"O FC Porto é o clube do meu coração, que continuo a gostar e a desejar sorte. Mas é claro que vou estar do outro lado. Vai ser bom voltar ao Porto.
Ter de enfrentar o FC Porto é sempre complicado. Desde que saí é a primeira vez. Com certeza que vai ser um jogo especial"
Deco, 31/08/2009
Há um ano atrás, no dia em que completou 31 anos, recordei aqui os aspectos mais salientes do palmarés de Anderson Luis de Souza, o "nosso" Deco.
E para quem não viu, ou já não se lembra, indo ao Youtube é possível recordar algumas das espectaculares jogadas e golos com que o Deco nos brindou enquanto vestiu de azul-e-branco. O vídeo seguinte, apesar da qualidade das imagens não ser a melhor, é um bom apanhado.
No dia 25 de Novembro, na recepção ao Chelsea, espero um estádio cheio e vibrante, que seja o 12º jogador. Contudo, tudo indica que nesse dia haverá um momento especial, precisamente quando o mágico voltar a pisar o relvado do Dragão. Nessa altura que ninguém fique sentado.
é o nº 10
finta com os dois pés
é melhor que o Pélé
é o Deco allez allez
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Queridos inimigos
Por Hugo Mocc
"Que o meu inimigo seja bravo e forte, pois se eu for derrotado não sentirei vergonha."
Provérbio das Tribos Nativas Norte-Americanas
Tinha comentado há uns tempos, em resposta a um post aqui no RP, que sou favorável a que os rivais do FC Porto sejam cada vez mais fortes. Por mim quero que Benfica, Sporting e demais clubes sejam cada vez mais fortes e difíceis de bater. Quero que contratem melhores jogadores e treinadores e quero que dêem luta até ao fim no campeonato, na taça e nas provas europeias. Fico contente de ver jogadores de qualidade como Saviola ou Izmailov a jogar no campeonato português, assim como fico despontado ao ver jogadores como o Wesley ou Nênê saírem para outros campeonatos, tão bons ou piores que o nosso.
Sei que muitos aqui discordam desta opinião pois ainda se lembram bem das décadas em que o FC Porto era sistematicamente espezinhado pelos "barões" da 2ª Circular e pelos poderes centralistas da "capital". E até compreendo o sentimento, até porque é um sentimento recíproco aos "3 grandes" do futebol português.
Infelizmente, sinto que é um sentimento contra-producente, que pouco ou nada contribui para a nossa melhoria enquanto clube / equipa de futebol. Quando muito, ver os adversários a serem humilhados constantemente na Europa (e em casa) dá-nos aquela alegria maliciosa de poder gozar com os colegas na escola e no trabalho, e só demonstra o "fosso" do futebol português para os maiores campeonatos europeus, mas não nos faz a nós melhores enquanto equipa / clube.
Já dizia Sir Alex Ferguson há duas ou três épocas atrás que o "FC Porto compra títulos no supermercado" aludindo à clara superioridade dos Dragões nas competições domésticas. É esta a imagem que queremos para o nosso Porto? De uma equipa que passeia pelo campeonato e costuma encomendar as faixas na segunda quinzena de Janeiro? Por muito que nos massage o ego portista, não ter adversários à altura nas competições domésticas faz com que nos tornemos complacentes e macios. Em quantos jogos durante a época vemos a equipa toda a "comer a relva"?
Existe uma vantagem na nossa superioridade, a de podermos gerir melhor o plantel entre as competições nacionais e europeias. Mas isso a mim não me consola: prefiro ver o Porto empatar ou mesmo perder um jogo em que jogando bem foi batido por um adversário que jogou melhor, do que andar para aí a"bater em mortos" ao fim-de-semana para depois tentar fazer boa figura à Terça ou à Quarta. Assim nunca poderemos ser tão competitivos quanto os melhores clubes europeus.
A Liga portuguesa é uma liga pouco competitiva. Invariavelmente (salvo raras excepções) um dos "3 grandes" vence o campeonato, enquanto que os outros 13 a 15 clubes servem para efeito decorativo. Esta analogia aplica-se na mesma medida aos últimos anos de domínio Portista: Benfica e Sporting têm sido meros adereços das conquistas Azuis-e-Brancas os últimos 20 anos do futebol português, sendo que ultimamente até recorrem (ridiculamente, diga-se) a expedientes de secretaria para recuperar aquilo que perderam em campo.
Em contra-ponto basta atentar para o exemplo da Bundesliga na Alemanha, onde nas últimas jornadas do campeonato 2008-09 havia seis equipas candidatas ao título. Não me admira que tenham os estádios cheios e maiores receitas televisivas por clube do que quase a totalidade da primeira liga portuguesa.
Dada a diferença de qualidade entre o Porto e os demais clubes portugueses, é lógica que seja praticamente essa a diferença que nos separa dos demais gigantes europeus.
Com tanto domínio interno do FêCêPê nestes últimos 20 anos, parece-me incrível como é que apenas 2 ou 3 vezes tenhamos atingido as meias-finais da competição europeia em que estamos envolvidos. Compreende-se, porque é um domínio baseado numa competição doméstica em que os adversários nos são sistematicamente inferiores. O que me parece um tanto ou quanto irrealista é querer fazer um brilharete na Europa quando em casa podemos andar "podres" que ainda assim seremos candidatos ao título (vide época 2004-05).
Sei que não é nossa culpa que os outros sejam regularmente piores que nós, tal como é natural que queiramos ser sempre melhores que todos eles. Mas para sermos verdadeiramente melhores, temos que esperar que eles estejam também à altura do desafio: mais, temos que desejar que eles sejam tão bons (ou mesmo melhores?) como nós, pois correr contra nós próprios é um bocado aborrecido e desmotivante.
A única forma de evitar que o futebol português - e por arrasto o FC Porto - perca a pouca força e importância que ainda vai tendo é torna-lo verdadeiramente competitivo. Não só sairemos beneficiados em termos desportivos como em termos económicos, pois competições onde existe emoção e qualidade atraem muito mais espectadores e adeptos, assim como melhores praticantes e patrocínios.
Para mim a equação é simples: Melhor SLB + Melhor SCP + Melhores Braga, Nacional, Marítimo, Guimarães, Setúbal, Académica, Leixões, Belenenses, etc. = Muito Melhor FC Porto!
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Hugo a elaboração de mais este excelente (e polémico) artigo.
Fotos (clique para as ampliar): Chefe Índio Sioux, Olhares
"Que o meu inimigo seja bravo e forte, pois se eu for derrotado não sentirei vergonha."
Provérbio das Tribos Nativas Norte-Americanas
Tinha comentado há uns tempos, em resposta a um post aqui no RP, que sou favorável a que os rivais do FC Porto sejam cada vez mais fortes. Por mim quero que Benfica, Sporting e demais clubes sejam cada vez mais fortes e difíceis de bater. Quero que contratem melhores jogadores e treinadores e quero que dêem luta até ao fim no campeonato, na taça e nas provas europeias. Fico contente de ver jogadores de qualidade como Saviola ou Izmailov a jogar no campeonato português, assim como fico despontado ao ver jogadores como o Wesley ou Nênê saírem para outros campeonatos, tão bons ou piores que o nosso.
Sei que muitos aqui discordam desta opinião pois ainda se lembram bem das décadas em que o FC Porto era sistematicamente espezinhado pelos "barões" da 2ª Circular e pelos poderes centralistas da "capital". E até compreendo o sentimento, até porque é um sentimento recíproco aos "3 grandes" do futebol português.
Infelizmente, sinto que é um sentimento contra-producente, que pouco ou nada contribui para a nossa melhoria enquanto clube / equipa de futebol. Quando muito, ver os adversários a serem humilhados constantemente na Europa (e em casa) dá-nos aquela alegria maliciosa de poder gozar com os colegas na escola e no trabalho, e só demonstra o "fosso" do futebol português para os maiores campeonatos europeus, mas não nos faz a nós melhores enquanto equipa / clube.
Já dizia Sir Alex Ferguson há duas ou três épocas atrás que o "FC Porto compra títulos no supermercado" aludindo à clara superioridade dos Dragões nas competições domésticas. É esta a imagem que queremos para o nosso Porto? De uma equipa que passeia pelo campeonato e costuma encomendar as faixas na segunda quinzena de Janeiro? Por muito que nos massage o ego portista, não ter adversários à altura nas competições domésticas faz com que nos tornemos complacentes e macios. Em quantos jogos durante a época vemos a equipa toda a "comer a relva"?
Existe uma vantagem na nossa superioridade, a de podermos gerir melhor o plantel entre as competições nacionais e europeias. Mas isso a mim não me consola: prefiro ver o Porto empatar ou mesmo perder um jogo em que jogando bem foi batido por um adversário que jogou melhor, do que andar para aí a"bater em mortos" ao fim-de-semana para depois tentar fazer boa figura à Terça ou à Quarta. Assim nunca poderemos ser tão competitivos quanto os melhores clubes europeus.
A Liga portuguesa é uma liga pouco competitiva. Invariavelmente (salvo raras excepções) um dos "3 grandes" vence o campeonato, enquanto que os outros 13 a 15 clubes servem para efeito decorativo. Esta analogia aplica-se na mesma medida aos últimos anos de domínio Portista: Benfica e Sporting têm sido meros adereços das conquistas Azuis-e-Brancas os últimos 20 anos do futebol português, sendo que ultimamente até recorrem (ridiculamente, diga-se) a expedientes de secretaria para recuperar aquilo que perderam em campo.
Em contra-ponto basta atentar para o exemplo da Bundesliga na Alemanha, onde nas últimas jornadas do campeonato 2008-09 havia seis equipas candidatas ao título. Não me admira que tenham os estádios cheios e maiores receitas televisivas por clube do que quase a totalidade da primeira liga portuguesa.
Dada a diferença de qualidade entre o Porto e os demais clubes portugueses, é lógica que seja praticamente essa a diferença que nos separa dos demais gigantes europeus.
Com tanto domínio interno do FêCêPê nestes últimos 20 anos, parece-me incrível como é que apenas 2 ou 3 vezes tenhamos atingido as meias-finais da competição europeia em que estamos envolvidos. Compreende-se, porque é um domínio baseado numa competição doméstica em que os adversários nos são sistematicamente inferiores. O que me parece um tanto ou quanto irrealista é querer fazer um brilharete na Europa quando em casa podemos andar "podres" que ainda assim seremos candidatos ao título (vide época 2004-05).
Sei que não é nossa culpa que os outros sejam regularmente piores que nós, tal como é natural que queiramos ser sempre melhores que todos eles. Mas para sermos verdadeiramente melhores, temos que esperar que eles estejam também à altura do desafio: mais, temos que desejar que eles sejam tão bons (ou mesmo melhores?) como nós, pois correr contra nós próprios é um bocado aborrecido e desmotivante.
A única forma de evitar que o futebol português - e por arrasto o FC Porto - perca a pouca força e importância que ainda vai tendo é torna-lo verdadeiramente competitivo. Não só sairemos beneficiados em termos desportivos como em termos económicos, pois competições onde existe emoção e qualidade atraem muito mais espectadores e adeptos, assim como melhores praticantes e patrocínios.
Para mim a equação é simples: Melhor SLB + Melhor SCP + Melhores Braga, Nacional, Marítimo, Guimarães, Setúbal, Académica, Leixões, Belenenses, etc. = Muito Melhor FC Porto!
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Hugo a elaboração de mais este excelente (e polémico) artigo.
Fotos (clique para as ampliar): Chefe Índio Sioux, Olhares
domingo, 30 de agosto de 2009
Os senhores que se seguem
Atitude demolidora é a melhor receita para sacudir pressões, maus presságios e superstições e foi deste modo que, num terreno habitualmente difícil, o FC Porto arrancou para a vitória frente à Naval. Num início de jogo muito interessante para início de época, os portistas instalaram-se no meio campo da Naval desde o primeiro minuto e revelaram boas combinações, em especial os novos Álvaro, Varela, Falcao e Belluschi.
Foi assim que, com apenas 8 minutos volvidos, o FC Porto colheu frutos de uma mão cheia de boas jogadas de passes rápidos. Arrancada pela esquerda de Varela servido por Álvaro, centro para Mariano que domina e deixa o golo para Falcao. Uma jogada que começou no colombiano que demonstrou por diversas vezes cumprir o papel do avançado que joga e faz jogar. O Porto continuou com o pé no acelerador mas perdeu rapidamente o gás por volta dos 25 minutos quando a Naval resolveu subir no terreno. O meio campo encolheu-se, Fernando juntou-se aos centrais e o FC Porto não conseguiu voltar a tomar contar do adversário. O Naval manteve o seu jogo, procurando impor-se aos tetracampeões e chegou, por duas vezes, a criar perigo perto do intervalo.
Na segunda parte, o FC Porto não surgiu com a força do início da partida, mas controlou completamente o jogo, procurando aumentar a vantagem. Varela e Falcao continuaram a ser os melhores em campo, com Fucile também a apresentar-se bem apoiando o ataque. Mariano continua com o síndrome "Setembro-Março" em que joga apagado com raros rasgos de futebol. Meireles continua em má forma, muito discreto, comentendo vários erros, mas menos que nos jogos anteriores, mostrando também algumas melhorias físicas. Mas foram os dois "reforços" que haveriam de dilatar o marcador numa bela jogada à avançado (mais uma) de Falcao, concluída com muita classe por Varela.
Jesualdo fez entrar Rodriguez e Farias por Mariano e Falcao e minutos depois, uma discreta Naval haveria de chegar ao golo num lance de algum relaxamento portista. Mas como tinha entrando Farias, este rapidamente fez o habitual gosto ao pé numa jogada confusa na pequena área e colocou um ponto final no parágrafo já concluído à muito.
Vitória justíssima e com muito mérito de uma equipa que se espera que mantenha o nível exibicional dos primeiros 20 minutos e a capacidade de marcar da segunda parte. Excelentes sinais dos reforços Varela e Falcao. Belluschi manteve-se mais apagado, talvez com dificuldades num campo mais reduzido - logo mais congestionado - mas sem deixar de relevar excelente capacidade de passe. Alguns jogadores ainda precisam de melhorar, em especial Rolando, Meireles e Fernando. Sapunaru regressou à competição após longa paragem. Advinha-se luta renhida de Silvestre Varela e Crístian Rodriguez pela vaga a deixar pelo mediano Mariano. Mas sem dúvida que com 3 jornadas volvidas, Varela e Falcao são os senhores que se seguem na nação portista.
Foi assim que, com apenas 8 minutos volvidos, o FC Porto colheu frutos de uma mão cheia de boas jogadas de passes rápidos. Arrancada pela esquerda de Varela servido por Álvaro, centro para Mariano que domina e deixa o golo para Falcao. Uma jogada que começou no colombiano que demonstrou por diversas vezes cumprir o papel do avançado que joga e faz jogar. O Porto continuou com o pé no acelerador mas perdeu rapidamente o gás por volta dos 25 minutos quando a Naval resolveu subir no terreno. O meio campo encolheu-se, Fernando juntou-se aos centrais e o FC Porto não conseguiu voltar a tomar contar do adversário. O Naval manteve o seu jogo, procurando impor-se aos tetracampeões e chegou, por duas vezes, a criar perigo perto do intervalo.
Na segunda parte, o FC Porto não surgiu com a força do início da partida, mas controlou completamente o jogo, procurando aumentar a vantagem. Varela e Falcao continuaram a ser os melhores em campo, com Fucile também a apresentar-se bem apoiando o ataque. Mariano continua com o síndrome "Setembro-Março" em que joga apagado com raros rasgos de futebol. Meireles continua em má forma, muito discreto, comentendo vários erros, mas menos que nos jogos anteriores, mostrando também algumas melhorias físicas. Mas foram os dois "reforços" que haveriam de dilatar o marcador numa bela jogada à avançado (mais uma) de Falcao, concluída com muita classe por Varela.
Jesualdo fez entrar Rodriguez e Farias por Mariano e Falcao e minutos depois, uma discreta Naval haveria de chegar ao golo num lance de algum relaxamento portista. Mas como tinha entrando Farias, este rapidamente fez o habitual gosto ao pé numa jogada confusa na pequena área e colocou um ponto final no parágrafo já concluído à muito.
Vitória justíssima e com muito mérito de uma equipa que se espera que mantenha o nível exibicional dos primeiros 20 minutos e a capacidade de marcar da segunda parte. Excelentes sinais dos reforços Varela e Falcao. Belluschi manteve-se mais apagado, talvez com dificuldades num campo mais reduzido - logo mais congestionado - mas sem deixar de relevar excelente capacidade de passe. Alguns jogadores ainda precisam de melhorar, em especial Rolando, Meireles e Fernando. Sapunaru regressou à competição após longa paragem. Advinha-se luta renhida de Silvestre Varela e Crístian Rodriguez pela vaga a deixar pelo mediano Mariano. Mas sem dúvida que com 3 jornadas volvidas, Varela e Falcao são os senhores que se seguem na nação portista.
sábado, 29 de agosto de 2009
Um Irracional Pavor do Bate Borisov
Em Portugal é politicamente correcto os adeptos dos grandes dizerem que nas provas europeias torcem uns pelos outros. Francamente eu acho isso essencialmente uma hipocrisia, pois estou convicto que a maior parte dos que o dizem fazem figas ao dizê-lo. Em Espanha e Inglaterra, para citar dois casos, é considerada a coisa mais normal deste mundo gozar-se com a desventura dos compatriotas nessas competições, e inclusivamente torcer por ela. O futebol é essencialmente um divertimento e a pátria não está em causa, mas os portugueses, pelos vistos, são muito patriotas (o que não impede 40% dos inquiridos numa recente sondagem de dizerem alegremente que preferiam ser espanhóis…).
Pois esta época, no que diz respeito a uma agremiação alfacinha cujo nome não passará os meus lábios, e à fase de grupos da novel Liga Europa, eu, pelo menos, não terei de recorrer a esse fingimento (que não está nos meus hábitos, diga-se) pois entre os adversários dessa agremiação estará o Everton FC, que é há longos anos o meu segundo clube.
O Everton é um dos mais históricos nomes do futebol inglês – e, por consequência, do futebol mundial. Foi fundado em 1878 com o nome de St. Domingo, para permitir aos frequentadores da Igreja Metodista da paróquia de St. Domingo, em Liverpool, a prática de um desporto fora dos meses de Verão, nos quais se jogava cricket. No ano seguinte adoptou o nome da área envolvente, Everton, devido ao desejo de participação de pessoas de fora da paróquia.
Em 1888 o Everton foi um dos doze fundadores da Liga Inglesa (“os doze apóstolos”) e é o clube com mais presenças (107) no principal escalão do futebol inglês, sendo o único que já completou 100 presenças (o Aston Villa fá-lo-á brevemente).
O Everton é o quarto clube com mais títulos de campeão inglês (mais de vinte clubes já foram campeões de Inglaterra, note-se), nove no total, o último dos quais na época de 1986/87. Venceu ainda por cinco vezes a Taça de Inglaterra (F.A. Cup) e em 1984/85 venceu a Taça das Taças, batendo na Final, em Roterdão, o Rapid Viena. O Everton fora campeão nessa época (e perderia a Final da Taça de Inglaterra três dias depois da Final de Roterdão) e sê-lo-ia de novo dois anos depois. Eram tempos de grande domínio inglês nas provas europeias, particularmente na Taça dos Campeões Europeus, mas a suspensão dos clubes ingleses após os trágicos acontecimentos do Heysel (quinze dias depois da Final de Roterdão) impediu os Toffees (uma das alcunhas do clube) de tentarem a sua sorte na maior competição da UEFA. Ironia das ironias, foi devido ao comportamento selvático dos adeptos do seu vizinho e grande rival Liverpool que o Everton se viu nessa situação.
Por falar em Liverpool, este clube foi fundado após uma cisão no Everton em 1892. Os Toffees jogavam em Anfield (onde festejaram o seu primeiro título inglês, precisamente em 1892), mas o campo era arrendado e o senhorio, John Houlding (que até era conhecido por “Mr. Everton”), pretendeu aumentar a renda. O Everton recusou e abandonou Anfield, tendo o senhorio, juntamente com alguns evertonianos renegados, fundado o Liverpool.
Praticamente desde então o Everton joga em Goodison Park, construído pouco depois do abandono de Anfield. Este estádio chegou a ser o melhor estádio inglês de clube, nele se tendo disputado uma das meias-finais do Campeonato do Mundo de 1966, entre a Alemanha Ocidental e a União Soviética. Foi também em Goodison Park, e na mesma competição, que teve lugar o único jogo oficial até hoje disputado entre Portugal e o Brasil, com vitória portuguesa por 3-1. Também aí se disputou o célebre Portugal-Coreia do Norte, dos quartos-de-final da prova, em que Portugal venceu por 5-3 depois de ter estado a perder por 3-0.
Ao longo das décadas vários famosos jogadores honraram a camisola azul vivo do Everton, entre os quais se destaca o famoso William Ralph “Dixie” Dean (1907/1980), o mais prolífico goleador da história do futebol inglês, autor de um total de 379 golos em 438 jogos, tendo 349 desses golos sido obtidos ao serviço do Everton, clube pelo qual disputou 399 jogos entre 1925 e 1937. Na época de 1927/28 Dixie Dean estabeleceu o recorde de golos numa só temporada na principal divisão inglesa – 63 em 41 jogos. Muito dificilmente esta marca algum dia será batida.
Outros grandes nomes que jogaram pelo Everton incluem os campeões mundiais de 1966 Alan Ball e Ray Wilson, o defesa-central internacional inglês Brian Labone, o guarda-redes galês Neville Southall (recordista de jogos pelo clube – 751 entre 1981 e 1997) e o avançado Gary Lineker (melhor marcador do Mundial do México de 1986).
Entre os mais conhecidos nomes de adeptos do Everton destaca-se o do filho da terra Sir Paul McCartney. Este e o seu parceiro dos Beatles John Lennon estavam entre os adeptos em Wembley na Final da Taça de Inglaterra de 1966, em que o Everton venceu o Sheffield Wednesday por 3-2. Os mais práticos e oportunos baptizaram esta Final de “the Lennon & McCartney Cup Final”.
Nas três últimas épocas, mercê de dois quintos e um sexto lugar, o Everton apurou-se para a Taça UEFA, agora Liga Europa. Na época passada não passou da eliminatória preliminar (batido pelo Standard de Liège), mas há dois anos atingiu os quartos-de-final, sendo eliminado pela Fiorentina no desempate por penalties. Pelo caminho estabeleceu um novo recorde inglês de vitórias consecutivas na Europa: sete.
Apesar de um mau começo de campeonato (duas derrotas nos dois jogos já disputados, uma delas por uns inacreditáveis 6-1, em casa contra o Arsenal) o Everton passou sem problemas o play-off da Liga Europa, eliminando o Sigma Olomouc, da República Checa, por 4-0 e 1-1. O sorteio da fase de grupos não foi dos mais favoráveis, pois o AEK e o Bate Borisov são adversários de respeito, pese embora o quase anonimato deste último clube. Mas há clubes muito conhecidos – embora não tanto como eles se julgam – que por vezes se deixam bater por equipas tão anónimas como o Bate Borisov, como, por exemplo, certas vítimas do Metalist Kharkiv na Taça UEFA da época passada.
Fico pois a torcer pelos maiores êxitos do grande Everton FC na primeira edição da Liga Europa, no que, estou certo, serei acompanhado por muitos leitores. Mas suo frio só de pensar no Bate Borisov...
Come on you Blues!
Imagens: emblema do Everton FC, Goodison Park e estátua de Dixie Dean junto ao estádio.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Unicer reforça aposta no futebol
«A Unicer prevê investir em 2010 entre seis e sete milhões de euros em patrocínios a instituições desportivas (...).
A entrada no mercado do desporto é, segundo Pires de Lima, "uma aposta da administração", que surgiu depois da experiência com a Carslberg, patrocinadora da Taça da Liga, e da Vitalis, marca da empresa que dá o nome à Liga de Honra.
Actualmente, a Superbock patrocina o FC Porto e o Sporting, clubes que exibem a marca nas costas das camisolas, e também o Leixões, o Vitória de Guimarães, o Vitória de Setúbal e o Belenenses, clube com o qual formalizou hoje o contrato.
(...) António Pires de Lima considerou importante "ter três clubes do Norte e três do Sul, zona onde é importante que a marca cresça"»
in O JOGO, 28/08/2009
A noticia completa pode ser lida aqui.
Apesar do pseudo descrédito de que muitos o acusam, continua a haver empresas interessadas em investir e patrocinar equipas do futebol português. É um mistério...
A entrada no mercado do desporto é, segundo Pires de Lima, "uma aposta da administração", que surgiu depois da experiência com a Carslberg, patrocinadora da Taça da Liga, e da Vitalis, marca da empresa que dá o nome à Liga de Honra.
Actualmente, a Superbock patrocina o FC Porto e o Sporting, clubes que exibem a marca nas costas das camisolas, e também o Leixões, o Vitória de Guimarães, o Vitória de Setúbal e o Belenenses, clube com o qual formalizou hoje o contrato.
(...) António Pires de Lima considerou importante "ter três clubes do Norte e três do Sul, zona onde é importante que a marca cresça"»
in O JOGO, 28/08/2009
A noticia completa pode ser lida aqui.
Apesar do pseudo descrédito de que muitos o acusam, continua a haver empresas interessadas em investir e patrocinar equipas do futebol português. É um mistério...
Santa Aliança em Risco?
“Emílio Macedo foi insultado e pondera demitir-se”
Emílio Macedo pondera demitir-se da liderança do V. Guimarães, depois de ter sido insultado por associados no final do jogo com o Benfica. (…) A colocação de adeptos encarnados na bancada sul do estádio, habitualmente ocupada por sócios do clube da casa, foi um dos rastilhos para os protestos e, ontem, cerca de três dezenas de adeptos manifestarem-se junto do complexo do clube. No final do encontro com os encarnados o ambiente azedou junto da tribuna VIP do Estádio D. Afonso Henriques, com sócios do V. Guimarães a insurgirem-se de forma agressiva contra Emílio Macedo, que foi ainda alvo de insultos. O presidente dos vimaranenses, que tinha ao seu lado Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, ficou indignado com os acontecimentos: “Fiquei muito incomodado com a reacção de alguns adeptos no final do jogo. Foram muito mal-educados e eu não estou para isto. Aquilo que se passou foi vergonhoso e eu não posso admitir este tipo de comportamento.” Esta é a segunda vez que Emílio Macedo ameaça bater com a porta. Há cerca de dois meses, o presidente também foi insultado no final da Assembleia-geral do V. Guimarães e acabou pode deixar as instalações do clube sob a escolta de seguranças.
in ABOLA, 2009/08/25
Na passada terça-feira a Direcção do VG emitiu um comunicado, a respeito deste assunto, do qual destaco o último parágrafo:
"Assim, a Direcção do Vitória Sport Clube lamenta o mal-estar dos associados e assume o compromisso de não voltar a vender lugares disponíveis em sectores onde haja lugares vendidos aos nossos associados. Pedimos ainda a compreensão de todos numa decisão que foi tomada por estrita necessidade financeira."
As reacções dos sócios do V. Guimarães podem indiciar o princípio do fim da “Santa Aliança” entre os do Minho e o Czar Vieira. Formado em 2008, quando o SLB tentava entrar na Liga dos Campeões de forma ilegítima, o bloco constituído pelos dois clubes teve por objectivo o afastamento do FC Porto no âmbito do processo Apito Final para em última instância permitir o acesso directo (ao Guimarães) e o acesso a uma pré-eliminatória (ao slb) da milionária prova europeia. Em contrapartida pelo trabalho desenvolvido pelo Guimarães junto da UEFA (incluindo o envio de correspondência não solicitada) o slb cedeu os jogadores Nuno Assis e Luis Filipe e prontificou-se a realizar inúmeros jogos amigáveis (incluindo jogos para o Campeonato e para a Taça da Liga) e prestigiados torneios de pré-temporada. O prestável dirigente vimaranense vê agora a sua posição posta em causa pelos sócios, já depois de ter sido criticado indirectamente pelo ex-treinador Manuel Cajuda, acção que lhe valeu o despedimento.
No que concerne ao FC Porto, espero que o afastamento decidido pela SAD face a estes dois clubes seja para manter por muitos e bons anos.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Resultado do sorteio da LC
Calendário dos jogos do FC Porto:
15 Setembro: Chelsea-FC Porto
30 Setembro: FC Porto-Atlético Madrid
21 Outubro: FC Porto-APOEL
3 Novembro: APOEL-FC Porto
25 Novembro: FC Porto-Chelsea
8 Dezembro: Atlético Madrid-FC Porto
Afinal estão Sãos e Salvos!
O plantel do Sporting Clube de Portugal chegando hoje ao Cais da Rocha do Conde de Óbidos.
(aditamento ao anterior post do Nuno Nunes)
Sorteio da fase de grupos da LC
Hoje há sorteio da Liga dos Campeões e, em função do coeficiente de cada uma das equipas, a constituição dos quatro potes é a seguinte:
POTE 1
Barcelona (ESP)....................121.853
Chelsea (ING).......................118.899
Liverpool (ING)....................118.899
Manchester United (ING).......111.899
AC Milan (ITA).....................110.996
Arsenal (ING).......................106.899
Sevilha (ESP)........................100.853
Bayern Munique (ALE)............98.339
POTE 2
Olympique Lyonnais (FRA).......91.033
Inter Milão (ITA)....................87.582
Real Madrid (ESP)..................78.853
CSKA Moscovo (RUS).............71.525
FC Porto (POR)......................68.292
AZ Alkmaar (HOL).................64.826
Juventus (ITA)......................63.582
Glasgow Rangers (ESC)..........56.575
POTE 3
Olympiacos FC (GRE).............52.633
Olympique Marselha (FRA)......48.033
Dynamo Kiev (UKR)................46.370
VfB Stuttgart (ALE)................45.339
Fiorentina (ITA)......................42.582
Atlético Madrid (ESP).............41.853
Girondins Bordéus (FRA).........40.033
Beşiktaş (TUR).......................32.445
POTE 4
Wolfsburgo (ALE).....................21.339
Standard Liège (BEL)...............21.065
Maccabi Haifa (ISR).................17.050
FC Zürich (SUI)........................14.050
Rubin Kazan (RUS)....................9.525
Unirea Urziceni (ROU)...............8.781
APOEL FC (CYP).......................4.016
Debreceni VSC (HUN)...............1.633
Os meus desejos para o sorteio de hoje à tarde (16h45 hora portuguesa), que irá decorrer no Mónaco, são os seguintes:
Pote 1
preferência: Barcelona e Bayern Munique, por esta ordem
a evitar: clubes ingleses (são todos muito fortes e eu já estou farto de jogar com clubes da velha albion)
Pote 3
preferência: Fiorentina e Olympiacos, por esta ordem
a evitar: Atlético Madrid e Marselha
Pote 4
preferência: Debreceni e Unirea Urziceni, por esta ordem
a evitar: Wolfsburgo e Rubin Kazan
Uma das minhas preferências genérica é evitar clubes com os quais o FC Porto tenha jogado nas últimas duas épocas (Manchester United, Arsenal, Liverpool, Marselha, Dinamo Kiev, Atlético Madrid e Besiktas).
Se, como seria de esperar, os clubes do pote 1 são todos muito fortes, no pote 3 também não há qualquer "pera doce". Assim sendo, o que vai determinar o grau de dificuldade teórico do grupo será, essencialmente, o clube proveniente do pote 4 (ninguém deve querer os campeões alemão e russo - Wolfsburgo e Rubin Kazan).
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
As metáforas premonitórias de Bento
Apesar de reconhecer mérito à capacidade de motivação de Paulo Bento e à entrega ao jogo dos seus atletas, noto que este é um treinador sem queda para a retórica e quando lhe dá para o uso de metáforas sai, invariavelmente, asneira.
«Às vezes dou este exemplo: aquilo que mais me enervou no [filme] Titanic foi quando os barcos iam a descer com as mulheres e crianças e há um homem que se mete no barco», contou o técnico leonino, referindo-se ao reencontro com os italianos e que poderá ditar o afastamento da «Champions» depois do 2-2 de Alvalade.
Poderia ter usado uma outra imagem mas, no fundo, o que o treinador da lagartagem quis dizer é que o Sporting já embateu no iceberg e vai direitinho para o fundo. Ele lá sabe.
Lisandro soma e segue
E a SAD portista agradece o contributo que Lisandro tem dado para o bom início de época do Lyon, quer no campeonato francês, quer na Liga dos Campeões.
Recordo que "o montante global a receber por esta transferência poderá atingir os 28 milhões de euros, dependendo da performance desportiva do clube que o atleta irá representar" (in comunicado enviado à CMVM sobre a transferência de Lisandro).
Alarido
Depois de ler o relato do Geninho Queirós no Lixord fiquei com a sensação que o dito jornalista "atropelado" teria levado uma pancada tal que acabou a rebolar rua abaixo como um boneco, dado o "acentuado declive" daquela zona.
Não foi nada disso que aconteceu e a própria SAD do FC Porto fez questão de emitir um comunicado a explicar o sucedido face à desinformação dos órgãos informativos.
O Correio da Manha (mais um jornal do Grupo Cofina) dá hoje mais um bom exemplo de como fazer lixo jornalístico com a peça na capa. Já estamos habituados, siga a dança.
A foto seguinte, obtida imediatamente antes do incidente a partir da peça jornalística da RTP, prova três coisas:
1º) A rua em questão é muito estreita;
2º) O motorista que conduzia o carro onde seguia o presidente do FC Porto não ia a grande velocidade e, inclusivamente, travou (ver luzes de stop traseiras acesas);
3º) Antes de virar à direita ao fundo da rua, o motorista não podia alargar a trajectória à esquerda, senão teria atingido o policia que estava do seu lado.
Finalmente, se o JN estivesse mesmo preocupado com a condição cardíaca do seu funcionário nunca o teria enviado para reportagens desta natureza. Hoje, numa Nota da Direcção, avisa o jornal que "obviamente não permitirá que nem ele nem os direitos dos jornalistas sejam objectivamente atropelados sem que se apurem responsabilidades". E eu acho muito bem.
"Como Bolatti há poucos"
"Como Bolatti há poucos. Hoje em dia, é o destaque no futebol argentino e sê-lo-ia também no Barcelona, com Xavi e Iniesta, que são o motor da equipa. Eles mostram que não é preciso ser-se sobredotado fisicamente, mas que é uma questão de inteligência e mentalidade".
[Bolatti é] um futebolista que entende bem o jogo, um jogador que recupera bolas sem ter de fazer falta, graças ao excelente posicionamento em campo. Não só organiza bem como é preciso e simples quando é necessário sê-lo. Também é contundente mais à frente, cabeceia bem e tenta o remate de fora da área"
Fernando Redondo (em entrevista ao jornal argentino Olé)
Estaremos a falar do mesmo Bolatti que, sempre que teve oportunidades, foi uma decepção no FC Porto?
Mario Bolatti foi contratado pelo FC Porto no Verão de 2007 (passe 2 milhões de euros, contrato de 4 anos), mas com Paulo Assunção de pedra e cal (os próprios companheiros de equipa consideravam-no um elemento fundamental) revelou-se impossível conquistar a titularidade.
Contudo, no Verão de 2008 surgiu uma oportunidade de ouro. Recorrendo à lei Webster, Assunção rescindiu unilateralmente o contrato e pensou-se que Bolatti iria ocupar o seu lugar na equipa, mas tal não aconteceu e acabou por ser Fernando a impor-se como o novo médio defensivo dos dragões.
Durante o ano e meio em que Bolatti envergou a camisola azul e branca, participou em 19 jogos oficiais (15 para o campeonato), num total de 745 minutos, e a ideia que ficou é que lhe faltava ritmo, intensidade e garra para ser o "trinco" do onze de Jesualdo Ferreira.
Pelos vistos, ao serviço do Huracán o seu desempenho tem sido diferente, para muito melhor, e até Maradona o convocou para o jogo particular que a Selecção Argentina disputou recentemente na Rússia.
Em virtude do grande desempenho no Torneio Clausura (Janeiro a Junho de 2009), que o próprio considerou os melhores seis meses da sua carreira, admiti que Bolatti pudesse regressar para integrar o plantel 2009/10, até porque Andrés Madrid não convenceu e Pelé é uma carta fora do baralho. Contudo, de forma algo surpreendente, os responsáveis da FCP SAD preferiram investir (3,5 milhões? 4,2 milhões? não se sabe, não foi comunicado à CMVM) na compra do passe de Prediger, um outro médio do campeonato argentino mas com menos créditos do que Bolatti.
Perante este facto, e tal como aconteceu com Ibson, tudo indica que a hipótese de Bolatti regressar ao FC Porto é muito reduzida, ou mesmo nula, pelo menos enquanto Jesualdo for o treinador.
Entretanto, soube-se que a sociedade desportiva portista vendeu 30 por cento do passe de Bolatti ao agente FIFA Marcelo Simonian e os restantes 20 por cento ao Huracán, num negócio cujos valores também não foram comunicados à CMVM, e em que supostamente o Huracan passa a ser responsável pelo pagamento na íntegra do ordenado do jogador.
Esta notícia não surpreende e vem na linha de uma outra notícia de Julho passado, que referia um valor de 2 milhões de euros pela venda dos mesmos 50% do passe, aos quais seriam abatidos os 900 mil euros que o Huracán tem a receber correspondente à formação de el comandante (Lucho começou a jogar futebol nas escolas do Huracan aos 14 anos, onde permaneceu até aos 21).
Enfim, custa a acreditar que o médio que está emprestado ao Huracán seja o mesmo que teve exibições tão pobres com a camisola azul-e-branca, mas se continuar na senda das boas exibições não devem faltar grandes clubes interessados, certo?
Se assim for, como a FC Porto SAD permanece detentora de 50% do passe de El Gringo, ainda é capaz de fazer um bom encaixe...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Pedido de indemnização ao CD da Liga
No passado dia 4 de Agosto, soube-se que a UEFA tinha encerrado a investigação contra o FC Porto por alegada tentativa de corrupção de árbitros e confirmado a presença dos tetra-campeões portugueses na edição desta época da Liga dos Campeões.
Em Junho de 2008, numa entrevista à SIC, Pinto da Costa prometeu que no final deste processo iria pedir responsabilidades e indemnizações a quem de direito, nomeadamente, à Comissão Disciplinar da Liga.
Quando é que irá avançar esse pedido de indemnização?
Em Junho de 2008, numa entrevista à SIC, Pinto da Costa prometeu que no final deste processo iria pedir responsabilidades e indemnizações a quem de direito, nomeadamente, à Comissão Disciplinar da Liga.
Quando é que irá avançar esse pedido de indemnização?
Quanto mais me bates...
Na sequência da despromoção administrativa decidida pela Comissão Disciplinar da Liga, a qual é presidida pelo "pavão" benfiquista Ricardo Costa, o Boavista entrou numa espiral de destruição impressionante.
Em dois anos sucessivos desceu da I Liga para a 2ª divisão B e, em consequência da asfixia financeira que a falta de receitas provoca, está em cima da mesa o cenário de dissolução da SAD e da inscrição do clube nos campeonatos distritais da AF Porto.
Embora a crise do Boavista já se manifestasse anteriormente, a descida à II Liga foi uma espécie de machadada num moribundo. Ora, quem seguiu atentamente os diversos episódios da novela Apito, sabe que por trás das decisões do Apito Dourado e do seu "irmão" Apito Final esteve a pressão pública e de bastidores feita pelo Benfica, a qual, em termos desportivos, se traduziu em decisões muito polémicas ao nível do CD da Liga e do Conselho de Justiça da Federação.
Assim sendo, levando em conta a forma como o Benfica conduziu a sua luta na secretaria (algo em que se especializou nos últimos anos), é indiscutível que os lisboetas contribuíram, e muito, para a situação em que o Boavista está actualmente.
Por tudo isto, não consigo perceber o relacionamento que o Boavista mantém com este Benfica, nomeadamente enquanto o "paladino da verdade" Luis Filipe Vieira for presidente do SLB.
Se já na época passada tinha ficado de boca aberta com a organização no Bessa de um jogo particular, provavelmente para festejar a amizade entre os dois ex-aliados da Liga, mais admirado fiquei ao saber que no último sábado os axadrezados cederam graciosamente o seu estádio, para que os encarnados pudessem preparar o jogo de Guimarães longe de olhares indiscretos e com toda a tranquilidade.
É caso para dizer, quanto mais me bates mais eu gosto de ti...
Perante este comportamento subserviente, digno de invertebrados e indigno de um clube da Invicta com mais de 100 anos de história, como é que querem que haja portistas solidários com o destino do Boavista?
Por mim, bem podem ir para a 2ª divisão distrital.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
SMS do dia - LXXVII
in Mais Futebol:
OFICIAL: Adriano (ex-F.C. Porto) no Sp.Braga, em definitivo
3 jogos, 3 penalties
SLB x Marítimo, 75' (0-1)
SLB x Vorskla Poltava, 54' (1-0)
V. Guimarães x SLB, 61' (0-0)
Nota: Entre parêntesis o resultado que se verificava aquando da marcação dos penalties favoráveis aos encarnados.
Ninguém pára o Benfica, ninguém pára o Benfica, olé!
SLB x Vorskla Poltava, 54' (1-0)
V. Guimarães x SLB, 61' (0-0)
Nota: Entre parêntesis o resultado que se verificava aquando da marcação dos penalties favoráveis aos encarnados.
Ninguém pára o Benfica, ninguém pára o Benfica, olé!
25 remates
«O F.C. Porto estabeleceu novo máximo de remates num só jogo ao chutar 25 vezes à baliza (ou ao lado) de Bracalli na partida de domingo à noite.
O registo anterior pertencia ao Benfica (18 remates) e tinha sido conseguido na primeira jornada, na Luz, frente ao Marítimo.»
in Maisfutebol, 24/08/2009
Para uma equipa e um treinador que têm fama de ser defensivos, não está mal...
O registo anterior pertencia ao Benfica (18 remates) e tinha sido conseguido na primeira jornada, na Luz, frente ao Marítimo.»
in Maisfutebol, 24/08/2009
Para uma equipa e um treinador que têm fama de ser defensivos, não está mal...
FC Porto 3-0 Nacional
Ao segundo jogo, chega a primeira vitória do FC Porto no campeonato. Triunfo inteiramente justo, que bem poderia ter começado a ser construído desde cedo, mas que só ganhou contorno a partir de um penalty que vai fazer os pasquins de Lisboa descarregar toda a sua bílis. Nada a que um portista já não esteja habituado numa qualquer manha de Segunda-Feira.
Manuel Machado, na sala de imprensa, falou de dois jogos distintos. O antes e o depois da penalidade máxima. Mas, nesses dois momentos do encontro, apenas houve uma equipa na procura da vitória, o FC Porto. Nem sempre a buscou da melhor forma, com particular aselhice na finalização, mas com alguns momentos de um futebol bem mais desenvolto do que se havia visto em Paços de Ferreira. Os jogadores do Nacional, no famigerado minuto 66, é que facilitaram a vida aos Dragões, não pelo penalty em si, mas por terem a língua demasiado afiada. E todos bem sabemos como árbitros Portugueses são muito sensíveis de ouvido.
Manuel Machado, na sala de imprensa, falou de dois jogos distintos. O antes e o depois da penalidade máxima. Mas, nesses dois momentos do encontro, apenas houve uma equipa na procura da vitória, o FC Porto. Nem sempre a buscou da melhor forma, com particular aselhice na finalização, mas com alguns momentos de um futebol bem mais desenvolto do que se havia visto em Paços de Ferreira. Os jogadores do Nacional, no famigerado minuto 66, é que facilitaram a vida aos Dragões, não pelo penalty em si, mas por terem a língua demasiado afiada. E todos bem sabemos como árbitros Portugueses são muito sensíveis de ouvido.
Sem surpresa, Jesualdo “ofereceu” a titularidade a Falcao, depois da boa prestação na Mata Real. Justificou-a em pleno, não só pelo golo, mas também pelo outro que esteve quase a ser, e na forma como influenciou o jogo da equipa. Já Varela garantiu a vaga de Hulk no onze inicial, conseguindo ser uma digna alternativa ao Incrível. Dos melhores no relvado do Dragão a noite passada. A sua força e técnica estão lá, e quando bem aplicadas, fazem a diferença. Incompreensível só mesmo a sua substituição. Destaque também para o regresso de Rodriguez, com um golo, mas ainda a precisar de queimar alguns patamares para atingir o seu nível de excelência.
Para objecto de ponderação fica a incapacidade da equipa portista em aproveitar ao élan positivo e dinâmico dos primeiros 25 minutos de jogo, com várias ocasiões para a equipa se adiantar no marcador. Um filme exibido em alguns jogos no Dragão a temporada passada, com epílogos que nada se faziam prever dado os inícios prometedores. Sem eficácia, todo o trabalho de equipa pode cair por terra como baralho de cartas.
Positivo: Falcao e Varela foram os dinamizadores da construção ofensiva azul e branca. Criaram e procuraram espaços, sem se limitar ao espaço físico da grande área. Ambos já perceberam que o caminho para a vitória se abre bem mais atrás.
Negativo: Mariano Gonzalez. Ó Jesualdo, é mesmo fetiche, né?
Fotos: Agência Lusa
domingo, 23 de agosto de 2009
Por Berlim
Na mais bela pista de atletismo mundial, a prestação azul e branca além de curta em termos de participação também o foi em termos de resultados, é verdade que as expectactivas não eram altas, mas mesmo assim espera-se sempre uma surpresa, um recorde nacional, pessoal, ...
Nos 50 Km marcha, o Augusto Cardoso acabou em 23º lugar - a 5 minutos da sua melhor marca, na qualificação no salto à vara a Sandra Tavares ficou-se pelos 4.25 - a 10 cm do record pessoal, e o Ricardo Monteiro participou nos 4x100 e ficaram-se pelas qualificações.
ps: Atletismo sem comentários do Jorge Lopes não é a mesma coisa.
O alvo do negócio ou a alma do clube?
No passado recente, ouviram-se e leram-se várias queixas relativamente ao silêncio da SAD, porque temia-se que esse silêncio correspondesse a uma espécie de rendição, face à inundação de protestos dos nossos mais directos adversários, sobretudo no capítulo da arbitragem. E já se sabe que quem não chora não mama. E como os chorões são os mamões do costume, sobrava a impressão que esse silêncio pudesse ser prejudicial aos nossos interesses.
Era o tempo do processo Apitado Dourado, em pleno reinado da sociedade Filipe, Morgado & Costa. A SAD optou pela estratégia do silêncio e provavelmente fez bem. JF tomou a seu cargo a defesa do grupo e foi um esteio do clube pela oportunidade e lucidez das declarações que sempre fez nos momentos mais quentes.
Tenho, portanto, como positivo que PdC e outros administradores ou directores da SAD venham a terreiro informar os sócios sobre os temas que considerem relevantes. Fernando Gomes, há não muito tempo, teceu um conjunto de opiniões desportivas com clara repercussão financeira e mais recentemente tem aparecido o Antero Henrique a dar pareceres, sobre a competência da concorrência, primeiro, e depois para dar uma canelada ao nosso principal rival e enaltecer as qualidades do nosso presidente duma forma tão absoluta que prejudicou o justo louvor.
Não sei se esta estratégia de comunicação está concertada ou desacertada, mas não havia necessidade do Antero Henrique armar tal confusão: um tom de paz e concórdia deu lugar, muito rapidamente, a um discurso ríspido e de confronto, particularmente em relação ao SLB. Não estou muito preocupado em saber quais as suas intenções, muito menos com as reacções piegas dos encarnados ou se Antero estará a posicionar-se internamente a pensar no futuro. Esse é um problema dele (ou deles) que pouco me apoquenta, desde que cumpra com zelo e profissionalismo as funções que lhe estão cometidas. Mas que foi confuso, foi. O discurso deve primar pela objectividade e o conteúdo não deve render-se ao primado do conflito.
PdC é o melhor presidente que conheci ao serviço do FCP e pouco me dá se é o maior especialista em futebol do Mundo ou se apenas ganhou a medalha de prata. Esta classificação de Antero Henrique é evidentemente uma figura de retórica, mas escusada. As organizações não devem depender de homens providenciais, e acho que no FCP há muita gente capaz e que o excelente trabalho produzido não é obra de um homem só. Que PdC é um líder incontornável é tão reconhecido que não carece de adjectivação, porque da necessidade de propaganda se libertou há muito. Fazê-lo poderá ter, portanto, razões que a razão desconhece.
Além disso, o FCP é um clube centenário e com uma forte base social de apoio que sempre foi o seu principal alicerce, como não podia deixar de ser. Em função dessa força popular, o FCP foi sempre um vulcão muito activo que apenas hibernou demasiado tempo, muito por culpa própria.
Mas, o FCP de Yustrich, Flávio Costa e Bella Gutmann jogou futebol de excelente qualidade e arrastou uma multidão de adeptos por todo o lado. Enchemos cidades e invadimos a capital. O FCP provava que era uma força, apesar de se bater em clara situação de desigualdade. Quando foi garantido no país condições para concorrer no mercado em igualdade de condições, foi possível ao FCP intrometer-se na luta e ganhar de forma sustentada.
A estrutura de base sempre existiu só faltavam alguns detalhes para que o FCP explodisse. Criadas as condições políticas, os sócios fizeram o que faltava: a convocação de uma AG para que o regresso de JMP fosse possível. Foi JMP que desenhou o projecto, foi PdC que o consolidou com o apoio massivo dos sócios, mesmo nos momentos mais difíceis. Uma instituição desportiva não sobrevive apenas pela excelência da sua organização, embora seja indispensável.
Há alguma tendência política para intervir junto dos cidadãos como meros consumidores. O FCP, infelizmente, não tem sido excepção, salvo para alguns adeptos que constituem as forças vivas deste país. A minha mãe é a sócia nº 20, a mais antiga do FCP. Vai fazer 90 anos. Não é tecnocrata nem colunável, mas continua a adorar o FCP. Será que esses valores ainda mexem junto dos que comandam o FCP, mesmo que nunca tenha exigido cláusula de não rescisão?
Os sócios não querem ser apenas o alvo do negócio, porque são a alma do clube. Sei que o presidente reconhece esse valor, mas que há muito esquecimento há. E é pena!
Era o tempo do processo Apitado Dourado, em pleno reinado da sociedade Filipe, Morgado & Costa. A SAD optou pela estratégia do silêncio e provavelmente fez bem. JF tomou a seu cargo a defesa do grupo e foi um esteio do clube pela oportunidade e lucidez das declarações que sempre fez nos momentos mais quentes.
Tenho, portanto, como positivo que PdC e outros administradores ou directores da SAD venham a terreiro informar os sócios sobre os temas que considerem relevantes. Fernando Gomes, há não muito tempo, teceu um conjunto de opiniões desportivas com clara repercussão financeira e mais recentemente tem aparecido o Antero Henrique a dar pareceres, sobre a competência da concorrência, primeiro, e depois para dar uma canelada ao nosso principal rival e enaltecer as qualidades do nosso presidente duma forma tão absoluta que prejudicou o justo louvor.
Não sei se esta estratégia de comunicação está concertada ou desacertada, mas não havia necessidade do Antero Henrique armar tal confusão: um tom de paz e concórdia deu lugar, muito rapidamente, a um discurso ríspido e de confronto, particularmente em relação ao SLB. Não estou muito preocupado em saber quais as suas intenções, muito menos com as reacções piegas dos encarnados ou se Antero estará a posicionar-se internamente a pensar no futuro. Esse é um problema dele (ou deles) que pouco me apoquenta, desde que cumpra com zelo e profissionalismo as funções que lhe estão cometidas. Mas que foi confuso, foi. O discurso deve primar pela objectividade e o conteúdo não deve render-se ao primado do conflito.
PdC é o melhor presidente que conheci ao serviço do FCP e pouco me dá se é o maior especialista em futebol do Mundo ou se apenas ganhou a medalha de prata. Esta classificação de Antero Henrique é evidentemente uma figura de retórica, mas escusada. As organizações não devem depender de homens providenciais, e acho que no FCP há muita gente capaz e que o excelente trabalho produzido não é obra de um homem só. Que PdC é um líder incontornável é tão reconhecido que não carece de adjectivação, porque da necessidade de propaganda se libertou há muito. Fazê-lo poderá ter, portanto, razões que a razão desconhece.
Além disso, o FCP é um clube centenário e com uma forte base social de apoio que sempre foi o seu principal alicerce, como não podia deixar de ser. Em função dessa força popular, o FCP foi sempre um vulcão muito activo que apenas hibernou demasiado tempo, muito por culpa própria.
Mas, o FCP de Yustrich, Flávio Costa e Bella Gutmann jogou futebol de excelente qualidade e arrastou uma multidão de adeptos por todo o lado. Enchemos cidades e invadimos a capital. O FCP provava que era uma força, apesar de se bater em clara situação de desigualdade. Quando foi garantido no país condições para concorrer no mercado em igualdade de condições, foi possível ao FCP intrometer-se na luta e ganhar de forma sustentada.
A estrutura de base sempre existiu só faltavam alguns detalhes para que o FCP explodisse. Criadas as condições políticas, os sócios fizeram o que faltava: a convocação de uma AG para que o regresso de JMP fosse possível. Foi JMP que desenhou o projecto, foi PdC que o consolidou com o apoio massivo dos sócios, mesmo nos momentos mais difíceis. Uma instituição desportiva não sobrevive apenas pela excelência da sua organização, embora seja indispensável.
Há alguma tendência política para intervir junto dos cidadãos como meros consumidores. O FCP, infelizmente, não tem sido excepção, salvo para alguns adeptos que constituem as forças vivas deste país. A minha mãe é a sócia nº 20, a mais antiga do FCP. Vai fazer 90 anos. Não é tecnocrata nem colunável, mas continua a adorar o FCP. Será que esses valores ainda mexem junto dos que comandam o FCP, mesmo que nunca tenha exigido cláusula de não rescisão?
Os sócios não querem ser apenas o alvo do negócio, porque são a alma do clube. Sei que o presidente reconhece esse valor, mas que há muito esquecimento há. E é pena!
sábado, 22 de agosto de 2009
SMS do dia: LXXVI
«Um tribunal de Nova Iorque obrigou o Google a revelar a identidade de um blogger acusado de difamação a uma modelo norte-americana»
in SOL, 20/08/2009
No 'Reflexão Portista' não temos problemas destes. Desde o primeiro dia que os autores dos artigos publicados, mesmo os convidados, assumem o que escrevem assinando com o próprio nome. Faz parte da política da casa.
A noticia completa pode ser lida aqui.
in SOL, 20/08/2009
No 'Reflexão Portista' não temos problemas destes. Desde o primeiro dia que os autores dos artigos publicados, mesmo os convidados, assumem o que escrevem assinando com o próprio nome. Faz parte da política da casa.
A noticia completa pode ser lida aqui.
Uma equação de resolução complicada
O treinador do FC Porto enfrenta nesta altura uma equação de resolução complicada. Os problemas são muitos, o tempo para construir uma equipa com diversos jogadores novos é pouco e, como habitualmente, a paciência dos adeptos portistas é nenhuma.
Quais são então os principais problemas?
1) A saída da melhor dupla argentina que passou pelo futebol português
Para além da qualidade individual que possuem, o nível de entendimento entre Lucho e Lisandro era tal que já quase jogavam de olhos fechados o que, claramente, tornava esta dupla argentina mais do que a soma das partes. Além disso, faziam parte da coluna vertebral da equipa, são jogadores que privilegiam o colectivo e, entre golos e assistências, o seu papel foi sempre absolutamente determinante. Na minha opinião, constituíram o esteio fundamental onde o tetra foi alicerçado.
Por tudo isto, por maior que seja a capacidade do treinador e por melhor que sejam as adaptações dos novos jogadores, quanto tempo será necessário para os novos jogadores atingirem a mecanização e eficácia que existia na dupla Lucho-Lisandro (se é que algum dia isso vai acontecer)?
2) O substituto do Lucho e o modelo de jogo
Fernando Belluschi foi contratado e apresentado (pela comunicação social) como sendo o substituto do Lucho. Ora, por aquilo que já vi, tenho muitas dúvidas que algum dia possa vir a sê-lo. Não porque Belluschi tenha falta de qualidade (no pouco tempo que cá está já mostrou pormenores muito interessantes), mas porque não tem o físico do Lucho (mede menos 16 cm!), não cobre a mesma amplitude de relvado que el comandante e, sem bola, falta-lhe a intensidade e agressividade competitiva do ex-capitão.
Além disto, parece-me que Belluschi é muito mais um número 10 do que um número 8 e, até por ser um jogador que remata bastante bem, a posição ideal para ele seria o vértice mais adiantado de um losango no meio campo, jogando mais perto dos avançados e da área contrária. O problema é que o FC Porto tem um plantel pensado e estruturado para jogar em 4-3-3..., ou será que este ano iremos ter um modelo alternativo?
3) Revoluções sucessivas no plantel
Tal como na época passada, o plantel azul-e-branco voltou a sofrer uma profunda alteração, tendo sido contratada uma equipa completa:
Beto, Miguel Lopes, Nuno André Coelho, Maicon, Álvaro Pereira, Prediger, Valeri, Belluschi, Varela, Orlando Sá e Falcao.
Ora, se somarmos a estas mudanças as entradas de há um ano atrás, verificamos que apenas cinco jogadores de campo - Fucile, Bruno Alves, Raul Meireles, Mariano e Farias - têm mais do que um ano de casa e só os três primeiros são titulares indiscutíveis.
E se falarmos em referências, eu diria que sobra o Bruno Alves, faltando saber qual será o seu estado psicológico após a desilusão que foi não dar o salto para um dos grandes da Europa.
4) A integração dos jogadores sul-americanos
«Nenhum jogador sul-americano (designadamente os que não tenham tido na Argentina um trajecto muito seguro) tem capacidade para chegar ao FC Porto ou a um clube europeu de grande exigência e impor-se logo em definitivo. As excepções só confirmam a regra. Independentemente das qualidades humanas e técnicas desses jogadores, existem questões de natureza táctica que criam dificuldades à sua integração.»
Jesualdo Ferreira, PUBLICO, 05/06/2009
No total são 14 - Helton, Fucile, Maicon, Álvaro Pereira, Prediger, Tomás Costa, Valeri, Guarin, Belluschi, Mariano, Rodriguez, Hulk, Farias e Falcao – com o balneário dividido entre portugueses, brasileiros, argentinos, uruguaios e colombianos.
E falta o Lucho que, segundo se dizia, era muito importante no enquadramento do clã argentino. Em sua substituição, O JOGO de ontem anunciou que "Mariano já é um dos capitães de equipa do FC Porto. O médio argentino vai partilhar essa responsabilidade com o guarda-redes Nuno, o central Bruno Alves e o médio Raul Meireles preenchendo o lugar deixado vago pela saída de Lucho González".
Na mesma linha de raciocinio, O JOGO acrescenta que "com o plantel principal praticamente dividido ao meio entre jogadores de língua portuguesa e hispânicos a escolha de um argentino para suceder a Lucho González faz todo o sentido, servindo de ponte entre os jogadores sul-americanos e a equipa técnica".
Evidentemente, o Mariano não tem o perfil, nem o estatuto do Lucho e nem sequer me parece que vá ser um titular indiscutível. Vamos ver o que isto vai dar.
5) Os jogos e viagens das Selecções
Numa altura em que seria fundamental trabalhar diariamente com os jogadores, particularmente nos aspectos de integração dos novos elementos, iremos entrar na fase decisiva de apuramento para o campeonato do Mundo 2010, com vários jogos até Novembro. Se no caso dos portugueses isso já afecta pelo menos três titulares – Rolando, Bruno Alves e Raul Meireles (e veja-se o estado em que Meireles chegou do último compromisso da Selecção) -, o que dizer do impacto dos jogos e sucessivas viagens intercontinentais em Fucile, Álvaro Pereira, Rodriguez e Falcao.
6) "É fácil expulsar o Hulk no futebol português"
"É fácil expulsar o Hulk no futebol português. Leva pancada, como toda a gente viu, há faltas que não são marcadas e torna-se fácil de expulsar. Olhem para algumas imagens da época passada, desta época, e perceberão que toda a capacidade de sofrimento e de encaixe tem limites. Não estou a desculpar. Esse não é o caminho do Hulk. Nesse, podemos interferir, e vamos fazê-lo, trabalhamos nesse sentido. Há, também, a responsabilidade dos outros."
Jesualdo Ferreira, 16/08/2009
Nos jogos em que não estiver castigado ou lesionado (a época passada esteve 6 ou 7 jogos no estaleiro fruto das cacetadas de que é alvo), poderá Jesualdo contar com o Hulk a 100%?
Tenho dúvidas, principalmente se a SAD persistir num silêncio sepulcral sobre o tema das arbitragens.
7) Um novo trio de ataque
Com a saída do Lisandro, o castigo do Hulk e a lesão de Rodriguez que, inexplicavelmente, se arrasta deste Junho passado (na pré-temporada cumpriu apenas 24 minutos diante do Aston Villa e mais alguns no particular com o Padroense), Jesualdo tem de inventar um trio de ataque completamente novo para os próximos jogos. O problema é que os mecanismos ofensivos demoram muito mais tempo a criar do que os defensivos (é mais fácil formar uma defesa para destruir do que um ataque para construir) e, apesar do potencial que queiramos ver em Mariano, Varela e Falcao, convenhamos que a matéria prima não é a mesma em relação ao trio da época passada.
Como, ainda por cima, o médio ofensivo também é novo (Belluschi em vez de Lucho), o que se pede ao Jesualdo é que faça o milagre de apresentar um ataque entrosado e eficaz nos próximos jogos.
Por todas estas razões, parece-me claro que Jesualdo está metido em trabalhos.
Da minha parte não sou, nem estou pessimista, mas perante tantos condicionalismos, internos e externos, penso que nós portistas temos de ser realistas e apenas exigirmos o impossível... daqui a algum tempo (dois ou três meses). Até lá o que interessa é irmos ganhando, mesmo que seja por meio a zero e jogando esteticamente muito mal.
Para já, volto a dizer o que escrevi em 2 de Agosto passado. Se em Maio do próximo ano o FC Porto conquistar o Penta, nem que seja apenas com um ponto de avanço, já será muitíssimo bom.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
E ainda nos queixamos?
Mais uma vez, com esta dupla expulsão do Hulk (uma que todos vimos, outra que o árbitro escreveu no silêncio do seu balneário), o FCP é pioneiro em mais uma inovação do futebol português. A saber:
- Fomos pioneiros quando o Paulinho Santos esteve sem jogar até que o JVP recuperasse da lesão causada. Nunca voltou a haver castigo semelhante até aos dias de hoje;
- Fomos ainda pioneiros nos “sumaríssimos”(sim, depois houve mais alguns, só para disfarçar);
- Fomos também pioneiros quando o Lisandro foi expulso num jogo particular, cumpriu a suspensão num outro jogo amigável, mas depois foi obrigado a cumprir mais um, desta vez, claro, num jogo oficial; também não há registos de outras ocorrências semelhantes desde então.
- Fomos pioneiros quando o Paulinho Santos esteve sem jogar até que o JVP recuperasse da lesão causada. Nunca voltou a haver castigo semelhante até aos dias de hoje;
- Fomos ainda pioneiros nos “sumaríssimos”(sim, depois houve mais alguns, só para disfarçar);
- Fomos também pioneiros quando o Lisandro foi expulso num jogo particular, cumpriu a suspensão num outro jogo amigável, mas depois foi obrigado a cumprir mais um, desta vez, claro, num jogo oficial; também não há registos de outras ocorrências semelhantes desde então.
100 milhões de euros
«A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que prolongou por mais duas épocas desportivas, ou seja, até 30 de Junho de 2014, o contrato de trabalho que liga a sociedade ao seu jogador Givanildo Vieira de Souza (“Hulk”).
Mais se informa que o montante da cláusula de rescisão foi alterado para 100.000.000€ (cem milhões de euros).»
É este o teor do comunicado que o Conselho de Administração da FCP SAD enviou à CMVM às 03:04 de hoje.
Em 9 de Agosto passado, já tinha referido aqui que um investimento estratégico que a FC Porto SAD deveria privilegiar era a aquisição dos restantes 50% do passe do Hulk. Ora, apesar de não ter sido possível convencer Juan Figer (que assistiu ao jogo de Paços de Ferreira) a vender a sua parte do passe, vejo com muita satisfação a iniciativa da SAD em prolongar o contrato com o Hulk por mais dois anos e, principalmente, a subida da cláusula de rescisão de 40 para 100 milhões de euros.
Não que eu acredite que alguém irá pagar esse valor pelo Hulk (os 94 milhões que o Real Madrid deu pelo Cristiano Ronaldo são uma loucura florentina), mas porque isso reforça substancialmente a capacidade negocial do FC Porto perante os muitos clubes que já se mostram interessados. No limite, a SAD portista pode colocar a fasquia negocial nos 50 milhões, deixando para o jogador e o seu empresário a negociação da parte que lhes cabe.
Agora, mesmo que o Dunga continue sem o convocar para a Selecção brasileira, é só esperar que o Hulk consiga brilhar na maior montra do futebol mundial - a Liga dos Campeões -, bastando para tal que atinja o nível do jogo que fez em Madrid na época passada. Se tal acontecer, os elogios de treinadores como Alex Ferguson e Maradona farão o resto, e daqui a nove meses estaremos a especular sobre qual será o clube que nos irá "roubar" o incrivel e bater a maior transferência de sempre do futebol português.
P.S. "O Hulk, por exemplo, é uma grande aquisição. Tem potencialidades fantásticas, como só me lembro de ver no Eusébio", José Guilherme Aguiar, 08/11/2008
A agressão a Adriano
Por João Marques (*)
Adriano tem um contrato de trabalho assinado com o FC Porto. A meio do cumprimento desse contrato a entidade patronal achou que a mais-valia do trabalho de Adriano não interessava mais e tentou terminar o vínculo. Adriano recusou. Está no seu direito. O FC Porto apresentou várias soluções de empréstimo a outros emblemas, talvez mesmo cedência definitiva (confesso que não me recordo ter lido nenhum caso que mencionasse esta hipótese, mas admito ter existido). Adriano continuou a recusar. Porquê? Ninguém sabe, mas podemos especular. Porque as hipóteses levantadas não se enquadravam na sua ambição desportiva, porque iriam baixar o seu ordenado, porque teria de viajar para países ou cidades pouco atraentes, ou porque tem à sua espera um contrato interessante que, assinado a custo zero, lhe traga a ele e ao seu empresário um rendimento chorudo. Tudo isto são hipóteses e, provavelmente, nenhuma delas acerta no verdadeiro motivo.
De qualquer modo, Adriano está no direito de querer cumprir o seu contrato até ao fim. E o FC Porto no seu direito de tentar ver-se livre de um encargo financeiro inútil. Se Adriano está a ver o filme pelo melhor ângulo ou se o FC Porto está a ter a atitude correcta, um dia se saberá.
O que se sabe é que Adriano se encontrava às 6h00 da manhã numa discoteca, em véspera de treino. Apesar de desconhecer o regulamento disciplinar do clube, presumo que este tipo de comportamento não é permitido. Adriano não pode dar entrevistas a jornais sensacionalistas afirmando que quando contar tudo não vai sobrar pedra sobre pedra no reino do dragão e dar um monumental tiro no pé desta natureza. Mais do que qualquer outro atleta do plantel, Adriano não pode incorrer em erros estratégicos deste tamanho. Espero com alguma curiosidade pelas próximas movimentações do clube. Ou pelo silêncio. O que seria bem pior para o jogador.
No meio de tudo isto, o que mais me incomoda é a repetição de uma situação já vista e revista envolvendo profissionais do clube e eventuais grupos de adeptos com alma de justiceiros implacáveis. No caso Adriano não faço ideia sobre o que terá despoletado toda a violência que o envolveu e o mandou para a urgência do hospital. Mas tomo a liberdade de especular. E tomo essa liberdade porque os antecedentes recentes são mais que muitos. Rodriguez, Paulo Assunção, Adriaanse, Mourinho. E, se exceptuarmos o caso do treinador holandês, o incompreensível silêncio do clube. Ou umas palavras circunstanciais sem qualquer tipo de consequências. O argumento gasto e falso da não ligação dos agressores a adeptos do FC Porto, o sacudir a água do capote, a política de que o próximo título apagará a mancha da vergonha.
Face a este silêncio institucional, outra voz se levantou. A voz que declarou que o caso Mourinho era um caso passional e, como tal, apenas dizia respeito aos envolvidos, que o caso Rodriguez tinha sido uma mera conversa de circunstância, que os culpados do caso Adriaanse seriam encontrados e castigados. Por quem, nunca se soube. Quem eram e o que lhes sucedeu, também não. Foi apresentada queixa policial ou a investigação foi conduzida pela guarda pretoriana que acompanhou Pinto da Costa ao tribunal de S. João Novo? Já agora, o que tem o clube a dizer sobre tudo isto, sobe estas afirmações que envolvem os seus funcionários? Nada. O silêncio absoluto.
Até ver, Adriano não apresentou queixa. Se o vai fazer nos próximos dias ou se vai esperar até estar ao abrigo de represálias, leia-se ao serviço de outro clube num outro país, logo se saberá. Uma coisa é certa, ver nestas situações conspirações da imprensa lisboeta contra a imagem do clube é conviver com a ignorância, assobiar para o ar, encolher os ombros. A História ímpar do clube, a sua dimensão europeia, única em Portugal, não o merece. E a massa adepta do clube não pode ser metida no mesmo saco e receber o mesmo tratamento de um grupo de fanáticos ignorantes e violentos.
(*) João Marques, licenciado em História não-praticante, semi-virtual dirigente desportivo amador, não-candidato a deputado nas próximas eleições legislativas, roseta de ouro do FCPorto em 2015 (para cuja cerimónia estão, desde já, todos convidados).
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao João Marques a elaboração deste artigo.
Adriano tem um contrato de trabalho assinado com o FC Porto. A meio do cumprimento desse contrato a entidade patronal achou que a mais-valia do trabalho de Adriano não interessava mais e tentou terminar o vínculo. Adriano recusou. Está no seu direito. O FC Porto apresentou várias soluções de empréstimo a outros emblemas, talvez mesmo cedência definitiva (confesso que não me recordo ter lido nenhum caso que mencionasse esta hipótese, mas admito ter existido). Adriano continuou a recusar. Porquê? Ninguém sabe, mas podemos especular. Porque as hipóteses levantadas não se enquadravam na sua ambição desportiva, porque iriam baixar o seu ordenado, porque teria de viajar para países ou cidades pouco atraentes, ou porque tem à sua espera um contrato interessante que, assinado a custo zero, lhe traga a ele e ao seu empresário um rendimento chorudo. Tudo isto são hipóteses e, provavelmente, nenhuma delas acerta no verdadeiro motivo.
De qualquer modo, Adriano está no direito de querer cumprir o seu contrato até ao fim. E o FC Porto no seu direito de tentar ver-se livre de um encargo financeiro inútil. Se Adriano está a ver o filme pelo melhor ângulo ou se o FC Porto está a ter a atitude correcta, um dia se saberá.
O que se sabe é que Adriano se encontrava às 6h00 da manhã numa discoteca, em véspera de treino. Apesar de desconhecer o regulamento disciplinar do clube, presumo que este tipo de comportamento não é permitido. Adriano não pode dar entrevistas a jornais sensacionalistas afirmando que quando contar tudo não vai sobrar pedra sobre pedra no reino do dragão e dar um monumental tiro no pé desta natureza. Mais do que qualquer outro atleta do plantel, Adriano não pode incorrer em erros estratégicos deste tamanho. Espero com alguma curiosidade pelas próximas movimentações do clube. Ou pelo silêncio. O que seria bem pior para o jogador.
No meio de tudo isto, o que mais me incomoda é a repetição de uma situação já vista e revista envolvendo profissionais do clube e eventuais grupos de adeptos com alma de justiceiros implacáveis. No caso Adriano não faço ideia sobre o que terá despoletado toda a violência que o envolveu e o mandou para a urgência do hospital. Mas tomo a liberdade de especular. E tomo essa liberdade porque os antecedentes recentes são mais que muitos. Rodriguez, Paulo Assunção, Adriaanse, Mourinho. E, se exceptuarmos o caso do treinador holandês, o incompreensível silêncio do clube. Ou umas palavras circunstanciais sem qualquer tipo de consequências. O argumento gasto e falso da não ligação dos agressores a adeptos do FC Porto, o sacudir a água do capote, a política de que o próximo título apagará a mancha da vergonha.
Face a este silêncio institucional, outra voz se levantou. A voz que declarou que o caso Mourinho era um caso passional e, como tal, apenas dizia respeito aos envolvidos, que o caso Rodriguez tinha sido uma mera conversa de circunstância, que os culpados do caso Adriaanse seriam encontrados e castigados. Por quem, nunca se soube. Quem eram e o que lhes sucedeu, também não. Foi apresentada queixa policial ou a investigação foi conduzida pela guarda pretoriana que acompanhou Pinto da Costa ao tribunal de S. João Novo? Já agora, o que tem o clube a dizer sobre tudo isto, sobe estas afirmações que envolvem os seus funcionários? Nada. O silêncio absoluto.
Até ver, Adriano não apresentou queixa. Se o vai fazer nos próximos dias ou se vai esperar até estar ao abrigo de represálias, leia-se ao serviço de outro clube num outro país, logo se saberá. Uma coisa é certa, ver nestas situações conspirações da imprensa lisboeta contra a imagem do clube é conviver com a ignorância, assobiar para o ar, encolher os ombros. A História ímpar do clube, a sua dimensão europeia, única em Portugal, não o merece. E a massa adepta do clube não pode ser metida no mesmo saco e receber o mesmo tratamento de um grupo de fanáticos ignorantes e violentos.
(*) João Marques, licenciado em História não-praticante, semi-virtual dirigente desportivo amador, não-candidato a deputado nas próximas eleições legislativas, roseta de ouro do FCPorto em 2015 (para cuja cerimónia estão, desde já, todos convidados).
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao João Marques a elaboração deste artigo.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Liga Europa: 4-0!!!
Sim, 4-0! Foi por este expressivo resultado que o Everton derrotou hoje o Sigma Olomouc e o Dínamo de Zagreb o Heart of Midlothian na pré-eliminatória da Liga Europa. Adivinham-se cabeçalhos entusiásticos na imprensa de Liverpool e na de Zagreb!
SMS do dia: LXXV
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) considerou hoje que a expulsão de Vukcevic no Sporting-Fiorentina da Liga dos Campeões, terça-feira, "exemplifica perfeitamente a injustiça" que é penalizar um jogador por festejar um golo.É bom saber que Gilberto Madaíl manifestou no Comité Executivo da UEFA o seu desgrado com esta regra idiota. E é também positivo que o presidente da FPF manifeste esse desagrado publicamente - mesmo que a reboque de uma imprensa recheada de nacionalismo bacoco - em prol dos clubes em competição na Europa. Só é pena que o presidente da FPF se esqueça de agir de igual modo com os restantes clubes portugueses. Pode ser difícil, mas devia ser essa a sua obrigação.
Gilberto Madail sublinhou que defendeu "a mudança dos regulamentos sobre esta matéria" no Comité Executivo da UEFA, órgão ao qual pertence, justificando que "é injusto que um jogador seja penalizado por manifestar a sua emoção ao marcar um golo tirando a camisola".
"Desde que esse gesto não tenha por objectivo a publicitação de mensagens premeditadas, nomeadamente de índole comercial ou política, por exemplo, mas seja a manifestação espontânea da alegria que um jogador sente ao conseguir, no fundo, aquele que é o grande objectivo de um jogo de futebol, o atleta e, por consequência, a respectiva equipa não devem ser prejudicados", advogou.
in O JOGO, 19 Agosto 2009
A origem do Xistrema
Há muitas pessoas, incluindo portistas, que desconhecem ou já não se lembram dos factos que estão na origem do Xistrema.
Recuemos então à época 2001/02. José Mourinho tinha substituído Octávio Machado no comando técnico dos dragões e, com alguns hiatos pelo meio, a equipa vinha encetando uma recuperação segura chegando-se aos lugares da frente da classificação.
Entre a 20ª e a 23ª jornada quatro vitórias consecutivas, com 10 golos marcados e apenas 4 sofridos:
20ª jornada (26/01/2002), FC Porto x Marítimo, 2-1
21ª jornada (03/02/2002), Varzim x FC Porto, 0-1
22ª jornada (10/02/2002), FC Porto x Benfica, 3-2
23ª jornada (16/02/2002), V. Setúbal x FC Porto, 1-4
23 de Fevereiro de 2002, 19h30, Estádio das Antas, ia jogar-se o FC Porto x Beira Mar da 24ª jornada.
Árbitro nomeado: Carlos Miguel Taborda Xistra, de apenas 28 anos (nasceu na Covilhã a 2 de Janeiro de 1974) e que tinha subido à 1ª categoria dois anos antes.
25': Jorge Andrade é expulso com um vermelho directo. Deco protesta e vê o cartão amarelo.
27': Cristiano aproveita o nervosismo que se instalou na equipa portista e faz o 0-1.
29': Alenitchev é admoestado com o cartão amarelo.
41': Clayton é punido com o cartão amarelo.
42': McCarthy marca e faz o empate (1-1).
Apesar da cacetada e do anti-jogo, o Beira-Mar chegou ao intervalo com a folha disciplinar completamente limpa. Neste aspecto, o FC Porto destacava-se e "ganhava" por três amarelos mais um vermelho a zero...
Aliás, constatando a perseguição de que os jogadores portistas estavam a ser alvo, Mourinho haveria de rapidamente substituir os já amarelados Alenitchev (aos 45') e Clayton (aos 54').
51': Fary marca para o Beira Mar (1-2).
52': Mário Silva é punido com o cartão amarelo.
74': Deco vê o segundo cartão amarelo e é expulso. Cândido Costa protesta e vê também o cartão amarelo.
81': Paredes marca e volta a empatar o jogo (2-2).
Mesmo a jogar com nove contra 14, os jogadores do FC Porto não se remeteram à defesa e continuaram à procura da vitória. Aproveitando esse facto, aos 85 minutos, num contra-ataque, Fary marca novamente fazendo o resultado final (2-3).
Apesar da derrota, eu fui um dos 19810 espectadores que, no final, não regatearam aplausos aos heróis que vestiram de azul-e-branco. Mais. Foi a partir deste jogo que passei a acreditar convictamente que o Mourinho iria montar uma grande equipa de futebol na época seguinte.
Quanto ao árbitro, se antes deste jogo o covilhanense Carlos Xistra era um ilustre desconhecido, no final o país desportivo fixou o seu nome, elogiou-lhe a coragem (cinco cartões amarelos e dois vermelhos a jogadores do FCP é obra!) e augurou-lhe um futuro brilhante na arbitragem portuguesa, o que se viria a confirmar com a sua promoção a árbitro internacional, pela mão de Vítor Pereira, em 1 de Janeiro de 2008.
Se é verdade que foi na sequência do FC Porto x Beira Mar da época 2001/02 que surgiu a designação Xistrema, depois do jornal O JOGO ter feito capa com esse título, ao longo dos anos o ex-atleta das camadas jovens do Sporting da Covilhã tem feito jus para merecer lugar de destaque ao lado de artistas como Bruno "Campo Maior" Paixão e Lucílio "Calabote" Baptista. Para não ir mais longe, basta recordar o que se passou na época passada.
Supertaça Cândido de Oliveira, Sporting x FC Porto
Dois vermelhos por mostrar a jogadores leoninos.
Taça da Liga, Sporting x FC Porto
Dois penalties inventados por Xistra viraram o resultado.
Campeonato, V. Guimarães x FC Porto
Para além dos amarelos por mostrar, Xistra perdoou duas expulsões a jogadores vimaranenses - Milhazes e Custódio.
Vídeo com imagens do massacre de que Hulk foi alvo no Vitória Guimarães x FC Porto da época passada, perante a complacência do Carlos Xistrema.
Campeonato, E. Amadora x FC Porto
Ney arrumou Hulk e Xistra nem sequer lhe mostrou o cartão amarelo.
Tivesse Xistra feito metade disto em prejuízo de Sporting ou Benfica e, para além de ir directamente para a "jarra", não tenho qualquer dúvida de que estaria sujeito a uma longa travessia do deserto no que diz respeito a nomeações para os clubes da 2ª circular (veja-se o que aconteceu a Lucílio Baptista depois da final da Taça da Liga e veremos quando é que voltará a ser nomeado para jogos do Sporting).
O historial que Carlos Xistra tem em jogos do FC Porto é de arrepiar. Assim sendo, como é possível que a Administração da SAD nunca tenha tomado uma posição dura e inequívoca em relação a este árbitro?
Perante as sucessivas roubalheiras, particularmente na época passada, como é possível que os dirigentes portistas não tenham feito ouvir, alto e bom som, a sua indignação de modo a, pelo menos, evitar estas nomeações cirúrgicas do senhor Vítor Pereira?
Há coisas que, sinceramente, não consigo perceber. Esta é uma delas e outra é ver em blogues e fóruns muitos portistas indignados com estas xistralhadas, mas aceitarem pacificamente que a Direcção do FC Porto não se indigne, nem proteste.
Com o seu inexplicável silêncio, e embora de forma involuntária, os dirigentes do FC Porto acabam por ser cúmplices deste Xistrema.
Fotos: Record
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Coroado e os casos da 1ª jornada
De acordo com Jorge Coroado, o caso da jornada foi a expulsão errada de Hulk, deixando o FC Porto a jogar com menos um durante os últimos 36 minutos de jogo.
«Lançado em velocidade na perseguição da bola, já próximo da linha de baliza dos visitados, tendo um adversário pela frente, Hulk, em gesto comumente considerado de "tesoura", projectou-se com ambos os pés ladeando o atleta pacense e, sem neste tocar, com o esquerdo conseguiu jogar o esférico não evitando, no entanto, que o mesmo saísse do terreno pela linha de cabeceira. Sabedor que o portista já tinha sido advertido com cartão amarelo, o atleta da casa teatralizou a queda simulando ter sido atingido e derrubado pelo poço de força azul e branco, deixando-se cair no solo contorcendo-se com dores. Porque compreensivelmente atrasado relativamente à jogada, o árbitro entendeu como passível de comportamento antidesportivo a atitude do jogador portista exibindo-lhe pela segunda vez o cartão amarelo e correspondente cartão vermelho. Errou. Hulk não havia feito fosse o que fosse que justificasse intervenção do árbitro senão para assinalar pontapé de baliza.»
Para além deste caso, na opinião de Jorge Coroado os maiores erros 1ª jornada foram a grande penalidade favorável ao FC Porto cometida por Filipe Anunciação aos 51', que não foi assinalada, e as não expulsões de Aimar e David Luiz no Benfica x Marítimo.
Sobre o jogo da Luz, Coroado escreveu:
«David Luiz mais parecia ter carta-branca para fazer o que bem lhe apetecesse (...). O defesa central encarnado deu uma cotovelada, entrou de pés na frente, rasteirou e derrubou como lhe apeteceu e não foi sancionado. Aimar teve conduta violenta e passou impune.»
As apreciações de Jorge Coroado feitas em O JOGO podem ser lidas aqui.
«Lançado em velocidade na perseguição da bola, já próximo da linha de baliza dos visitados, tendo um adversário pela frente, Hulk, em gesto comumente considerado de "tesoura", projectou-se com ambos os pés ladeando o atleta pacense e, sem neste tocar, com o esquerdo conseguiu jogar o esférico não evitando, no entanto, que o mesmo saísse do terreno pela linha de cabeceira. Sabedor que o portista já tinha sido advertido com cartão amarelo, o atleta da casa teatralizou a queda simulando ter sido atingido e derrubado pelo poço de força azul e branco, deixando-se cair no solo contorcendo-se com dores. Porque compreensivelmente atrasado relativamente à jogada, o árbitro entendeu como passível de comportamento antidesportivo a atitude do jogador portista exibindo-lhe pela segunda vez o cartão amarelo e correspondente cartão vermelho. Errou. Hulk não havia feito fosse o que fosse que justificasse intervenção do árbitro senão para assinalar pontapé de baliza.»
Para além deste caso, na opinião de Jorge Coroado os maiores erros 1ª jornada foram a grande penalidade favorável ao FC Porto cometida por Filipe Anunciação aos 51', que não foi assinalada, e as não expulsões de Aimar e David Luiz no Benfica x Marítimo.
Sobre o jogo da Luz, Coroado escreveu:
«David Luiz mais parecia ter carta-branca para fazer o que bem lhe apetecesse (...). O defesa central encarnado deu uma cotovelada, entrou de pés na frente, rasteirou e derrubou como lhe apeteceu e não foi sancionado. Aimar teve conduta violenta e passou impune.»
As apreciações de Jorge Coroado feitas em O JOGO podem ser lidas aqui.
Afinal havia outra (expulsão)...
Não sendo a do patinho feio, esta é a história de alguém que sempre foi tratado de forma diferente.
Tudo começou muito cedo, logo pela própria mãe que, achando que ele era muito mais forte do que as outras crianças da mesma idade, decidiu dar-lhe a incrível alcunha de Hulk.
Fez-se, um dia, jogador a sério e, quando regressou a Portugal, mesmo antes de o verem actuar, já o seu nome-de-guerra provocava as habituais piadinhas de escárnio e maldizer. Apenas e só porque era… diferente.
Tão diferente era que arrasou tudo e todos, logo na sua primeira época na Europa. Elogios à diferença que fazia, dentro do campo, começaram, então, a chover de todos os lados.
E tão diferente prosseguiu que, a partir de certa altura, os árbitros passaram a considerar que, dado o seu porte físico, e jogando ele no FCP, poderia levar mais pancada que qualquer outro, sem que tal fosse devidamente sancionado.
Tão diferente continuou que, agora, querem fazer dele o primeiro craque da bola a levar mais amarelos e vermelhos do que todos aqueles que tanto o massacram durante todas as partidas.
Por último, para ser ainda mais diferente, vai passar também a ser o primeiro jogador que, mesmo já depois de expulso, um árbitro reconsiderou e decidiu (re)expulsá-lo de uma forma mais severa. (Depois dos célebres "sumaríssimos", eis que o nosso clube volta a ser pioneiro em mais uma inovação do futebol português).
Para atingir o cúmulo do diferenciamento, até alguns adeptos do próprio FCP, que já deviam estar vacinados e revacinados para este tipo de artimanhas, parecem dar o seu aval àqueles que querem passar, o pobre do Hulk, de vítima a réu, assim em duas penadas.
Quem não se engana é o “sistema” anti-FCP.
Logo à primeira jornada, já está bem acordado e sabe muito bem de onde vem o perigo real.
Se antes a táctica passava por travar, até fora das quatro-linhas, McCarthy, Quaresma e Lisandro, agora escolheram o Hulk.
Isto para não serem… diferentes.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
SMS do dia: LXXIV
Definição de "Sistema":
Nos 2/3 segundos entre a mostragem do segundo cartão amarelo e o vermelho, Carlos Xistra mudou de ideias quanto à gravidade das acções/palavras de Hulk. Ou terá sido já depois de assinada a ficha de jogo que se recordou de alguma atitude menos própria do Hulk? Para além disso, parece haver muita gente indecisa na Liga de Clubes, visto que só à quarta tentativa conseguem escrever o que realmente estão a pensar...
Há coisas estranhas, não há?
Ficha do Paços-FC Porto mudou quatro vezes no site da Liga
A confusão sobre o cartão mostrado a Hulk infectou o sítio oficial da Liga. Ao longo do dia de ontem, a ficha do Paços-FC Porto foi sofrendo alterações cirúrgicas. Se, até cerca das 18h30, Hulk tinha sido expulso por acumulação de amarelos, a partir dessa hora passou a expulso por vermelho directo. Por volta das 21h00, a ficha voltava a acusar acumulação de cartões amarelos, para cerca das 22h30 insistir no vermelho directo.
(...)
O árbitro não só não fez o que lhe competia, isto é, informar os capitães das equipas de que Hulk ia mais cedo para o balneário por vermelho directo, mas também se terá fechado em copas no momento de os delegados ao jogo assinarem a ficha do Paços-FC Porto.
em ojogo
Nos 2/3 segundos entre a mostragem do segundo cartão amarelo e o vermelho, Carlos Xistra mudou de ideias quanto à gravidade das acções/palavras de Hulk. Ou terá sido já depois de assinada a ficha de jogo que se recordou de alguma atitude menos própria do Hulk? Para além disso, parece haver muita gente indecisa na Liga de Clubes, visto que só à quarta tentativa conseguem escrever o que realmente estão a pensar...
Há coisas estranhas, não há?
Antero e o SLB
Na mesma entrevista à LUSA, de 14 de Agosto, o foco e alvo principal de Antero Henrique foi o SLB:
"Para vencer não chega gastar milhões e o Benfica não sabe ganhar em democracia"
"Quem não é capaz de reconhecer quem é melhor - e não é melhor uma vez, por sorte, por conjuntura, é melhor quase sempre - é porque quer esconder os seus próprios problemas e defeitos. Da mesma forma que todos temos que aprender a ler porque não nascemos com essa competência (ignorância primária), nenhum clube tem que saber fazer o que nós fazemos. Grave é não querer ver nem aprender (ignorância secundária)".
"O FC Porto tem o maior especialista em futebol do Mundo, que é o senhor Pinto da Costa. O crescimento do FC Porto teve sempre uma base desportiva, não foi, não é, nem nunca será, uma empreitada, um investimento imobiliário. Desportivamente, Luís Filipe Vieira representa muito pouco, Pinto da Costa é o dirigente da história do futebol com mais títulos".
"Quem não é capaz de nos vencer no campo tenta vencer-nos fora dele, mas faz triste figura, porque mais uma vez o FC Porto é competente e o nosso departamento jurídico, liderado pelo Dr. Adelino Caldeira, dá respostas de excelência. Quiseram tirar-nos da Liga dos Campeões, mas até aí foram obrigados a vergar-se à nossa capacidade e acabaram condenados pelo TAS [Tribunal Arbitral do Desporto]. Não conseguiram colocar a sombra que pretendiam na nossa marca".
O tom e conteúdo desta entrevista à LUSA é muito diferente, eu diria quase o oposto, da entrevista que o mesmo Antero Henrique deu ao JOGO e que foi publicada em 4 de Agosto passado:
"Em relação ao Benfica, é preciso reconhecer que também está fortíssimo e isso porque tem um treinador que fez um bom trabalho nos clubes por onde passou. De resto, o Rui Costa, responsável pelo futebol do clube, tem muita experiência, excelentes conhecimentos a nível internacional e tem mantido uma grande coerência de procedimentos, mostrando grandes capacidades para as funções que desempenha."
Depois dos muitos elogios a Jorge Jesus, a Rui Costa e à "equipa fortíssima", o que levou Antero Henrique a, num curto espaço de tempo, sentir necessidade de dar uma nova entrevista para desferir um violento ataque ao SLB e a Luis Filipe Vieira?
O que mudou em apenas 10 dias?
Será que os elogios ao inimigo principal caíram mal em alguns círculos portistas?
Pelos vistos, algo falhou na pensada, planeada e selectiva politica de comunicação do FC Porto.
P.S. Se Pinto da Costa não aparentasse estar de boa saúde e estivessemos em período pré-eleitoral para a presidência do clube, eu diria que os elogios de Antero Henrique a Adelino Caldeira faziam parte de uma estratégia de campanha.
Foto: Record