O golo de Deco no slb x FC Porto da época 2002/03...
... e as declarações de Mourinho no final do jogo
quinta-feira, 31 de março de 2011
A reboque…
«O Benfica bateu no domingo um recorde, porventura mundial, de tempo de jogo em superioridade numérica ao longo de uma temporada, chegando a 342 minutos (cinco horas e 42 minutos de jogo) com mais um (por vezes, dois) jogador em campo. (…) E Fucile foi o 17.º jogador adversário a ver o cartão vermelho em partidas do líder.»
Quem escreveu isto foi o insuspeito João Querido Manha, no Record, uns dias depois do FC Porto x slb (3-1) da penúltima jornada do último campeonato.
Perante aquilo que tem sido o choradinho dos benfiquistas esta época, e nas vésperas de mais um slb x FC Porto, é só para avivar a memória…
quarta-feira, 30 de março de 2011
Um árbitro nervoso para a Luz
Duarte Gomes, árbitro da Associação de Futebol de Lisboa, foi nomeado para apitar o slb x FC Porto.
Surpreende-me que para um jogo que se antevê quente, Vítor Pereira tenha nomeado um árbitro que revela grande nervosismo, ao ponto de, por várias vezes, já se ter envolvido fisicamente com jogadores (e até com o actual treinador de guarda-redes da Selecção).
Parece-me óbvio que quer Jorge Sousa, quer Pedro Proença, têm um perfil (e categoria!) que seria muito mais apropriado para este jogo.
Por acaso, estavam impedidos de ser nomeados?
P.S. Cuidado com os cartões amarelos!
O Estádio de Braga e o Prémio Pritzker
Conforme a comunicação social deu amplo relevo, Eduardo Souto Moura foi o vencedor da edição de 2011 do prémio Pritzker, o maior galardão da arquitectura mundial, considerado o “Nobel da arquitectura”.
Nos seus comunicados, quer o júri, quer o anúncio oficial do prémio destacaram a obra do Estádio Municipal Braga, construído numa antiga pedreira:
«His stadium in Braga, Portugal was the site of European soccer championships when it was completed in 2004, and gained high praise. Nearly a million and a half cubic yards of granite were blasted from the site and crushed to make concrete for the stadium. Precise explosions of a mountain side created a hundred foot high granite face that terminates one end of the stadium. Souto de Moura describes this coexistence of the natural with the man made construction as good architecture. In his own words, “It was a drama to break down the mountain and make concrete from the stone.” The jury citation calls this work, “...muscular, monumental and very much at home within its powerful landscape.”»
Segundo o próprio Souto Moura, se tivesse que eleger uma das suas obras elegeria o Estádio de Braga. “É uma obra que tive a oportunidade de fazer no sítio e no momento certo. Fazer uma obra que vai desde uma intervenção de paisagem – mudei a geografia daquele sítio – até ter conseguido desenhar os puxadores das portas. É uma obra... em que os defeitos são meus. Não tive nenhuma pressão, agora tenho, há problemas financeiros, mas na altura isso não aconteceu.”
Quem sou eu para pôr em causa, ou sequer discutir, a opinião de especialistas mundiais acerca da monumental obra do Estádio de Braga?
Nunca o iria fazer. No entanto, atrevo-me a colocar uma questão: Para que serve um estádio de futebol?
Embora já o tenha visitado por fora, nunca entrei no Estádio AXA, mas já ouvi diversas pessoas, incluindo adeptos do Braga, a queixarem-se das condições de conforto deste estádio. Os aspectos mais criticados são os acessos às bancadas, o número de degraus que é preciso subir até chegar ao lugar, a inclinação excessiva das bancadas e a humidade/frio que se sente naquele local.
Apesar do Estádio do Dragão já ter sido galardoado com o prémio da “European Convention for Construction Steelwork” e também ter sido o primeiro estádio europeu a conseguir a “GreenLight”, uma certificação da Comissão Europeia através da Agência para a Energia, que premeia o esforço realizado em termos da utilização racional de energia e na qualidade da iluminação, é provável que nunca venha a ser considerado um monumento. No entanto, conhecendo as características do terreno onde foi construído, dificilmente poderia ser melhor em termos funcionais. E até o facto de ser aberto nos topos (aspecto criticado inicialmente), veio a revelar-se fundamental para que este estádio tenha o melhor relvado do país.
Sou suspeito ao dizer que considero o Estádio do Dragão o mais bonito de Portugal e aquele que proporciona as melhores transmissões televisivas, mas penso que não estarei a exagerar se disser que em termos de acessos (para carros, transportes públicos e a pé), conforto dos adeptos, rapidez de escoamento, qualidade das instalações e eficiência energética é praticamente imbatível. E a tudo isto acresce o facto do Estádio do Dragão ter sido pensado e projectado para incluir diversas unidades de negócio, de modo a tornar-se uma fonte de receitas. Assim, para além de um parque de estacionamento aberto ao público nos dias em que não há jogos, inclui uma megastore (Rádio Popular), um health club (Solinca), uma clínica privada, uma agência bancária, um café/restaurante e lojas de parceiros do clube.
Mas independentemente das opiniões sobre os estádios portugueses, o portuense Eduardo Souto Moura está de parabéns, não só pelo espectacular estádio de Braga, mas pela globalidade das suas obras.
terça-feira, 29 de março de 2011
Hóquei de regresso à TV
Já por várias vezes falei no desinteresse que, de há uns anos para cá, as televisões lisboetas demonstram pela modalidade colectiva que mais títulos internacionais conquistou para Portugal, com particular destaque para a Sport Tv.
Hoje, a Direcção da Federação de Patinagem de Portugal (FPP) anunciou que estabeleceu um protocolo, o qual permitirá a transmissão televisiva de 34 jogos do Campeonato Nacional da I Divisão de Hóquei em Patins de 2011/12.
A FPP não indicou qual vai ser o canal que irá transmitir os jogos mas, segundo o site MundoOk, que revela uma informação prestada pelo Vice-Presidente da FPP, o contrato foi feito com o Porto Canal, que transmitiu recentemente o FC Porto x slb.
Contra a vontade de alguns, parece que o campeonato de Hóquei em Patins vai deixar de ser uma competição quase clandestina.
Um clube diferente
“Gostam de nos tratar por mouros. O responsável pela segurança, esse, deve encará-los como nova invasão dos vândalos. (...)
Parece que alugaram 60 camionetas. Estamos a preparar a sua recepção. Gostava de colocar chaimites à volta das instalações, mas infelizmente já não existem à disposição. Quanto às instalações que envolvem o estádio estamos a tomar medidas de segurança. (...)
Se os dragõezinhos, dragões médios e superdragões são ameaça, porque não os travam lá em cima?”
Estas declarações, acerca dos adeptos portistas, foram feitas pelo presidente dos "leões", Dias da Cunha, em 30 de Janeiro de 2004, nas vésperas de um Sporting x FC Porto.
Lembram-se? Pois eu lembrei-me delas, quando tomei conhecimento da “guerra civil” que ocorreu no estádio de Alvalade na madrugada do passado domingo.
O filme dos acontecimentos, antes, durante e depois das eleições, envolvendo adeptos, dirigentes e candidatos, é elucidativo da “elevação” e civismo tão apregoado para aquelas bandas.
1. Alegados membros da claque Juventude Leonina tentaram invadir o hall VIP do estádio de Alvalade.
2. Fernando Mendes, líder da claque, envolveu-se em confrontos com elementos da própria Juventude Leonina.
3. Rebentamento de um petardo nas imediações do estádio.
4. A polícia foi chamada ao local e afastou os adeptos.
5. Adeptos sportinguistas tentaram agredir os jornalistas que estavam concentrados à porta do hall VIP, à espera do anúncio do novo presidente.
6. Vários objectos foram arremessados contra elementos da comunicação social.
7. O carro de exteriores da TVI foi vandalizado.
8. As autoridades policiais recomendaram aos profissionais da comunicação social para desligarem as câmaras e se resguardarem no interior da sala de imprensa.
9. Rebentamento de petardos à entrada do hall VIP.
10. Agressão de um segurança.
11. Chamada do Corpo de Intervenção da PSP.
12. Na saída de elementos da comitiva de Godinho Lopes, apoiantes de várias listas envolveram-se em actos de violência.
13. Chuva de pedras contra as forças policiais.
14. Godinho Lopes foi insultado pelos adeptos afectos a Bruno de Carvalho.
15. O candidato eleito, Godinho Lopes, escoltado por diversos seguranças, tentou dirigir-se ao palco onde iria fazer a declaração aos adeptos.
16. Adeptos tentaram agredir Godinho Lopes que, protegido pela segurança privada, se refugiou novamente no interior do estádio.
17. Quase dez horas depois do fecho das urnas, o presidente eleito, Godinho Lopes, fez uma declaração quase clandestina no auditório do estádio de Alvalade.
18. “Este processo de eleições foi complicado, foram utilizadas diariamente calúnias, que não dignificam o Sporting”, Bruno de Carvalho (candidato derrotado das eleições leoninas)
19. “Tivemos mais 1500 votantes do que Godinho Lopes”, Bruno Carvalho
20. “É fundamental passar uma imagem de elevação e serenidade em momentos como estes”, Bruno de Carvalho
21. “Houve muitas inconformidades e por isso iremos impugnar estas eleições”, Bruno de Carvalho
«A conversa de ser diferente, de ter uma Academia (que muito jeito tem dado a Benfica, FC Porto e não só), do ecletismo (como é possível falar disto sem ter um pavilhão e equipas de basquetebol e voleibol, ou o hóquei em patins na divisão principal?) e dos milhões de títulos no passado só serve para animar os mais distraídos. E mesmo esses, na sua maioria, já acordaram para a triste realidade.»
Luis Avelãs, Record
Sim, não há dúvida que o Sporting é um clube diferente…
Parece que alugaram 60 camionetas. Estamos a preparar a sua recepção. Gostava de colocar chaimites à volta das instalações, mas infelizmente já não existem à disposição. Quanto às instalações que envolvem o estádio estamos a tomar medidas de segurança. (...)
Se os dragõezinhos, dragões médios e superdragões são ameaça, porque não os travam lá em cima?”
Estas declarações, acerca dos adeptos portistas, foram feitas pelo presidente dos "leões", Dias da Cunha, em 30 de Janeiro de 2004, nas vésperas de um Sporting x FC Porto.
Lembram-se? Pois eu lembrei-me delas, quando tomei conhecimento da “guerra civil” que ocorreu no estádio de Alvalade na madrugada do passado domingo.
O filme dos acontecimentos, antes, durante e depois das eleições, envolvendo adeptos, dirigentes e candidatos, é elucidativo da “elevação” e civismo tão apregoado para aquelas bandas.
1. Alegados membros da claque Juventude Leonina tentaram invadir o hall VIP do estádio de Alvalade.
2. Fernando Mendes, líder da claque, envolveu-se em confrontos com elementos da própria Juventude Leonina.
3. Rebentamento de um petardo nas imediações do estádio.
4. A polícia foi chamada ao local e afastou os adeptos.
5. Adeptos sportinguistas tentaram agredir os jornalistas que estavam concentrados à porta do hall VIP, à espera do anúncio do novo presidente.
6. Vários objectos foram arremessados contra elementos da comunicação social.
7. O carro de exteriores da TVI foi vandalizado.
8. As autoridades policiais recomendaram aos profissionais da comunicação social para desligarem as câmaras e se resguardarem no interior da sala de imprensa.
9. Rebentamento de petardos à entrada do hall VIP.
10. Agressão de um segurança.
11. Chamada do Corpo de Intervenção da PSP.
12. Na saída de elementos da comitiva de Godinho Lopes, apoiantes de várias listas envolveram-se em actos de violência.
13. Chuva de pedras contra as forças policiais.
14. Godinho Lopes foi insultado pelos adeptos afectos a Bruno de Carvalho.
15. O candidato eleito, Godinho Lopes, escoltado por diversos seguranças, tentou dirigir-se ao palco onde iria fazer a declaração aos adeptos.
16. Adeptos tentaram agredir Godinho Lopes que, protegido pela segurança privada, se refugiou novamente no interior do estádio.
17. Quase dez horas depois do fecho das urnas, o presidente eleito, Godinho Lopes, fez uma declaração quase clandestina no auditório do estádio de Alvalade.
18. “Este processo de eleições foi complicado, foram utilizadas diariamente calúnias, que não dignificam o Sporting”, Bruno de Carvalho (candidato derrotado das eleições leoninas)
19. “Tivemos mais 1500 votantes do que Godinho Lopes”, Bruno Carvalho
20. “É fundamental passar uma imagem de elevação e serenidade em momentos como estes”, Bruno de Carvalho
21. “Houve muitas inconformidades e por isso iremos impugnar estas eleições”, Bruno de Carvalho
«A conversa de ser diferente, de ter uma Academia (que muito jeito tem dado a Benfica, FC Porto e não só), do ecletismo (como é possível falar disto sem ter um pavilhão e equipas de basquetebol e voleibol, ou o hóquei em patins na divisão principal?) e dos milhões de títulos no passado só serve para animar os mais distraídos. E mesmo esses, na sua maioria, já acordaram para a triste realidade.»
Luis Avelãs, Record
Sim, não há dúvida que o Sporting é um clube diferente…
Números da semana (XXII)
7 jogadores do FC Porto (Helton, Sapunaru, Fucile, Otamendi, Álvaro Pereira, Fernando e Guarín) estão em perigo de suspensão no campeonato, devido à acumulação de cartões amarelos.
8 golos marcados por Varela no campeonato 2010/11, a que acresce mais um ao serviço da Selecção nacional.
12 vitórias seguidas do FC Porto no campeonato 2010/11 (entre a 13ª e a 24ª jornadas), recorde que já não poderá ser batido por qualquer outra equipa.
17 golos marcados por Guarín ao serviço do FC Porto (3 em 2008/09; 7 em 2009/10; 7 em 2010/11).
33 jogos seguidos do FC Porto sem perder no campeonato português (9 na época passada e 24 esta época).
655 minutos foi o tempo que a equipa do FC Porto esteve sem sofrer golos para o campeonato.
46006 espectadores estiveram no Estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x Académica (campeonato, 24ª jornada).
8 golos marcados por Varela no campeonato 2010/11, a que acresce mais um ao serviço da Selecção nacional.
12 vitórias seguidas do FC Porto no campeonato 2010/11 (entre a 13ª e a 24ª jornadas), recorde que já não poderá ser batido por qualquer outra equipa.
17 golos marcados por Guarín ao serviço do FC Porto (3 em 2008/09; 7 em 2009/10; 7 em 2010/11).
33 jogos seguidos do FC Porto sem perder no campeonato português (9 na época passada e 24 esta época).
655 minutos foi o tempo que a equipa do FC Porto esteve sem sofrer golos para o campeonato.
46006 espectadores estiveram no Estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x Académica (campeonato, 24ª jornada).
segunda-feira, 28 de março de 2011
Futre e os chineses...
O vídeo original...
Uma montagem feita por Rui Unas...
Actualizado (por João Saraiva)
E a prova de que tudo é a mais pura das verdades:
Uma montagem feita por Rui Unas...
Actualizado (por João Saraiva)
E a prova de que tudo é a mais pura das verdades:
Mourinho, Cristiano Ronaldo, o Real Madrid e a Selecção
José Mourinho é, segundo as suas palavras, um grande defensor e um apaixonado da selecção. Até já decidiu que um dia será seleccionador nacional, cargo para o qual já se nomeou a si próprio numa data futura que lhe dê jeito. E a F.P.F., claro, só tem de o receber quando essa data, por ele determinada, chegar. Nem que seja preciso mudar os estatutos, com a preciosa ajuda do Dr. Laurentino.
Perante este acrisolado e indubitável amor pela "equipa de todos nós" do actual anunciante do Millennium BCP, nenhum de nós duvida que Cristiano Ronaldo apenas tem tido azar em se lesionar imediatamente antes de jogos da selecção, além de, concomitantemente, ter tido a sorte de logo a seguir recuperar e alinhar pelo Real Madrid.
No Sábado, Paulo Bento substituiu ao intervalo Ricardo Carvalho por Pepe, e logo o comentador da RTP comentou com naturalidade que Bento assim poupava os jogadores do Real Madrid, clube ainda envolvido "em todas as frentes".
Eu gostava de perguntar se faz parte do papel do seleccionador nacional "poupar" jogadores de um clube estrangeiro, ainda para mais quando, simultaneamente, o líder do campeonato português, também envolvido em muitas frentes, tinha em campo desde o início três dos seus jogadores. A pergunta é retórica, pelo que não carece de resposta.
Há, contudo, uma coisa que já nem pergunto, nem retoricamente, porque não vale a pena: quando acabará o triste fenómeno do "nacional-lambebotismo"?
domingo, 27 de março de 2011
Zona de Exclusão Aérea em Alvalade
Dado o perigo iminente para as populações civis, o Reino Unido e a França vão apresentar ao Conselho de Segurança da ONU um projecto de resolução que visa estabelecer uma zona de exclusão aérea em torno do Estádio Alvalade XXI (este número "21" é uma referência ao total de candidatos nas eleições de Sábado).
Consta que a República Popular da China poderá vetar a resolução, o que já foi atribuído à influência de Paulo Futre em Pequim.
Na foto: um dos venerandos sócios do Sporting que apelaram à aprovação da resolução (sócio há 42 anos e, como tal, com direito a 500 votos).
Regras para o uso da Internet
«Os episódios que envolveram Fucile, Guarín e Falcao nas redes sociais, com críticas, desabafos ou ideias desvendadas, levaram o FC Porto a elaborar um documento que estipula uma série de regras para os jogadores tendo em vista o uso do Facebook, Twitter e também páginas de internet. Assim, todos ficam comprometidos a não utilizar as redes sociais, ou outros meios digitais de divulgação de dados, para falar de assuntos relacionados com a equipa. Caso violem a regra, ficam sujeitos a uma multa pecuniária de valor elevado, apurou O JOGO. O documento entra em vigor a partir da próxima temporada, e todos os jogadores estão obrigados a assiná-lo. O clube, obviamente, não põe qualquer entrave à utilização das redes sociais, desde que para fins meramente pessoais. Esta medida já estava a ser pensada há algum tempo.»
in O Jogo, 27/03/2011
in O Jogo, 27/03/2011
sábado, 26 de março de 2011
Guarín e Falcao marcam pela Colômbia
Em jogo frente ao Equador, disputado no Estádio Vicente Calderon, a Colômbia venceu por 2-0, com golos dos portistas Guarín e Falcao.
Freddy Guarín, que continua em grande (quinto golo em cinco jogos consecutivos!), abriu o activo aos 24 minutos, na marcação de um livre directo, e Falcao marcou o 2º golo aos 74 minutos.
Guarín jogou os 90 minutos, enquanto Falcao saiu a dez minutos do final.
Uma semana em cheio
No dia 20 de Março, o FC Porto recebeu e venceu o slb, por 27-26, num jogo da 20.ª jornada, mantendo-se na liderança do campeonato de andebol.
No mesmo dia, em jogo da 19.ª jornada do campeonato da LPB, a equipa de basquetebol foi a Ovar e, no Arena Dolce Vita, derrotou a Ovarense por 60-73, com destaque para o MVP Greg Stempin, com 26 pontos, 9 ressaltos e 6 assistências.
No dia 22 de Março, naquele que, teoricamente, era o jogo mais difícil até ao final do campeonato de hóquei em patins, o FC Porto foi aos Açores derrotar o Candelária (3-4). De notar que a 1m36s do final o FC Porto estava a perder por 3-1, tendo operado uma reviravolta sensacional em pouco mais de um minuto. O golo da vitória foi marcado por Pedro Gil, a 29 segundos do apito final.
No dia 23 de Março, num jogo em atraso da 15.ª jornada do campeonato de basquetebol, os dragões foram a Lisboa e deixaram o pavilhão da Luz às "escuras", vencendo os encarnados de forma concludente por 19 pontos de diferença (84-103) e garantindo, desde logo, o 1º lugar da fase regular. O MVP foi Carlos Andrade, com 15 pontos, 5 ressaltos, 7 assistências e 6 roubos de bola.
Hoje, às 17h00, o FC Porto recebe em Resende (Pavilhão Municipal de Anreade) o SC Horta, em desafio da 22.ª e última jornada da fase regular do campeonato de Andebol. O objectivo é manter o 1º lugar e entrar na fase final, disputada pelas seis melhores equipas, com o máximo de pontos possível.
Amanhã, domingo, há novamente tarde desportiva no Dragão Caixa.
Às 15h00 a equipa de hóquei em patins recebe a AA Espinho, para mais uma jornada do campeonato. Não há margem de erro, até porque o slb está muito mais regular do que o costume e, nos jogos já disputados, só perdeu pontos (duas derrotas) nas partidas que efectuou com os dragões.
Às 18h00 será a vez da equipa de basquetebol receber a Académica, a única equipa que derrotou o FC Porto nas 19 jornadas já disputadas (76-71, em Coimbra, a 18 de Dezembro do ano passado) e que, recentemente, voltou a vencer o FC Porto na Final-8 da Taça de Portugal.
Os bilhetes são baratos e, além disso, este fim-de-semana não há futebol. Por isso, quem puder não deixe de ir ao Dragão Caixa (o pavilhão é muito confortável e quem for de carro pode deixá-lo no Dolce Vita ou no parque do Estádio do Dragão).
Quer no hóquei, quer no basquetebol, é importante o apoio do "sexto jogador" e eles bem merecem.
sexta-feira, 25 de março de 2011
SMS do dia - CXXIII
Paulo Futre:
Pelo menos tem futuro garantido, pode fazer stand-up. Já não me ria assim há uns tempos.
Com 21 anos eu era o o líder do balneário do FC Porto, que foi campeão da Europa.
Pelo menos tem futuro garantido, pode fazer stand-up. Já não me ria assim há uns tempos.
Ele continua a andar por lá
No final da época passada, em programas da Benfica TV, António Pragal Colaço incitou à violência (“vamos ter de puxar das armas”), pré-anunciou a retaliação (“ela já está programada”) e previamente legitimou-a, com argumentos do tipo “se queres continuar a ser cabeçudo o problema é teu”.
E, de facto, houve uma violência brutal após a final da Taça de Portugal, com vários carros particulares e um autocarro de adeptos portistas e flavienses a serem apedrejados no IC17.
Evidentemente, ninguém pode provar que houve uma relação directa entre as declarações incendiárias de Pragal Colaço e o apedrejamento de portistas que ocorreu em Lisboa poucos dias depois, mas é óbvio que a Benfica TV e os responsáveis da mesma ficaram muito mal na fotografia, ao terem apadrinhado a criação de um clima de ódio anti-Porto.
Perante o escândalo público motivado pelo “vamos ter de puxar das armas” e “a retaliação já está programada”, pensei que os responsáveis benfiquistas, para manterem as aparências, iam dar instruções para que António Pragal Colaço entrasse em quarentena e deixasse de ter acesso privilegiado aos órgãos de comunicação do slb. Mas, pelos vistos, ele continua a andar por lá. Desta vez, assinando artigos de opinião no jornal 'O Benfica'.
Perante isto, eu pergunto: Qual é a moral desta gente (dirigentes e comentadores benfiquistas) para atacarem a postura dos dirigentes do FC Porto e, vestindo a pele de cordeiros, virem apelar à não-violência?
M.A.D.
O jogo contra o slb é já forte motivo de discussão em tertúlias portistas. Um tema recorrente é o seguinte: tendo em conta o campeonato no papo e a eliminatória com o Spartak, que equipa deve AVB escolher para o onze inicial na luz?
1) O onze titular mais forte
2) Um misto de titulares e 2as escolhas (rotação limitada/moderada do plantel)
3) Um onze repleto de segundas escolhas
Pessoalmente vou pela 2a opção. Por várias razões convém evitar uma derrota no "galinheiro" (nenhum portista está disposto a aturar os benfiquistas e os media quando nos ganham, e para mais temos a possibilidade pela 1a vez na história de chegar ao fim do campeonato sem derrotas), e enveredar pela 3a opção seria meio-caminho andado para isso. Mas também não temos necessidade de dar o máximo em busca de uma vitória, sabendo-se que o jogo contra o Spartak 4 dias depois é muito mais importante.
Peço a AVB pelo menos um empate na luz, e penso que com a 2a opção temos todas as condições para isso, ao mesmo tempo pouco ou nada comprometendo o embate com o Spartak. Temos uns 15 jogadores utilizados com regularidade que dão garantias mínimas: meter portanto 4 habituais suplentes ao lado de uns 7 habituais titulares dá-me confiança num resultado positivo.
Além disso temos muito poucos jogadores sobre-carregados de jogos. Por exemplo, penso que a Falcão até só lhe faz bem jogar para recuperar ritmo (idem para A. Pereira) e perder o medo de se fazer aos lances.
Já no jogo seguinte devemos, penso eu, rodar bastante mais. Esse jogo é em Portimão e poucos dias antes do embate em Moscovo (duas longas deslocações no espaço de poucos dias). Além disso o adversário é mais fraco (e confesso que a perder com alguém, prefiro que seja no Algarve do que em Lisboa).
O único "senão" para o jogo do "galinheiro" é a possibilidade de lesões. Confesso que neste ponto tenho receio tendo em conta um ambiente "quente" e jogadores do slb que abusam amiúde de entradas impetuosas, muitas vezes com a complacência dos árbitros.
O único "senão" para o jogo do "galinheiro" é a possibilidade de lesões. Confesso que neste ponto tenho receio tendo em conta um ambiente "quente" e jogadores do slb que abusam amiúde de entradas impetuosas, muitas vezes com a complacência dos árbitros.
Ora é aqui que "entra" o título deste artigo. O termo "M.A.D." (Mutually Assured Destruction) refere-se ao pacto tácito entre os EUA e a URSS durante a guerra fria, pelo qual o adversário era desencorajado de despoletar um ataque nuclear sabendo que a retaliação seria automática e massiça. Isto contribuiu bastante para evitar uma 3a guerra mundial.
Da mesma forma penso que o FCP deveria deixar bem claro ao slb (de forma informal ou low profile que seja) que por cada jogador do FCP que hipoteticamente saia de campo em maca por lesão traumática causada pelo adversário, teremos jogadores do slb que também em maca hão-de sair do campo. Por cada pancada maldosa de jogadores do slb, teremos também pancadas maldosas sobre um Saviola ou Coentrão. Ora - tal como o FCP - o slb tem muito interesse em estar na máxima força para o embate da Liga Europa, e deverá (se for racional) prestar bastante atenção a esta ameaça velada.
Para concluir, penso que é óbvio para quem ler o que escrevi com "olhos de ler" que não defendo a violência em campo. Pelo contrário, é precisamente para assegurar que os jogadores das duas equipas saiam de campo em boa condição que me parece necessário recorrer ao conceito "MAD".
Para que isto funcione tal como funcionou na "Guerra Fria", é preciso "apenas" que os jogadores e treinadores das duas equipas saibam ser minimamente racionais. Tenho fé que assim venha a ser.
quinta-feira, 24 de março de 2011
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (III)
Por Pedro Miguel Pereira
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (I)
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (II)
Foto: Glórias do Passado
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (I)
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (II)
Pinto da Costa tornou-se Presidente do FC Porto prometendo vitórias, conquistas e afiançando o crescimento do clube, ao contrário de LF Vieira que utiliza uma estratégia retórica que, como principal motor, denunciava inimigos a abater e concentrando a atenção anímica dos adeptos no ódio a outro clube.
Mas poderá, argumenta esse benfiquista, o tom do discurso actual de Vieira ser semelhante ao tom de discurso Pinto da Costa? Sim, o tom, mas daí não significa que o contexto e o conteúdo sejam idênticos, porque senão – novamente as comparações históricas – teríamos de dizer que o discurso do General De Gaulle e o discurso de Churchill, quando invadidos e atacados pelos nazis, eram idênticos, na motivação, ao discurso de Hitler, apelando à guerra e à violência. Se analisarmos um discurso só pelo tom usado nele, muitos discursos com motivações e legitimações diferentes seriam erradamente “metidos no mesmo saco”, pois o tom do discurso do General De Gaulle, em Junho de 1940, exortando os seus compatriotas à resistência face à invasão nazi, e o tom do discurso de Churchill apelando aos britânicos para “lutarem em qualquer sítio” contra os ataques e violências nazis, continham o mesmo tom de um discurso de Hitler: inflamado, ardente, excitado; mas a justificação e correspondente conteúdo para o discurso não era o mesmo, um discurso era legitimado pela circunstância de se ser vítima real de uma agressão, e o outro discurso apresentava como legitimação a existência de um presumível conluio e uma maquinação – imaginário e inventado – entre os Judeus e os regimes democráticos contra a Alemanha Nazi.
Concluindo e indo ao âmago da questão, podemos afirmar, com algumas reservas certamente, que o tom de um discurso actual de Vieira pode ser semelhante ao tom de um discurso de Pinto da Costa nos anos 80, mas o conteúdo, o contexto são totalmente divergentes e possuem motivações muito diferentes. Mas, estou a imaginar a réplica do benfiquista, este argumento pode ser invertido, ou seja, existe legitimidade para o discurso de Vieira e não existia legitimidade para o discurso de Pinto da Costa. Sendo assim, e para estabelecermos uma avaliação rigorosa sobre quem possui legitimidade e sobre quem a não possui, convoquemos uma entidade isenta e imparcial denominada realidade, que foi o que eu procurei fazer ao longo deste artigo, e chegaremos à conclusão de que um discurso de Pinto da Costa – mesmo quando exagerava nos argumentos e exacerbava os acontecimentos – era sempre baseado em casos concretos, enquanto o discurso de Vieira é baseado em supostas e imaginárias conspirações e conluios contra o SLB, e com um palavreado que contém, implicitamente, advertências para terceiros, sejam adversários ou entidades independentes, fazendo lembrar um discurso “gobbeliano” quando desferia avisos dissimulados para os regimes democráticos e para os países vizinhos da Alemanha Nazi.
Reconheço que, nos últimos anos, Pinto da Costa tem caído num discurso sarcástico, com algumas piadas fáceis e brejeiras, que não eram habituais no conteúdo dos discursos dos anos 80, onde existia uma ironia mais requintada e um estilo mais sério. Mesmo assim considero que esteve excelente nas declarações que fez após ouvir as explicações benfiquistas sobre o desaire da equipa do SLB em Braga.
Tivemos, ultimamente, mais um exemplo do método benfiquista de apelar à intolerância e ódio contra os adversários (FC Porto). No jornal de “A Bola”, aparecia a notícia de que um vice-presidente do SLB foi alvo de uma cilada e atacado na cidade Invicta. Dissimuladamente esta notícia quer lançar os benfiquistas contra os adeptos portistas e – o alvo principal – a direcção do FC Porto. Para mim toda esta história me parece inventada para criar um estado de animosidade contra o FC Porto e – lá voltam as comparações – nada neste método é novo. Já os Nazis, antes da II Guerra Mundial, inventavam notícias nos jornais e nos meios de comunicações controlados pelo Partido Nazi, de crimes e delitos que os judeus cometiam, tudo numa tentativa de criar um ambiente de ódio e intolerância do povo alemão contra os judeus. O exemplo mais flagrante deste método é o incêndio, realizado intencionalmente e à socapa pelos nazis, do Parlamento Alemão para nos dias seguintes virem para a praça pública atirar a responsabilidade pelo incêndio aos judeus, em conluio com os comunistas e outros democratas.
Nada nesta história da agressão a Rui Gomes da Silva me convence, a começar pela personalidade em causa. A palavra dele não é fiável, esta pessoa lembra-me o que o 1º Ministro Inglês Clement Atlee disse de Estaline, “ (um homem) sem princípios, recorre a quaisquer métodos (para atingir os seus fins), mas também não tem uma linguagem floreada. É sempre um sim ou um não, embora só se pode acreditar nele quando diz não”. Contudo eu considero que nem quando Rui Gomes da Silva diz não se pode acreditar na palavra dele. Basta lembrar o caso do afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI em 2004, e que teve como um dos mentores Rui Gomes da Silva, na altura Ministro do XVI Governo Constitucional, sendo que o próprio negou a responsabilidade do afastamento do comentador da TVI, para posteriormente se descobrir que afinal sempre existia, no afastamento, pressão política e responsabilidade ministerial.
Para terminar quero apenas salientar outro aspecto que os benfiquistas atacam nos discursos de Pinto da Costa. Acusam-no de possuir um conteúdo regionalista, mas, depois de contextualizar a obra de Pinto da Costa ao serviço do FC Porto, dificilmente se pode considerar como regionalista o seu discurso. Sim, o FC Porto é um clube cimentado numa cultura que é própria e específica da cidade Invicta, mas os valores e virtudes que o clube exalta, apesar de historicamente consagrados na cidade Invicta, são universais: a coragem, a insubmissão, a audácia, são virtudes que tanto se podem encontrar na cidade do Porto como noutro ponto do País ou do Mundo. Hoje existem portistas no Minho, no Algarve, em Lisboa, nas ilhas ou em qualquer parte do País.
Confesso que fiquei surpreendido quando, na minha adolescência, descobri e encontrei em pleno coração do Minho, na Póvoa de Lanhoso – terra da minha família materna – um senhor dos seus 45 a 50 anos que possuía na sala da sua casa um retrato/quadro de uma equipa do FC Porto e, para admiração minha, essa equipa do quadro não era a – na altura – actual, a de Robson, nem era o Porto treinado por Artur Jorge ou Ivic, que foram campeões da Europa e do Mundo. Não, o retrato era da equipa que foi bi-campeão nacional com Pedroto em 1978/79. Ora, ali estava um minhoto que se seduziu e foi atraído pelo FC Porto e não se sentiu incomodado por aquilo que os benfiquistas designam de discurso “regionalista” de Pinto da Costa.
São pessoas, como este portista que eu encontrei no Minho na minha adolescência, possuidoras de uma personalidade audaz e ousada que serão o destinatário da mensagem e do discurso – apelando a virtudes nobres e sublimes que catapultam para vitórias – de um Presidente do FC Porto, e não pessoas portadoras de um espírito e mente ingénuas, com um carácter submisso – terreno fértil para o crescimento das tiranias – que são o destinatário de um discurso demagogo, porque apelando aos instintos humanos mais baixos e primários, tão ao estilo de LF Vieira e da actual direcção benfiquista.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Pedro Miguel Pereira a elaboração deste artigo (3ª parte).Mas poderá, argumenta esse benfiquista, o tom do discurso actual de Vieira ser semelhante ao tom de discurso Pinto da Costa? Sim, o tom, mas daí não significa que o contexto e o conteúdo sejam idênticos, porque senão – novamente as comparações históricas – teríamos de dizer que o discurso do General De Gaulle e o discurso de Churchill, quando invadidos e atacados pelos nazis, eram idênticos, na motivação, ao discurso de Hitler, apelando à guerra e à violência. Se analisarmos um discurso só pelo tom usado nele, muitos discursos com motivações e legitimações diferentes seriam erradamente “metidos no mesmo saco”, pois o tom do discurso do General De Gaulle, em Junho de 1940, exortando os seus compatriotas à resistência face à invasão nazi, e o tom do discurso de Churchill apelando aos britânicos para “lutarem em qualquer sítio” contra os ataques e violências nazis, continham o mesmo tom de um discurso de Hitler: inflamado, ardente, excitado; mas a justificação e correspondente conteúdo para o discurso não era o mesmo, um discurso era legitimado pela circunstância de se ser vítima real de uma agressão, e o outro discurso apresentava como legitimação a existência de um presumível conluio e uma maquinação – imaginário e inventado – entre os Judeus e os regimes democráticos contra a Alemanha Nazi.
Concluindo e indo ao âmago da questão, podemos afirmar, com algumas reservas certamente, que o tom de um discurso actual de Vieira pode ser semelhante ao tom de um discurso de Pinto da Costa nos anos 80, mas o conteúdo, o contexto são totalmente divergentes e possuem motivações muito diferentes. Mas, estou a imaginar a réplica do benfiquista, este argumento pode ser invertido, ou seja, existe legitimidade para o discurso de Vieira e não existia legitimidade para o discurso de Pinto da Costa. Sendo assim, e para estabelecermos uma avaliação rigorosa sobre quem possui legitimidade e sobre quem a não possui, convoquemos uma entidade isenta e imparcial denominada realidade, que foi o que eu procurei fazer ao longo deste artigo, e chegaremos à conclusão de que um discurso de Pinto da Costa – mesmo quando exagerava nos argumentos e exacerbava os acontecimentos – era sempre baseado em casos concretos, enquanto o discurso de Vieira é baseado em supostas e imaginárias conspirações e conluios contra o SLB, e com um palavreado que contém, implicitamente, advertências para terceiros, sejam adversários ou entidades independentes, fazendo lembrar um discurso “gobbeliano” quando desferia avisos dissimulados para os regimes democráticos e para os países vizinhos da Alemanha Nazi.
Reconheço que, nos últimos anos, Pinto da Costa tem caído num discurso sarcástico, com algumas piadas fáceis e brejeiras, que não eram habituais no conteúdo dos discursos dos anos 80, onde existia uma ironia mais requintada e um estilo mais sério. Mesmo assim considero que esteve excelente nas declarações que fez após ouvir as explicações benfiquistas sobre o desaire da equipa do SLB em Braga.
Tivemos, ultimamente, mais um exemplo do método benfiquista de apelar à intolerância e ódio contra os adversários (FC Porto). No jornal de “A Bola”, aparecia a notícia de que um vice-presidente do SLB foi alvo de uma cilada e atacado na cidade Invicta. Dissimuladamente esta notícia quer lançar os benfiquistas contra os adeptos portistas e – o alvo principal – a direcção do FC Porto. Para mim toda esta história me parece inventada para criar um estado de animosidade contra o FC Porto e – lá voltam as comparações – nada neste método é novo. Já os Nazis, antes da II Guerra Mundial, inventavam notícias nos jornais e nos meios de comunicações controlados pelo Partido Nazi, de crimes e delitos que os judeus cometiam, tudo numa tentativa de criar um ambiente de ódio e intolerância do povo alemão contra os judeus. O exemplo mais flagrante deste método é o incêndio, realizado intencionalmente e à socapa pelos nazis, do Parlamento Alemão para nos dias seguintes virem para a praça pública atirar a responsabilidade pelo incêndio aos judeus, em conluio com os comunistas e outros democratas.
Nada nesta história da agressão a Rui Gomes da Silva me convence, a começar pela personalidade em causa. A palavra dele não é fiável, esta pessoa lembra-me o que o 1º Ministro Inglês Clement Atlee disse de Estaline, “ (um homem) sem princípios, recorre a quaisquer métodos (para atingir os seus fins), mas também não tem uma linguagem floreada. É sempre um sim ou um não, embora só se pode acreditar nele quando diz não”. Contudo eu considero que nem quando Rui Gomes da Silva diz não se pode acreditar na palavra dele. Basta lembrar o caso do afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI em 2004, e que teve como um dos mentores Rui Gomes da Silva, na altura Ministro do XVI Governo Constitucional, sendo que o próprio negou a responsabilidade do afastamento do comentador da TVI, para posteriormente se descobrir que afinal sempre existia, no afastamento, pressão política e responsabilidade ministerial.
Para terminar quero apenas salientar outro aspecto que os benfiquistas atacam nos discursos de Pinto da Costa. Acusam-no de possuir um conteúdo regionalista, mas, depois de contextualizar a obra de Pinto da Costa ao serviço do FC Porto, dificilmente se pode considerar como regionalista o seu discurso. Sim, o FC Porto é um clube cimentado numa cultura que é própria e específica da cidade Invicta, mas os valores e virtudes que o clube exalta, apesar de historicamente consagrados na cidade Invicta, são universais: a coragem, a insubmissão, a audácia, são virtudes que tanto se podem encontrar na cidade do Porto como noutro ponto do País ou do Mundo. Hoje existem portistas no Minho, no Algarve, em Lisboa, nas ilhas ou em qualquer parte do País.
Confesso que fiquei surpreendido quando, na minha adolescência, descobri e encontrei em pleno coração do Minho, na Póvoa de Lanhoso – terra da minha família materna – um senhor dos seus 45 a 50 anos que possuía na sala da sua casa um retrato/quadro de uma equipa do FC Porto e, para admiração minha, essa equipa do quadro não era a – na altura – actual, a de Robson, nem era o Porto treinado por Artur Jorge ou Ivic, que foram campeões da Europa e do Mundo. Não, o retrato era da equipa que foi bi-campeão nacional com Pedroto em 1978/79. Ora, ali estava um minhoto que se seduziu e foi atraído pelo FC Porto e não se sentiu incomodado por aquilo que os benfiquistas designam de discurso “regionalista” de Pinto da Costa.
São pessoas, como este portista que eu encontrei no Minho na minha adolescência, possuidoras de uma personalidade audaz e ousada que serão o destinatário da mensagem e do discurso – apelando a virtudes nobres e sublimes que catapultam para vitórias – de um Presidente do FC Porto, e não pessoas portadoras de um espírito e mente ingénuas, com um carácter submisso – terreno fértil para o crescimento das tiranias – que são o destinatário de um discurso demagogo, porque apelando aos instintos humanos mais baixos e primários, tão ao estilo de LF Vieira e da actual direcção benfiquista.
Foto: Glórias do Passado
quarta-feira, 23 de março de 2011
Pedrada na hipocrisia
A violência em contexto desportivo, ou envolvendo agentes desportivos é, evidentemente, lamentável e condenável, sejam quais forem os antecedentes.
Contudo, em vez de discursos moralistas à posteriori, vindos de auto-proclamadas “virgens pudicas”, seria importante que se combatesse de forma séria as raízes desta violência, a qual começa no discurso dos “bons” e dos “maus” e termina no quase apartheid mediático a que o FC Porto e os seus adeptos são votados pela comunicação social do regime.
Sejamos claros. Enquanto…
… a comunicação social agir de forma vergonhosamente sectária, empolando as situações de violência de que são alvo indivíduos do slb e minimizando, ou mesmo ignorando, idênticas situações em que os alvos são azuis-e-brancos;
… houver ministros do governo português, que reagem prontamente e em tom grave aos incidentes em que os visados são do slb, mas mantêm um silêncio ensurdecedor quando os agredidos são do FC Porto;
… o presidente do slb continuar (in)conscientemente a atacar a Justiça e a pôr em causa as decisões dos tribunais, porque estes, vejam bem, tiveram o desplante de contrariar as “sábias” e “isentas” decisões do dr. Ricardo Costa na Liga de clubes;
… vice-presidentes do slb (como Sílvio Cervan e Rui Gomes da Silva) fizerem da sua participação em programas televisivos, ou jornais, espaços de fundamentalismo clubista e constantes provocações ao FC Porto;
… o director de comunicação do slb continuar a promover conferências de imprensa onde, entre outras “pérolas”, insinua que profissionais do FC Porto (no caso o treinador) estarão ligados a uma pretensa agressão a um dirigente do slb;
… seguranças contratados pelo slb puderem, à vista de toda a gente, ameaçar ou agredir de forma impune, quer em aeroportos, quer no túnel ou relvado da Luz;
… a promiscuidade entre o slb e a comunicação social amiga for ao ponto de se fazerem reuniões para definição de estratégia, na qual participam jornalistas com responsabilidades em órgãos de comunicação social, que depois preparam primeiras páginas de jornais incendiárias;
… a Benfica TV continuar a produzir e emitir programas em que se vomita ódio contra o FC Porto e em que se chega ao ponto de conhecidos benfiquistas (António Pragal Colaço) anunciarem que “a retaliação já está programada”;
não tenhamos ilusões, a violência vai continuar e com tendência para ser cada vez mais grave.
P.S. Estou totalmente de acordo com o comunicado intitulado ‘Bem prega Frei Tomás’, publicado hoje no site oficial do FC Porto.
terça-feira, 22 de março de 2011
Casa do slb em Paredes
«Começaríamos então por referir a eventual questão de quem terá dado o primeiro passo no arranque da C.B.P., julgo não ter particular significado, pois penso que cada um dos muitos benfiquistas existentes em Paredes já teria colocado a possibilidade de deitar mãos a tal tarefa, mas apesar de tudo e como as coisas são feitas com pessoas e essas tem nome, justo será dizer que em Setembro de 1998 se juntaram no Restaurante Paredão em Paredes dúzia e meia de Benfiquistas, e para a história aqui ficam os seus nomes de seguida (Carlos Nunes, Jorge Moutinho, José Madureira, António Samouco, Carlos Daniel, José Maria Alves, António S. Ferreira, Tito Cepeda, Nuno Ruão, Adriano Nunes, José Teixeira, Fernando Arriscado, Silvio Ferreira, Fernando Miranda, Ilidio Meireles, Joaquim Xavier, Artur Santos e António Almeida) para um jantar (...)»
Foto e texto retirados de www.benficaparedes.pt
Carlos Daniel? Estaremos a falar do conhecido jornalista da RTP?
Foto e texto retirados de www.benficaparedes.pt
Carlos Daniel? Estaremos a falar do conhecido jornalista da RTP?
Homenagem a Artur Agostinho
Artur Agostinho nunca escondeu o seu sportinguismo, mas quer como relatador de jogos de futebol e de hóquei em patins, quer quando assinava artigos de opinião em jornais desportivos, não me lembro que alguma vez se tenha servido do seu acesso a meios de comunicação social para a maledicência, ou para cultivar ódios contra outros clubes.
Dir-me-ão que isto não devia ser motivo de elogio, porque a ética profissional a isso obriga.
Pois, mas basta ler o que escrevem, ou o que dizem, indivíduos como José Manuel Delgado, Fernando Guerra, Leonor Pinhão, João Querido Manha, Octávio Ribeiro e tantos outros jornalistas da capital, para se perceber a diferença em relação a Artur Agostinho.
No meio do clima de ódio que actualmente se vive no futebol português, fazem falta pessoas como Artur Agostinho.
P.S. Apesar de no filme 'O leão da estrela' o FC Porto ter perdido o jogo que disputou contra o Sporting no estádio do Lima, é daqueles filmes que gosto de ver e rever.
Dir-me-ão que isto não devia ser motivo de elogio, porque a ética profissional a isso obriga.
Pois, mas basta ler o que escrevem, ou o que dizem, indivíduos como José Manuel Delgado, Fernando Guerra, Leonor Pinhão, João Querido Manha, Octávio Ribeiro e tantos outros jornalistas da capital, para se perceber a diferença em relação a Artur Agostinho.
No meio do clima de ódio que actualmente se vive no futebol português, fazem falta pessoas como Artur Agostinho.
P.S. Apesar de no filme 'O leão da estrela' o FC Porto ter perdido o jogo que disputou contra o Sporting no estádio do Lima, é daqueles filmes que gosto de ver e rever.
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (II)
Por Pedro Miguel Pereira
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (I)
Foto: Glórias do Passado
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (I)
Mas o caso da região nortenha não era caso isolado, basta lembrar, após o 25 de Abril, os exemplos dos políticos eleitos dos Açores e da Madeira, como Alberto João Jardim, que nos seus discursos alertavam para o esquecimento, a indiferença a que foram deixadas as populações insulares durante o Estado Novo.
Actualmente, noutros âmbitos da vida social e cultural, a crítica efectuada à desvalorização, feita pelo Poder Central, da cidade Invicta e da iniquidade da distribuição de verbas pelas diferentes regiões do País é habitual em Rui Rio, Presidente da Câmara Municipal do Porto, e Mário Dorminsky, impulsionador do Fantasporto. Ora, nem um, nem outro podem ser considerados acólitos, ou lacaios, da causa futebolística ou de Pinto da Costa, portanto a questão da insensibilidade e indiferença dos poderes políticos e dos centros de decisão, face às colectividades da cidade Invicta não é uma mera invenção de Pinto da Costa, como apregoam tantas vezes os benfiquistas.
Agora analisemos a legitimidade do discurso de vítima do “sistema” futebolístico em Portugal usada pela direcção do SL Benfica e pelo seu Presidente, Luís Filipe Vieira: falta-lhe o substrato da realidade, todo o discurso de Vieira é contrariado pela realidade dos factos. Existe porventura algum regime político, ou um Governo em Portugal, que se mantenha indiferente aos apelos do SLB? Não, basta ver as constantes advertências indirectas, vindas da direcção do SLB, enviadas para a praça pública para intimar e pressionar os centros de decisão existentes a cederem aos pedidos efectuados.
Quem não se lembra das “trapalhadas” fiscais, do tempo de Vale e Azevedo na presidência do SLB, e que, pela aplicação da Lei, dariam direito à descida de divisão e a pesadas multas, e tudo foi esquecido pelas autoridades. E o que dizer da aceitação, por parte da então Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, da cotação em bolsa de acções do SLB, totalmente em oposição à Lei?
Ora o que se vê, é que ainda existe um tratamento privilegiado dado ao SLB pelo poder político. Portanto, o discurso de vítima de Vieira não possui qualquer legitimidade, não é justificado pela realidade. E relativamente ao conteúdo dos discursos da direcção benfiquista, mencionando a existência de conluios e conspirações pérfidas contra o clube, fazendo lembrar – para usar um exemplo histórico – as prédicas de Hitler e dos dirigentes Nazis contra os Judeus, responsabilizando-os pelos problemas que persistiam na Alemanha dos anos 30, contendo frases cheias de ódio e intolerância que serviam implicitamente para incitar à violência verbal (e não só) e, simultaneamente, através de toda a propaganda entranhada na cabeça, para que os alemães não inquirissem sobre os verdadeiros problemas que afligiam a Alemanha.
Com esta comparação não quero afirmar que o SLB representa o nazismo, porque seria um paralelo abusivo e errado, mas apenas salientar que, acreditando numa ignorância ingénua por parte do emissor, o método retórico e o conteúdo do discurso do presidente benfiquista se assemelham à propaganda mediática usada pelos Nazis.
Pensemos no jogo em que o SL Benfica perdeu com o SC Braga por 2-1. No final desse jogo, todo o palavreado lançado para os media, pela direcção benfiquista, foi que a derrota do clube já estava decidida previamente, que o árbitro foi o causador da derrota. Ora, esta “poeira” lançada para a praça pública, tinha como motivo não permitir ver e responsabilizar a verdadeira causa da derrota, ou seja, uma agressão de um jogador benfiquista que, após a sua expulsão, colocou a equipa a jogar com menos um elemento e, sobretudo, o mérito do adversário, o Braga, em alcançar a vitória no jogo.
Depois destas observações, ver um benfiquista, descontente com a direcção do clube dele, afirmar que o método e o discurso actual de Vieira é semelhante ao de Pinto da Costa nos inícios da presidência no FC Porto não pode passar sem uma contradição de factos e argumentos, pois nunca Pinto da Costa incitou à intolerância contra outrem, nem mandava “avisos”, prévios aos jogos, para a praça pública para intimidar e atemorizar os agentes desportivos a serem condescendentes com as aspirações da equipa do clube, e contendo ameaças tácitas para o caso de aparecerem arbitragens isentas ou imparciais que apitassem contra a equipa.
(continua)
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Pedro Miguel Pereira a elaboração deste artigo (2ª parte).Actualmente, noutros âmbitos da vida social e cultural, a crítica efectuada à desvalorização, feita pelo Poder Central, da cidade Invicta e da iniquidade da distribuição de verbas pelas diferentes regiões do País é habitual em Rui Rio, Presidente da Câmara Municipal do Porto, e Mário Dorminsky, impulsionador do Fantasporto. Ora, nem um, nem outro podem ser considerados acólitos, ou lacaios, da causa futebolística ou de Pinto da Costa, portanto a questão da insensibilidade e indiferença dos poderes políticos e dos centros de decisão, face às colectividades da cidade Invicta não é uma mera invenção de Pinto da Costa, como apregoam tantas vezes os benfiquistas.
Agora analisemos a legitimidade do discurso de vítima do “sistema” futebolístico em Portugal usada pela direcção do SL Benfica e pelo seu Presidente, Luís Filipe Vieira: falta-lhe o substrato da realidade, todo o discurso de Vieira é contrariado pela realidade dos factos. Existe porventura algum regime político, ou um Governo em Portugal, que se mantenha indiferente aos apelos do SLB? Não, basta ver as constantes advertências indirectas, vindas da direcção do SLB, enviadas para a praça pública para intimar e pressionar os centros de decisão existentes a cederem aos pedidos efectuados.
Quem não se lembra das “trapalhadas” fiscais, do tempo de Vale e Azevedo na presidência do SLB, e que, pela aplicação da Lei, dariam direito à descida de divisão e a pesadas multas, e tudo foi esquecido pelas autoridades. E o que dizer da aceitação, por parte da então Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, da cotação em bolsa de acções do SLB, totalmente em oposição à Lei?
Ora o que se vê, é que ainda existe um tratamento privilegiado dado ao SLB pelo poder político. Portanto, o discurso de vítima de Vieira não possui qualquer legitimidade, não é justificado pela realidade. E relativamente ao conteúdo dos discursos da direcção benfiquista, mencionando a existência de conluios e conspirações pérfidas contra o clube, fazendo lembrar – para usar um exemplo histórico – as prédicas de Hitler e dos dirigentes Nazis contra os Judeus, responsabilizando-os pelos problemas que persistiam na Alemanha dos anos 30, contendo frases cheias de ódio e intolerância que serviam implicitamente para incitar à violência verbal (e não só) e, simultaneamente, através de toda a propaganda entranhada na cabeça, para que os alemães não inquirissem sobre os verdadeiros problemas que afligiam a Alemanha.
Com esta comparação não quero afirmar que o SLB representa o nazismo, porque seria um paralelo abusivo e errado, mas apenas salientar que, acreditando numa ignorância ingénua por parte do emissor, o método retórico e o conteúdo do discurso do presidente benfiquista se assemelham à propaganda mediática usada pelos Nazis.
Pensemos no jogo em que o SL Benfica perdeu com o SC Braga por 2-1. No final desse jogo, todo o palavreado lançado para os media, pela direcção benfiquista, foi que a derrota do clube já estava decidida previamente, que o árbitro foi o causador da derrota. Ora, esta “poeira” lançada para a praça pública, tinha como motivo não permitir ver e responsabilizar a verdadeira causa da derrota, ou seja, uma agressão de um jogador benfiquista que, após a sua expulsão, colocou a equipa a jogar com menos um elemento e, sobretudo, o mérito do adversário, o Braga, em alcançar a vitória no jogo.
Depois destas observações, ver um benfiquista, descontente com a direcção do clube dele, afirmar que o método e o discurso actual de Vieira é semelhante ao de Pinto da Costa nos inícios da presidência no FC Porto não pode passar sem uma contradição de factos e argumentos, pois nunca Pinto da Costa incitou à intolerância contra outrem, nem mandava “avisos”, prévios aos jogos, para a praça pública para intimidar e atemorizar os agentes desportivos a serem condescendentes com as aspirações da equipa do clube, e contendo ameaças tácitas para o caso de aparecerem arbitragens isentas ou imparciais que apitassem contra a equipa.
(continua)
Foto: Glórias do Passado
segunda-feira, 21 de março de 2011
Um meio-campo "renovado" na Mata Real
Conforme é sabido, o Paços de Ferreira tem vindo a fazer um bom campeonato e, de acordo com quem tem acompanhado de perto esta equipa, muito do seu sucesso é alicerçado na coesão do seu trio do meio-campo.
No dia 11 de Março, o Paços de Ferreira foi a Aveiro jogar com o Beira Mar para a 23ª jornada do campeonato. Chegados ao final do jogo, dois dos médios da equipa – David Simão e André Leão – tinham visto o 5º cartão amarelo e o outro médio – Leonel Olímpio – foi expulso com um vermelho directo (numa jogada em que nem sequer tocou no jogador aveirense).
Nota: Os primeiros três cartões mostrados pelo árbitro a jogadores do Paços foram precisamente a estes três médios. O árbitro haveria ainda de mostrar mais dois cartões, em período de descontos...
Perante esta situação, no jogo da 24ª jornada o meio-campo do Paços vai ter de ser TODO mudado, com Rui Vitória a ter de inventar soluções, recorrendo a jogadores menos rodados e fazendo várias adaptações.
P.S.1 A arbitragem do Beira-Mar x Paços Ferreira não foi polémica, nem deu que falar. Apenas para que conste, e para memória futura, o árbitro foi o “promissor” Marco Ferreira.
P.S.2 Hoje, no tal jogo da 24ª jornada, o Paços Ferreira vai receber na Mata Real um clube que tradicionalmente equipa de encarnado e que, nesta altura, ocupa o 2º lugar da classificação.
domingo, 20 de março de 2011
Haverá festa no capoeiro?
Não é novidade, este FC Porto alimenta a chama através da constante reciclagem de novos desafios. Com o campeonato no bolso a malta de Villas-Boas vai mantendo a concentração nos jogos que faltam como pode. Nem sempre da melhor maneira. A Académica é que, pouco preocupada com isso, pôs o Dragão em sentido, obrigando-o a contornar um desafio imprevisto. Para não variar, conseguiu-o com distinção.
Em gestão de alguns activos, o conjunto azul e branco perspectivou ter em mãos mais um daqueles antigos tróleis de colecção, onde inevitavelmente o golo iria aparecer depois de muita pedra partir. Puro engano. Voto de louvor à Briosa que veio à Invicta praticar um futebol descomplexado. Uma estratégia bem delineada, assente em ataques rápidos que surtiu efeito pouco depois de meia hora de jogo. Addy cometeu uma pequena “traição” à sua casa-mãe.
Se a letargia portista derivava do seu convencimento de que o golo mais cedo ao mais tarde iria cair, o adiantar do marcador por parte da Académica teve o condão de resgatar a nossa equipa para o jogo no imediato. A passividade, e a circulação de bola inútil, deram lugar a uma outra dinâmica, obrigando Peiser a entrar em cena e garantir a vantagem da sua equipa até ao intervalo.
Em gestão de alguns activos, o conjunto azul e branco perspectivou ter em mãos mais um daqueles antigos tróleis de colecção, onde inevitavelmente o golo iria aparecer depois de muita pedra partir. Puro engano. Voto de louvor à Briosa que veio à Invicta praticar um futebol descomplexado. Uma estratégia bem delineada, assente em ataques rápidos que surtiu efeito pouco depois de meia hora de jogo. Addy cometeu uma pequena “traição” à sua casa-mãe.
Se a letargia portista derivava do seu convencimento de que o golo mais cedo ao mais tarde iria cair, o adiantar do marcador por parte da Académica teve o condão de resgatar a nossa equipa para o jogo no imediato. A passividade, e a circulação de bola inútil, deram lugar a uma outra dinâmica, obrigando Peiser a entrar em cena e garantir a vantagem da sua equipa até ao intervalo.
Os segundos 45 minutos vieram confirmar o embalo que a locomotiva azul e branca estava a tomar. Com o ritmo e troca de bola bem lá no alto, sucediam-se os momentos de aflição em redor da baliza da Académica. Resistir a tal caudal era impossível e o FC Porto em pouco mais de um quarto de hora despachou serviço, dando a volta ao marcador. Guarin, novamente, foi o abre-latas de ocasião.
Insaciável pelo golo, o FC Porto ainda deu mais cor ao resultado por intermédio de Varela, em recarga após um cabeceamento à trave de Rolando. No antes e no depois, mais umas quantas de bolas ficaram por entrar. Nada que possa vir a fazer grande diferença na contabilidade final do campeonato. O título segue romaria para o capoeiro, e Villas-Boas tem à sua disposição o andor completo.
Fotos rapinadas em uefa.com
Números da semana (XXI)
10 vitórias do FC Porto nos 12 jogos já disputados na Liga Europa 2010/11 (este número supera o recorde português de 9 triunfos numa só temporada nas competições europeias – Sporting em 2004/05 e slb em 2009/10).
20 golos marcados por Hulk em 21 jogos que disputou no campeonato 2010/11 (falhou um por ter ido ao Brasil e outro por ter atingido os 5 cartões amarelos).
21 triunfos e dois empates (com Vitória Guimarães e Sporting) obtidos pelo FC Porto, é o melhor desempenho, à 23ª jornada, de uma equipa do campeonato português nos últimos 38 anos.
32 jogos seguidos do FC Porto sem perder no campeonato português (9 na época passada e 23 esta época).
50 segundos foi o tempo que o FC Porto demorou a marcar um golo na recepção ao CSKA Moscovo (nos outros dois jogos disputados no Estádio do Dragão contra esta equipa russa o marcador tinha ficado em branco).
32612 espectadores estiveram no Estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x CSKA Moscovo (Liga Europa, oitavos-final).
28,9% é o contributo do FC Porto para o total de pontos das equipas portuguesas no ranking da UEFA dos últimos cinco anos (slb 24,9%, Sporting 21,7%, Braga 17,9%).
14,6 milhões de euros são os proveitos globais mínimos do contrato de patrocínio que a FCP SAD celebrou com a Portugal Telecom e que vigorará até 30 de Junho de 2015.
20 golos marcados por Hulk em 21 jogos que disputou no campeonato 2010/11 (falhou um por ter ido ao Brasil e outro por ter atingido os 5 cartões amarelos).
21 triunfos e dois empates (com Vitória Guimarães e Sporting) obtidos pelo FC Porto, é o melhor desempenho, à 23ª jornada, de uma equipa do campeonato português nos últimos 38 anos.
32 jogos seguidos do FC Porto sem perder no campeonato português (9 na época passada e 23 esta época).
50 segundos foi o tempo que o FC Porto demorou a marcar um golo na recepção ao CSKA Moscovo (nos outros dois jogos disputados no Estádio do Dragão contra esta equipa russa o marcador tinha ficado em branco).
32612 espectadores estiveram no Estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x CSKA Moscovo (Liga Europa, oitavos-final).
28,9% é o contributo do FC Porto para o total de pontos das equipas portuguesas no ranking da UEFA dos últimos cinco anos (slb 24,9%, Sporting 21,7%, Braga 17,9%).
14,6 milhões de euros são os proveitos globais mínimos do contrato de patrocínio que a FCP SAD celebrou com a Portugal Telecom e que vigorará até 30 de Junho de 2015.
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (I)
Por Pedro Miguel Pereira (*)
(*) Pedro Miguel Pereira, natural de Paranhos, actualmente a residir na Maia. Começou a sentir a paixão pelo FC Porto quando, em pequeno, começou a acompanhar o Pai nos jogos nas Antas, no tempo do Hermann Stessl e depois com o regresso de Pedroto. Foi nestas circunstâncias que passou a vibrar com as vitórias do FC Porto.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Pedro Miguel Pereira a elaboração deste artigo (1ª parte).
Foto: Glórias do Passado
Certo dia um filósofo afirmou, já perto do final do século XX, que “a primeira de todas as forças que governam o mundo é a mentira”.
Ao ler a sua frase recordei-me da máxima do Ministro Nazi da Propaganda, o qual defendia que, na propagação dos ideais, uma mentira dita mil vezes acabaria por tornar-se uma verdade.
Este pensamento veio-me à cabeça quando, recentemente, tive uma franca e educada troca de argumentos, num blog, com um benfiquista, que assumia abertamente estar contra o Presidente do seu clube, Luís Filipe Vieira, porque considerava que este estava a utilizar o mesmo método que Pinto da Costa nos inícios da década 80, quando este se tornou Presidente do FC Porto, e que foi, de acordo com a opinião desse benfiquista, um discurso incendiário e procurando “escolher um inimigo onde concentrar os ódios dos adeptos”.
Repliquei que ele estava enganado e que, fazendo uma análise objectiva e racional, nunca Pinto da Costa se afirmou no FC Porto e no panorama futebolístico nacional com discursos carregados de cólera e incitando ao ódio e intolerância contra outrem.
O argumento que esse benfiquista, descontente com o tom e o discurso de Luís Filipe Vieira, utilizava não corresponde à realidade dos factos e, portanto, para que essa falsa ideia – a da semelhança de tom e de conteúdo do discurso de Pinto da Costa nos inícios da sua presidência no FC Porto e do actual discurso de Luís Filipe Vieira – não se propague e se repita milhares de vezes tornando-se uma “verdade”, convém desmistificar, esclarecer e contextualizar os primeiros discursos de Pinto da Costa enquanto Presidente do FC Porto.
Quando Pinto da Costa iniciou a sua Presidência no FC Porto eu era ainda uma criança e só retenho vagas imagens na minha memória. Uma delas foi o facto de o meu Pai ter votado nele, pelo que só posteriormente examinei, através do que me relataram e de textos jornalísticos e biográficos que pude ler, os seus discursos, os quais de forma alguma podem ser classificados de “incendiários”, no sentido de apelar à violência. Mas, para os adversários do FC Porto, classificar de “incendiário” um mero discurso de afirmação e de apelo à vitória por parte Pinto da Costa e do FC Porto é uma velha táctica – usando uma retórica intimidativa – que serve para amedrontar, denegrir e impedir o crescimento de uma causa, nesta situação, de um clube.
Dizia-me esse benfiquista que não discutia a legitimidade dos discursos, quer o de Pinto da Costa, quer o de LF Vieira, apenas verifica que o método é o mesmo. Ora, eu considero que é necessário sempre analisar a legitimidade de uma causa, porque isso equivale a escolher entre o bem e o mal, e efectuarmos essa análise impede a prática de erros e o cometimento de juízos incorrectos. Aplicando este princípio ao assunto em questão, chegamos à conclusão que o discurso de Pinto da Costa de então – finais dos anos 70 e inícios dos anos 80 – estava contextualizado numa conjuntura política, social, cultural e desportiva acabada de sair do Estado Novo, na qual o SLB e o SCP eram protegidos porque eram clubes que mantinham relações privilegiadas com os poderes de decisão política, conjuntura que, dada a subsistência de um status quo na política desportiva, ainda se mantinha após o 25 de Abril, reflectindo-se na forma como as arbitragens beneficiavam o SLB e o SCP e prejudicavam o FC Porto, bem como, em certos “arranjos” de secretaria para impedir o crescimento do FC Porto.
Portanto, neste contexto, um discurso, vindo de Pinto da Costa e mesmo de José Maria Pedroto, que exigisse um sistema mais imparcial e transparente – em conformidade com o regime político recém estabelecido – no futebol em Portugal e denunciando “favores” e privilégios existentes, fazia sentido.
Para dar uma perspectiva mais ampla do contexto desportivo, social e cultural a que Pinto da Costa aludia nos seus discursos, realçando que o desfavorecimento e desprezo a que outras regiões do País, para além da capital, eram votadas era real e estrutural na política do Estado Novo, será importante mencionar aqui exemplos de outras personalidades que apontaram tal facto, como o General Humberto Delgado (natural de Torres Novas no Ribatejo) que, nas eleições para a Presidência da República em 1958, num comício realizado no Coliseu da cidade Invicta, alertou para a exclusão e abandono social, económico – e consequentemente desportivo acrescentaríamos nós – a que fora deixada a região Norte e concretamente a cidade do Porto. À saída do Coliseu diria ainda “esta gente do Porto, insubmissa à tirania (…) no Porto nasceu (…) o indomável espírito de luta que só terminará com o triunfo da liberdade em Portugal”.
A verdade é que, como o reconhecia um relatório do Governador Civil do Porto enviado ao Ministro do Interior em 1958, “o Porto aparece como o foco mais activo da Oposição em todo o País e nada indica que este estado de coisas se venha a modificar”.
Nestas circunstâncias entende-se que uma vitória de uma qualquer colectividade – social, cultural ou desportiva – da cidade Invicta fosse vista como inconveniente e perigosa pelo Estado Novo. Outro exemplo, que demonstra a desconfiança e temor que o Estado Novo passou a ter pelas iniciativas que provinham da cidade Invicta, é o caso do Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, que em 1958, posteriormente às eleições para a Presidência da República, criticou o regime político, entre outras coisas, pela ausência de liberdades, ambiente de opressão e condições de vida miseráveis da população. Já depois do 25 de Abril, outra personalidade pública, Francisco Sá Carneiro, em Novembro de 1974, num discurso político realizado na cidade Invicta afirmou “a ditadura significou o declínio do Porto e o desprezo do Norte…”.
Mencionei aqui estas personalidades, não por qualquer preferência ou militância partidária da minha parte, nem por mera petulância, mas para demonstrar que um discurso – o seu tom, o conteúdo – vindo de Pinto da Costa nos finais dos anos 70 e inícios dos anos 80, exigindo critérios isentos no futebol e apelando às virtudes portistas, se inseria num contexto mais vasto de afirmação e crescimento da cidade Invicta, que o Presidente do FC Porto não era um fundador de qualquer movimento de luta regionalista, e que já anteriormente outras personalidades exigiam um revigorar das forças vivas da cidade. Aliás, o próprio Pinto da Costa viria, numa entrevista dada em 2000 ou 2001, a reconhecer sentir-se impressionado, no início da sua vida como dirigente desportivo, pelas personalidades atrás mencionadas, pelo exemplo ético que deixaram para o fortalecer das ambições da cidade Invicta.
Com este esclarecimento, quero dizer que o argumento utilizado pelos benfiquistas de que o discurso, nos anos 80, de Pinto da Costa, era “incendiário” porque era dirigido contra outros – quando apenas apelava à consolidação e crescimento do clube – não tem qualquer sentido ou lógica e é desprovido de fundamento nos factos e na realidade, porque esse argumento benfiquista equivaleria a afirmar que não existia desfavorecimento da região nortenha no tempo do Estado Novo e que as denúncias – feitas quer pelo General Humberto Delgado, quer pelo Bispo do Porto, ambas em 1958 – do desprezo pela região Norte e da existência de vastas injustiças em Portugal, eram mentira e falsas, e os motivos que levaram essas duas personalidades a afrontar o regime político da altura não possuíam qualquer legitimidade nem se apoiavam numa realidade factual.
(continua)
Ao ler a sua frase recordei-me da máxima do Ministro Nazi da Propaganda, o qual defendia que, na propagação dos ideais, uma mentira dita mil vezes acabaria por tornar-se uma verdade.
Este pensamento veio-me à cabeça quando, recentemente, tive uma franca e educada troca de argumentos, num blog, com um benfiquista, que assumia abertamente estar contra o Presidente do seu clube, Luís Filipe Vieira, porque considerava que este estava a utilizar o mesmo método que Pinto da Costa nos inícios da década 80, quando este se tornou Presidente do FC Porto, e que foi, de acordo com a opinião desse benfiquista, um discurso incendiário e procurando “escolher um inimigo onde concentrar os ódios dos adeptos”.
Repliquei que ele estava enganado e que, fazendo uma análise objectiva e racional, nunca Pinto da Costa se afirmou no FC Porto e no panorama futebolístico nacional com discursos carregados de cólera e incitando ao ódio e intolerância contra outrem.
O argumento que esse benfiquista, descontente com o tom e o discurso de Luís Filipe Vieira, utilizava não corresponde à realidade dos factos e, portanto, para que essa falsa ideia – a da semelhança de tom e de conteúdo do discurso de Pinto da Costa nos inícios da sua presidência no FC Porto e do actual discurso de Luís Filipe Vieira – não se propague e se repita milhares de vezes tornando-se uma “verdade”, convém desmistificar, esclarecer e contextualizar os primeiros discursos de Pinto da Costa enquanto Presidente do FC Porto.
Quando Pinto da Costa iniciou a sua Presidência no FC Porto eu era ainda uma criança e só retenho vagas imagens na minha memória. Uma delas foi o facto de o meu Pai ter votado nele, pelo que só posteriormente examinei, através do que me relataram e de textos jornalísticos e biográficos que pude ler, os seus discursos, os quais de forma alguma podem ser classificados de “incendiários”, no sentido de apelar à violência. Mas, para os adversários do FC Porto, classificar de “incendiário” um mero discurso de afirmação e de apelo à vitória por parte Pinto da Costa e do FC Porto é uma velha táctica – usando uma retórica intimidativa – que serve para amedrontar, denegrir e impedir o crescimento de uma causa, nesta situação, de um clube.
Dizia-me esse benfiquista que não discutia a legitimidade dos discursos, quer o de Pinto da Costa, quer o de LF Vieira, apenas verifica que o método é o mesmo. Ora, eu considero que é necessário sempre analisar a legitimidade de uma causa, porque isso equivale a escolher entre o bem e o mal, e efectuarmos essa análise impede a prática de erros e o cometimento de juízos incorrectos. Aplicando este princípio ao assunto em questão, chegamos à conclusão que o discurso de Pinto da Costa de então – finais dos anos 70 e inícios dos anos 80 – estava contextualizado numa conjuntura política, social, cultural e desportiva acabada de sair do Estado Novo, na qual o SLB e o SCP eram protegidos porque eram clubes que mantinham relações privilegiadas com os poderes de decisão política, conjuntura que, dada a subsistência de um status quo na política desportiva, ainda se mantinha após o 25 de Abril, reflectindo-se na forma como as arbitragens beneficiavam o SLB e o SCP e prejudicavam o FC Porto, bem como, em certos “arranjos” de secretaria para impedir o crescimento do FC Porto.
Portanto, neste contexto, um discurso, vindo de Pinto da Costa e mesmo de José Maria Pedroto, que exigisse um sistema mais imparcial e transparente – em conformidade com o regime político recém estabelecido – no futebol em Portugal e denunciando “favores” e privilégios existentes, fazia sentido.
Para dar uma perspectiva mais ampla do contexto desportivo, social e cultural a que Pinto da Costa aludia nos seus discursos, realçando que o desfavorecimento e desprezo a que outras regiões do País, para além da capital, eram votadas era real e estrutural na política do Estado Novo, será importante mencionar aqui exemplos de outras personalidades que apontaram tal facto, como o General Humberto Delgado (natural de Torres Novas no Ribatejo) que, nas eleições para a Presidência da República em 1958, num comício realizado no Coliseu da cidade Invicta, alertou para a exclusão e abandono social, económico – e consequentemente desportivo acrescentaríamos nós – a que fora deixada a região Norte e concretamente a cidade do Porto. À saída do Coliseu diria ainda “esta gente do Porto, insubmissa à tirania (…) no Porto nasceu (…) o indomável espírito de luta que só terminará com o triunfo da liberdade em Portugal”.
A verdade é que, como o reconhecia um relatório do Governador Civil do Porto enviado ao Ministro do Interior em 1958, “o Porto aparece como o foco mais activo da Oposição em todo o País e nada indica que este estado de coisas se venha a modificar”.
Nestas circunstâncias entende-se que uma vitória de uma qualquer colectividade – social, cultural ou desportiva – da cidade Invicta fosse vista como inconveniente e perigosa pelo Estado Novo. Outro exemplo, que demonstra a desconfiança e temor que o Estado Novo passou a ter pelas iniciativas que provinham da cidade Invicta, é o caso do Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, que em 1958, posteriormente às eleições para a Presidência da República, criticou o regime político, entre outras coisas, pela ausência de liberdades, ambiente de opressão e condições de vida miseráveis da população. Já depois do 25 de Abril, outra personalidade pública, Francisco Sá Carneiro, em Novembro de 1974, num discurso político realizado na cidade Invicta afirmou “a ditadura significou o declínio do Porto e o desprezo do Norte…”.
Mencionei aqui estas personalidades, não por qualquer preferência ou militância partidária da minha parte, nem por mera petulância, mas para demonstrar que um discurso – o seu tom, o conteúdo – vindo de Pinto da Costa nos finais dos anos 70 e inícios dos anos 80, exigindo critérios isentos no futebol e apelando às virtudes portistas, se inseria num contexto mais vasto de afirmação e crescimento da cidade Invicta, que o Presidente do FC Porto não era um fundador de qualquer movimento de luta regionalista, e que já anteriormente outras personalidades exigiam um revigorar das forças vivas da cidade. Aliás, o próprio Pinto da Costa viria, numa entrevista dada em 2000 ou 2001, a reconhecer sentir-se impressionado, no início da sua vida como dirigente desportivo, pelas personalidades atrás mencionadas, pelo exemplo ético que deixaram para o fortalecer das ambições da cidade Invicta.
Com este esclarecimento, quero dizer que o argumento utilizado pelos benfiquistas de que o discurso, nos anos 80, de Pinto da Costa, era “incendiário” porque era dirigido contra outros – quando apenas apelava à consolidação e crescimento do clube – não tem qualquer sentido ou lógica e é desprovido de fundamento nos factos e na realidade, porque esse argumento benfiquista equivaleria a afirmar que não existia desfavorecimento da região nortenha no tempo do Estado Novo e que as denúncias – feitas quer pelo General Humberto Delgado, quer pelo Bispo do Porto, ambas em 1958 – do desprezo pela região Norte e da existência de vastas injustiças em Portugal, eram mentira e falsas, e os motivos que levaram essas duas personalidades a afrontar o regime político da altura não possuíam qualquer legitimidade nem se apoiavam numa realidade factual.
(continua)
(*) Pedro Miguel Pereira, natural de Paranhos, actualmente a residir na Maia. Começou a sentir a paixão pelo FC Porto quando, em pequeno, começou a acompanhar o Pai nos jogos nas Antas, no tempo do Hermann Stessl e depois com o regresso de Pedroto. Foi nestas circunstâncias que passou a vibrar com as vitórias do FC Porto.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Pedro Miguel Pereira a elaboração deste artigo (1ª parte).
Foto: Glórias do Passado
sábado, 19 de março de 2011
JVP e o sorteio da Liga Europa
«Ao jogar com o Spartak no Estádio Luznikhi, os jogadores portistas vão reencontrar um problema extra: a relva artificial. O FC Porto revelou grandes dificuldades a adaptar-se à relva sintética no jogo com o CSKA em Moscovo, sobretudo na primeira parte. Alguns jogadores, de resto, assumiram isso mesmo e pode ser um problema grande. Em Moscovo, o FC Porto não conseguiu dinamizar o seu futebol nem desequilibrar nos duelos individuais porque a bola prendia. O terreno de jogo é um factor que pode desequilibrar uma eliminatória, uma vez que não há igualdade pois alguns jogadores passam anos sem pisar relva sintética. Nela, a bola prende mais e salta mais, tornando o futebol mais lento e de menor qualidade. Além disso, o FC Porto estará perante um adversário que provou estar forte nesta altura ao ganhar os dois jogos com o Ajax, pelo que terá dificuldades a dobrar: a relva sintética e o valor da equipa russa.
O Benfica é, das três equipas portuguesas, aquela que tem melhores hipóteses de seguir em frente. Ter o PSV como adversário deve ser encarado como positivo, sobretudo se o Benfica conseguir explorar tão bem como habitualmente as transições rápidas. As equipas holandesas, tradicionalmente, arriscam bastante e não são muito rigorosas em termos defensivos. Tornam-se adversários complicados quando se encaixam e têm a posse de bola mas desorganizam-se muito e costumam dar espaços no seu meio-campo. Ora este é o tipo de característica do adversário que melhor serve o futebol do Benfica. A maior prova de que o PSV não é uma equipa temível é ter ganho somente pela margem mínima ao Rangers, que não é um conjunto forte e teve muita sorte na eliminatória com o Sporting.»
Sem facciosismos despropositados e revelando um conhecimento muito grande acerca do que fala, João Vieira Pinto tem demonstrado ser um dos melhores comentadores do futebol português, isto sem precisar de recorrer a linguagem à la Freitas Lobo.
A sua análise completa ao sorteio da Liga Europa pode ser lida aqui.
Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.
Sonho de uma noite de Primavera
Os últimos dias têm sido de enorme alvoroço em Portugal.
O que está em questão? Bem, uns reclamam que Roderick - ao albarroar Ventura quando este se levantava depois de efectuar uma defesa, e antes do cabeceamento de N. Gomes - cometeu falta sobre o GR do Portimonense. Outros (como J. Coroado) afirmam que estando Ventura para lá das 4 linhas não há falta, mas ao ser impedido de regressar ao terreno de jogo este devia ser interrompido e recomeçado com uma bola ao solo. Outros ainda reclamam falta anterior de Roderick ou até mesmo de N. Gomes, ao saltarem. E finalmente outros consideram que não houve nada de anormal no lance, sendo perfeitamente legal.
Tudo começou no domingo à noite aquando do golo do slb, com a Sport TV a passar 521 repetições do lance e os comentadores a mandarem os seus bitaites.
Atingiu o seu apogeu na 2a feira de manhã, quando um dos diários desportivos dedicou a capa por inteiro ao assunto com os comentários (sem parêntsis, claro, porque não estava a citar ninguém a não ser um anónimo da Redação):
"Benfica não precisava disto para aguentar o 2o lugar à frente do SCP", e
"Paulo Baptista decidiu o que já estava decidido".
O que está em questão? Bem, uns reclamam que Roderick - ao albarroar Ventura quando este se levantava depois de efectuar uma defesa, e antes do cabeceamento de N. Gomes - cometeu falta sobre o GR do Portimonense. Outros (como J. Coroado) afirmam que estando Ventura para lá das 4 linhas não há falta, mas ao ser impedido de regressar ao terreno de jogo este devia ser interrompido e recomeçado com uma bola ao solo. Outros ainda reclamam falta anterior de Roderick ou até mesmo de N. Gomes, ao saltarem. E finalmente outros consideram que não houve nada de anormal no lance, sendo perfeitamente legal.
O que é certo é que não se falou de outra coisa toda a semana, sendo um lance discutível que salvou o clube da casa da derrota.
O mesmo jornal atingiu ontem o êxtase arrrumando completamente com a discussão, ao publicar a sentença divina do douto observador dos árbitros (que lhe terá chegado às mãos através de um arcanjo): o golo não deveria ter sido validado. Espera-se agora que Paulo Baptista seja irradiado e o jogo repetido.
Entretanto e pelo meio tivémos mais um enoooorme caso, também com direito de 1a página por inteiro: um roupeiro do SCP terá sido agredido à saída de uma tasca no Chiado (com uma palmada nos dedos da mão esquerda) por dois indivíduos indeterminados, que lhe disseram que era para "aprender a não falar mal do slb lá na tasca". Isto segundo as palavras idóneas do próprio, claro (e de um steward leonino que se lhe tinha juntado numas pataniscas de bacalhau), que decidiu não apresentar queixa na Polícia, nem precisou de ser tratado no hospital (mas os dedos ficaram a arder de forma desconfortável durante uns bons 3 minutos, segundo afirmou o próprio solenemente em conferência de imprensa).
Segundo se consta, os dois indivíduos em questão são "extremamente perigosos" (ao princípio fiquei sem perceber se isso se referia ao roupeiro & steward, ou aos alegados agressores, mas parece que era o segundo caso - apesar de não se saber de quem se trata). Parece que uma vez deram uma estalada num vizinho e em outra roubaram um chupa-chupa a uma criança, vejam lá... o Bin Laden comparado com eles é um autêntico amador. A PSP já montou uma gigantesca caça ao homem, tendo mesmo pedido ajuda à CIA.
Segundo se diz, a FIFA também já mandou investigar estes dois casos e prepara-se para deixar o slb de fora das competições internacionais durante os próximos 134 anos, depois de receber um DVD do SCP a fazer queixinhas.
Quando a coisa já ia nesse ponto, bati com a mão na mesa de cabeceira e... acordei. Ao dar-me conta do ridículo deste sonho, sorri e abanei com a cabeça. Afinal de contas cenas deste género não poderiam acontecer numa Líbia, quanto mais num país minimamente civilizado como Portugal (mesmo trocando-se de nomes aos clubes)... certo?
sexta-feira, 18 de março de 2011
Prestígio além fronteiras
“Claro que o sorteio não nos deu o adversário melhor, mais fácil. Já ouvi dizer muitas vezes que o FC Porto é o principal pretendente à vitória na Liga da Europa”
Valeri Karpin, treinador do Spartak de Moscovo
“O FC Porto é a equipa que tem mais nome, parece-me que são o rival a abater”
Santi Cazorla, médio do Villarreal
Por mais que a máquina de propaganda ao serviço do slb tente denegrir o FC Porto e o mérito das suas vitórias, o prestígio dos dragões além fronteiras continua intocável e é mesmo cada vez maior.
Foto: Valeri Karpin e Evgeni Makeev (Epsilon/Getty Images Europe)
O brinde e as favas do sorteio
Atendendo a um compromisso entre qualidade das equipas, deslocação e possibilidade de apoio dos adeptos (principalmente dos emigrantes), a generalidade dos adeptos dos clubes portugueses queria uma das duas equipas holandesas. Por outro lado, ninguém queria fazer longas e cansativas viagens para defrontar equipas da antiga União Soviética, as quais, ainda por cima, nos últimos anos têm ganho várias vezes esta competição.
Efectuado o sorteio, as favas saíram novamente ao FC Porto e Braga e, claro, o brinde saiu mais uma vez ao slb.
Para além do desgaste físico e mental de terem de voltar a Moscovo (ir e vir são quase 8000 quilómetros!), os jogadores do FC Porto terão também de voltar a jogar num relvado sintético, com tudo o que isso implica, a começar pelo enorme risco de lesões. De facto, o sorteio não podia ser pior.
P.S. O azar do FC Porto e a inacreditável sorte do slb em TODOS os sorteios desta época das competições europeias, é algo que merecia ser estudado por académicos especialistas na teoria das probabilidades.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Que venha, agora, uma equipa menos difícil...
Mas que bela equipa que foi por nós eliminada (mais uma).
Mesmo com 3 golos de desvantagem, os russos lutaram até ao fim, dando assim origem a mais uma noite de sofrimento mas também conferindo maior valor à nossa passagem aos quartos-de-final.
Quando aos 40 segundos, a arte de Hulk e a tal estrelinha colocaram o FCP em instantânea vantagem, tudo levava a crer que, desta vez, iríamos ter direito a algum sossego.
Tal ideia ganhou mais força quando, após um ou outro susto, apareceu o desejado segundo golo:
Uma excelente pressão ofensiva, obrigou os russos a um atraso mal executado. James, teve então o seu único momento de brilho enquanto esteve em campo: inteligente, não deixou que a bola, vinda de uma má palmada do guarda-redes, saísse e centrou à medida de Falcao (que teve exibição apagada, diga-se). O melhor marcador da Liga Europa por pouco não chegou mas, atrás de si, vinha mais um compatriota (uma jogada toda ela colombiana, portanto), o homem do momento, Guarín.
Mais uma vez, este não falhou. Um remate que até pareceu simples (não o era), tal a confiança que o nosso médio transpira neste momento.
Estranho ou não, os russos não foram abaixo com mais esta machadada.
Davam sempre a ideia de que poderiam marcar a qualquer momento. E foi isso mesmo que aconteceu. Defesa momentaneamente mal organizada, Sapunaru (quem mais?) coloca o jogador russo em jogo e o mal já estava feito.
Muito importante seria, pois, o recomeço.
Seguiriam, os homens de leste, no mesmo ritmo intenso?
A resposta foi pronta: sim. Villas-Boas, audaz, nem perdeu tempo e fez talvez a mais rápida substituição desde que chegou ao Dragão. Tira o apagado James e reforça o meio-campo, num quase perfeito 4-4-2. Belluschi entrou bem e segurou o nosso sector mais débil.
É com esta entrada que, finalmente, conseguimos esticar o jogo e afastar o CSKA da nossa área.
O terceiro golo, tranquilizador, nunca mais saía e até se receou que Hulk tivesse saído cedo de mais. Foram uns longos seis minutos sem quase posse de bola (Rodriguez e Varela totalmente sem pedalada).
E eis-nos nos quartos, merecidamente, após eliminar duas das melhores equipas em prova.
Agora, para fazermos jus à nossa condição de favoritos número um à vitória final (isto dito por gente que está a apostar o seu próprio dinheiro), existem ainda coisas a melhorar para, então sim, podermos sonhar.
Urge dar mais dinâmica ao meio-campo. Mais ideias e mais posse de bola que nos livrem do sufoco.
Fernando nem esteve mal hoje. Já Moutinho continua muito desaparecido.
Uma coisa é ter dimensão caseira mas, para se ganhar a Liga Europa, é preciso algo mais.
10 coisas melhores para fazer na Foz...
... do que bater no Rui Gomes da Silva:
- Almoçar no Cafeína
Jogging da Avenida Brasil à Foz Petiscar no Cepa Torta Dar umas tacadas no mini-golf no Passeio Alegre Lanchar na Tavi com vista para o mar Pescar junto ao Farol Comer um Linguinni alla Putanesca no Al Forno Ir ao Buhle beber um cocktail Apreciar as rajadas de Nortada nos meses do Verão Ir à Ervilha ver o FC Foz
World top 10 football clubs
Talvez o Miguel Guedes queira levar, ou fazer referência a esta peça da CNN (feita na semana após a 19ª jornada do campeonato) num dos próximos ‘Trio de Ataque’, para mostrar ao António Pedro Vasconcelos e a outros benfiquistas “iluminados”, o modo como o FC Porto é visto a nível internacional.
quarta-feira, 16 de março de 2011
O jogador do momento
De acordo com a Cadena Ser, Guarín está referenciado por um dos principais clubes espanhóis – o Valência –, cujos dirigentes ponderam avançar com uma proposta para a próxima temporada.
Contudo, eu duvido que a FCP SAD esteja disposta a abdicar deste internacional colombiano (que voltou a ser convocado para a sua selecção) por menos de 13-15 milhões euros, verba que deve fazer arrefecer o interesse dos “Valências” deste Mundo.
Entretanto, o Público escolheu-o como protagonista da última jornada, escrevendo o seguinte:
«Freddy Guarín chegou ao FC Porto em 2008 e, mais do que fãs, foi ganhando lugar no lote de ódios de estimação dos adeptos portistas. Poucos percebiam a razão de o médio colombiano estar no plantel da equipa. Alguns terão começado a mudar de ideias no final da época passada e agora já serão poucos a não reconhecer o papel importante de Guarín nos mais recentes resultados do FC Porto. (…)
Guarín é mesmo o segundo melhor marcador do FC Porto em 2011, apenas atrás de Hulk. “Tiro-lhe o chapéu, porque conseguiu resistir a uma pressão terrível. Houve uma altura em que todos lhe caíam em cima, iam matando o homem”, disse ao Record Jesualdo Ferreira, antigo treinador do FC Porto. “Felizmente, aí estão à vista todas as qualidades que ele tem: força, potência no remate e uma atitude perante o jogo que não lhe permite desistir de nenhuma bola.”
Contratado em 2008 ao Saint-Étienne, num negócio em que o FC Porto emprestou Paulo Machado e pagou um milhão de euros por 50 por cento do passe, Guarín está a afirmar-se na equipa azul e branca.»
O artigo completo pode ser lido aqui.
Contudo, eu duvido que a FCP SAD esteja disposta a abdicar deste internacional colombiano (que voltou a ser convocado para a sua selecção) por menos de 13-15 milhões euros, verba que deve fazer arrefecer o interesse dos “Valências” deste Mundo.
Entretanto, o Público escolheu-o como protagonista da última jornada, escrevendo o seguinte:
«Freddy Guarín chegou ao FC Porto em 2008 e, mais do que fãs, foi ganhando lugar no lote de ódios de estimação dos adeptos portistas. Poucos percebiam a razão de o médio colombiano estar no plantel da equipa. Alguns terão começado a mudar de ideias no final da época passada e agora já serão poucos a não reconhecer o papel importante de Guarín nos mais recentes resultados do FC Porto. (…)
Guarín é mesmo o segundo melhor marcador do FC Porto em 2011, apenas atrás de Hulk. “Tiro-lhe o chapéu, porque conseguiu resistir a uma pressão terrível. Houve uma altura em que todos lhe caíam em cima, iam matando o homem”, disse ao Record Jesualdo Ferreira, antigo treinador do FC Porto. “Felizmente, aí estão à vista todas as qualidades que ele tem: força, potência no remate e uma atitude perante o jogo que não lhe permite desistir de nenhuma bola.”
Contratado em 2008 ao Saint-Étienne, num negócio em que o FC Porto emprestou Paulo Machado e pagou um milhão de euros por 50 por cento do passe, Guarín está a afirmar-se na equipa azul e branca.»
O artigo completo pode ser lido aqui.
Impunidade e negação dos factos
No final do recente slb x Portimonense, Jorge Jesus foi questionado sobre o inquérito e processo disciplinar de que está a ser alvo, por causa da agressão ao jogador do Nacional Luís Alberto.
A resposta do treinador do slb é reveladora do sentimento de total impunidade que existe nas altas esferas encarnadas:
“Não acredito que leve nove dias ou nove minutos de supensão, muito menos nove meses. Não acredito que seja penalizado, a não ser monetariamente. Não fiz nada para ser castigado e o testemunho de Luís Alberto é a melhor prova disso”.
Agressor e agredido poderão dizer o que quiserem, na tentativa de evitarem sanções, mas haverá melhor prova do que as imagens que o país inteiro viu?
Entretanto, já passaram 52 dias (!) desde que ocorreu a agressão. Cada vez é mais certo que, no caso de haver uma suspensão, a mesma será cumprida após o campeonato estar matematicamente decidido (talvez nas férias...).
P.S. Alex Ferguson foi suspenso por cinco jogos e multado em 48 mil euros, por ter criticado o árbitro do jogo Chelsea x Manchester United. O castigo foi de três jogos e mais dois por reincidência. Se semelhante critério fosse aplicado a Jorge Jesus, teríamos uma suspensão de, no mínimo, 50 jogos...
A resposta do treinador do slb é reveladora do sentimento de total impunidade que existe nas altas esferas encarnadas:
“Não acredito que leve nove dias ou nove minutos de supensão, muito menos nove meses. Não acredito que seja penalizado, a não ser monetariamente. Não fiz nada para ser castigado e o testemunho de Luís Alberto é a melhor prova disso”.
Agressor e agredido poderão dizer o que quiserem, na tentativa de evitarem sanções, mas haverá melhor prova do que as imagens que o país inteiro viu?
Entretanto, já passaram 52 dias (!) desde que ocorreu a agressão. Cada vez é mais certo que, no caso de haver uma suspensão, a mesma será cumprida após o campeonato estar matematicamente decidido (talvez nas férias...).
P.S. Alex Ferguson foi suspenso por cinco jogos e multado em 48 mil euros, por ter criticado o árbitro do jogo Chelsea x Manchester United. O castigo foi de três jogos e mais dois por reincidência. Se semelhante critério fosse aplicado a Jorge Jesus, teríamos uma suspensão de, no mínimo, 50 jogos...
O Merchandising serve para quê, ao certo?
Como já mencionei anteriormente houve poucas surpresas no relatório e contas do 1o semestre, sendo essas pequenas surpresas positivas no desempenho dos proveitos "normais". Nesta categoria insere-se as receitas de merchandising, que subiram 400mil Euros em relação ao 1o semestre de 09/10.
No entanto os custos associados subiram mais ou menos na mesma proporção, com o resultado que a Porto Comercial continua sem contribuir com lucro para o grupo SAD (que se deseja, de forma a "financiar" o futebol). Aliás, isto não só é verdade para a Porto Comercial como para as outras empresas satélite (Porto Multimédia, Porto Estádio e Porto Seguro, sendo esta última a única que contribui com um lucro minimamente decente, em % do seu volume de negócios):
No entanto os custos associados subiram mais ou menos na mesma proporção, com o resultado que a Porto Comercial continua sem contribuir com lucro para o grupo SAD (que se deseja, de forma a "financiar" o futebol). Aliás, isto não só é verdade para a Porto Comercial como para as outras empresas satélite (Porto Multimédia, Porto Estádio e Porto Seguro, sendo esta última a única que contribui com um lucro minimamente decente, em % do seu volume de negócios):
Sabendo-se que o merchandising é uma autêntica "cash cow" para os grandes clubes europeus, lamento que no caso do FCP este não contribua de todo com algum lucro de forma a termos mais dinheiro para investir no futebol (mesmo que se compreenda que em termos absolutos o nosso volume de vendas seja muito inferior). E com preços de camisolas aos 60 ou 70€ (com um preço de fabrico e transporte que é uma pequena fracção deste valor), admira-me que assim seja. Idem, em menor medida, para uma Porto Multimédia.
Tenho algumas indicações de que a "máquina" por detrás destas empresas (pequenas ou até mesmo pequeníssimas - repare-se que os proveitos de uma Porto Multimédia ou Porto Seguro são da mesma ordem de grandeza das receitas de uma única loja de vestuário num centro comercial) será muito "pesada", com um elevado número de Directores e outros funcionários, mas mesmo assim é difícil de imaginar razões para que uma Porto Comercial dê prejuízo. Acho mesmo extraordinário que o R&C passe por cima desse facto como se fosse algo perfeitamente normal: "A Porto Comercial e a Porto Multimédia tiveram um impacto negativo, ainda que de forma muito reduzida" [sic] é tudo o que têm a dizer sobre a sua performance.
Quero acreditar que isto será apenas devido a "engenharia" contabilística de forma a minimizar impostos sobre o lucro. Dito de outra forma, se calhar estas empresas até dão mesmo lucro mas haverá custos que lhe são atribuídos que pouco ou nada têm a ver com a sua actividade (nomeadamente alguns dos custos ambíguos da estrutura da empresa-mãe, que são difíceis de esmiuçar por um auditor) - mas esta "táctica" em princípio e para um semi-leigo só fará sentido se a empresa-mãe der prejuízo, o que até nem sido o caso.
De qualquer forma isso não teria qualquer impacto nas contas consolidadas de todo o grupo (quereria apenas dizer que os custos da empresa-mãe são na realidade mais altos do que parecem, com as contas consolidadas a darem uma soma "zero"; já agora, essa "creatividade" contabilística em teoria também poderia passar pela alocação de proveitos).
Para concluir: se partirmos por outro lado do princípio que não haverá qualquer "engenharia" contabilística (e não temos dados para afirmar o contrário), pergunto-me então porque diabo existem estas empresas (e a ausência de lucro não é um caso pontual: é assim desde sempre). São uma distração para os nossos administradores, e no meu simples entendimento a sua função deve ser - acima de tudo - angariar lucro para "alimentar" o futebol.
Se não há lucro, então "feche-se o tasco" e deixe-se quem assim o quiser vender artigos do FCP pagando-nos royalties sobre esses produtos (uns 15% não seria um mau começo), com o único esforço da nossa parte a centrar-se na cobrança dos dito-cujos e na fiscalização (e processos jurídicos se assim se justificar) na venda desses produtos... mas de uma ou de outra forma, acho que devia ser perfeitamente possível ter estas actividades a contribuirem com uns quantos milhões de euros por ano de lucro para aquilo que interessa no grupo, que é a pujança da equipa de futebol.
terça-feira, 15 de março de 2011
Uma estória mal contada
Versão 1: Notícia em A Bola (12/03/2011)
«O incidente aconteceu à saída do restaurante, quando dois encapuçados agrediram o dirigente encarnado (…).
Celso Ferreira, edil de Paredes, foi testemunha do incidente e descreveu a A BOLA como tudo se passou: “Quando saímos do restaurante Shis, na Foz, fomos subitamente surpreendidos por dois indivíduos, que deram um soco no Rui dizendo que era a paga pelos comentários que fazia na TV. Segundo me disseram, estava uma terceira pessoa dentro de um carro, a controlar tudo o que se passava. Foi, claramente, uma emboscada dirigida a Rui Gomes da Silva, de quem sou amigo de longa data. Foi tudo muito rápido: agrediram-no e fugiram.”»
Nesta versão foram dois encapuçados que agrediram Rui Gomes da Silva com UM soco e foi tudo muito rápido.
Versão 2: Notícia publicada no jornal i (14/03/2011)
«A alegada agressão de que foi vítima na sexta-feira à tarde, à saída de um conhecido restaurante no Porto, o vice-presidente do Benfica e administrador da SAD Rui Gomes da Silva, foi presenciada pelo presidente da câmara de Paredes, Celso Ferreira (…).
“Imagine o pior. Imagine alguém a sair de um almoço com a mulher, um amigo e a mulher deste e ser agredido na cara e no pescoço, sem sequer ter tido capacidade de reacção”, conta o presidente da câmara de Paredes, acrescentado que os alegados agressores se afastaram “sem correr, com total segurança e controlo da situação”, até porque “estaria uma terceira pessoa dentro de um carro, a controlar tudo o que se passava e para eventualmente reforçar o contingente da agressão”.
Celso Ferreira revela ainda que foi possível identificar os agressores, assim como o terceiro indivíduo que se encontrava no interior do carro, e que estes estarão ligados aos Super Dragões, a principal claque do FC Porto. “Sabemos perfeitamente quem são as pessoas. Já me informei junto de pessoas afectas à claque que me disseram que se trata de indivíduos extremamente violentos”.
Nesta versão Rui Gomes da Silva foi agredido na cara e no pescoço e os alegados agressores afastaram-se sem correr.
Versão 3: Programa ‘O Dia Seguinte’ na SIC Noticias (14/03/2011)
“fui surpreendido por uma pessoa, com um boné na cabeça, de maneira a que não se lhe vissem as feições. Passou por mim e pregou-me duas bofetadas. Depois, correu. O outro indivíduo que o acompanhava, já de longe, disse-me: “Isto é para aprenderes a não dizer mal do FC Porto, e é um aviso, para a próxima levas mais, ainda vens para aqui gozar e almoçar ao Porto.”
Rui Gomes da Silva
Nesta versão já não foram dois agressores, mas apenas um (o outro ficou a ver); o agressor já não estava encapuçado, o que tinha era um boné na cabeça; já não foi um soco, mas sim duas bofetadas; e em vez de “se afastaram sem correr, com total segurança e controlo da situação”, o agressor fugiu dali a correr.
Não sei se existiu, ou não, uma agressão, mas se querem ser credíveis convinha que Rui Gomes da Silva e Celso Ferreira se entendessem previamente e procurassem transmitir a mesma versão nas múltiplas entrevistas que deram à comunicação social. Eu ouço e leio o que ambos disseram e dificilmente poderia imaginar tantas contradições, da alegada vitima e da testemunha ocular, em tão pouco tempo.
Mas ainda há mais. Voltando às declarações do presidente da câmara de Paredes ao jornal i, há outras coisas que também não batem certo.
“Já me informei junto de pessoas afectas à claque que me disseram que se trata de indivíduos extremamente violentos”.
Informou-se junto da claque?
Que claque?
Da claque do União Sport Clube Paredes (de que é simpatizante o conhecido jornalista Carlos Daniel)?
Dos No Name boys?
De uma facção dissidente dos Super Dragões?
E se o agressor estava encapuçado (versão 1), ou tinha um boné na cabeça de maneira a que não se lhe vissem as feições (versão 3), como é que os agressores foram identificados?
Por acaso, o presidente da Câmara Municipal de Paredes dispunha de algum álbum de fotografias (estilo policial) para mostrar às “pessoas afectas à claque” com quem falou? E nas fotos as pessoas estariam encapuçadas ou de boné?
Esta estória está muito mal contada, tão mal contada que me faz lembrar uma das estórias em que Carolina Salgado tentou incriminar Pinto da Costa, a propósito das agressões a Ricardo Bexiga, em que a amiga de Leonor Pinhão disse que tinha mandado partir as câmaras de vídeo do parque da Alfândega. O problema é que não havia câmaras de vídeo naquele parque de estacionamento…
Enfim, como dizem que já sabem perfeitamente quem foram os agressores, ficamos a aguardar que Rui Gomes da Silva apresente na PSP uma queixa formal contra essas pessoas.