quarta-feira, 30 de junho de 2010

Anualmente é isto

Um gajo diz mal durante um ano (ou parte dele), são todos uns filhos da ..., só nos andam - aos sócios - a chular, que vão gozar prá terra deles, ...

E depois mudam o treinador, a gente fica com e eis que chega a hora do


e pago para ver.

Após anos de crise de futebol estava indeciso em pagar por 1 ou 4 jogos da liga europa o mesmo que o(s) ano(s) passado(s) paguei por 3 jogos da liga dos campeões. Lá está, são sempre os sócios a pagar as asneiras doutros.

Mas quando me dizem que vou ter

nem hesitei :-D, fiquei logo convencido. Até os gajos da CMVM vão comprar lugares anuais.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A verdadeira revelação


Com Ricardo Costa fora do lugar (ou melhor, na posição normal de um defesa central) e Simão a ver jogar, Eduardo ainda defendeu à primeira, mas na recarga já estava caído no relvado e não teve colegas de equipa que o ajudassem. A partir daí, em desvantagem no marcador, o destino dos "navegadores" estava traçado.

Nos quatro jogos que a selecção portuguesa fez na África do Sul, Eduardo defendeu tudo o que era possível e algumas bolas que pareciam impossíveis. Mais do que Coentrão, que fez meia dúzia de arrancadas que deixaram os comentadores benfiquistas extasiados, a verdadeira revelação esteve na baliza da selecção portuguesa.

Por ele, tínhamos discutido a passagem aos quartos-de-final nos penalties.
Por mim, seria ele o capitão da Selecção a partir do próximo jogo.

O intocável


No Manchester United fazia a diferença.
No Real Madrid é a estrela que mais brilha.
Na Selecção o normal é que as suas exibições sejam pautadas pela mediocridade. Apesar disso continua a ser intocável.
Numa equipa de jogadores bonzinhos, a classe extra de Ronaldo não se viu na África do Sul e isso fez falta.

Os novos dirigentes do basquetebol portista

No início da época 2008/09, após a substituição de Alberto Babo pelo seu treinador-adjunto - Júlio Matos - no comando técnico da equipa, o ex-director-geral do basquetebol portista, Fernando Assunção, afirmou o seguinte (numa entrevista publicada no site Planeta Basket, em 18/09/2008):

Como sempre, o lema deste clube é tentar ganhar todas as provas em que entramos. Nem sempre isso é possível, mas essa é a nossa postura nas competições. A saída de Alberto Babo significou o fecho de um ciclo no clube. A escolha do seu sucessor foi um homem da casa, Júlio Matos.”

E sobre o treinador que tinha sido escolhido para orientar a equipa, a opinião de Fernando Assunção era a seguinte:
Como sempre gostamos de dar oportunidade aos nossos e o Júlio Matos é nosso há muito, muito tempo. No entanto gostaria de realçar que este predicado, sendo relevante, não é o mais importante. Essencialmente é a qualidade e a capacidade de trabalho e esses são predicados que não tenho dúvidas o Júlio Matos reúne em grande quantidade e por isso foi o escolhido.”

Infelizmente, e conforme é sabido, era quase impossível o desempenho da equipa portista ter sido pior, com Júlio Matos a nunca ter sido capaz de construir um colectivo forte e só in extremis o FC Porto conseguiu o apuramento para os play-off (os dragões ficaram em 8º lugar da fase regular).

Perante o que se passou, que foi o culminar de um certo desnorte no basquetebol portista, defendi ser necessário que as responsabilidades fossem assumidas por quem de direito e que, na minha opinião, estava na hora de Fernando Assunção passar a bola e de renovarmos a direcção com sangue novo, novas ideias e redobrada ambição.

Um ano depois, atendendo à saída de Fernando Gomes dos cargos que ocupava no FC Porto, tenho dúvidas que o timing actual (a meio do contrato do Moncho Lopez) seja o mais indicado para Fernando Assunção também abandonar o basquetebol portista e ser substituído por Rodrigo Moreira (economista de 29 anos e antigo atleta do clube na área da formação), o qual, segundo sei, não tem qualquer experiência no dirigismo desportivo.

Mas compreendo a decisão de Fernando Assunção. Tendo sido director-geral durante largos anos e, nessas funções, (co)responsável pela escolha de Júlio Matos, primeiro para treinador-adjunto e depois para treinador principal, não devia sentir-se muito confortável a ter de interagir com ele nesta altura. De facto, de treinador dispensado há um ano atrás, Júlio Matos passou a integrar os corpos sociais do FC Porto, recentemente eleitos para o próximo triénio, sucedendo a Fernando Gomes como vice-presidente para o basquetebol. E das duas uma: ou Fernando Assunção foi convidado para assumir o lugar de Fernando Gomes e não aceitou; ou não foi e este convite a Júlio Matos (presumo que de Pinto da Costa) foi um sinal que ele não podia ignorar.

Não tenho dúvidas do portismo de Júlio Matos mas, nestas novas funções, de homem forte do basquetebol azul-e-branco, espero que seja mais feliz e competente do que demonstrou ser como treinador principal, em que o seu desempenho deixou muito a desejar. E recordo que um dos aspectos questionado foi a autoridade (ou falta dela) perante jogadores com quem, aparentemente, tinha um passado de relacionamento muito “tu cá, tu lá”.


Uma palavra final para Fernando Assunção. Foi atleta do clube entre 1961 e 1979, tendo sido campeão nacional em 1971/72 (numa equipa da qual também faziam parte Fernando Gomes, Alberto Babo e... Dale Dover!). Depois foi treinador até 1992, altura em que juntamente com Fernando Gomes e um grupo de antigos praticantes, contribuiu para que o basquetebol não acabasse no FC Porto. No total, foram 49 anos de ligação ao basquetebol azul-e-branco. Muito obrigado.

Foto 1: Alberto Babo (treinador principal) e Júlio Matos (treinador-adjunto) (fonte: blogue 'Bibó Porto, carago')
Foto 2: Campeões nacionais de basquetebol 1971/72 (fonte: blogue 'Lôngara')

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Business as usual

Nos meses que antecederam este Mundial 2010, mais concretamente a partir do jogo que deu o apuramento a Portugal, temos sido bombardeados com a publicidade dos gigantes do costume (cá do burgo e não só). BES, Nike, McDonalds e outros de que agora não me recorde deram início a uma intensa campanha de publicidade. Publicitar produtos/serviços que se identifiquem com a imagem da nossa selecção passou a ser quase obrigatório.



O BES recrutou o Ronaldo, o Queiroz e a música "I Got a Feeling" dos Black Eyed Peas.

O Ronaldo começou por fazer um anúncio onde respondia a perguntas de um narrador cuja ideia final era mais ou menos esta "eu tenho um feeling para este Mundial mas certezas, certezas só que o meu dinheiro vai render no BES". Coisa ridícula e de mau gosto.

Queiroz também acabou refém do BES e do tema "I Got a Feeling" dos Black Eyed Peas.



O Simãozinho, por seu lado, optou por assinar um acordo de publicidade com a McDonalds tendo mesmo representado a dança Big-Mac-Loco-qualquer-coisa quando marcou o segundo golo de Portugal no jogo frente à Coreia do Norte.


"A McDonald’s Portugal possui um acordo global de imagem com Simão Sabrosa relativo ao Mundial de Futebol FIFA 2010, no âmbito da campanha Alimenta a Paixão, não tendo sido concretizado qualquer acordo específico de celebração de golos", afirmou António Filipe, director de marketing e comunicação da McDonald’s Portugal.
Os jogadores (ou treinadores) são (ou devem ser) livres para assinarem contratos de imagem e fazerem o que bem entenderem da sua figura. Tudo normal. O problema surge quando uma campanha de publicidade ("Escreve o futuro") de um patrocinador (Nike) condiciona toda uma forma táctica de abordagem aos lances de bola parada da Selecção Nacional. Agora somos obrigados a gramar o Cristiano Ronaldo a marcar todo e qualquer livre directo mesmo depois de já ter marcado uma boa meia dúzia com a bola a passar a kms da baliza adversária. O ritual é sempre o mesmo e igualzinho ao do anúncio Nike: Ronaldo, o herói, segura na bola e coloca-a no chão. Afasta-se lentamente e pára fixando-se com as pernas bem afastadas. Depois intercala alguns olhares profundos entre a bola e a baliza. Para finalizar faz uma inspiração profunda dilatando visivelmente a caixa torácica e expira de uma só vez para então correr para a bola e rematar em estilo. No anúncio a imagem seguinte aparece com um fundo negro e a letras brancas o título inspirador "escreve o futuro". No relvado têm aparecido chutos para a bancada.


A Selecção tem excelentes marcadores de livres directos e bolas paradas. Simão, Bruno Alves ou Raul Meireles são alguns exemplos. Estamos reféns da publicidade Nike?

domingo, 27 de junho de 2010

A FIFA e a verdade desportiva


É golo se a bola ultrapassar completamente a linha de baliza e, reconheço, às vezes é difícil ter a certeza. Contudo, neste caso (Alemanha x Inglaterra), a bola esteve meio metro dentro da baliza e custa a crer como é que os árbitros não viram.
A Alemanha ganhou por 4-1, mas qual teria sido o impacto no jogo se, em poucos minutos, a Inglaterra tivesse recuperado de 0-2 para 2-2?

Perante lances como este, que adulteram de forma grosseira a verdade desportiva, até quando é que a FIFA irá manter a sua intransigência em aceitar o recurso a meios tecnológicos?

F.C. Porto nos Mundiais (VIII)


Josef Mlynarczyk, "o Papa"

Proveniente do Bastia, chegou em Janeiro de 1986 ao F.C. Porto um guarda-redes polaco que viria a tornar-se famoso na história do clube, pois foi ele que defendeu a baliza azul-branca na histórica Final de Viena, nos dois jogos da Supertaça Europeia, e também na famosa Taça Intercontinental em Tóquio, tudo em 1987.

Josef Mlynarczyk - era esse o seu nome - nasceu em Nowa Sól em 1953 e foi internacional 42 vezes pela Polónia, e é essa parte que aqui hoje nos interessa especialmente. Antes de cá chegar, Mlynarczyk, a quem alguns adeptos do FCP chamavam "o Papa" por ser compatriota do Papa João Paulo II, já participara, sempre a titular, no Campeonato do Mundo de 1982 em Espanha, no qual a Polónia conseguira um brilhante terceiro lugar.

Já ao serviço do F.C. Porto Mlynarczyk participou no Mundial do México em 1986, onde foi também sempre titular, e logo no mesmo grupo que Portugal. A Polónia seguiria em frente como um dos quatro melhores terceiros (o Mundial era disputado nessa altura por 24 equipas), e seria derrotada nos 1/8 de Final pelo Brasil.

Tendo empatado a zero com Marrocos (o 1º classificado do grupo e primeira equipa africana a passar à segunda fase na história da prova), os polacos defrontaram a seguir Portugal, que vinha de uma surpreendente estreia positiva (vitória de 1-0 sobre a Inglaterra) atendendo ao caos gerado pelo "caso Saltillo". E com um golo do famoso Wlodzimierz Smolarek, os polacos levariam Portugal de vencida. Na terceira partida "o Papa" encontrou pela frente o temível Gary Lineker, ponta-de-lança do Everton e recente melhor marcador do campeonato inglês, com 30 golos em 41 jogos. Pois aos 34' da primeira parte já Lineker (que viria a ser o melhor marcador da competição) completava um hat-trick, tendo o resultado final ficado em 3-0. Ao comando da selecção inglesa estava o nosso futuro treinador Bobby Robson, e a Inglaterra seria eliminada nos 1/4 de final pela Argentina. Os outros três desafios dessa fase foram todos resolvidos por penalties, mas esse encontrou a sua chave na "mão de Deus", como é de todos consabido. Essa mesma mão tem sido recentemente avistada em alguns estádios da África do Sul (tenho aqui uma, mas não de Deus, para lhe acenar, quando chegar a hora de eles irem para casa;-)).

O destino da Polónia nesse Mundial ficaria então decidido nos 1/8 de Final, em que a aparentemente imparável selecção brasileira (seria eliminada pela França nos 1/4 de Final) a derrotou por 4-0, com golos de Sócrates (o médico, não o engenheiro), Josimar, Edinho e Careca, sendo o primeiro e o último de penalty. Mas no ano seguinte Mlynarczyk atingiria o que foi sem dúvida o ponto alto da sua carreira, no Prater de Viena.

Foto: pfutebol.com

sábado, 26 de junho de 2010

Bi-campeão de Juvenis


Num jogo disputado hoje no Centro de Treinos e Formação Desportiva do Olival, o FC Porto venceu o Sporting por 2-0, revalidando o seu título de Campeão nacional de Juvenis (Sub-17).

A equipa treinada por Pedro Emanuel, alinhou de início com:
Elói Silva, Rúben Teixeira, Hugo Basto, Tiago Ferreira, Tiago Bragança, Paulo Jorge, Erik Grey, Ricardo Alves, Joaquim Lupeta, Tozé e Fábio Martins.

Os golos foram marcados por Lupeta, aos 57', e Ricardo Alves dois minutos depois.

Parabéns aos Campeões!


Fotos: Record

Do Terreiro do Paço, nem bom vento...


Em Fevereiro passado, num artigo intitulado 'Gallaecia, centralismo e desporto', escrevi o seguinte: «o poderosíssimo loby centralista tudo fará para boicotar, atrasar ou dificultar todos os projectos ou iniciativas que contribuam para fazer sombra à "capital do Império"».

Uns dias depois, da capital vinha a confirmação de uma notícia pré-anunciada: o TGV Lisboa - Madrid é para fazer já, enquanto que as linhas Porto - Lisboa e Porto - Vigo são adiadas para as calendas.
E continuando na sua senda de "apoio" à dinamização da economia na região mais afectada pela crise - é no Norte que fecharam mais empresas e que está a maior parte dos desempregados -, o governo de Lisboa decidiu que esta era a altura ideal para portajar três das sete SCUT existentes em Portugal, com a "coincidência" de serem todas no Norte...

A propósito desta medida do governo de Lisboa, no dia 23 de Junho, em entrevista à RTP, o Secretário-Geral do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, Xoan Vásquez Mão, afirmou o seguinte:
"Quem vem de férias, ou quem vem ao IKEA, ou passar um fim-de-semana ao Porto, ou apanhar o avião ao Porto tem que fazer fila na bomba de gasolina para recolher o aparelho, tem que pagar, depois receber a devolução. Não sabe como é que funciona. Se se engana tem de ficar no trânsito à espera. Com tudo isto quem vai passar um dia de férias tranquilamente, ou apanhar o avião, vai chegar incomodado, com mau feitio. Vai antes a Santiago ou vai fazer as compras ao IKEA a La Coruña. Qual é o efeito de não haver dinheiro galego em Portugal? Obviamente não vai haver dinheiro português para gastar na Galiza. Porque a relação é tão forte que todos dependemos de todos."

E mais adiante acrescentou:
"Se associarmos isto ao TGV, à dificuldade nas comunicações, o problema está a fazer com que a Galiza, que tem um sentimento muito especial para com Portugal - para nós é a nossa casa, somos a mesma gente - comece a olhar para o Cantábrico, a virar costas, e isso pode acabar por ser um problema muito grave. E aqui não é um problema com o Norte de Portugal, é um problema com o Governo português que parece pretender levantar todas as dificuldades possíveis para que esta Euro região não avance."

De facto, e como escreveu Paulo Morais no JN de 09/06/2010, "o centralismo é doença crónica de sucessivos governos. O fenómeno não é de agora. Com o advento da democracia em 1974, os governos de Lisboa, tendo perdido os territórios ultramarinos, contentam-se agora com colonizar e espoliar o resto do continente. Mas esta atitude atingiu o absurdo e a sem vergonha nos últimos meses. Os exemplos são inúmeros. O Governo continua apostado em construir essa obra inútil e cara que é o TGV de Lisboa para Madrid, mas cancela a expansão do metro do Porto, que serve milhões de passageiros e é imprescindível para o desenvolvimento da sua Área Metropolitana. Quando o Estado ameaça falência e há necessidade de cobrar portagens nas SCUT, o Executivo opta por sacrificar o Grande Porto e o Norte."

E o que é que isto tem a ver com o futebol e, em particular, com o Futebol Clube do Porto? Então o FC Porto não é um clube nacional?
Sim, é indiscutível que o FC Porto cresceu muito nas últimas décadas, conquistando milhares de adeptos de norte a sul de Portugal e nas regiões autónomas. Mas o FCP não pode ser dissociado da cidade do Porto, da Área Metropolitana do Porto e, inclusivamente, do Norte de Portugal, porque é aí que estão as suas raízes e concentrada a esmagadora maioria dos seus adeptos.

À semelhança do Barcelona e de outros grandes europeus, o FC Porto possui uma identidade e forte matriz regional. Contudo, sendo esta uma das suas principais forças, pode e vai tornar-se uma fraqueza se a economia da área metropolitana e da região Norte continuar a definhar. Sobre isto não haja ilusões. E é por isso que este assunto - centralismo, regionalização, capacidade económica das regiões, PIB per capita - tem mais a ver com o futebol e com o FC Porto do que alguns pensam.

(*) Durante muito tempo, dizia-se que "de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento". Agora, que Castela deixou de ser uma ameaça, é do Terreiro do Paço (símbolo maior do centralismo sufocante que asfixia o país) que não sopram bons ventos para os portugueses de Elvas, Valença, Bragança, Porto, Faro, Viana, etc.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ainda têm saudades?

Pois é, o campeão europeu de 2004 já voltou para casa, bem como, o actual campeão e vice-campeão do Mundo em título. Quanto a Portugal, com um treinador que é "burro", terminou a fase de grupos sem derrotas e sem sofrer golos.

Por falar em golos, há quantos minutos é que Portugal não sofre golos em jogos oficiais?
Por onde andam os que diziam que o Eduardo não valia nada e que o titular da Selecção devia ser o Quim?

E, já agora, por onde andam os que tinham saudades do Scolari e faziam capas a chamar burro a Carlos Queiroz?

Superleague Formula, rendimento e imagem


As últimas duas corridas desta época foram marcadas por incidentes que levaram o piloto Álvaro Parente (que ganhou uma das provas no ano passado) a desabafar que tem "saudades de lutar por uma vitória e pelos lugares da frente". O carro tem tido problemas mecânicos e a equipa que gere o carro este ano deixa muito a desejar no capítulo da organização e planeamento das corridas, o que é facilmente demonstrável pelos incidentes ocorridos nas duas últimas provas:

- Em Jarama, Espanha, na segunda corrida da prova, o carro do FC Porto teve a prestação comprometida por uma demorada paragem nas boxes que lhe custou a perda de sete lugares. «Foi o resultado possível. Na primeira corrida, o oitavo posto foi positivo, mas na segunda podia ter conseguido um resultado melhor. A paragem nas boxes foi desastrosa. Caí para 15º! Ainda assim consegui recuperar algumas posições.»

- Em Magny-Cours, França, a tragédia foi equivalente. «Fui prejudicado. Quando me deram instruções para entrar nas boxes, a minha pista estava ocupada. Acabei por ir para a pista seguinte, mas os pneus não eram para o meu carro e isso resultaria numa desclassificação. Tive que sair das boxes e regressar.»


Infelizmente estas situações, tão atípicas no FC Porto em qualquer outra modalidade, parecem repetir-se na Superleague Formula. Nas épocas anteriores, os problemas de pré-época com a indefinição de pilotos e equipas e atrasos na preparação (falados em alguns artigos anteriores aqui no RP, fizeram com que o carro do FC Porto só tivesse o rendimento desejado nas ultimas corridas da competição.

O que é a Superleague Formula para o FC Porto?
É realmente uma competição em que o FC Porto se reveja e esteja interessado em lutar por uma vitória, ou é apenas mais um patrocinador que nos vai enchendo (não tanto quanto isso) os bolsos e levando a nossa imagem e marca a dois ou três cantos do mundo? É esta a imagem que passamos do FC Porto para o exterior, ou como se costuma dizer "There is no such thing as bad publicity"?

A minha opinião sincera é de que se o FC Porto não leva a competição a sério, não deveria participar. Se leva a competição a sério, está na altura de tomar as rédeas e acabar com as declarações dos pilotos a criticar a equipa (por muita razão que tenham, as coisas têm de ser resolvidas a nível interno) e arranjar um responsável que garanta que as peripécias acima descritas não se tornem a repetir. Quero um FC Porto sério em todas as modalidades!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

São João

Aquando da entrada do André Villas-Boas ficámos a saber que íamos ter novos adjuntos, mas nunca foi claro (pelo menos para mim) se o João Pinto e o Rui Barros iam continuar na estrutura do Porto. Hoje, sabemos que pelo menos o João Pinto não fica e que vai ser o treinador do Sp. Covilhã.

Sei que um dia vai voltar, mas quando se fecha um ciclo de 34 anos é altura de dizer simplesmente Obrigado.







Fotos gamadas em Paixão Pelo Porto e noutros sites.

SMS do dia - Geography for dummies

Fala-se muito na boa performance dos sul-americanos no Mundial, dando-se o exemplo dos "3" países já apurados. Ora da última vez que consultei um mapa o México ficava na América do Norte e não na do Sul... aliás, a própria África do Sul fica mais perto de uma Argentina ou Uruguai do que o México.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tão Previsíveis que eles são...


Para mim há dois jogadores que são insubstituíveis na selecção nacional (e o chavão segundo o qual não há insubstituíveis não passa disso mesmo, de um chavão): o Cristiano Ronaldo e o Deco. Mesmo em má forma, acho que devem jogar sempre, pela categoria que têm e porque não há ninguém que lhes chegue aos calcanhares nas respectivas posições.

Depois da excelente exibição do Tiago frente aos desamparados filhos do Querido Líder logo surgiu um côro de "peritos" a especular sobre se o Tiago deveria guardar o lugar frente ao Brasil ou se, pelo contrário, o Deco, caso recuperasse a tempo, deveria regressar, especulação essa que, em muitos casos, logo se tornou opinião vincada e sem qualquer dúvida: tem de jogar o Tiago!

Pois eu digo que não: frente ao Brasil "convinha" estarmos na máxima força e nem o facto de o Tiago ser um antigo jogador do Benfica e o Deco o jogador fundamental do F.C. Porto conquistador de 2003 e 2004 deveria obnubilar certas mentes incapazes de porem de lado os seus clubismos mesquinhos e os seus odiozinhos de estimação. Força Deco!

F.C. Porto nos Mundiais (VII)

O meu primeiro mundial foi o de 1982, tenho uma memória muito vaga do Kempes em 78, mas o primeiro mundial é mesmo o de 82.

Mundial que tinha a melhor mascote de sempre: o Naranjito e o inevitável Brasil de 82 - garantidamente com o futebol mais atractivo de sempre.

Nessa altura o mundial tinha menos equipas, logo Portugal só se apurava quando o rei fazia anos ou se marcavam penalties fora da área. O futebol estrangeiro que se via por cá, limitava-se à final da taça de Inglaterra, às finais europeias e pouco mais - ainda não tinha chegado o transmissor pirata do Marquês nem a moda das parabólicas. Assim o mundial tinha outra magia, não havia nacionalismos bacocos e era a possibilidade de vermos jogar alguns nomes que só se conheciam dos cromos e das histórias dos bancos da escola - sempre na base de que quem conta um conto acrescenta um ponto.

Por isso era preciso ver com os nossos olhos se o Éder tinha mesmo um pontapé canhão, se os toques de calcanhar do Sócrates eram reais, se um tal argentino contratado pelo Barcelona era mesmo bom, quem era um tal de Boniek e por aí fora.


Vi e aprendi que nem sempre o melhor futebol ganha e que a Itália e a Alemanha existiam.

Mas acima de tudo deliciei-me com o futebol do Brasil e para mim qualquer jogador (excluindo os guarda-redes) daquela selecção estava lá no topo. E se é verdade que jogar bonito nem sempre é suficiente para ganhar, aquela selecção é a prova de que jogar bonito mesmo não ganhando pode ser marcante. Por isso é que 28 anos depois ainda se fala tanto daquela equipa.

Vi Madjer e Mlynarczyk, mas esses estavam reservados para outras glórias, deliciei-me com Zico mas sobretudo com Sócrates - durante meses nas peladinhas da rua golo de calcanhar valia por dois. Ainda hoje acredito que o Madjer também se deliciou e por causa dele (Sócrates) ganhámos uma taça dos campeões europeus.

Mas este texto, na vertente portista, é fundamentalmente para recordar a minha 1ª decepção com jogadores brasileiros. Nessa equipa do Brasil 82 existia um tal de Edevaldo (1º dos jogadores sentados), lateral direito suplente, mas se estava naquela selecção tinha de ser bom - afinal de contas tinha pertencido ao Brasil 82.

Quando em 85/86 o João Pinto se lesionou gravemente - como já foi por aqui recordado, o FC Porto foi, a meio da época, ao Brasil contratar o Edevaldo.


Expectativas lá no alto, íamos ter um jogador do Brasil 82.
Digamos que chegou, fez 3 jogos, foi campeão e voltou ao Brasil para jogar mais uns 12 anos, e pouca gente se recordará dele.

Uns anos depois quando o "sucessor" do Zico - o Edu - por cá andou em 89/90 ainda mais desconfiado fiquei. A partir daí comecei a torcer o nariz sempre que me dizem que o artista xpto é muito bom porque tem o selo de garantia da selecção brasileira.
- Tá bem, tá! Lembras-te do Edevaldo?

terça-feira, 22 de junho de 2010

enfants de la Patrie


1982
«Há imagens que nunca se esquecem. 21 de Junho de 1982. No Estádio Nuevo Zorilla, em Valladolid, um homem de turbante e túnica branca, a chamada dechdacha, indignado com o árbitro por este ter validado um golo que considerava ilegal, ordena, na tribuna, para que a sua equipa abandonasse o campo. Perante a confusão instalada e a hesitação dos jogadores, decide descer ao relvado, acompanhado pelo seu séquito, e falar com o árbitro. Solicito, este dirigi-se á linha lateral e, por minutos, ambos conferenciam perante uma batalhão de repórteres e a estupefacção dos jogadores franceses e seu treinador, Michel Hidalgo. Finda a conversa, o golo é anulado e o Sheikh regressa á tribuna para continuar a assistir á partida. Estávamos, pasmem-se!, no palco de um campeonato do mundo e disputava-se o França-Kuwait (os franceses ganhavam por 3-1...) válido para a primeira fase. Esse homem era tão só o Sheikh Fahd-Al-Ahmad-Al Sabah, um excêntrico príncipe árabe com uma grande paixão na vida: o futebol e a sua selecção kuwaitiana que, nesse momento, pela primeira e única vez na história, disputava um Mundial.»
in 'Planeta do Futebol'


1986
«Saltillo aparece como um lugar obscuro, boémio e nada condizente com as exigências que deveriam estar presentes na preparação de uma selecção para o Mundial. Faltou autoridade, faltaram regras. A cidade mexicana, para além de oferecer aos jogadores tudo aquilo que não poderiam ter enquanto profissionais, não se encontrava preparada para servir de fortaleza, de quartel-general, para a armada lusitana. Os campos não eram adequados, foram realizados jogos de preparação frente a equipas locais, tudo foi levado à base do improviso. Portugal deixou-se ir na onda. O clima no balneário da selecção, antes tranquilo, ganhou hostilidade. Os jogadores revoltaram-se, reclamaram um aumento dos seus prémios, Silva Resende, o presidente da Federação, foi passando entre os pingos de chuva. Não mudou uma vírgula. A selecção era uma bomba pronta a explodir. Foi em 25 de Maio: greve dos jogadores!»
in futebolportugal.com


O que se passou em 1982 e 1986 é uma brincadeira comparado com o espectáculo que jogadores, treinador, preparador físico e dirigentes da Federação Francesa deram na África do Sul.

Foto: Saltillo, Mundial de 1986, com Bento a ler o comunicado dos jogadores

44 Anos Depois!



Não direi que parece que foi ontem, de facto não parece, pois tenho bem a noção do tempo que passou - e que não volta mais, diriam os nostálgicos! Mas ainda tenho uma ideia razoável dos dois mais memoráveis jogos da selecção portuguesa no seu Mundial de estreia, o de 1966, que os mais velhos ainda recordam com entusiasmo. Foram precisamente os jogos contra a Coreia do Norte, nos quartos-de-final, pela sensacional reviravolta (de 0-3 aos 23 minutos para 5-3), e contra o Brasil, o bi-campeão na altura (3-1), na fase inicial. Ambos os desafios se disputaram em Goodison Park e dos 9 golos que Eusébio marcou na competição (da qual foi o melhor marcador), 6 foram obtidos no conjunto daqueles dois jogos (os feitos do Eusébio em Goodison Park foram celebrados este ano pelo Everton, que homenageou a Pantera Negra antes do jogo contra o Benfica para a Liga Europa).



É pena que a Coreia do Norte só apareça no Mundial de 44 em 44 anos: é que pode ser que a coincidência de Portugal de novo ter conseguido um resultado histórico e de ir também novamente defrontar o Brasil, dê origem a outra coincidência: nova vitória lusa sobre o "escrete". Eu sei que os brasileiros acham que para todos os outros a bola é quadrada, e por isso Portugal tem aqui nova oportunidade de demonstrar o contrário. Mesmo que os Eusébios de agora se chamem Liedson ou Hugo Almeida. Como diria o antigo seleccionador nacional Fernando Cabrita, numa frase que ele declarou ser apócrifa: "Vamos a eles como Tarzões!"

P.S. Não é só para os portugueses (e para os norte-coreanos, apesar de tudo) que o Mundial de 1966 é uma bela recordação, claro. Os anfitriões dessa prova também a recordam com saudade, aumentada pelas exibições pouco brilhantes da sua equipa na África do Sul, até agora. Deixo aqui também a primeira página de um jornal inglês da época festejando o título mundial, feito que não me parece que possa também beneficiar da coincidência da presença da selecção do país mais secreto do mundo nas duas provas.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

SMS do dia - CVII

Isto tem pouco que ver com o FC Porto, mas é o mesmo tipo de situação que muitas vezes se repete com o FC Porto e que me enerva.

Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.

Durante este mundial (e o tempo que o antecedeu) já ouvi quinhentas vezes a referência de que a Irlanda não está no mundial devido ao golo obtido na sequência da mão do Henry. Que merecia, que mais não sei o quê, e que se não tivesse sido roubada estava no mundial.

Se é verdade que aquele golo apurou a França, o contrário - sem aquele golo a França não se apurava - não é verdade.

Se aquele golo tivesse sido anulado, o jogo ia a penalties e tanto se podia apurar a França como a Irlanda.

Eu também não tenho uma simpatia especial pela França, embora a tenha pelo Henry, mas façam o favor de não dar razão a Goebbels.

Meireles e mais dez

A selecção trabalha como eu quero, agora é que não falham sete a zero. Este era o refrão de uma lenga-lenga antiga, cantarolada como paródia às derrotas sistemáticas e gordas da nossa selecção principal nos anos 50. Desta vez, tem sentido contrário e serve para glorificar uma vitória concludente que me deixou feliz.

De bestas a bestiais e vice-versa, é um pequeno passo no futebol. Houve melhorias na equipa, mas não dá para euforias. Meireles, com um golo e uma assistência primorosa para Simão, abriu as portas da goleada. Mostrou a sua valia e demonstrou que é na montra da selecção que se exibe em todo o seu esplendor.

Não há fome que não dê fartura. Foi uma boa vitória, a equipa esteve melhor e os coreanos abriram-se todos depois dos dois zero. Na primeira parte chegaram a incomodar e, depois de um começo mais activo de Portugal, não raras vezes se aproximaram com perigo da nossa baliza, experimentando com frequência o remate de meia distância que usaram a preceito e quase sempre com algum perigo.

Destaco as excelentes exibições de Ricardo Carvalho, Meireles, Tiago e Coentrão. Dizia um comentador na TV que o núcleo duro da selecção eram os dois centrais, o Meireles e o Ronaldo. Acrescentou que o Fábio Coentrão, entretanto, tinha agarrado o lugar de forma indiscutível. A rotação dos restantes não traria grande diferença à selecção. Estou, basicamente, de acordo com o homem atendendo à deficiente condição física de Deco.

Está tudo em aberto e o Brasil-Portugal vai ser complicado, mas os oitavos estão mais próximos. Talvez o segundo lugar no grupo nos conceda um prémio de consolação: o de evitarmos a Espanha na fase seguinte.

Sem espinhas, sem Scolari e sem a bênção de Jesus & Cia., esta vitória dá um gozo especial e uma satisfação que normalmente só dedicamos às vitórias do FCP.

Estrangeiros nos juniores


«Sou um adepto incondicional da Selecção Nacional. Sou dos que ainda acreditam numa presença honrosa neste Mundial de futebol. Sou, contudo, dos que lamentam que, face à irresponsabilidade da maioria dos dirigentes do nosso futebol, estejamos na iminência de já não ter Selecção digna desse nome para jogar o próximo Europeu - veja-se a panóplia ridícula de dezenas de jovens estrangeiros com que Benfica, F. C. Porto e Sporting entram em campo no campeonato nacional de juniores que agora está a terminar!
Como é que este tipo de opções é compreensível num país que com as suas gentes gerou nos últimos 25 anos atletas que nos conduziram a dois quartos-de-final de Europeus - 1996 e 2008, quatro meias-finais de campeonatos da Europa e do Mundo - 1984, 2000, 2004, 2006, a uma final do Campeonato Europeu - 2004, à final de três taças UEFA, à final e à vitória em duas Ligas dos Campeões Europeus. Um país que na última década gerou dois jogadores considerados os melhores do Mundo pela FIFA - Luís Figo e Cristiano Ronaldo, que conduziu um treinador ao patamar de ser considerado o melhor do continente africano - Manuel José, e outro, José Mourinho, ao estrelato de ser reconhecido como o "Especial" e único à escala planetária. O que se pode dizer de uma geração de dirigentes que está a delapidar na maior das impunidades este legado?»
Luís Filipe Meneses, JN, 20/06/2010

O artigo de opinião completo pode ser lido aqui.

Não sei se é possível impor alguma limitação ao número de estrangeiros que integram os planteis das equipas juniores mas, sem qualquer tipo de xenofobia, penso que é algo que deveria ser pensado.

Foto: Campeões nacionais de juniores 2006/07 (fonte: blogue 'Jorge Nuno Pinto da Costa')

domingo, 20 de junho de 2010

FC Porto nos Mundiais (VI)

Paulo Futre chegou ao FC Porto no Verão de 1984, como resposta de Pinto da Costa ao ataque de João Rocha (presidente do Sporting) que, após a final de Basileia, levou Jaime Pacheco e Sousa para Alvalade e ameaçou levar a equipa toda.
Futre tinha apenas 18 anos, mas logo se tornou titularíssimo e, durante as épocas 1984/85 e 1985/86, formou com Gomes (bi-bota de ouro) uma das duplas mais produtivas de sempre do futebol português.

Com Chalana (titular no Euro 84, disputado dois anos antes) impedido de dar o seu contributo à Selecção, devido a uma série infindável de lesões, o seu sucessor natural era Futre e, também por isso, seria de esperar a manutenção da dupla atacante portista na fase final do Mundial de 1986. Contudo, o seleccionador nacional, o ex-jogador do Benfica José Torres, numa das suas várias decisões inexplicáveis, entendeu remeter o fantástico extremo esquerdo portista para o banco de suplentes.

Assim, no 1º jogo - Portugal x Inglaterra - Futre entraria apenas aos 73 minutos, para substituir... Gomes!
E no 2º jogo - Portugal x Polónia - a situação repetiu-se, mas mais cedo, porque a substituição de Gomes por Futre foi feita ao intervalo.

"Só entras na segunda parte porque és a nossa arma secreta", terá dito José Torres a Futre, ao qual este respondeu após a derrota com os polacos (0-1): "Mas qual arma secreta, qual quê, o que eu quero é jogar de início e ainda não tive essa oportunidade."

Teria, no jogo seguinte, frente a Marrocos, quando finalmente foi titular ao lado de Gomes. Mas isso não chegou para salvar uma Selecção animicamente destroçada, profundamente dividida em grupos, e cujos jogadores tinham entrado em ruptura com a Direcção da FPF, ameaçando fazer greve se os prémios de jogo não fossem aumentados.

Mais tarde, viria a saber-se que Futre não jogava para se preservar os lugares de alguns "pesos pesados" da Selecção e para se obter um equilíbrio entre os jogadores das diferentes equipas, de modo a evitar conflitos.

A política de formação azul-e-branca


Concluiu-se ontem o campeonato nacional de juniores, com o Sporting a vencer o FC Porto em Alvalade e a revalidar o título de Campeão Nacional.

Os resultados da fase final foram os seguintes:

1.ª jornada (15 Maio)
Vitória de Guimarães x FC Porto, 2-0
Benfica x Sporting, 3-3

2.ª jornada (22 e 23 Maio)
Sporting x Vitória de Guimarães, 1-0
FC Porto x Benfica, 2-2

3.ª jornada (3 Junho)
FC Porto x Sporting, 0-1
Vitória de Guimarães x Benfica, 1-1

4.ª jornada (6 Junho)
FC Porto x Vitória de Guimarães, 1-0
Sporting x Benfica, 0-2

5.ª jornada (12 Junho)
Benfica x FC Porto, 2-2
Vitória de Guimarães x Sporting, 0-1

6.ª jornada (19 Junho)
Sporting x FC Porto, 1-0
Benfica x Vitória de Guimarães, 1-1

O FC Porto ficou em último lugar (com os mesmos pontos do Vitória de Guimarães), a três pontos do SLB e a oito (!) do Sporting. Nos seis jogos disputados, o FC Porto obteve uma vitória e em metade dos desafios não marcou qualquer golo.
Alguém irá analisar estes factos e tirar consequências?

Quanto ao plantel júnior do FC Porto, de acordo com o site zerozero (não sei se está actualizado) tem "apenas" 12 jogadores estrangeiros, das seguintes nacionalidades:
Brasil, 4
Senegal, 2
Turquia, 1
Espanha, 1
Cabo Verde, 1
Rep. Checa, 1
Guiné-Bissau, 1
Estados Unidos, 1

Para que serve uma equipa de juniores? Não é suposto ser para "alimentar" a equipa sénior com jogadores de qualidade, de mentalidade ganhadora, totalmente identificados com a cultura do clube e com um determinado perfil de formação?

Na sequência do que já aqui escrevi acerca dos alicerces frágeis da Visão 611, a questão que se coloca é a seguinte: Olhando para este plantel e para o desempenho que a equipa mostrou (e este ano muita gente pôde ver porque a televisão transmitiu vários jogos), alguém pensa que está a ser feito um bom trabalho e que estamos no bom caminho?

E, finalmente, será que na próxima época vamos continuar com a mesma política para a formação, os mesmos dirigentes (que a conceberam) e o mesmo treinador (Patrick Greveraars)?

Foto: 'Academia de Talentos'

sábado, 19 de junho de 2010

F.C. Porto nos Mundiais (V)

Alberto Festa, o Pioneiro

Numa tarde de sábado de Junho de 1966 em Old Trafford, Manchester, Alberto Festa, capitão do F.C. Porto, escreveu um importante capítulo na História do clube: tornou-se o seu primeiro jogador a alinhar numa partida do Campeonato do Mundo, mais precisamente contra a Bulgária, num jogo que Portugal venceria por 3-0.

Era o segundo jogo da selecção nacional, tendo Festa sido preterido no primeiro, contra a Hungria, a favor do sportinguista João Morais, um jogador tornado célebre pelo canto directo com que dera a vitória ao seu clube dois anos antes na finalíssima da Taça das Taças, contra o MTK de Budapeste. Festa e Morais repartiriam "irmamente" os jogos nesse Mundial, tendo cada um disputado três. Na fase de qualificação Festa jogara cinco das seis partidas. Era claramente o melhor defesa-direito português, mas isto de ter um concorrente de um clube de Lisboa tinha muito que se lhe dissesse...

Alberto Festa nasceu em Santo Tirso em 1939 e jogara primeiramente no Tirsense. Veio para o F.C. Porto em 1961/62, acabando por tornar-se o digno sucessor do famoso "Leão de Génova", Virgílio Mendes, na posição de lateral-direito. Manteve-se no clube até 1967/68, tendo disputado um total de 114 jogos para o campeonato. Uma lesão num joelho acabaria por lhe prejudicar a carreira e encurtá-la ao mais alto nível. Devido a ela, nas suas duas últimas épocas no clube só disputaria seis partidas a contar para a prova máxima do futebol nacional. Também não voltaria à selecção pelo mesmo motivo, tendo o jogo contra a U.R.S.S. de apuramento do 3º e 4º classificados do Mundial de 1966 sido o último que disputou pela equipa das quinas, num total de 19, um bom número para a época.

Acabaria a carreira no "seu" Tirsense e, se a memória me não atraiçoa, faria parte da equipa daquele clube que, disputando a 2ª divisão, eliminaria o F.C. Porto da Taça de Portugal em 1969/70, em pleno Estádio das Antas.

Alberto Festa foi talvez o primeiro defesa-direito português a fazer com eficácia e brilho todo o corredor direito. O tempo dos laterais que avançam estava no seu início, e entre nós Festa destacou-se nesse aspecto. Era alto, forte e rápido. E era um grande capitão.


Foto: blogue Dragaopentacampeão

O fabuloso destino de André

Há sete meses atrás, em 14 de Novembro de 2009, alguma comunicação social anunciou que André Villas-Boas não ia suceder a Paulo Bento, porque o FC Porto interveio e fez com ele um pré-acordo para a próxima temporada, desviando-o de Alvalade.
A esse propósito, o Alexandre Burmester publicou um SMS, cujos comentários vale a pena reler.

Contudo, no mesmo dia em que essas notícias vieram a público, Pinto da Costa indignou-se e proferiu afirmações contundentes na casa do FC Porto de Leiria, de que O JOGO (edição Norte) fez manchete no dia seguinte.

Não sei se o André Villas-Boas fez parte de uma alegada short list de nomes que foram ponderados para suceder a Jesualdo, e muito menos se em Novembro de 2009 já havia, ou não, um pré-acordo entre o FC Porto e André Villas-Boas, mas o destino tem destas coisas e acabou por os juntar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Para servir de exemplo

Pedro Henriques já foi o árbitro da moda, mas bastou um lance polémico num SLB x Nacional, disputado em Dezembro de 2008, para cair em desgraça. Assim, no final da época 2008/09 esteve no limiar da descida à 2ª categoria (ficou em 20º) e esta época desceu mesmo, em consequência de ter sido o 23º classificado.

O que aconteceu a Pedro Henriques, fez-me lembrar uma célebre frase de Jorge Coelho (acerca de quem se metia com o PS) ou, melhor ainda, o modo como há uns séculos atrás os criminosos eram exibidos depois de mortos, para servirem de exemplo.

E por falar em exemplos, aqui estão os "bons exemplos" das últimas duas épocas.

Os dez primeiros da época 2008/09:
Jorge Sousa
Pedro Proença
Olegário Benquerença
Duarte Gomes
João Capela
Carlos Xistra
Lucílio Baptista
João Ferreira
Vasco Santos
Artur Soares Dias

Os dez primeiros da época 2009/10:
Pedro Proença
Olegário Benquerença
João Ferreira
Jorge Sousa
Duarte Gomes
Lucílio Baptista
Bruno Paixão
Artur Soares Dias
João Capela
Paulo Costa

Parece que nasceu entre a Sé e a Ribeira

Por Ana Martins


"A melhor equipa a jogar em Portugal? O FC Porto, seguramente. Mas porquê essa pergunta?", Jorge Fucile

25 anos, 1,78 de altura. Defesa esquerdo ou defesa direito. Chegou ao FC Porto na época 2006/2007 proveniente do Liverpool de Montevideo, onde fez a sua carreira como defesa direito. Numa transacção cautelosa, veio primeiro por empréstimo. Ao fim de poucos meses, Jesualdo Ferreira deu indicação para a continuidade de Jorge “Panenka” Fucile. Porquê Panenka? Relembrem isto (e a altura em que Jesualdo ainda tentava demonstrar punho sobre os jogadores).

"Tenho muito orgulho em jogar no Porto. Olho para este emblema, para as pessoas que nos estão a ver, que querem que ganhemos e sinto que tenho de os deixar contentes"

No FC Porto, desde essa época fez 77 jogos na Liga Portuguesa (fora Taça de Portugal, Champions e Supertaça). Só um golo marcado, frente ao Paços de Ferreira. É dos poucos estrangeiros que se mantém no clube há 4 anos. Por comparação com o futebol actual, parece uma eternidade.

"Eu só vejo o FC Porto em minha casa. Mas, para mim é o FC Porto (a melhor equipa a jogar futebol em Portugal) (…) Se os comentários dizem que estão a jogar bem, parabéns para eles (slb)".

Não são números de outro mundo, mesmo tratando-se de um defesa. Mas o modo como joga, relembra-me os tempos em que via André e João Pinto: não eram portentos de técnica e malabarismo, mas eram dos que jogavam com os dentes cerrados. Imagino-o com facilidade a rechaçar pedras para receber uma Taça de Portugal, como antes aconteceu com Fernando Couto. Fucile é um desses: pode não jogar sempre bem, pode até estar associado a um dos episódios mais negros da história do FCP na Champions, mas mesmo assim considero-o um jogador fundamental a manter na época 2009/2010. Porquê?

O futebol actual é feito de jogadores polivalentes, que se sacrifiquem em prol da equipa, que assumam a sua força em contexto de balneário materializando-se como uma voz do mesmo. Jorge Fucile é isso tudo. E, sendo uruguaio, a milhares de quilómetros do Porto, tem discurso de quem nasceu entre a Sé e a Ribeira:

"Disseram-me que estavam chateados porque o F.C. Porto não está a ganhar, mas disse-lhes que vamos voltar a ganhar novamente e expliquei-lhes que somos a melhor equipa de Portugal"

Segundo o que me chega, Fucile é dado como transferível. A gestão de plantéis é também uma gestão de recursos humanos, fazendo (ou tentando fazer) coligir as necessidades do atleta com as necessidades do clube. Apela-se à saturação própria do fim de ciclo. Eu penso de forma diferente. A qualidade dos estrangeiros que temos é absolutamente mediana (por cada Falcão, há um Tomás Costa; por cada Hulk, há um Prediguer). Quando estes são muito bons, cumprem um biénio/triénio no clube (vide Lucho, Licha, Anderson, Pepe) – é difícil segurá-los e as contrapartidas são evidentes – não há nada a dizer. Mas depois há os outros, cujo valor de mercado até pode não superar os 5M euros – é o caso de Fucile. E estes nós podemos segurar. Por outras palavras: se considero natural que o atleta ambicione melhores condições, já não me parece lá muito natural a vontade do clube em ver-se livre de um internacional uruguaio, que tanto joga a lateral direito como a lateral esquerdo, que tem este tipo de discurso em relação ao clube e tem este tipo de ligação aos adeptos do FCPorto. (Como se Miguel Lopes ou Sapunaru dessem mais garantias que Fucile...). E olha-se para o lado e vê-se Mariano Gonzalez como terceiro capitão e Tomás Costa a ser comprado às parcelas cujo valor total está quase nos 5M euros (se já não foi ultrapassado).

Chamem-me lírica, mas eu acho que o rodízio de jogadores não tem de ser uma constante no futebol actual. A questão é, antes, sistémica: aos jogadores não interessa (generalizando abusivamente) ficar muito tempo num clube, aos agentes muito menos e aos clubes também não. E depois querem vender o futebol como um produto de alma e emoção…

Por isso, Jorge Fucile, aqui fica o meu pesaroso e potencial adeus. Terei pena de ver-te partir. Há poucos estrangeiros que me custe ver sair, para além do seu valor futebolístico. Até qualquer dia, Jorge!



Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece à Ana Martins a elaboração deste artigo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Elogio do Anti-Futebol


Decorria a 1ª parte do jogo de hoje entre a França e o México quando esta equipa faz um perigoso contra-ataque. A jogada é abortada por uma falta de um jogador francês, que vê o cartão amarelo. O comentador da Sport TV, de cujo nome não me apercebi, longe de lamentar que uma falta tenha posto cobro a tal jogada, elogiou o jogador francês, rematando com esta: "É para isso que existem os cartões amarelos".

Senhor Ministro da Administração Interna: não vejo por que motivo se preocupa com a criminalidade. É para isso que existem as prisões.

Matos Pacheco, o Senhor basquetebol

Na sequência do que vem efectuando nos últimos anos, no próximo fim-de-semana, dias 19 e 20, a Secção de Basquetebol do Futebol Clube do Porto vai organizar o 6º Convívio “Matos Pacheco”, em Minibasquete, com equipas de Sub8, Sub10 e Sub12.

A atribuição do nome de Matos Pacheco a este Torneio/Convívio é uma forma de homenagear um dos mais ilustres dirigentes do basquetebol em Portugal, cuja vida se confunde com a história da modalidade no FC Porto, a que esteve ligado durante várias décadas.

Numa altura em que ocorreram alterações profundas entre os dirigentes do basquetebol portista (saíram simultaneamente Fernando Gomes e Fernando Assunção), vale a pena recordar Matos Pacheco e uma entrevista que ele deu à Secção de Basquetebol do Futebol Clube do Porto, em Junho de 2006.

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FCP: Como é que alguém que nasceu em Braga tem uma ligação tão forte ao FC Porto?

Matos Pacheco: Nasci e cresci em Braga, mas a minha família veio para o Porto quando eu tinha 14 anos, no início da década de 30. Acontece que as únicas pessoas que conhecíamos moravam na Rua de São Brás, que ficava a 100 metros do Campo da Constituição, onde o FC Porto treinava e jogava todas as modalidades. Nessa altura, o FC Porto tinha até uma equipa de râguebi! Como os visitava sempre que possível, comecei a passar todas as minhas horas livres na Constituição.

FCP: Percebe-se como chegou ao clube, mas como chegou ao basquetebol?

MP: Sempre tive problemas de visão - não é uma dificuldade recente - e por isso privilegiava as modalidades com distâncias mais curtas, em que pudesse ver ao perto. Entretanto, um colega de trabalho, muito desportista, convidou-me para ir ver um jogo de basquetebol, um Porto-Paris, ao campo do Fluvial. Fiquei a gostar, praticava-se a um metro do público. Como espectador, ainda assisti à vitória em dois campeonatos da II Divisão. O interesse pela modalidade no FC Porto começou a crescer e resolveu-se adaptar o court de ténis que existia na Constituição para campo de basquetebol. Era um campo de pó de tijolo, de terra batida.

FCP: Até que entrou para a secção…

MP: No início da década de 50 convidaram-me para segundo vogal, porque precisavam de alguém e eu andava sempre por lá. Como tinha algumas horas livres comecei a fazer um pouco de tudo. Comecei a trabalhar com os mais jovens, o que me incutiu a propensão, que sempre tive, para a formação. De tal maneira que o primeiro campeonato nacional de juvenis – na altura, o escalão designava-se por ‘escola de jogadores’ – que se disputou foi ganho pelo FC Porto, em Ílhavo, numa final com o Belenenses.


FCP: Naquela altura era natural os atletas jogarem mais do que uma modalidade.

MP: Os jovens que viviam na zona de Paranhos tinham o FC Porto ou o Salgueiros. Mas este só tinha futebol, pelo que quem não tivesse jeito para dar uns chutos na bola, apostava nas outras modalidades no FC Porto. Era de facto muito normal jogar em mais do que uma modalidade. Eram quase todos os que praticavam andebol de 11 e basquetebol simultaneamente. Lembro-me, por exemplo, do João Lopes Martins que praticou atletismo, andebol, basquetebol e futebol a um nível elevado, tendo sido internacional em mais do que um desporto. Essa situação aconteceu até que o professor Armelindo Bentes separou as águas e instaurou a especialização em apenas uma modalidade.

FCP: Mais tarde, chegou a director…

MP: Fui de 1º vogal a Director eleito. Percorri a hierarquia toda. A determinada altura, mais concretamente em 1978/79, resolvi profissionalizar o basquetebol, com a ajuda de Jorge Araújo. E alcançámos de imediato algo que nunca se tinha conseguido: ganhar no mesmo ano todos os campeonatos regionais e nacionais em todos os escalões. Além disso, depois de muitas finais perdidas, também vencemos pela primeira vez a Taça de Portugal em seniores, numa final contra o Sporting, que na época anterior tinha feito a dobradinha.

FCP: Não lhe faltou fazer nada na secção.

MP: Fiz quase de tudo. Desde ‘mulher de limpezas’ a director. Abria e fechava o pavilhão, ligava e desligava a electricidade. Quantas vezes, com a ajuda dos meus colaboradores, montava e desmontava os separadores de campos do antigo pavilhão de treinos [entretanto demolido por causa do Estádio do Dragão]… Só não fui jogador ou treinador. Nunca soube nada de basquetebol…

FCP: Perdeu a visão há mais de dez anos, mas nem por isso deixa de acompanhar a modalidade…

MP: Estou a par da actualidade do basquetebol. Vou seguindo o que se passa pelo que me dizem e pelo que ouço na televisão ou na rádio. E não deixo de marcar presença no pavilhão nos jogos em casa. Há sempre alguém que me vai dizendo a evolução do resultado e como é que está o jogo.

FCP: Atravessou um período do basquetebol que não é conhecido por uma boa parte dos adeptos da modalidade. Quais são as diferenças mais acentuadas para o basquetebol actual?

MP: Como adepto, parece-me que a diferença é para pior. A presença de estrangeiros nas equipas começou por ser limitada e agora é quase ilimitada. Mesmo recentemente, contra o Aveiro Basket, o FC Porto chegou a alinhar com cinco estrangeiros. E acontece o mesmo com as outras equipas. Esse facto é uma das causas que afastaram os espectadores da modalidade. Quando se podia ter apenas um estrangeiro o interesse público era maior. Em 1952, quando entrei para o basquetebol, já o Benfica tinha um ou dois estrangeiros, mas durante anos isso aconteceu apenas de forma residual.

FCP: Consegue identificar os seus melhores e piores momentos ligados ao basquetebol?

MP: Antigamente, é óbvio, não existiam nem a comodidade nem a segurança de agora. Aconteceu muitas vezes ser corrido à pedrada e aos empurrões. Até tinha um casaco de nylon a que chamava de blusão de cuspo. Chegava a casa, metia-o debaixo de água e estava pronto para outra. O momento mais difícil talvez tenha sido depois de um jogo em que ganhámos em Alvalade – o Carlos Lisboa ainda era júnior do Sporting, mas já começava a jogar pelo seniores – em que só conseguimos sair do pavilhão umas horas depois e escoltados pelo então presidente do Sporting, João Rocha, e pelo professor Moniz Pereira. Em oposição, o basquetebol proporcionou-me sempre momentos agradáveis. Foram tantos que são quase impossíveis de enumerar.

FCP: E um treinador que o tenha marcado?

MP: Em relação à formação, pela sua organização e pelo número recorde de campeonatos que venceu, marcou-me muito o Mário Barros.

FCP: Dos jogadores estrangeiros que já passaram pelo FC Porto, destacaria algum?

MP: O primeiro que realmente se notabilizou no basquetebol português, não só no FC Porto, foi o Dale Dover. Ele caiu do céu. Digo isto, porque é realmente verdade: ele entrou em Portugal de hidroavião e amarou em Cabo Ruivo. Nessa altura, já estava ao serviço do Departamento de Estado dos EUA. E foi por isso que veio para o nosso país. Mas pelo que me dizem – infelizmente já não o pude ver jogar –, o Jared Miller terá sido o melhor de sempre.

FCP: Segundo o que está projectado, o FC Porto voltará a ter um pavilhão para as modalidades nas Antas. O que lhe sugere o possível regresso às origens?

MP: Penso que será bom. O primeiro golpe que foi dado ao basquetebol do FC Porto – e eu fui o grande culpado disso – aconteceu quando saímos das Antas para o Pavilhão Rosa Mota. Alguns sócios, aqueles que “viviam” nas Antas, nunca nos perdoaram, apesar de todas as vantagens desportivas e de trabalho que a mudança implicou. Agora, as assistências não são muito famosas e parece-me que boa parte da culpa é das televisões, que impõem os horários.

FCP: E como vê o futuro do basquetebol no FC Porto?

MP: Enquanto o Fernando Gomes e o Fernando Assunção existirem para o basquetebol, um a 24 horas e o outro nos tempos livres, se é que os tem, não há problema, mas quando baixarem os braços não sei… Poderá acontecer o mesmo que a outros clubes: deixar de existir. Nesse sentido, o futuro assusta-me.

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É quase comovente (re)ler esta entrevista e o que dela transparece de dedicação, paixão pelo basquetebol e de amor ao Futebol Clube do Porto.

O Senhor Matos Pacheco faleceu no dia 25 de Junho de 2007, aos 90 anos, num hospital do Porto. Que os novos dirigentes do basquetebol portista – Júlio Matos e Rodrigo Moreira - saibam honrar a sua memória.


Foto 1: Campeões nacionais de 1951/52, Matos Pacheco (na altura seccionista) é o terceiro em cima, a contar da direita para a esquerda (fonte: blogue ‘Dragão Penta Campeão’)
Foto 2: Professor Mário Barros (fonte: blogue ‘Campos MVP’)
Foto 3: Dale Dover (fonte: blogue ‘Paixão pelo Porto’)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Álvaro Pereira factura!


Parabéns ao Álvaro Pereira pelo seu golo de hoje frente à África do Sul. Para coroar uma excelente época de estreia no F.C. Porto, nada melhor que um bom Mundial!

Foto: A Bola online

FC Porto nos Mundiais (IV)


O FC Porto, bi-campeão nacional (1984/85 e 1985/86) foi o clube mais representado entre os 22 "Infantes" que viajaram para o México, no Mundial 1986:
- João Pinto, lateral-direito, 24 anos, 0 jogos
- Gomes, avançado, 29 anos, 3 jogos
- Futre, extremo-esquerdo, 20 anos, 3 jogos
- Bandeirinha, lateral, 23 anos, 0 jogos
- Jaime Magalhães, médio, 23 anos, 2 jogos
- Inácio, lateral-esquerdo, 31 anos, 3 jogos
- André, médio, 28 anos, 2 jogos

A estes sete jogadores iriam juntar-se Sousa e Jaime Pacheco (há quem diga que já estavam contratados antes de partirem para o México), os quais, depois de dois anos em Alvalade, regressariam ao FC Porto a tempo de participarem na gloriosa caminhada para Viena, na época 1986/87.

Bandeirinha, que na época 1985/86 esteve emprestado à Académica, foi chamado à última da hora para substituir o benfiquista Veloso (pai de Miguel Veloso), o qual acusou positivo num controlo anti-doping. Reza a lenda que foi acordado a meio da noite, para ir imediatamente para o aeroporto e juntar-se à restante comitiva, numa atribulada viagem de avião Lisboa - Frankfurt - Dallas - Cidade do México - Monterrey, a que acresceram mais 100 quilómetros de autocarro até Saltillo.
Apesar de, tal como João Pinto, não ter jogado nesta tristemente célebre fase final - que para os portugueses ficou marcada pelo caso Saltillo e para o Mundo pela "mão de Deus" de Maradona -, Bandeirinha regressaria ao FC Porto após o Mundial, onde permaneceu 10 anos seguidos até à época 1995/96.

Foto: Portugal x Marrocos (fonte: ?)
Em cima: Frederico, Jaime Magalhães, Oliveira, Álvaro e Vítor Damas;
Em baixo: Inácio, Jaime Pacheco, Sousa, Fernando Gomes, Paulo Futre e Carlos Manuel.

Um novo líder em campo?

Por Pedro Miguel Pereira (*)

Para além de um novo treinador para a próxima época também, tudo indica, a equipa do Porto passará a ter um novo capitão. E isto não é uma questão de somenos, porque a liderança em campo e a transmissão de valores, que são os do Porto, aos novos jogadores que chegam é fundamental numa equipa que se quer ganhadora, e um ambiente motivador no balneário é o primeiro passo para ter uma atitude combativa em campo.

Durante a minha vida, ostentaram a braçadeira de capitão, no F.C. Porto, diversos jogadores: Rodolfo, Oliveira (na ausência daquele), Gomes, João Pinto, Jorge Costa e, actualmente, Bruno Alves. É verdade que pelo meio houve outros jogadores que, pontualmente, também ostentaram a braçadeira mas sem a longevidade e a estabilidade dos nomes que mencionei, e sem terem ficado com o “carisma” de capitão e o que este representa: ser o primeiro a dar cara e a enfrentar as balas quando alguma coisa corre mal em campo.

Ser-se capitão na equipa no Porto não é só ser o jogador mais antigo no plantel, tem de ser algo mais: personificar a vontade ganhadora, o espírito que não desiste de lutar no jogo, quando os outros estão a desmotivar tem de transportar em si e transmitir aos restantes o ânimo que ressurja a vontade de ganhar.

Para a próxima temporada, na eventual saída de Bruno Alves e Meireles (nada está definido), a braçadeira passará a ter um novo dono e o ónus da responsabilidade pela personificação dos valores atrás referidos recairá sobre o mais antigo no plantel, que será, salvo erro meu, Helton. Muitos portistas levantarão a questão de se saber se Helton terá o carácter indicado para tal função, pois, temos de ser sinceros, este sempre foi “atacado” por portistas eminentes, nos meios de comunicação, e pela massa adepta em geral, que apontavam as suas insuficiências dentro de campo comparativamente com o seu antecessor, Vítor Baía, uma das glórias do Clube. Ora, logo numa temporada em que o treinador do Porto será um dos mais novos de sempre, em idade, a ocupar o lugar, e em que se exigirá um balneário motivado e respeitador das advertências do Treinador, muitos meditarão se Helton estará em condições de ostentar a braçadeira porque, se todos se lembram do jogo, este ano, em Londres contra o Arsenal, também todos se lembram dos outros jogos de Helton na Europa: algo inseguro e incapaz de transmitir confiança ao resto da equipa quando esta precisa.

Uma nova realidade que estamos a assistir e a antever na equipa do Porto, é que os novos e futuros capitães nem sempre serão um produto da “escola” do Clube, alguém que conhece desde pequeno, ou jovem, os cantos da casa, alguém que passou por algum dos escalões de formação, como foi o caso dos jogadores que mencionei no início. Outro factor novo é que a braçadeira não terá um “ocupante” por muito tempo, isto é, com as ofertas atractivas dos grandes clubes europeus pelos jogadores portugueses, o mais provável é vermos os nossos jogadores a serem vendidos depois de terem brilhado com a camisola do clube, algo que raramente acontecia antes da Lei Bosman. E, mais outro factor novo, a nacionalidade deixará de ser um critério para ser-se capitão, estou-me a lembrar de Lucho, se não tivesse saído para o Marselha e ainda estivesse a jogar no Porto, poucos discordariam do facto de ele ser o “herdeiro” da braçadeira, porque ele encarnava em campo os valores de que o Clube se orgulha e era mesmo “um Comandante”, assim como ninguém questiona o facto de o Inter ter um estrangeiro como capitão na equipa, o Zanetti, que personifica atitude e valores como poucos jogadores no Mundo.

Toda esta análise pode ser mera especulação, porque Bruno Alves e Meireles podem continuar na equipa, mas a confirmar-se a saída dos mesmos, o lugar de capitão no Porto é algo muito importante, a personificação dos valores do Clube em campo, e, na minha opinião, ter um capitão que seja um líder e um lutador pode significar a diferença entre a vitória ou a derrota.


(*) Pedro Miguel Pereira, 33 anos, natural de Paranhos - Porto, formado em Letras, actualmente a residir na Maia. Portista desde sempre, começou a ir às Antas no tempo Hermann Stessl, na companhia do Pai.

Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Pedro Miguel Pereira a elaboração deste artigo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Grande Líder Inspirou-os!


Não há dúvida. Os brasileiros até podem ter jogado a passo, mas os organizados rapazes da selecção da República Democrática e Popular da Coreia deram boa conta de si. Decerto inspiraram-se no Grande Líder, defunto pai do Adorado Líder, cujos monumentos megalíticos celebram a sua grandeza. O Queiroz que se cuide!

Pode haver feeling, mas não há milagres


No EURO 2004, para além de jogar em casa, Scolari tinha à sua disposição jogadores como Figo, Rui Costa, Pauleta, Vítor Baía (que desperdiçou) e, principalmente, a máquina de jogar futebol montada por Mourinho, com dois blocos fortíssimos - defesa (Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente) e meio-campo (Costinha, Maniche, Deco) -, totalmente formados por jogadores seleccionáveis, que jogavam de olhos fechados.

Quando pegou na Selecção portuguesa, Queiroz já sabia que não tinha nada disto mas, depois de ter de "inventar" jogadores para algumas posições - defesa-esquerdo, médio defensivo e ponta-de-lança - chegar à fase final do Mundial da África do Sul com Deco "preso por arames" e sem poder contar com Bosingwa, Pepe e Nani, parece-me demais para uma Selecção com poucos jogadores de top e muitos jogadores medianos.

O feeling, a fé, a minha avó e o cenoura

Em casa e nos bancos da escola ensinaram-me que 1+1=2 e que 1+1=10, ensinaram-me a ser racional, a respeitar sexo, cor e raça, a analisar e a decidir.

Na rua e nas bancadas aprendi a irracionalidade, que o 11 não é a soma de 11 jogadores, fui xenófobo e já insultei muitas mães.

E o bom nisto, do futebol, é que num dia podemos ser racional e no outro irracional, e sê-lo à nossa vontade consoante o nosso estado de alma.

Fruto disto há os que têm feeling, os que têm fé, os optimistas, os pessimistas, os racionais, os correctores de apostas que colocam os n.ºs à frente, os cegos, os que sabem mais que a Lúcia, ...

No dia em que começa para nós Portugueses um mundial em que alguns têm feeling, opto pela racionalidade e exigo a passagem aos oitavos e depois o mais provável é virmos para casa. Portanto, é óbvio que o meu feeling é muito curtinho, assim espero que os que têm feeling daqui a uns dias me atirem o título mundial à cara. Mas não deixo de ser nem mais nem menos português por causa disto. Agora não me peçam para festejar golos marcados por brasileiros.

E lá está, a racionalidade leva-me a considerar o Deco o melhor jogador que vi jogar, ao vivo, com regularidade. A irracionalidade - ou o que se quiser chamar - leva-me a não gostar de o ver jogar com aquela camisola em tons de sangue.


E sim, detesto o Cristiano Ronaldo. Porquê? Porque sim.

Mas isto da selecção é só o aquecimento para a próxima época, mas vamos bater no mesmo: se compreendo o pragmatismo que alguns põem nos seus artigos, neste caso opto por aquilo que a minha racionalidade não recomendaria: tenho fé.

Como diz a wikipédia (meio abrasileirado):
Fé (do [[grego] fides, fidelidade[1] e do grego pistia) é a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém.
A fé se relaciona de maneira unilateral com os verbos acreditar, confiar e apostar, isto é, se alguém tem fé em algo, então acredita, confia e aposta nisso, mas se uma pessoa acredita, confia e aposta em algo, não significa, necessariamente, que tenha fé. A diferença entre eles é que ter fé é nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor pelo que acredita,confia e aposta.
E pareço a minha avó a acreditar na Virgem Maria.

Mas depois de 4 anos a dar o benefício da dúvida, a tentar gostar do homem, a tentar ser racional e pragmático, afinal deu-nos 3 títulos e umas boas vitórias, a tentar sentir empatia, e mais não sei o quê, não me apetece ser racional (pelo menos por uns tempos) e acredito piamente que um "Cenoura", ainda que algo verde, é o melhor petisco que anda por aí, muito melhor que tremoços.

E vamos ter um ano cheio de pica, de verdadeiro prazer de ver futebol. Ó se vamos! E nunca mais começa!

ps: Sim, eu acreditei que o Octávio Machado era mesmo o que precisávamos naquela altura. Ou seja, a demência às vezes também se intromete nestas coisas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

FC Porto nos Mundiais (III)


Vi, provavelmente, um dos últimos jogos de Araújo ao serviço do FCP. Foi na Constituição e num encontro com o Covilhã. Lesionou-se gravemente e não acabou o jogo. Depois de uma grave doença que o tinha afastado das competições durante um período alargado, esta lesão determinou o princípio do ocaso da sua carreira.

Franzino, muito bom tecnicamente, goleador, era o meu ídolo dos tempos da escola. Nesse tempo, o F. C. Porto não era ainda (longe disso) o clube dos insaciáveis dragões. A equipa passava a ponte para sul e raramente ganhava. Eram os ardis vários de Lisboa, associados a uma gritante falta de organização do FCP e a um nível competitivo baixo da nossa equipa.

A estrela do F. C. Porto era Araújo — o único jogador portista com lugar cativo na Selecção. Por isso, um dia, Tavares da Silva, também seleccionador nacional, escreveu que a Portugal se poderia chamar... Sport Lisboa e Araújo. Não deixava de ser um doce encómio para o atleta e uma forma de "ridicularizar" o FCP.

Quaresma num "grande clube"


Aquele que no Porto era tratado como um rei, de onde forçou a sua saída tendo, quando assinou pelo Inter, dito qualquer coisa do estilo "tinha o desejo de voltar a jogar por um grande clube", vai agora jogar para o campeonato turco...

«Ricardo Quaresma vai reforçar o Besiktas, da Turquia. Os responsáveis do clube chegaram a acordo com o Inter e com o jogador para a celebração de um vínculo válido por três épocas, confirmou o Maisfutebol - a informação foi avançada no site oficial do Besiktas. (...)
Os turcos vão desembolsar 7,3 milhões de euros, podendo a quantia aumentar, dependendo dos objectivos alcançados. (...)
O Besiktas foi quarto classificado da Turquia e vai disputar a Liga Europa.»
in Maisfutebol


Havendo no contrato de Quaresma com o Inter clausulas que previam verbas adicionais para o FC Porto, que implicações é que esta transferência terá para a SAD portista?

Foto: Besiktas x FC Porto, disputado no dia 3 de Outubro de 2007, em que Quaresma marcou o golo da vitória portista (1-0) no 2º minuto dos três de compensação dados pelo árbitro.

domingo, 13 de junho de 2010

Uma vitória anunciada


O Campeonato Nacional de Clubes deste ano trouxe uma novidade, a estreia da vitória colectiva do Futebol Clube do Porto (...)
No final Fernando Oliveira (director da secção de atletismo do FC Porto) estava contente. “A primeira vitória é sempre importante”, referindo-se à vitória feminina da equipa portista. Considerando que é já um trabalho que vem da Pista Coberta, Fernando Oliveira considera que cumpriu o regulamento e pretende prosseguir com o investimento no próximo ano, no mercando nacional, já que as novas regras prometem não permitir o uso de tantas estrangeiras. Segundo o mesmo, o FC Porto tentou contratar atletas portuguesas, nomeadamente Vera Barbosa e Lecabela Quaresma, mas que após não cumprirem os requisitos de treinarem com técnicos do clube, houve quebra do acordo e recurso às atletas estrangeiras. (...)
Por parte do Prof. Moniz Pereira, histórico director do atletismo leonino, considerou que a queda de Mónica Lopes dificultou a luta pela classificação feminina e quanto à vitória colectiva do Porto fazendo recurso a estrangeiras, foi directo “Cumpre o regulamento, não tenho nada a opor. O que eu critico é o Governo português...”.
in Atleta-Digital.com