domingo, 12 de dezembro de 2010
O recorde
Não, este texto não é sobre o diário desportivo do grupo Cofina. É antes um pequeno apontamento sobre a série de 34 jogos oficiais sem perder que o FC Porto atingiu, após vencer o Juventude Évora.
Conforme a comunicação social não se cansou de lembrar, o máximo anterior tinha sido estabelecido por José Mourinho, entre 5 de Outubro de 2003 e 28 de Março de 2004 - 33 jogos sem perder.
"Este recorde deve-se em muito a Jesualdo Ferreira e ao que ele deixou aqui", André Villas-Boas
Fica bem a AVB recordar o homem que o antecedeu no comando técnico do FC Porto. De facto, esta série de 34 jogos foi iniciada no final da época passada, com 10 vitórias consecutivas, a que AVB juntou mais 21 vitórias e três empates. Mas, conforme reconhece o actual treinador do FC Porto, o contributo de Jesualdo Ferreira para este recorde não é "apenas" as 10 vitórias. É também tudo aquilo que ele deixou de positivo.
Quando, por exemplo, vemos o desempenho actual de Hulk e Guarin, é inevitável lembrar o trabalho especifico que Jesualdo desenvolveu com estes jogadores e a que AVB está a dar continuidade, potenciando o seu rendimento, e de outros jogadores, no colectivo muito forte que construiu esta época.
Mas voltando ao recorde, e sem querer minimizar este feito, temos de reconhecer que é mais fácil manter a invencibilidade competindo na Liga Europa, do que se estivéssemos no nosso lugar natural, isto é, a disputar a Liga dos Campeões.
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2 comentários:
Evidentemente que para um recorde de invencibilidade não entra a valia dos adversários que a não conseguiram quebrar. É apenas uma estatística e o seu valor, pelo menos para mim, só é relevante porque significa que a equipa atingiu os objectivos que lhe interessavam. Para além disso, simples pormenor.
«O novo recorde de jogos sem perder é apenas mais uma oportunidade de salientar o excelente momento que o F,C. Porto atravessa. Até porque estamos a falar de partidas disputadas em competições diferentes e em fases distintas.
Mas este número (34 jogos sem perder) é também uma oportunidade para sublinhar a boa herança que André Villas-Boas recebeu de Jesualdo Ferreira. Jogadores de qualidade, uma organização, regras claras e até dinheiro para gastar.
Foi neste banco que o jovem treinador do F.C. Porto se sentou quando 2010/11 começou. Não quero com isto dizer que o trabalho realizado desde então é simples. Nem pouco mais ou menos. Significa apenas que André Villas-Boas não foi obrigado a enfrentar uma clube e uma equipa necessitados de uma revolução. Bem pelo contrário.
Até pro ser verdade, ficou bem a André Villas-Boas lembrar a boa herança que recebeu de Jesualdo Ferreira. Uma declaração que fica bem ao técnico portista e demonstra humildade.»
Luís Sobral
www.maisfutebol.iol.pt
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