segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Venham mais como este


Bom jogo este de ontem no Dragão. As duas equipas estiveram bem, na
globalidade, e a arbitragem também.
O Feirense a juntar-se a equipas como um Chaves, Rio Ave ou Tondela
que, hoje em dia, são um osso duro de roer sempre que jogam na nossa
casa. Os bons velhos tempos, de vitória garantida neste tipo de partidas, já
deixaram de existir.

O VAR foi novamente protagonista mas desta vez pelas melhores razões:
três decisões difíceis, três decisões acertadas.
Num primeiro olhar, o lance (magnífico) do primeiro golo parecia,
de facto, fora-de-jogo, contudo o pormenor do pé do último defensor
contrário foi muito bem observado pelo VAR. É milimétrico? É, sim
senhor, mas é exactamente para isso que serve o VAR. Para além
do mais, em caso de dúvida, favorece-se o ataque. Recomendação muitas
vezes esquecida.
É o nosso melhor golo da temporada, até ao momento. Muito trabalho de
laboratório por ali andou. Estão de parabéns os executantes e, claro,
Sérgio Conceição.

O “onze” inicial apresentou a surpresa de Herrera ter ficado de fora,
pela primeira vez desde há cerca de um ano.
Compreende-se. Apesar do bom golo em Moscovo, o mexicano não tem
justificado a titularidade. E Óliver voltou a estar bem. Porém, tal
como sucede com Otávio, o problema é sempre o mesmo: quantos jogos
aguentará a este nível? O historial de ambos, neste aspecto, não
autoriza que se deitem, para já, muitos foguetes.

E temos, ainda, três jogadores em grande forma: Casillas (três
boas defesas, todas elas naqueles tipos de lance que muitos golos
originaram num passado não muito longínquo), Militão (de regresso
ao que de muito bom nos tinha habituado, após algum engasganço contra
o Lokomotiv) e Brahimi que está bem fisicamente e, assim sendo, passa
pelos adversários ainda com mais facilidade do que antes.
Aproveitemos enquanto ele ainda cá está e deliciemo-nos a vê-lo controlar aquele
esférico como mais ninguém.

Por fim, os dois casos mais complexos da nossa equipa: Corona e
Marega, claro está.
O mexicano tem, ultimamente, estado nos golos e nas assistências.
Quando ele consegue chegar à linha, é do melhor que existe: senta o
adversário e cruza, normalmente, com qualidade. O único senão é a
(baixa) frequência com que o faz. Tem que ser mais interventivo.
Contudo, após uma época de 2017-18 em que ele esteve pouco menos do
que péssimo, não nos podemos queixar muito do seu rendimento na
actual.
E o homem do Mali? Pois bem, foi mais uma exibição à Marega: perdeu
quase todos os lances (mesmo aqueles corpo-a-corpo em que é
especialista) até surgir aquele momento-chave em que decidiu a partida
por completo. E quem, senão ele?
Alguém teria coragem de o tirar da equipa? Nunca. Para a coisa
funcionar em pleno, o FCP necessita de ter sempre Marega em campo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Líderes, mas cuidado com os erros defensivos


Estamos contentes, mas podíamos e devíamos em certos momentos ter feito mais, especialmente a nível defensivo. Há situações que temos de evitar, especialmente de deixar os nossos laterais expostos.

Não gostei tanto de um ou outro erro defensivo, de um ou outro erro individual. Tentámos controlar o jogo, mas de cada vez que o adversário recuperava a bola e partia para o ataque criava perigo.

Tivemos um ou outro erro evitável, nomeadamente a situação que dá o golo do Lokomotiv. É uma falha individual, mas isso pode acontecer. Eu admito todos os tipos de erro, mas quando são erros de concentração já fico um bocadinho mais aborrecido. De qualquer maneira, o erro faz parte do jogo.


Estas declarações do Sérgio Conceição, feitas após a vitória em casa do Lokomotiv (5 vitórias em 5 jogos do FC Porto em Moscovo!), são um alerta para os jogadores e, eventualmente, farão com que o próprio treinador possa, nos próximos jogos da Liga dos Campeões, repensar algumas escolhas ou posicionamentos.

No entanto, a meio da fase de grupos da Liga dos Campeões 2018/19, o balanço é muito positivo.

O FC Porto já somou 7 pontos (e muitos milhões de euros!) e é líder isolado do seu grupo.

Um eventual empate no próximo jogo garante, desde logo, que o FC Porto continuará nas competições europeias em Fevereiro/Março do próximo ano.

Mas se ganhar os próximos dois jogos (ambos no Estádio do Dragão), o FC Porto não só assegura o apuramento para os oitavos de final, como poderá ir a Istambul, no último jogo da fase de grupos, apenas para cumprir calendário.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

No pasa nada II

Não sei alguma das claques do Porto está interessada em actualizar o seu repertório, mas aqui fica a minha humilde contribuição.

Quando a cabeça não tem juízo
Quando tu gastas
Mais do que é preciso
O Porto é que paga
O Porto é que paga
Deix'o pagar, deix'o pagar
Se tu estás a gostar

Quando a cabeça não se liberta
Das comissões, transações
Toda essa força, que te aperta
O Porto é que sofre
As privações, imposições

Quando a cabeça está convencida
De que ela é a oitava maravilha
O Porto é que sofre
O Porto é que sofre
Deix'o sofrer, deix'o sofrer
Se isso te dá prazer

Quando a cabeça está nessa confusão
Estás sem saber que hás-de fazer
E gastas tudo o que te vem à mão
O Porto é que fica
Fica a cair sem resistir

Quando a cabeça rola pró abismo
Tu não controlas esse despesismo
O passivo é que paga
O passivo é que paga
Não pára de aumentar
Ao invés de baixar

Quando a cabeça não tem juízo
E tu gastas mais do que é preciso
O Porto é que paga
O Porto é que paga
Deixa pagar, deixa pagar
Se tu estás a gostar
Deixa sofrer, deixa sofrer
Se isso te dá prazer

sábado, 13 de outubro de 2018

Clássico do basquetebol na RTP 2

Ovarense x FC Porto (fonte: FPB)

Jogar em Ovar nunca é fácil. A Ovarense é uma equipa aguerrida, que faz muitas faltas e, debaixo do cesto, dá “porrada” a sério. Além disso, jogadores, treinador e público fazem uma pressão tremenda sobre a arbitragem.

Falando da arbitragem, houve partes do jogo em que pareceu querer equilibra-lo, adoptando um critério para as faltas pouco coerente. E os passos assinalados ao base croata do FCP foram de bradar aos céus.

No seu todo foi um jogo disputado, com uma vitória difícil (76-79), mas inteiramente justa do FC Porto neste clássico do basquetebol português.
Contudo, com uma percentagem normal nos lances livres (22 convertidos em 37 tentados é bastante fraco), os dragões teriam ganho de forma folgada.

Para além da vitória do FCP, a melhor notícia foi o regresso do Will Sheehey (após mais uma paragem por lesão), o qual, apesar de ter jogado apenas 16:33s, teve números muito interessantes (13 pontos, 6 ressaltos, 4 assistências).

A segunda melhor notícia foi a transmissão deste clássico na RTP2. O basquetebol português bem precisa de transmissões televisivas em canal aberto, que proporcionem maior visibilidade a esta modalidade.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

No pasa nada

De um Relatório e Contas que descreve um inescapável cambalear a caminho do abismo, a única conclusão digna de registo por parte dos responsáveis, é que a culpa é do Herrera.

Alienam-se passes de jogadores no valor de 50 milhões de euros, e consegue-se,mesmo assim, apresentar um prejuízo superior a 25 milhões de euros - devem andar a adubar o relvado com notas de €500. Mas o grande drama é que há um jogador que quer um aumento - sacana!


Intransigente na defesa dos interesses do FCP, o presidente deixou claro que o mexicano não verá o seu contrato renovado. Não tenho dúvidas de que o FCP sobreviverá à saída do Herrera (e do Brahimi, e de todos esses "mercenários"); já a sobreviver a esta gestão...


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Vencer é o nosso destino


No último domingo fomos a Lisboa defrontar uma equipa que joga poucochinho e que, contra o FC Porto, joga quase sempre como equipa pequena.

Desta vez, os dragões estiveram ao nível da equipa da casa e também jogaram pouco. Criamos poucas oportunidades de golo e só nos últimos minutos tivemos um vislumbre do Fê-Cê-Pê entusiasmante da época passada.

E sim, é verdade que, esta época, as exibições dos campeões nacionais têm sido… desconsoladoras. Tipo comida sem tempero, aquecida no micro-ondas.
Razões para isso?
Bem, sendo o “cozinheiro” o mesmo e os “ingredientes” praticamente os mesmos (talvez um pouco menos frescos), não vejo qualquer razão para que não voltemos, brevemente, a saborear umas fantásticas “tripas à moda do Porto”.

E fazer das tripas coração é sempre o primeiro passo para jogar à Porto e para voltarmos a ter uma Equipa (com “E” grande).

O resto virá por acréscimo, de forma natural, com mais treinos, mais jogos, mais minutos nas pernas e mais vitórias. E o resto é…

A recuperação dos níveis físicos, ritmo competitivo e confiança (neles próprios) dos jogadores que estiveram lesionados – Danilo, Soares, Mbemba;

A integração plena de todos os reforços – João Pedro, Mbemba, Jorge, Bazoer, … - os quais, espero, não se venham a revelar apenas meras contratações para encher o… plantel;

Uma melhor mecanização entre os dois jogadores que constituem a dupla de centrais – Felipe e Militão ou, quem sabe, Felipe e Mbemba (com Militão a ser desviado para lateral direito);

Um entrosamento adequado entre o triângulo constituído pela dupla de centrais e o médio mais defensivo (Danilo);

E, claro, a recuperação da forma desportiva dos “três mosqueteiros” – Alex Teles, Herrera, Brahimi e Marega –, que foram os principais pilares da maior parte da época passada.

O capitão Herrera a mostrar a camisola e emblema, no SLB x FCP da época passada

É verdade que os sinais da pré-temporada, dentro e fora do campo, não foram os melhores.

É verdade que a maior parte das contratações efetuadas foram feitas tardiamente e, até agora, apenas o Éder Militão revelou ser um reforço.

É verdade que as exibições têm sido desconsoladoras e que, no “salão de festas”, jogamos pouco.

Tudo isto é verdade, mas eu estou optimista.

Estou optimista, porque apesar de tudo o que referi anteriormente, os nossos rivais também não impressionam e estamos a apenas dois pontos (um empate!) da liderança do campeonato.

Estou optimista, porque o nosso mister não é o Rui Vitória, nem o José Peseiro, é o Sérgio Conceição! Alguém que já mostrou o que vale – como treinador, como aglutinador, como líder – e que continua com fome de ganhar. Por isso, estou certo, não vai deixar os jogadores acomodarem-se ao título da época passada e espero que consiga renovar-lhes a ambição, metendo-lhes na cabeça que, até agora, ganharam quase nada e que há muito mais para ganhar.

Sérgio Conceição a mostrar o emblema, no final do último SLB x FCP

Estou optimista, porque faltam oito meses (outubro, novembro, dezembro, janeiro, ..., maio) e 27 jogos para terminar o campeonato, tempo mais do que suficiente para este Porto colheita 2018/19 amadurecer e melhorar o seu “sabor” (é inevitável).

Estou optimista, porque apesar de já termos perdido dois jogos (tantos como em todo o campeonato passado), tal como o nosso treinador, estou confiante que não iremos perder muitos mais (se é que iremos perder mais algum).

Estou optimista, porque já fizemos três das seis deslocações ao sul do país (Belém/Jamor, Setúbal, Luz) e, na 2ª volta, vamos receber o slb no Dragão (e haverá melhor motivação, do que o Sérgio Conceição fazer a palestra desse jogo ao som da música com que o slb terminou o jogo de domingo?).

Estou optimista, porque os Portistas não abandonaram a equipa e o mar azul continua a encher estádios.

E finalmente, estou optimista, porque temos a melhor equipa do campeonato português e vencer é mesmo o nosso destino.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Luz - Portas abertas a um mau jogo

Não é que não seja normal o nosso maior adversário vencer-nos, na sua própria casa, de quando em vez. Afinal de contas, já íamos em quatro partidas consecutivas sem perder na Luz.
Aliás, parece que a tendência é fazermos bons resultados na casa do nosso maior rival quando a partida se disputa na segunda volta. Quando ela acontece na primeira, sentimos habitualmente mais dificuldades. Talvez se deva mesmo ao facto de não ser tão decisivo quando ainda há muito campeonato pela frente.

O que é anormal, é o facto de, num jogo globalmente aquém das expectativas, ao slb, uma vez mais, bastar-lhe uma meia-dúzia de minutos de boa qualidade para marcar imediatamente. Já no nosso caso, quando defrontamos o nosso maior rival no Dragão, jogar praticamente 90 minutos em grande nível só tem resultado em empates.

O clássico foi fraco e não teve mais de umas quatro ou cinco oportunidades para ambos os lados. Das três do slb, duas foram em fora-de-jogo não assinalados (sê-lo-iam pelo VAR, caso estas resultassem em golo?).
O FCP com Soares ainda com falta de ritmo e com Marega bem marcado, não conseguiu esticar o jogo como gosta. Otávio, por outro lado, esteve sempre mais interessado nas faltas do que a produzir jogo e com Danilo a léguas do que pode e sabe e Herrera a ser outra vez Herrera, sobrava apenas Brahimi. Pouco, portanto.

Mas vejamos também o lado positivo: Militão, apesar de (talvez) poder ter esticado mais a perna no único golo da partida, foi o nosso melhor jogador. E andavam uns quantos preocupados com a saída de Marcano (suplente da Roma)...
Não há comparação possível. Ficamos claramente a ganhar e, com esta nossa actual dupla de "centrais", mais a indiscutível categoria de Telles e ainda toda a experiencia de Maxi, tudo leva a crer que sofreremos poucos golos esta época, para a Liga Portuguesa.
E isso pode ser decisivo nas contas finais.
Temos, porém, que solucionar o problema da falta de golo da maioria dos jogadores do nosso plantel.
Não basta Marega, Brahimi e Soares, de quando em vez. Têm que aparecer outros e rapidamente.

domingo, 7 de outubro de 2018

Um capitão "sem cabeça"


Um dos grandes protagonistas da época passada está a poucos meses de terminar o contrato que o liga ao FC Porto. Hector Herrera. Aparentemente não terá chegado a acordo para a renovação.

Até aqui tudo bem. Está no seu direito. O problema é que Sérgio Conceição continua a a confiar-lhe a braçadeira de capitão e a titularidade. Um jogador de qualidade que não sabe qual o clube em que jogará na época seguinte fica tendencialmente inseguro, não se quer lesionar até porque isso poderá condicionar a assinatura de um contrato milionário. É uma situação que não convém a ninguém, mas na qual o clube é invariavelmente o mais prejudicado.

Herrera tem sido um jogador bipolar ao serviço do FC Porto. Ora faz grandes jogos ora se perde em campo faltando presença e protagonismo. A última época foi a grande exceção aos últimos anos. E talvez por isso se esperasse mais de Herrera esta época.

Nas primeiras jornadas da presente temporada Herrera esteve irreconhecível, uma sombra do que foi no passado recente. E não faz sentido mantê-lo na equipa principal enquanto ele não se encontrar e decidir o que quer para o seu futuro. É preferível ter no seu lugar um jogador que esteja 100% focado no clube e que meta o pé em todas as jogadas. É uma situação que urge resolver. Que o espaço seja dado a quem o quiser agarrar, mas o FC Porto precisa de um meio campo mais dinâmico, mais corajoso e mais disponível. O Porto precisa de jogadores à Porto.