES joga como equipa pequena, dando a iniciativa ao adversário, hoje ainda mais com a invenção do Rúben ao lado do Danilo (a 1ª vez que jogamos com esta dupla assim esta época), quando ficamos com 10 era uma questão de tempo até a Juventus marcar.

Não fazer um remate à baliza num jogo da Champions? Preferia ter levado 5 do que perder como um Tondela desta vida.

A Juventus é uma grande equipa mas nada justifica esta abordagem a um jogo, seja ele contra quem for.

Espero muito que o FCP seja campeão (mesmo que com jogos de corar de vergonha) e no final o NES seja muito feliz noutro lado qualquer.


Já bastou o Paulo Fonseca para conseguir não ganhar um jogo em casa da Champions, não me apetece ver o FCP descer mais baixo do que isso.

André Morais disse...

Uma sorte que acontece demasiadas vezes não é sorte. Ou é trabalho ou está comprado....

MIguel Alexandre disse...

Amigo, desculpa mas o sortudo regime eliminou a Juventus, não era esta de Higuain e Dybala ou Pjanic mas era a de Conte de Tevez, Pogba e Vidal.
Este jogo tem das para ver como estamos mais e mais irrelevantes, hoje em dia ja começa nos adeptos a ideia de q não temos nada q andar nestas andanças...Fcporto q acreditavam, lutavam e incomodavam é passado e pelos vistos os adeptos são os primeiros a desculpar isto.
Este foi o jogo q mais me entristeceu, durante e depois pq foi o jogo q me mostrou à evidência o quanto nos descaracterizàmos.

Pedro ramos disse...

É verdade que ganhar era muito difícil face à diferença de qualidade entre as equipas, mas esta "coisa" de jogar sem bola para explorar as fraquezas do adversário é outro nível.

miguel87 disse...

Acho o texto exagerado na apreciação ao adversário (sem colocar em causa que são actualmente uma das 4 melhores equipas da europa), até pelas comparações com jogos do passado recente que já fizeram aqui noutros comentários.

Mas, uma equipa que não se consegue impor em jogo jogado, em casa, contra Sporting, Rio Ave, Tondela (com 11), etc... esperavam o quê contra uma equipa deste nivel??
Nem que a expulsão tivesse sido ao contrário iamos ver um jogo diferente... Afinal esta mesma equipa, com a estratégia deste treinador, já se viu dominada durante largos minutos por adversário reduzido a nove!!

Acabo o comentário a subscrever o Alexandre O., MIguel Alexandre e o Pedro Ramos, com a ideia principal que este Porto, em jogo jogado, é uma equipa completamente descaracterizada e sem a identidade das equipas que nos deram grandes conquistas nos últimos trinta anos.

Presidente da Junta disse...

Luís Carvalho, o seu ponto prévio explica em parte o que se passa com o Porto de hoje: quando os adeptos olham para adversários como a Juventus com conformismo derrotista e se esquecem aparentemente do que o Porto foi e, esperemos, volte a ser, como podem esperar que os jogadores olhem para a Juventus de outra maneira?

O que eu vi ontem não foi nenhuma super-equipa. Até à expulsão, e mesmo bem depois dela, a Juventus jogou sem um pingo de criatividade e sem nada que me fizesse pensar que estávamos perante uma equipa melhor do que Manchester United, Chelsea, Milan, Barcelona, Bayern ou tantas outras que em diferentes momentos de uma história recente não tiveram outro remédio senão meter a `viola ao saco'. O que mudou não foram eles, fomos nós.

O que se passou ontem não teve nada de normal, antes pelo contrário. A Juventus ganhou porque foi a única equipa que apareceu para jogar, apenas isso. O Porto apareceu com Brahimi, mais uma vez sozinho a lutar contra o mundo e mais uma vez, sem surpresa, a ser assobiado sempre que demorava mais algum tempo a passar a bola.

No Porto de hoje, o jogador `à Porto' não pode ter técnica e saber o que faz com a bola, tem de ser `raçudo' como Alex Telles e `simples de processos' como Rúben Neves. Eu pessoalmente prefiro jogadores inteligentes e capazes tecnicamente de em cada momento fazer o que o jogo lhes pede, mas provavelmente é defeito meu. Sabe porque é que Brahimi não passa a bola? Porque, na prática, não está lá mais ninguém...

Jogar `à Porto' é jogar para ganhar, sempre, a qualquer equipa que nos apareça pela frente. Ontem o que eu vi foi um conjunto de jogadores medianos com medo da própria sombra.