A história continua. A invencibilidade em jogos em casa na Champions League segue com mais uma exibição de monumental categoria futebolistica. O Chelsea pode nem sequer estar a atravessar o seu melhor momento mas isso não minimiza em absoluta a brutal exibição de autoridade de um Porto que parece reservar sempre a sua melhor cara para os exigentes jogos europeus em casa, tal como sucedeu no ano passado. Se a equipa tropeça na liga em campos pequenos com equipas que nada propõem a não ser ver o tempo passar, ao som da versão futebolistica de "Zadok, the Priest", os dragões saem da toca e não poupam ninguém. Nem os milhões do Chelsea, nem o génio táctico de José Mourinho. Ontem, sob o céu da Invicta, foi tudo pela frente.
Os bailes de Brahimi pela esquerda vão correr mundo. A força tremenda de Aboubakar, atacado por todos os lados, já faz a muitos esquecerem o grande jogador que é Jackson. O trio do meio-campo, ajudado sempre por André, foi um pendulo sempre em movimento de um lado ao outro. O Porto tentou o golo por todos os lados. Conseguiu-o com o lance mais esperado - desiquilibrio de Brahimi, ressalto e presença da segunda linha na área - e com o mais inesperado - desvio ao primeiro poste depois de um canto - e ainda sofreu um balde de água fria com um livre perfeitamente anotado por Willian mas onde Iker devia ter feito mais (ainda que dificilmente chegasse á bola). Os golos puseram o sal no jogo mas a emoção durou os noventa minutos. O Porto foi mais ofensivo, mais hábil a gerir a posse, criou as situações de maior perigo - e o guarda-redes espanhol, quando foi chamado a intervir, teve duas defesas determinantes e a benção da barra - e controlou o jogo. Foi também mentalmente mais forte ao aguentar o jarro de água fria do empate e sair com vontade de comer o mundo na segunda parte. Soube enfriar os impetos dos ingleses, uma equipa anómala e sem um pingo de imaginação, e controlar a bússola que é Cesc. A partir de aí foi questão de impor a ideia de jogo e de ir empurrando a relva para a baliza de Begovic. O guarda-redes dos ingleses salvou a equipa em vários momentos mas também ele foi incapaz de travar um disparo oportuno (outro) de André e o golpe de cabeça do capitão brasileiro que voltou a exibir-se a grande nivel.
Este Porto é muitas coisas.
Uma equipa de fortalezas evidentes e fragilidades claras. Nada muda com um jogo, nem para bem nem para mal. Continua a existir muito trabalho pela frente nas bolas paradas (nota-se o esforço do treino, sobretudo nos cantos, mal falta mais, muito mais) apesar do golo de Maicon. Também convém ressalvar que as dúvidas sobre Casillas seguem. No um contra um é imparável. Nos centros para a área continua a ficar, demasiadas vezes, a meio caminho. Importante igualmente é o novo matiz táctico, uma especie de 4-1-4-1 sem bola que se assemelha muito ao desenho aplicado em 2004 por Mourinho quando entrou na fase a eliminar da Champions League.
Sem a bola a equipa ocupa mais espaços, graças ao trabalho de André, e Aboubakar tem-se revelado fundamental na capacidade de receber e aguentar a bola, esperando pela incorporação pelas alas dos seus colegas. Um esquema que encaixa perfeitamente no exigente palco europeu mas que de nada serve na liga. Talvez por isso a equipa continua a mostrar-se forte num cenário e com problemas noutro.
O que seguramente foi ontem o Porto no Estádio do Dragão, foi uma equipa superior ao rival. Já o tinha sido contra o Bayern (por ter a bola mais tempo no pé não se faz automaticamente com que se seja superior, já o sabemos todos a esta altura) e voltou a demonstrá-lo explorando todas as debilidades do rival.
Se Ivanovic é uma sombra do que foi? Põe-se Brahimi a trocar-lhe os olhos. Se Diego Costa só realmente causa perigo com espaços, dá-se-lhe poucas oportunidades para correr entre linhas. Se Mourinho reforça o meio-campo com músculo, coloca-se uma linha de quatro que, sempre entre ajudas, recupera o esférico e deixa o Chelsea seco de bola. Num exercicio puro de treinador, Lopetegui fez tudo bem. Escolheu os jogadores certos (o que não quer dizer que todos estiveram bem, basta lembrar os sucessivos passes falhados de um Danilo ou de Indi, jogadores esforçados mas que não estiveram ao mesmo - altissimo - nivel dos colegas) e a dinâmica a seguir. O triunfo foi o justo prémio.
Esta versão do Porto pode resumir-se em dois homens da casa. Ruben e André.
O primeiro é claramente um predestinado. Lopetegui poderá fazer muitas coisas no futebol mas uma das mais notáveis será sempre o olho de ave de rapina com que decidiu resgatar Ruben dos sub19 e lançá-lo ás feras. O futebol estar-lhe-á eternamente grato. O jovem é hoje em dia muito provavelmente o melhor do mundo na sua faixa etária. É dificil encontrar um futebolista sub19 á escala global que seja tão completo, tão competitivo, tão inteligente e com um caracter tão vincado. O FC Porto sabe que tem aqui uma pérola e esta convém não vender tão cedo. Primeiro, porque sair agora para outra realidade poderia travar a sua espantosa evolução. Todos sairiam a perder. E depois porque Ruben, enquanto quiser - e o importante é que parece querer-lo - tem tudo para ser um simbolo do clube e idade para sê-lo durante algo tempo. Todos sabemos que tarde ou cedo irá a outros pastos e é preciso sempre respeitar a decisão do jogador quando esse momento chega. Cabe ao clube - que o renovou sem avisar ninguém - dar-lhe todos os argumentos para que vá ficando.
Não há, agora mesmo, milhões no mercado que paguem um jogador como ele por tudo o que representa, dentro (é um Pirlo/Xavi em potência, cada vez há menos dúvidas) e fora do terreno de jogo. Ruben é da casa e da casa também é André. Custou pouco mais de 1 milhão de euros recuperar outro producto da formação (isto no meio do complexo negócio Hernani, com empréstimos ás meias duzias incluido) mas valeu bem a pena. André André é o motivo porque muitos gostam genuinamente de futebol, um desporto que se popularizou porque não era preciso ser o mais alto, o mais rápido, o mais atlético ou o mais artista para triunfar, ao contrário de outros desportos. Não, André não é nada disso. Seguramente é um jogador sem noves ou dez como já é Ruben, mas tem muitos setes e oitos e poucos seis e cincos. É um futebolista que se assume como um operário, não aspira a mais. Mas que dá tudo o que tem e não tem. Corre mais, grita mais, mexe-se mais, pede mais a bola, e aparece em todo o lado. Cada equipa necessita de um André, um jogador que represente algo mais que um atleta, algo mais que um artesão.
Ele, com Ruben, é um autêntico filho do Dragão e ontem a noite foi deles, dos que viveram mais de uma década no novo estádio, que começou a forjar a sua lenda de noites europeias com Mourinho ao leme. Do outro lado, o sadino apenas teve de contemplar como aquilo que ele começou continua a ser uma realidade indismentível que nem todos os milhões que o amparam podem travar. Pela terceira vez Mourinho voltou a casa para entender que os filhos do Dragão na sua toca continuam invenciveis.
49 comentários:
Bom artigo! Concordo com quase tudo.
Só não consigo concordar com a opinião sobre Danilo/Indi.
Se formos ver as estatística da UEFA:
. Danilo tem 81% de acerto no passe, não é TOP, mas é seguramente um bom valor.
. Indi tem uns quase assinaláveis 89% de acerto no passe.
Eu não consigo escolher o melhor do jogo, muito menos o pior, acho que a equipa esteve a um nível altíssimo, cada um deu tudo de si (o que sabia) e uma equipa é mesmo isto.
Ou até escolho, e escolho Julen como o melhor do jogo!
Cumps
Muito bem escrito...
a equipe jogou como equipe e o público jogou com a equipe...
Infelizmente contra o Belenenses não vão estar 46 mil no estádio...
Faltou esta atitude contra o Moreirense...
No geral gostei da exibição mas a defesa ainda dá casas que não passam pela cabeça de ninguém. Vê-se os lances de perigo do Chelsea e há sempre alguém a ter uma embolia cerebral que não se percebe. Basicamente muito músculo (Imbula), raça (André) e classe (Rúben) no meio campo e Aboubakar a comprar o bilhete de ida para próxima época, exibição monumental. Brahimi é andar sempre com um mp3 a passar o Hino da Champions durante os jogos ao fim-de-semana. Osvaldo e Evandro voltaram a entrar bem. Danilo continua desastrado.
E um golo de canto. Abram o champanhe!
(nota-se o esforço do treino, sobretudo nos cantos, mal falta mais, muito mais) apesar do golo de Maicon...sim?e a bola do Danilo no poste num canto..é fruto de acaso?!E nem o menciona,mas não esquece o do Costa do Chelsea..critérios editoriais diriam, os pasquins lixobonenses!!!
Silverio,
Naturalmente que falta mais, muito mais. Faltará sempre mais. O ratio é ainda insignificante nos casos de sucesso. Mas viu-se com Ruben e Layun ensaios praticados o que é positivo. O golo do Maicon, merecido, é menos fruto de um grande canto e mais um desacerto de marcação defensiva do Chelsea. É preciso ter isso em mente.
Carrela,
O Indi teve acerto no passe mas andou algo perdido na marcação. Não significa que tenha estado mal - nenhum esteve - mas em comparação com os colegas da defesa pareceu-me o eixo mais fraco. Idem para Danilo, que teve falhos importantes, sobretudo na primeira meia-hora, e que empalidece se a comparação é com Imbula (grande segunda parte, sobretudo), André ou Ruben.
Boa exibição, particularmente na 2a parte. Na 1a tivemos alguma dificuldade em controlar as transições do Chelsea (notou-se uma certa atrapalhação, sem bola, dos 3 elementos do meio-campo, associada ao nervosismo do Maicon e à lentidão do Indi), mas corrigimos isso na 2a e a produção da equipa melhorou substancialmente. O Imbula já esteve mais solto e mostrou a utilidade que pode ter no meio-campo, é uma questão de tempo, habituação e confiança. O Rúben Neves fez uma grande exibição, recheada de pormenores técnicos de grande qualidade (aquele cabrito à entrada da área!). O Brahimi voltou a ser uma fonte de desequilíbrios e o Aboubakar manteve o altíssimo nível que tem evidenciado. O resultado é justo e a qualificação para os oitavos começa a desenhar-se. Esperemos que a motivação se mantenha em alta para os Belenenses e afins. Nem só de Champions vive o Porto, Sr. Lopetegui.
Qualidade, discernimento, classe, categoria, intelegência... todos os adjectivos que me consigo lembrar são poucos para descrever o que mostra em campo um dos jogadores que mais gozo me deu ver a aparecer no futebol nos últimos anos: Ruben Neves! Tê-lo feito no FCP é ouro sobre azul!
PS. Lopetegui foi resgata-lo aos sub17 e não aos sub19
João,
Só um pormenor. Contam-se pelos dedos da mão as vezes que Brahimi teve oportunidades de jogar 1x1 em todos os jogos deste ano. Ontem foram talvez 7 ou 8 vezes...
Veja-se como exemplo o clássico: Semedo teve sempre 1 ou mais a ajudar.
Já no nosso primeiro golo ontem, o Pedrito (que adoro) estava a filmar o lance e resolveu não intervir... Como essa houve várias.
Brahimi é um jogador fantástico, e não é só na Champions. Obviamente que com espaço e/ou com linhas de passe próximas (alô Lopetegui) e/ou não "encurralado" na linha, a sua qualidade vem mais e mais ao de cima...
PS: Mourinho é uma sombra do passado. Uma equipa distante, sem ideias, hxh, referências individuais, a atacar mal e com poucos... Além disso, fala bem, mas não me encanta... nadinha!
é por estas e por outras que não consigo nunca criticar o Lopetegui, ontem montou um esquema muito bom e também soube mexer muito bem.
tem um modelo de jogo de que não abdica, que é algo complicado de assimilar e de treinar, não se conseguindo uma equipa em 2/3 meses (se fosse pontapé para a frente e a bola é de quem a apanhar, ok, bastavam 15 dias de treino).
acho que foi aqui que disse há uns tempos que me parecia que estávamos bem servidos de centrais. dou a mão à palmatória. gosto muito do Maicon mas as 2/3 paragens cerebrais por época estão a transformar-se em 2/3 por jogo.
isto ainda a quente, que ontem com os "nerbos" estava-me a marimbar para as tácticas e nem consegui ver bem o jogo, mais logo vou rever na box :)
Danilo foi provavelmente o que esteve menos bem dos 4 médios.
Aceito isso na boa.
Mas continuo a achar que fez um bom jogo, dada a qualidade do adversário.
Quanto ao Indi, para mim fez um grande jogo, não me lembro de grande perigo vindo do seu lado.
Mas eu, infelizmente, não estive no estádio, é completamente diferente ver o jogo ao vivo ou na tv...
Por isso fui ver as estatísticas no site da UEFA, para tentar compreender um pouco mais o jogo.
cumps
«Também convém ressalvar que as dúvidas sobre Casillas seguem»
Na tua cabeça hão-de continuar SEMPRE !
Precisamente,
Ninguém esteve "mal" simplesmente houve um nivel estratosférico em alguns jogadores - Ruben, André, Imbula, Aboubakar, Brahimi - que fez com que outras exibições passassem desapercibidas.
81% de passe para um defesa e um trinco é mau. Muito mau. Principalmente sabendo que são 2 jogadores que não arriscam um passe a quebrar linhas.
Vejam o lance do Pedrito e digam lá se aquilo é estar bem.
Bem, não é que lhe faltem muitos anos de carreira pela frente por isso esse "sempre" não deve durar muito!
No meio disto tudo esquece-se de referir o pormenor de para uma decisão completamente ridícula de jogar com um central na esquerda, o horrível Mourinho decide responder sentando o melhor jogador da equipa.
Felizmente isso aconteceu, agora se em Stamford Bridge Lope voltar a usar Indi na esquerda, vamos a ver se não acontece um desastre.
Lopetegui voltou a mostrar que o primeiro objectivo é não perder. Ontem, o nosso banco era melhor que o banco do Barça e do Arsenal.
Esse é o PROBLEMA,
Lopetegui mostra - ja o fez o ano passado - o melhor que tem para dar na UCL.
Prepara a equipa muito bem, escolhe quase sempre os jogadores certos, os lances ensaiados funcionam, a atitude que transmite é sempre intensa e positiva e reflecte-se na equipa...
E depois, como se estivesse exausto (nos jogos depois) ou ansioso (nos anteriores) é incapaz de reproduzir tudo isso ao nivel do campeonato. As mesmas inegaveis virtudes que tem na UCL, transformam-se num problema quando joga longe do Dragão com equipas pequenas...falta estudo do rival, falta intensidade, faltam as escolhas certas, etc..
Digamos que Lopetegui encaixa, como treinador, no perfil que a SAD quer onde a UCL é a maxima prioridade e aposta tudo ai. Ao contrario, o VP, que era um optimo treinador a nivel domestico, depois na Europa perdia claramente em comparação. O ideal será sempre encontrar um ponto de encontro e nisso o Lopetegui tem de se esforçar MUITO mais.
Já agora, como é possível pessoal deliciar-se com o Ruben e depois andar a elogiar Herreras e Danilos?
É como dizer que a Scarlett Johansson é boa mas a Odete Santos até marchava.
Elogiar Herrera? Quem? Quando?
Desde há largos meses para cá, sempre que o vejo em campo, lembro-me daquele ditado "Herrar é Mexicano" :)
O primeiro objectivo é não perder... Diz quem quer!
Outros dirão que o que o primeiro objectivo é controlar o jogo e ser superior ao adversário!
Foi o que aconteceu, o Porto de Julen foi melhor que o Chelsea de Mourinho, PONTO!
Custa assim tanto admitir?
O Hazard ainda jogou meia hora... Contra um adversário já com algum desgaste...
Ainda bem que temos um banco com mais qualidade que Barcelonas e Arsenais... deve ser para compensar o refugo titular.
cumps,
Ninguém controla o jogo por um central jogar adaptado. Pode é perdê-lo por causa disso.
Admitir o quê? Que o Mourinho é neste momento um dos piores treinadores no mundo? Não, eu digo isso há muito tempo. Pesquise na etiqueta Mourinho e verá.
É verdade e estou cansado de o dizer. Brahimi tem sempre dois ou três jogadores em cima, muito por culpa das limitações do sistema. Apesar de tudo, ontem pareceu mais acutilante, não só no drible, mas quando teve que segurar para entregar jogável, nas desmarcações, nas recuperações.. pareceu melhor no geral.
O Benfica C até varremos, se for preciso. O problema é o próximo jogo fora. Ou qualquer jogo fora.
O "esquema" de Lopetegui tem VÁRIAS falhas, a maior parte dos ataques do Chelsea eram uma casa a arder na defesa, bolas paradas defensivas continuam a ser um suplício e a qualidade individual de alguns elementos (nomeadamente o Aboubakar a segurar os charutos para a frente da defesa e transformar em algo que se assemelhe a futebol) disfarça muitas lacunas. De posicionamento e de dinâmica.
2-1, 88' jogo feito, o Chelsea alivia uma bola num canto e cai redondinha no Hazard/Diego em 1 para 1 com o Indi. Já para não falar naquele último lance que dispensa comentários.
Se isto é um "esquema", não sei. Mas lá muito sólido, não é.
PS: Miguel, "nível doméstico" também inclui as Taças...
miguel87 ninguém. Não esta época. E o DC sabe disso muito bem, mas convém aliviar para aí não vá alguém comparar as performances do Brahimi e do Tello. Ou, e porque não (?) do Rúben e do saudoso Defour.
Pois, João, daí os "afins". Em jogos como os de ontem não é preciso motivar ninguém. Contra os "Moreirenses" já se exige alguma astúcia na motivação (é o tal "hino da Champions no mp3", bem tirada). Também aqui se vê a capacidade do treinador.
Depende da perspectiva, DC. Compararia a Odete Santos, do ponto de vista estético, a um Fernando Aguiar ou a um Binya, do ponto de vista futebolístico. Por outro lado, se o Rúben Neves é uma top model, o Herrera e o Danilo são girls next door. Há espaço e elogios para todos(as). Assim haja vontade. É a velha questão do copo meio cheio, meio vazio. Por exemplo, o Defour é uma autêntica girl next door ;)
João ;)
https://www.youtube.com/watch?v=Pw7w3fSZ7Yc
Parece-me que 35 mil bilhetes já estão vendidos.
Portanto acho que poderemos ter mais uma boa casa.
Luis, a minha única religião é a Igreja do Oxalá Esteja Enganado em Relação a Lopetegui. Mas está complicado de me darem uma luz :)
Para quem não viu o jogo e leu os comentários do DC, a coisa resume-se assim: uma das piores equipas do mundo, com um treinador miserável, deu um banho de bola ao FCP. Também pudera, o FCP tem um monte de cepos, treinados por um analfabeto especializado em jardinagem. DC no banco, já! Penso eu de que...
E o João a adjunto! Ou vice versa, tanto faz. Ganhamos na mesma. Cincazero! A todos!
O Herrera e o Danilo são uma girl next door, talvez... Se o Luis morar ao lado da Odete Santos, são.
Quanto aos que metem Defour em comparações com Danilo e Herrera, só posso dizer que tenho pena que não entendam o disparate que dizem. Pena porque, para esses, ver um jogo de futebol e tentar perceber o que se está a passar deve ser algo duma complexidade horrível e esgotante. Devem sair dum estádio mais esgotados que dum exame de matemática de 4 horas.
Convém, além de ler, compreender o que se lê.
Mas eu estarei por cá se me enganar ou se acertar. Quero ver o Silva...
Mais ou menos como o DC sai das sessões de contorcionismo que faz aqui, ou das hibernações prolongadas quando a conversa não lhe interessa. Só que com alguma actividade cerebral envolvida, pelo menos.
Isso é que era uma parceria!
Mas agora a sério, Silva. Já criticou um político? Um empresário? Um professor ou um profissional de saúde? Um magistrado? Eventualmente, um jogador do nosso clube, já terá criticado, certo?
Porque é que eu tenho a sensação que o Silva não será propriamente a reencarnação portuguesa do Churchill, self-made bilionário, com uma especialização em neurocirurgia e que divide a sua vida entre finais da Champions e o Supremo Tribunal de Justiça?
Não sei se me faço entender..
Ahahah o comentador que fugiu para o 442 no tempo do PF a queixar-se que no RP lhe apagavam comentários a dizer que eu faço hibernações.
PRICELESS!!!
Complexo é pôr o Fernando Aguiar e o Binya no mesmo patamar do Herrera e do Danilo. O Nuno do Entre Dez também não percebe nada de bola e gosta do mexicano. É mais um que sai esgotado dos jogos por serem demasiado intrigantes para o seu intelecto. Ganhe juízo, DC, deixe de se armar em dono da verdade sobre a bola.
Por acaso não! Exceto na parte do bilionario. Isso entendi lindamente:)
Agora a sério, já sim senhor. E desanco-os à esquerda à direita e ao meio. E quando tenho que dar a mão à palmatória, pois lá dou. A minha especialização em neurocirurgia ensinou-me que mais vale isso do que fazer de conta que tenho razão ;)
Já agora, se o João não se importa, e como tenho que me despachar para ir para o Supremo, aproveito e respondo já aqui ao caro DC. Obrigadinho.
DC, não estarei, desculpe lá. Porque seremos campeões, no final de uma magnífica época. Eu acredito. E você?
Obrigado a ambos pelo cuidado da resposta.
Não me recordo disso, mas tem noção do que acabou de dizer, certo? Que eu hibernava enquanto admite que estava a tentar publicar comentários?
Priceless é essa lógica.
O que eu disse (e foi você que escreveu no 442 quando eu questionei porque não ia ao RP, é que você hibernou e o justificou com o facto de o terem censurado algumas vezes. Deixou de cá vir durante muito, muito tempo e a sua justificação foi essa, na altura. Se verdadeira ou não, não sei. Mas foi o que me respondeu no 442).
Luís, o Nuno do entredez argumenta e admite poder estar errado. Essa discussão sobre o Herrera terá novos capítulos. E o Nuno do entredez acha o André horrível. Você se o quer usar como exemplo, seja coerente. Mas eu sei que seria pedir muito, anda sempre ao sabor do vento.
Como digo em cima, oxalá esteja enganado. E um indicador disso já me deixava satisfeito. As 2ªs partes contra Benfica e Chelsea quase conseguiram. Infelizmente continuo a ver alguns erros que são demasiado elementares para serem fruto do acaso, momento, má forma ou pior decisão dos jogadores.
O engraçado é que alguns dos argumentos que o Nuno utiliza agora, já eu os utilizava na época passada, quando o Herrera merecia defesa. Quer outro exemplo? O Nuno acha o Tello "horrível". Com sorte também não gosta do Defour. Trouxe-o à baila porque é alguém que percebe efectivamente de futebol e que, naqueles 2 casos, tem uma opinião semelhante à minha e oposta à sua. É caso para dizer que o DC não pesca nada disto? Não, tem apenas uma opinião contrária e defende-a, acontece. Isto para sublinhar, pela enésima vez, que até é interessante debater futebol consigo, não fora a mania irritante de estar sempre a tentar insultar a inteligência dos outros no que ao conhecimento do jogo diz respeito. Por fim, não há incoerência nenhuma: o facto de o Nuno não gostar do André André não belisca em nada o que lhe quis transmitir. Nesse aspecto, estou em desacordo com ele, embora compreenda a argumentação e também já tenha referido que o André André não é a oitava maravilha do mundo, mas que se tem exibido a grande altura, sendo mais um dos tais jogadores úteis, que num plantel extenso têm a sua importância. Já sei que o DC só quer Decos e James, mas isso é muito complicado de acontecer ;)
Luís, para variar, a ir por onde lhe convém.
O Nuno não diz só isso, diz isto:
"Acho o Tello horrível, por exemplo. É um jogador útil para transições, por exemplo, e pode desequilibrar individualmente. Não serve para mais do que isso, porém, e não é, de todo, o tipo de extremo que me agrade."
E sabe porque é que o Tello não lhe pode agradar? Porque ele defende o estilo de jogo com transições lentas, futebol apoiado, etc... É horrível no contexto que ele explica de seguida.
Como ele perceberá, daqui a uns tempos, que o Herrera é.
E sublinhe-se que o Nuno está a falar de impressões do Herrera. Não é um espectador assíduo do Porto. Daí, como pode ver pelo resto dos comentários, ele admitir até poder estar errado.
Quanto ao Defour, procurei e nem lhe encontrei opinião nenhuma.
Aliás o ridículo desta referência é mesmo isso. Ir buscar duas ou três frases desconexas e descontextualizadas e tentar transformá-las numa tese. É pobre e é desesperado. Mas nada que não fosse previsível. Já tinha tido várias pessoas a dizer-me que de certeza que aqui no RP se iam agarrar aos comentários do Nuno. No fundo, passam a vida a criticar os LE e os Entredez desta blogosfera, mas quando lhes dá jeito já passam a ser a referência.
Fui conhecer o EntreDez que é novidade para mim.
Primeiro post - Comentários - DC a levar acerto pela quinquagésima vez na treta do golo do Sporting em Alvalade. Desculpe lá o entendido ter-lhe respondido a mesma coisa que os ignorantes lhe disseram aqui na altura, era o Herrera que tinha que limpar as asneiradas do trinco. Porque o Lateral Esquerdo dizia numa fotografia. É isso.
DC, conheço muito bem a opinião do Nuno, não precisa de tentar explicá-la ou reproduzi-la. Acompanho o Entre Dez há muito tempo e identifico-me com muita da opinião lá produzida, embora me distancie em alguns aspectos, designadamente na concepção únitária que o Nuno tem do jogo, o que o leva a um certo extremismo. Contudo, não tente pôr o Entre Dez no mesmo saco do Lateral Esquerdo. É que não tem nada a ver. O que o Nuno diz, para mim, tem muito mais valor do que muita da baboseira que é plasmada no LE. O Maldini, então, é insuportável, parece o "groupie" do Jesus. O Baggio já se aproxima mais do Nuno, gosto mais de lê-lo, mas falta-lhe aquilo que o Nuno tem: profundidade teórica. Por isso, o Entre Dez é referência. O Lateral Esquerdo, como um todo, não, apenas o Baggio. E bem sei que o Baggio abomina o Herrera, por exemplo. É uma opinião qualificada, mas que não abala a minha convicção. Quanto ao Tello, não é preciso ir muito além do "horrível" (embora ache uma sentença um bocado desmesurada): o Tello é um jogador limitado em espaços curtos, errático nas decisões e pouco interessante numa equipa grande, constantemente no momento ofensivo. Por isso, não surpreende que o Nuno o ache mau. O que surpreende é o DC ser tão condescendente com o Tello, principalmente tendo em conta a concepção de jogo que habitualmente defende. Como vê, não há nada de ridículo e descontextualizado. Resulta de um pensamento sólido, convicto e com as referências que interessam. Por muito que o DC "grite" o contrário.
O João já voltou a demonstrar que não sabe ler.
"Há momentos, sobretudo no primeiro lance analisado, em que o Herrera podia ter feito mais e ficou apático."
Ora bem, Luís. Eu também tenho uma opinião muito mais próxima da do Baggio.
Quanto ao Tello, repare no golo do Corona contra o Moreirense. É por isso que prefiro o Tello, porque decide bem e lê bem o jogo. Outros jogadores ali centrariam à sorte. O Tello, por muito que erre execuções, conhece o jogo muito melhor que a maioria dos extremos que temos tido. Além de fisicamente ser fortíssimo.
DC, esse lance é um bom exemplo do que o Tello poderia oferecer à equipa, se fosse mais consistente. O problema é que o Tello muitas vezes esbarra no defesa constantemente, perdendo bolas, chuta quando deve passar, passa quando deve chutar. Dá a sensação que hesita no que deve fazer e prejudica o jogo da equipa. Não sei se é psicológico, se é cognitivo, o que sei é que um jogador com as suas características físicas e técnicas deveria render muito mais (ainda por cima, temos o famigerado mês de Março como contraponto). Pode ser que a chegada do Corona o "espicace".
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