No passado mês de Março, e após negociação com a ECA (European Club Association), a UEFA aprovou o plano de distribuição de receitas da Liga dos Campeões para o triénio 2015 – 2018.
São muitos milhões e, por exemplo, se na próxima época (2015/2016) o FC Porto conseguir repetir o desempenho que teve esta época na fase de grupos, garantirá, só em prémios (sem contar com receitas de bilheteira e market pool), um total de 24,5 milhões de euros!
Receitas da Liga dos Campeões (fonte: O JOGO, 01-04-2015) |
Mas a Liga dos Campeões não se resume, “apenas”, aos milhões que distribui pelos clubes participantes. A UEFA Champions League é muito mais do que isso.
A UEFA Champions League é uma das competições desportivas mais vistas em todo o Mundo, só tendo paralelo com Jogos Olímpicos e fases finais de campeonatos do Mundo de futebol (competições disputadas de 4 em 4 anos).
Os clubes que, regularmente, disputam a UEFA Champions League e, principalmente, os que atingem as fases mais adiantadas da prova, aos muitos milhões que recebem, juntam prestígio e notoriedade a nível mundial.
Por tudo isto, custa-me a compreender, que o desempenho do FC Porto na Liga dos Campeões 2014/2015 não seja devidamente valorizado por uma fatia significativa dos adeptos portistas. Aliás, ouvindo o que alguns desses adeptos dizem e lendo o que outros escrevem, fica a ideia que preferiam ganhar a Taça de Portugal ou, pior ainda,… a Taça da Liga!
Nota: Em contraponto aos adeptos portistas, eu percebo, perfeitamente, que adeptos de clubes que raramente passam a fase de grupos da Liga dos Campeões, digam que preferem ganhar a Taça da Liga ou ir “à festa do Jamor”. É a velha história da raposa e das uvas, que estão verdes…
9 comentários:
@ José Correia
para lá de tudo o que foi escrito e que subscrevo, há a acrescentar a valorização dos passes dos jogadores - fundamental num modelo de negócio como o do FC Porto.
não nos iludamos: os "tubarões" adquirem aqueles passes tendo em linha de conta as prestações/desempenho dos jogadores na Champions; ninguém liga às performances ante os 'moreirenses' do nosso comezinho futebol (e com o devido respeito para os adeptos e as instituições em causa).
abr@ço
Miguel | Tomo III
"...há a acrescentar a valorização dos passes dos jogadores - fundamental num modelo de negócio como o do FC Porto"
Claro, mas eu nem quis ir por aí, porque esses são ganhos adicionais "intangíveis" (chamemos-lhe assim).
... E essa é, justamente, a coisa que vai ser sempre difícil de digerir para todos os adeptos "imediatistas" - o facto de ter sido claramente prioritária a questão da Champions sobre tudo o resto. Esse é, claramente, o objectivo principal: não ganhar, evidentemente, mas restituir nome e respeito, para que possamos ter o interesse de empresários e jogadores como um dos clubes top Europeus.
Vai confundir sempre um projecto a longo prazo versus o imediatismo das "tacinhas", porque há gente que se importa se o Rui Santos acha que "perdemos a hegemonia" se perdermos dois anos seguidos, mas o importante é a transição para um FC Porto de futuro, e isso claramente está a conseguir-se.
E ainda só se vai no início.
Abraço Azul e Branco,
Jorge Vassalo | Porto Universal
Na minha opinião, esta época havia três tipos de metas desportivas: a) fundamentais; b) importantes; c) desejáveis.
Meta fundamental: superar o Play-off e participar na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Metas importantes:
- ganhar o campeonato;
- superar a fase de grupos e chegar à fase das eliminatórias da Liga dos Campeões.
Metas desejáveis:
- ganhar a Taça de Portugal
Chegar aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, significa que o FC Porto atingiu uma meta fundamental e superou uma meta importante.
E, por isso, repito, custa-me a compreender, que o desempenho do FC Porto na Liga dos Campeões 2014/2015 não seja devidamente valorizado por uma fatia significativa dos adeptos portistas.
Caro José Correia,
exactamente! Isto é já um milagre!
Abraço Azul e Branco,
Jorge Vassalo | Porto Universal
Viva,
Também me custa entender, pelo que leio, que os adeptos do Porto dêem prioridades a vito'rias em competições que não abrem perspectivas nem proporcionam projeção internacional.
O Porto recuperou não so' o presti'gio perdido - eu sei que estou sempre a referir o Apoel - como também aumentou o seu capital simpatia. Mesmo não ganhando o campeonato, é a equipa Portuguesa com maior visibilidade internacional. E, paradoxalmente, o facto de não ser um clube duma capital ou duma grande metro'pole impulsiona ainda mais o capital simpatia, da' mais valor ao percurso do Porto.
Penso que os adeptos portistas não podem escapar a um contexto em que a imprensa Portuguesa - papel ou digital - não tem uma publicação nacional, ja' que o projeto do dia'rio "Pu'blico" de criar uma publicação nacional falhou - mas posso me enganar. E' muito difi'cil entender o mundo sem todos os dados.
Por analogia, chocou-me a cobertura que a imprensa Portuguesa, na sua maioria, deu ao "desaparecimento" de Manoel de Oliveira. Como se não fosse um realizador assim tão importante... Todavia, no pai's criador do cinema, os jovens franceses inscritos em letras-filosofia-cinema - são milhares - devem dissertar durante 4 horas sobre o realizador Portuense que figura desde o ano escolar passado nos programas obrigato'rios (são três anos).
Não sei se esta analogia esta' explicita, mas fica Portuense igual :-)
E Viva o Porto!
Há muito portista que se fica pela "nota" deste texto, engolido por CM's, TVI's e SIC's do nosso descontentamento. Afinal a mediocridade sempre fez carreira em Portugal!!!!
É por isso que muitos que desdenham e chacotam a Taça da cerveja (e eu sou um deles), ficaram "doentes por termos perdido com o Maritimo (e eu não fui um deles pois comentei isso mesmo num blog que curiosamente pertence a uma pessoa que aqui comentou...). Há vitórias de Pirro, mas também há derrotas que não fazem mossa.
Há portistas que preferem uma taça da liga a uma presença na Champions?
Sinceramente há portistas que agora andam tão egoístas com o Clube.
Outra pergunta:
Será que esses portistas foram a museu e estiveram lá de alma presente?
A mim espanta-me a cobertura que deram ao Manoel de Oliveira (que, como diz o Bruno Nogueira, só agora muitos devem ter descoberto que o nome era com O) e ao Herberto Helder. Na altura da morte, toda a gente diz bem mesmo que não conheçam a pessoa de lado nenhum ou até se for um canalha (não é o caso, mas existem).
Por mim, admito que não conheço, mas um relalizador que o Malkovich adore há de ter qualquer coisa de especial, por certo.
Se calhar, devia mudar o nome para Róóónaldo...
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