Money, money, money
Must be funny
In the rich man's world
Money, money, money
Always sunny
In the rich man's world
Aha-ahaaa
All the things I could do
If I had a little money
It's a rich man's world
Penso que toda a gente conhecerá esta parte da letra da canção “Money Money Money”.
Depois do ‘I have a dream’, que muitos (como eu) tiveram antes do pesadelo de Munique, ontem à noite, quando ficou fechado o lote dos quatro semifinalistas da Liga dos Campeões 2014/2015, lembrei-me deste refrão de uma das músicas (mais actual) dos ABBA e que assenta, como uma luva, nas fases avançadas da UEFA Champions League (UCL).
De facto, nas 11 épocas que se seguiram ao FC Porto do "cometa" Mourinho ter brilhado nos céus de Gelsenkirchen, a lista dos semifinalistas da UEFA Champions League foi a seguinte:
2004/2005 – Liverpool, Chelsea, AC Milan, PSV
2005/2006 – Barcelona, Arsenal, Villarreal, AC Milan
2006/2007 – AC Milan, Liverpool, Manchester United, Chelsea
2007/2008 – Chelsea, Liverpool, Manchester United, Barcelona
2008/2009 – Barcelona, Manchester United, Chelsea, Arsenal
2009/2010 – Inter, Bayern, Lyon, Barcelona
2010/2011 – Manchester United, Barcelona, Real Madrid, Schalke 04
2011/2012 – Chelsea, Bayern, Barcelona, Real Madrid
2012/2013 – Bayern, Real Madrid, Barcelona, Borussia Dortmund
2013/2014 – Real Madrid, Atletico Madrid, Bayern, Chelsea
2014/2015 – Barcelona, Bayern, Juventus, Real Madrid
Agora comparem a lista anterior com o quadro seguinte, extraído da 18ª edição da Deloitte Football Money League, e que corresponde aos clubes que tiveram maiores receitas (sem contar com transferências) na época 2013/2014.
Receitas dos clubes na época 2013/2014 (fonte: Deloitte Football Money League, Jan 2015) |
Notam alguma correlação?
Para começar, é muito difícil encontrar nas meias-finais da UCL, clubes que não estejam no top 20 da Money League.
A última vez que houve um semifinalista que não faz parte deste top 20, foi há cinco anos atrás, em 2009/2010 – o Olympique Lyon. Antes disso, tinha havido o Villarreal (em 2005/2006) e o PSV (em 2004/2005).
Três casos no meio dos 44 semifinalistas dos últimos 11 anos!
Ou seja, os factos demonstram que cada vez é mais difícil (e raro), um clube da “classe média” europeia entrar no lote restrito dos semifinalistas da UEFA Champions League.
Na realidade, para um clube da “classe média” europeia chegar a uma meia-final da UEFA Champions League, é preciso juntar dois factores:
– a equipa tem de ser boa e muito competente nos jogos efectuados;
– é preciso ter sorte nos sorteios dos Oitavos e dos Quartos-de-final.
Esta época, a equipa do FC Porto foi muito competente nos jogos que efectuou no Play-off, na Fase de Grupos e nos Oitavos-de-final.
Mas também, há que o reconhecer, tivemos muita sorte no sorteio dos Oitavos-de-final.
Quando um dos factores falhou – tivemos muito azar no sorteio dos Quartos-de-final – dissemos adeus ao clube dos ricos.
Clube dos ricos que, cada vez mais, inclui clubes dos Big 5 (principalmente ingleses).
Top 20 da Deloitte (fonte: Deloitte Football Money League, Jan 2015) |
E, se juntarmos ao cenário actual, o fim (limitação) dos Fundos e o aumento (em alguns casos exponencial) das receitas televisivas e comerciais (principalmente em mercados como o inglês e alemão), estou convencido que, nos próximos anos, esta tendência vai acentuar-se e alargar-se aos Quartos-de-final da UCL, onde também será cada vez mais difícil ver clubes da “classe média”.
Por tudo isto, e mesmo correndo o risco de levar uma coça (goleada) de um dos clubes ricos, suspeito que ainda vamos ter saudades de disputar uns Quartos-de-final da UEFA Champions League…
P.S. Os quatro semifinalistas desta época - Real Madrid (549.5M), Bayern Munique (487.5M), FC Barcelona (484.6M), Juventus (279.4M) - tiveram, na época passada, receitas (proveitos operacionais, sem incluir proveitos com transferências) que, no total, perfazem 1800 milhões de euros!
19 comentários:
Sempre achei que se estivéssemos todos os anos nos oitavos; aqui e ali nos quartos já era muito bom! Acredito que seja isso que a direção almeja... Isso traria mais receita, e mais jogadores a quererem vestir a azul e branca...
Nos últimos 5 anos: Real Madrid 5x, Barcelona 4x e Bayern 4x. Ou seja, 13 num máximo de 15 possíveis; 13 em 20 semi-finalistas. Não há dúvida quem são os actuais Big Three das Champions. Não me lembro de tão grande hegemonia. Muito preocupante para o futuro do futebol europeu...
Estive a ver o Zenit-Sevilha, e o Sevilha nos dois jogos, correu igual ao Speedy Gonzalez do desenho animado. E correu os 90 minutos de cada jogo com uma intensidade impressionante.
E continuo intrigado como alguns times correm daquele jeito, sem desculpas de jogar de 3 em 3 dias, ou 4 em 4, com intensidade, força e velocidade incríveis.
Aos 84 minutos do jogo de hoje, no contrataque letal que deu no 2º golo, tinham 5 jogadores do Sevilha em altíssima velocidade sem que o meio campo do Zenit conseguisse acompanhar. O Sevilha jogou 5ª passada em casa, domingo em Granada e hoje em São Petersburgo.
O Porto em pouquíssimos jogos esta época vi correr daquela maneira, com aquela intensidade, agressividade e velocidade e como escrevi no outro post, o nosso dito time titular que descansou uma semana, parecia que tinha jogado 5 prolongamentos seguidos, tamanha a falta de pernas, velocidade, intensidade em Munique contra o Bayern que praticamente jogou com todos os titulares não lesionados nos mesmos 7 dias, e a maioria deles não foi poupada no jogo da Bundesliga no sábado passado.
Os gajos são sobre-humanos?Não me parece...
O que sei é que domingo, tem de haver tudo isso junto - intensidade, velocidade, agressividade, fôlego, raça, garra, luta, asfixiar o boifica - desde o apito inicial.
Se uma equipa como o Sevilha corre daquele jeito, e não é nenhum colosso europeu, por que raios o Porto tá sempre cansado, sempre chega atrasado, raramente ganha 2ªs bolas e etc etc etc???
O que eu espero domingo é isto: intensidade em tudo, não deixar o boifica respirar...
"por que raios o Porto tá sempre cansado, sempre chega atrasado, raramente ganha 2ªs bolas e etc etc etc???"
No jogo da 1ª mão (aquele em que o FC Porto ganhou por 3-1), os jogadores do FC Porto correram MAIS 4 Km que os jogadores do Bayern.
Daqui a poucos anos, quando a Fase de Grupos da Liga dos Campeões tiver 4 equipas inglesas, 4 equipas alemãs, 4 equipas espanholas, 3 equipas italianas e 1-2 equipas francesas, todas com receitas (proveitos operacionais) superiores a 200 milhões de euros, para os clubes da "classe média", até chegar aos Oitavos-de-final vai ser difícil (raro).
O dinheiro não é tudo. A organização, a competência e a qualidade, bafejadas por um pouco de sorte, podem fazer flores. Assim foi com o Porto de Mourinho e já estávamos nesta era dos multimilionários. O Jesualdo esteve perto de eliminar o Man Utd; o Vítor Pereira foi comido em Málaga, mas podia perfeitamente ter passado; o Lopetegui, agora, esteve muito perto do sonho. Por isso, não alinho na profecia catastrofista de que vamos penar na Europa. Há sempre formas de contornar o poderio financeiro, que felizmente não é tudo, e de sair vitorioso. O Porto tem sido capaz de o fazer, tem encontrdo sempre uma forma, um caminho. Assim se mantenha, mas sem descurar o plano interno, porque não partilhamos da filosofia do "mais vale dois 2º's lugares do que um 1º e um 3º". Época normal (como objectivo): campeão e passagem aos oitavos da Champions. Época especial: campeão e ir além dos oitavos da Champions. Ainda vamos a tempo de uma época especial, mas também podemos cair num fracasso rotundo (excepto Europa).
Claro que o dinheiro não é tudo, mas os factos, a realidade dos factos, mostra que cada vez é mais determinante.
Eu podia estender-me na argumentação mas, para simplificar, faço apenas uma pergunta:
Por que razão, nos últimos 11 anos, entre 44 semifinalistas da Liga dos Campeões, apenas houve TRÊS clubes que não fazem parte do top 20 da Money League?
E por que razão, entre os 20 semifinalistas das cinco edições mais recentes (2010/2011 a 2014/2015), todos os clubes fazem parte do top 15 da Money League?
Bom dia Sr. José Correia.
O seu artigo é excelente mas atenção, o futebol como qualquer desporto não é assim tão linear. Se por acaso o sorteio tivesse colocado FCPORTO contra o Mónaco ou até a própria Juventus, o nosso nome poderia estar aqui.
Eu mantenho a opinião de que o FCPORTO tem obrigação de passar sempre a fase de grupos, só não admito isso num grupo semelhante ao deste ano do Bayern. O grupo era Manchester City e Bayern. Neste caso face a atual equipa inglesa, não exigia isso ao FCPORTO, tirando esta conjugação de equipas acho que o FCPORTO tem sempre obrigação de passar.
Ainda este ano o FCPORTO arrumou o 3º da liga francesa e o 4º la liga Espanhola com relativa facilidade.
Obviamente que não foi o PSG nem o Barcelona, mas se encontrar essas equipas o FCPORTO não tem a obrigação de passar, mas isso foi sempre assim. Podemos ultrapassar qualquer equipa mas sabemos das nossas limitações. Ter ganho a este Bayern, independentemente da goleada na Alemanha, foi um feito extraordinário e veremos quando é que uma equipa portuguesa vai voltar a ganhar ao atual Bayern, Barcelona ou Real Madrid numa eliminatória, não é jogando contra uma equipa B ou C.
Platini tem como objetivo monopolizar o futebol, tem como objetivo DINHEIRO, e para tal aquilo que ele pretende é ter nos oitavos de final 4 equipas inglesas, 3 espanholas, 3 alemas, 3 italianas e 2 francesas. Sobrando apenas 1 lugar, que pode ser ocupado pelo patrocinio da GAZPRON (Zenith).
Mas, quem tudo quer tudo perde. Estas equipas precisam de jogar contra outras, precisam de ter ritmo, precisam de competitividade, de motivação, estas equipas ficando cada vez mais fortes também acarreta problemas para o seu campeonato interno. Eu pessoalmente não vejo nenhum jogo do Barcelona ou Real Madrid na liga espanhola pois o desiquilibrio é muito grande. Isso retira muito ao desporto.
Repare, na Alemanha o campeão já há muito que é o Bayern, em Espanha só existe 2 equipas ( o titulo do Atlético no ano passado é igual a nossa champions em 2004), em França o PSG com um treinador em condições era campeão na 1ª volta, em Itália a Juventus domina a seu belo prazer e em Inglaterra é o único que pode haver equilibrio. Em Portugal só existem 2 equipas. Eu este ano pouco futebol vi na Sporttv, pois os campeonatos a partir de Dezembro JÁ ESTAVAM MONOPOLIZADOS. Ainda na semana passada deu um jogo que quase sempre via ( Inter vs Milão), mas nem liguei pois estão a meio da tabela.
Não é nada bom isto para o futebol interno de cada País.
O objetivo de Platini foi criar um campeonato europeu com 16/18 equipas. Penso que isso só não avançou por intransigência das equipas inglesas, que dão ainda muito valor ao campeonato. Mas esse é o sonho dele e vai fazer tudo por isso.
Platini não se preocupa com o futebol nem com a sua reestruturação, ele quer, tal como Blater encher os cofres. Faz algum sentido o campeonato do mundo ser em Dezembro? Claro que não, só vai ser feito pois o Qatar tem muito dinheiro, e quem compra um mundial pode comprar tudo.
O FCPORTO teve sempre a qualidade de se adaptar aos tempos modernos, lembro-me que se falava da destruição do futebol aquando da lei Bosman. Essa lei veio e o impacto não foi tão grande. Os próprios grandes clubes souberam amenizar essa lei.
O FCPORTO terá de se adaptar e arranjar alternativas para conseguir ser o minimo competitivo com os colosso europeus como sempre o fez.
Repare, em 2004 entramos com 9 portugueses em Gelsenkirchen, em Dublin jogou 1. Pode ser uma comparação surreal mas é um facto.
O FCPORTO tem esse condão, é um clube que se adapta melhor as adversidades, foi sempre assim.
Mas também lhe digo uma coisa, prefiro chegar aos oitavos da liga dos campeões ou até uns quartos que ganhar a liga Europa.
Bruno Miguel Guedes - 28061
José, não é esse o meu ponto. É evidente que chegar às meias-finais é dificílimo e que o dinheiro influi sobremaneira nesse cenário, como o comprova a estatística que reuniu e o facto de o Porto na era Champions League tê-lo apenas conseguido com o Bobby Robson e com o Mourinho. Divirjo, antes, quando pinta um cenário negro para o acesso aos quartos-de-final e até para os oitavos num futuro próximo. A minha achega é mais nesse sentido e continuo a achar que a organização, a competência e a qualidade podem consegui-lo, sem os valores astronómicos a que faz referência no texto. A diferença económica para os grandes da Europa sempre foi muito significativa (agora talvez seja mais acentuada), mas aquelas características (aliadas a outras) foi o que nos distinguiu, em primeiro lugar, dos restantes clubes portugueses, e, depois, dos clubes dos países de pequena/média dimensão (a saber: Holanda, Bélgica, Suíça, etc.). O melhor exemplo do que refiro é que potências económicas como a Rússia e a Turquia não nos superam e, pela ordem de ideias economicista, já deveríamos estar subjugados por clubes dessas paragens (Zenit, CSKA, Galatasaray, Fenerbahce, etc.). Por isso, continuo a achar que se mantivermos o status quo não haverá motivos para alarme.
"Divirjo, antes, quando pinta um cenário negro para o acesso aos quartos-de-final e até para os oitavos num futuro próximo"
Com cada vez mais clubes ingleses, alemães e espanhóis acima (em alguns casos muito acima) dos 200M de receitas correntes (proveitos operacionais), veremos se, nos próximos anos, o acesso aos Quartos-de-final da Champions não será cada vez mais difícil para os clubes da "classe média" europeia.
"prefiro chegar aos oitavos da liga dos campeões ou até uns quartos que ganhar a liga Europa"
É uma boa questão.
Não sei se a maior parte dos adeptos portistas pensa como o Bruno Guedes.
Difícil será sempre. Não prevejo é que aumente o grau de dificuldade ao ponto de equiparar os quartos-de-final "do futuro" às meias-finais "actuais". No futebol, há muitos outros factores, para além do dinheiro, que permitem um equilíbrio de forças momentâneo e creio que será sempre assim. Não assistiremos a uma "ditadura económica", enquanto outras coisas fizerem a diferença e, até ver, temos tido esses predicados. No dia em que faltarem, aí sim, seremos mais um Sporting, carne para canhão.
Boa tarde Sr. José Correia.
Este tema seria interessante para um suposto 4º encontro da Bluegosfera que espero sinceramente exista. Não é num simples texto que se define prioridades.
Atenção a uma coisa, eu quero ganhar eu GOSTO DE GANHAR. Não vivo nem me gabo aos adeptos rivais de simples vitórias em eliminatórias ( a última contra o Bayern) nem nunca vivi de derrotas morais.
Eu prefiro jogar mal e ganhar sempre. Para mim como sócio do FCPORTO chegar a final e perder é igual a cair na fase de grupos. Em Termos de troféus NO SENTIDO DIRETO DA PALAVRA( que é o que importa) só conta ganhar. E é o que temos no nosso MUSEU. Ninguém vê lá as finas perdidas da supertaça europeia ( FORAM 3!). Obviamente que em termos de prestigio é diferente. As galinhas na décadas de 80/90 eram temiveis na Europa e tinham nome pois viviam dos louros de 60. Agora não é assim. Quem diz as galinhas diz o Anderlecht, o Ajax, o Liverpool.
Eu quando digo que prefiro chegar aos oitovos ou quartos que ganhar a liga europa é em termos de MONEY.
Já disse e mantenho que no inicio da época fui contra esta politica de contratações, mas saimos vitoriosos. Para a estabilidade financeira do clube, ter feito a campanha que fizemos na Liga dos campeões trouxe mais rentabilidade que ganhar os três titulos internos. Se não tivessemos passadoa fase de grupos, Danilo nunca sairia pelo valor que saíu, Jackson sairia abaixo da clausula e Alex Sandro seria vendido muito abaixo do seu real valor.
Eu sei que isto pode custar, mas ganhamos muito não ganhando nada. As contas do clube, para quem esteva na última AG, estavam más, com esta performance ficaram menos más. A época foi fantástica em termos de dinheiro e era esse o PONTO IMPORTANTE DESTE ANO.
Claro que como adepto/sócio eu quero troféus, mas normalmente ganha quem tem melhor equipa e para termos a melhor equipa é necessário ter os melhores jogadores.
Eu não esqueço as minhas origens, em 2003 só sonhava em ver o FCPORTO na final de Sevilha, não me importava de perder, queria ver era o FCPORTO na final, nunca tinha visto. Em 2004 foi tocar o céu, muito dificilmente o tocarei outra vez, mas também não é uma liga europa que me vai satisfazer.
Dou este exemplo, Braga e Vitória nunca foram campeões, mas se eles jogassem na 2 divisão certamente seriam. Acham que os adeptos dessas 2 equipas queriam isso? Claro que não.
Este plantel do FCPORTO se calhar ganhava a liga europa mas penso que esse não é a nossa competição.
Eu prefiro a champions todos os anos.
Falta aqui muita coisa, julgo que daria uma excelente tertúlia, julgo que era excelente outros sócios/adeptos darem a sua opinião, mas não num blogue, quiça noutro encontro.
Bruno Miguel Guedes -28061
O que o Luis Vieira se está a esquecer é que o dinheiro também "compra" muito bons gestores, mesmo gestores especializados em desporto. Como é o caso do Liverpool ao contratar as pessoas que criaram o modelo chamado "Moneyball" no futebol americano, agora adaptado à realidade do futebol-soccer.
O Bayern, para dar outro exemplo, tem a Adidas por detrás que é um grande suporte não apenas a niver de patrocínios mas de networking.
Ainda assim concordo com o Luis no sentido em que o Porto tem de saber navegar nestas águas e estar um passo à frente. O nosso departamento médico por exemplo em nada fica a dever aos dos outros clubes - o Bayern que o diga...
Antes de mais devo dizer que a Liga Europa é um travsti na medida em que funciona como caixote de lixo da Champions. Por mim acabava essa história dos 3os classificados na Champions 'baixarem' à liga Europa.
Depois obviamente o Porto quer sempre estar no patamar mais competitivo. Sabemos que somos um clube de topo com finanças de fundo. Se não estivermos PERMANENTEMENTE na Champons, quando esta se transformar oficialmente na Super Liga Europeia corremos o risco de ficar para trás.
«Não prevejo é que aumente o grau de dificuldade ao ponto de equiparar os quartos-de-final "do futuro" às meias-finais "actuais".»
Eu também não digo isso, até porque nos Quartos-de-final há 8 vagas, enquanto que nas Meias-finais há apenas 4.
O que eu digo é outra coisa.
Havendo, na fase de grupos da Champions, cerca de 20 clubes com receitas correntes (proveitos operacionais, sem incluir transferências) acima dos 200 milhões de euros (dos quais 10 deles terão receitas acima dos 300 milhões), vai ser cada vez mais difícil, aos clubes da "classe média", chegar aos Oitavos e aos Quartos-de-final.
E, daqui a dois ou três anos, cá estaremos (espero) para o comprovar.
"o Porto tem de saber navegar nestas águas e estar um passo à frente"
Não podemos pensar que uma diferença, à partida, de 100, 200 ou 300 milhões de euros nas receitas correntes, se resolve, porque os gestores do FC Porto são muito competentes e os outros são todos burros.
Se pensarmos dessa maneira, não vamos longe.
Pés-Juntos, não me esqueço, até porque já sofremos um pouco com isso, por exemplo, com a saída do Luís Gonçalves para o Shakhtar e do Will Coort para o Zenit, muito bons nas respectivas áreas, onde o dinheiro falou mais alto. Aliás, o exemplo que refere do Liverpool é muito útil para a discussão, porque, apesar desse investimento, não houve melhoria significativa na produção da equipa. O Liverpool investiu rios de dinheiro nas equipas técnicas/gestoras e nos atletas e os resultados têm sido um bocado pífios. Mais importante do que investir muito é saber onde e como investir, isto é, nos recursos (pessoas e instrumentos) indicados.
José, o número de vagas não releva, estava a falar em termos de dificuldade abstracta, segundo a premissa "no futuro será tão difícil chegar aos quartos como agora é chegar às meias" (num cenário de aumento da dificuldade, preconizado pelo José, do qual, por ora, não perfilho). Como lhe disse, continuo a achar que, não obstante os milhões de diferença em termos de proveitos operacionais, o sucesso no futebol é tão complexo, dependente de tantos factores que exigem competência, que a pura soma aritmética de valores não é suficiente para traçar diferenças (ontem, hoje e amanhã). O exemplo do Liverpool é excelente: dinheiro a rodos e incompetência na mesma medida. Quem fala do Liverpool, fala do Milan, do Schalke, do Tottenham, do Nápoles, do Inter, etc. (tudo malta do Top-20, a quem se exige mais). Por isso, estou em desacordo: acho que uma diferença dessa ordem só pode ser resolvida com apelo à competência extrema, a todos os níveis, dos funcionários (em sentido amplo) do clube. Como nunca conseguiremos acompanhar esse aumento de receitas, por falta de mercado, só nos poderemos distinguir pela competência, como, aliás, temos feito. E apenas assim iremos longe (a não ser que aconteça um milagre financeiro, mas não vejo bem como).
Isto é a maior canalhice capitalista que se introduziu no desporto favorito dos pobres!!!!
Até mesmo países mais económicamente fortes que nós desapareceram do mapa como a Holanda, a Bélgica, a própria Russia, e os países balcânicos...
O que vale é que no futebol nada é dado como garantido, pois estão sempre a aparecer valores emergentes que nem são até dos big three...
E depois estão de acordo com o Bruno Guedes!!!
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