domingo, 31 de outubro de 2010

O futebol também é espectáculo


Na década de 30 do século passado, os jogos do campeonato português eram disputados em campos de terra batida, com bancadas de madeira à volta, onde os adeptos assistiam aos jogos de pé (e alguns das janelas e varandas das casas vizinhas...).

Hoje em dia já não é possível disputar jogos em "pelados" (campos de terra batida), as bancadas têm de ter cadeiras numeradas, grande parte dos estádios têm bancadas cobertas, os acessos aos estádios e o controlo das entradas obedecem a normas, etc., etc.
O futebol evoluiu e, para além de manter a parte competitiva, tornou-se um espectáculo de massas a nível planetário, em grande parte devido às transmissões televisivas.

Vem tudo isto a propósito do Académica x FC Porto de ontem. Desde o primeiro minuto que era óbvio que as condições do relvado não permitiam que se disputasse um jogo de futebol. Mas o árbitro refugiou-se no regulamento e, como as linhas estavam visíveis (foram remarcadas ao intervalo) e a bola não boiava, deu ordem para que o jogo tivesse lugar.

Em vez de técnica e criatividade, houve luta; em vez de bola a rolar, houve bola pelo ar; em vez de um jogo de futebol, tivemos um de pontapé na bola, de quase lotaria (a bola às vezes acelerava e outras travava nas poças existentes). O espectáculo não foi salvaguardado e até a transmissão televisiva foi interrompida devido à intempérie mas, no final, ganhou a equipa que atacou mais, rematou mais e que teve mais oportunidades de golo. Ah, e só houve um jogador a sair lesionado. Menos mal.

Foto: Campo da Constituição, FC Porto x benfica disputado na época de 1938/39 (fonte: Paixão pelo Porto)

Simplificar para não meter água


Magnifico, sublime, fantástico. Sair de Coimbra com os 3 pontos no bornal, mediante todas as condicionantes que interferiram com a partida - e de que maneira – só nos pode deixar com o mesmo sorriso nos lábios com que André Villas Boas não disfarçava após o apito final de Duarte Gomes. Varela deu um chuto num jogo encharcado, que nos faz manter distâncias respeitáveis a quem de direito, evitando histerias desenfreadas dos pasquins de lá de baixo a uma semana do clássico.

Se é certo que num relvado como este pouco se pode fazer para manter o controlo táctico do jogo, o nosso técnico não teve qualquer problema em mandar agregar as linhas e acrescentar-lhe o elemento físico, em detrimento do cariz virtuoso, imagem de marca da equipa, quando o resultado nos era vantajoso. Basicamente foi simplificar o que podia ter sido complicado, apesar de Moutinho nos ter deixado com os “guizos” na mão no último quarto de hora.

A este propósito, volto afirmar a ideia que mantenho algum tempo; Para manter os índices de eficácia das penalidades bem lá no alto, nada como convertê-los com um pontapé bem forte, sem necessitar de ser muito colocado, em que, invariavelmente, os guarda-redes não terão reacção à violência do remate. Perante estas circunstâncias considero que Hulk é o que reúne mais aptidão para executar este tipo de lances.


No mais, e do encontro propriamente dito, nada ou quase nada resta para contar de um jogo que não foi jogo. Uma espécie de batalha em pantanal improvisado, de chuto para o ar a ver quem chega mais longe, tentado a fortuna dos deuses com uma bola perdida que abrisse as portas do paraíso. Varela carimbou-nos esse bilhete, em grande estilo, na sequência de um lançamento.

Fernando que havia saído lesionado, deu lugar a Guarín, que pelo perfil exigente da partida até encaixou que nem uma luva. As restantes alterações do 2º tempo confirmaram a sagacidade de Villas Boas, que não deixa resvalar o seu leque de soluções numa monotonia previsível. Tudo controlado, ou quase… Aquele livre no ferro já no correr do pano deixou-nos quase sem fala. Mas agrada-me pensar que deixou muitos mais com melão do caraças… Prá semana cá vos esperamos.

Fotos: A bola, Record

sábado, 30 de outubro de 2010

Números da semana (IV)

0,077 milhões de euros foi o resultado líquido do exercício 2009/10 (1 de Julho de 2009 a 30 de Junho de 2010) da FCP SAD.

1,3 milhões de euros negativos foi o resultado líquido do exercício 2009/10 do FC Porto (clube).

16 golos apontados pelo trio de ataque do FC Porto no campeonato (Hulk
- 8, Falcao - 4, Varela - 4) nas primeiras oito jornadas.

150 jogos oficiais já disputados no Estádio do Dragão (107 vitórias, 29 empates e 14 derrotas).

250 jogos já disputados por Helton no futebol português (chegou a Portugal em 2002 e esta semana viu concluído o seu processo de naturalização).

29112 espectadores estiveram no Estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x União Leiria (uma assistência abaixo dos 30 mil, a que não deve ser estranho o facto do jogo ter sido a uma 2ª feira).

"Passes" de jogadores



O quadro anterior foi extraído do Relatório e Contas Consolidado 2009/2010 (p.67), do Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD.
O relatório completo pode ser obtido aqui.

Uma Justiça a duas cores


Esta notícia da revista SÁBADO suscita algumas perplexidades e diversas interrogações.
Por exemplo, se as buscas às casas de Luís Filipe Vieira ocorreram em 30 de Março, porque razão apenas sete meses depois, em 27 de Outubro, houve um órgão de comunicação social a dar a notícia (e de forma discreta)?

Mais. Porque razão a ida da PJ à casa de Pinto da Costa foi acompanhada quase em directo pela comunicação social e, no caso de Luís Filipe Vieira, tudo foi cuidadosamente mantido no segredo dos deuses?

Assim vai a (in)Justiça e a comunicação social neste Portugal dos "tubarões" e protegidos do regime.

P.S. O director do Record, Alexandre Pais, escreveu o seguinte no seu blogue: "A Sábado proibida de entrar no Estádio da Luz?"

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A festa dos Dragões de Ouro

Na festa da entrega dos Dragões de Ouro 2009/10, que decorreu na passada quarta-feira, no Casino de Espinho, houve três que Pinto da Costa entregou pessoalmente:
- Dirigente do Ano: Alípio Jorge Fernandes
- Recordação do Ano: D. Armindo Lopes Coelho
- Sócio do Ano: Rui Moreira




Penso que esta atitude de Pinto da Costa não é irrelevante, nem foi obra do acaso.
E sobre Rui Moreira, que alguns portistas continuam a olhar de soslaio, Pinto da Costa não poupou nos elogios, afirmando:
"Com a sua inteligência, esteve lá [Trio d'Ataque, da RTPN] a defender o FC Porto, mas não como um simples recadeiro, nem recebia mensagens no telefone a meio do programa como outros, tendo mostrado a dignidade de dizer basta ao fartar vilanagem".

Fotos: www.fcporto.pt

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Destas escutas não reza a história


(clique na imagem para ampliar)

«Afinal, o processo Apito Dourado não apanhou apenas dirigentes de clubes do Norte a pedir árbitros para os seus jogos. Embora de forma indirecta, através de João Rodrigues, o Benfica também quis escolher os seus árbitros. Mas nenhum destes pedidos deu origem a qualquer processo, nem sequer no grande dossier relativo a uma eventual viciação da classificação dos árbitros, ainda em análise pela equipa de Maria José Morgado.
As intercepções telefónicas, que são imensas, dão conta de diversos tipo de pressão do Benfica, na época de 2003/2004, no sentido de contar com árbitros do seu agrado. Aliás, até era convicção de alguns presidentes de clubes da I Liga, como era o caso de João Bartolomeu, que foi Luís Filipe Vieira quem colocou Luís Guilherme na presidência da Comissão de Arbitragem da Liga, exercendo, por consequência, alguma influência sobre ele.
Por exemplo, João Bartolomeu, numa das suas conversas com Pinto de Sousa, diz ter a certeza que é o Luís Filipe que tem influência sobre as nomeações feitas por Luís Guilherme, com o então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF a acrescentar: “O Pinto da Costa não tem influência no Luís Guilherme”.
A propósito da nomeação de um árbitro para um jogo da U. Leiria, Bartolomeu diz que fez uma investigação que apurou que Pimenta Machado se encontrou com Luís Filipe Vieira, presumivelmente no sentido de ter Duarte Gomes como árbitro. Sobre este, Bartolomeu diz que é “um ladrão”.
“O Duarte Gomes faz tudo o que o Vítor Pereira manda e o Vítor Pereira é uma das pessoas que protege o Guimarães”, desabafa Bartolomeu.

Os contactos entre João Rodrigues, antigo dirigente do Benfica e pessoa com muita influência nas instâncias internacionais do futebol, e Pinto de Sousa eram frequentes. E vice-versa. Aliás, há mesmo uma determinada altura em que é Pinto de Sousa quem telefona a João Rodrigues para lhe pedir “uma ajudinha” para escolher os árbitros internacionais para a Taça de Portugal. “Precisava de dois nomes de árbitros que o Benfica considerasse”, afirmou o líder da CA da FPF, que tem argumentado em sua defesa que não praticou qualquer crime a este nível porque era norma conferenciar com os dirigentes antes de escolher árbitros para a Taça de Portugal. Rodrigues promete ligar a Vieira. Quando volta a ligar a Pinto de Sousa, diz que o presidente do Benfica “ficou doido” e que pretendia o árbitro que tinha apitado o jogo com o Belenenses para o campeonato, Pedro Henriques. “Ele não quer mais ninguém…”, reforçou Rodrigues. “Duarte Gomes e Olegários nem pensar”, acrescentou. Rodrigues tenta contactar Vieira mas não consegue. Numa outra conversa com Pinto de Sousa, conforma-se: “Nomeie o Devesa Neto [árbitro assistente] que o acalma logo”. Pinto de Sousa acaba por dizer que tem 3 hipóteses para árbitro principal: Pedro Proença, Duarte Gomes ou João Ferreira. “Meta o João Ferreira”, diz Rodrigues. Dito e feito. João Ferreira é o árbitro do jogo da meia-final da Taça que o Benfica vence por 3-1. Nenhum dos árbitros assistentes foi Devesa Neto, árbitro assistente que foi arguido no Apito Dourado, num jogo do Boavista.»


Ao republicar no seu blogue estes textos, com o título Arquivos do Apito Dourado (1), o Eugénio Queirós está a pisar o risco. Há coisas que não convém relembrar, principalmente quando a poderosa máquina de propaganda ao serviço do slb, tudo faz para impor a sua verdade e (re)escrever a história à sua maneira.

P.S. Duarte Gomes foi nomeado por Vítor Pereira para o Académica x FC Porto do próximo sábado.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

Hubris

"Hubris": excessive pride or self-confidence


14 vitórias e 1 empate em 15 jogos oficiais.
Vitórias convincentes, algumas de forma brilhante (e 11 delas por mais de 1 golo de diferença).
39 golos marcados e 8 sofridos (uma média de 2,6 e 0,5 por jogo, respectivamente).

Temos todas as razões para estar orgulhosos e confiantes; sinceramente não me recordo de um início de época idêntico, e já sigo o FCP há mais de 30 anos.

A equipa joga e ganha de forma convincente; respira saúde e confiança. O (muito jovem) treinador passou os testes iniciais com elevada distinção; assinalo que o aproveitamento da "matéria prima" (jogadores) deu um claro salto qualitativo - repare-se que da equipa inicial de 2a feira, só Moutinho (no lugar de Meireles) não estava lá há um ano.

No ano passado houve uns quantos portistas que afirmavam que tínhamos que escolher entre "jogar mal, e ganhar" e "jogar bem, ou perder". Pois muito bem, está demonstrado (como se tal fosse necessário) que essa era uma falsa escolha. Chamem-me maluco, mas acredito claramente que quanto melhor se joga, maior a probabilidade de ganhar... e como bónus, mais motivados os jogadores se sentem.

O caso de Hulk é paradigmático do maior aproveitamento da "matéria prima", mas não é o único; se há um par de meses ele me deixava algumas dúvidas de que pudesse dar um salto qualitativo (apesar de já o ter então em muito boa conta), hoje demonstra ser um jogador diferente do passado, para melhor: mais objectivo, e jogando muito mais em prol da equipa (o que não impede de tomar iniciativas individuais quando tal se justifica, como deve ser).

Assim sim, pode de facto realizar o seu enorme potencial. Mérito para ele (e tiro-lhe o chapéu) e para o treinador, não só pelo "trabalho" individual mas também pelo trabalho colectivo que potencializa a valia deste jogador: longe vão os tempos em que a maior parte dos passes para Hulk eram feitos a 20 ou 30m de distância, ou em que se sentia bastante desapoiado pelos colegas.

Mas se a situação actual e recente é motivo de júbilo e confiança, não podemos (nem - acima de tudo - os jogadores) deixarmo-nos entrar em euforias e excesso de confiança. Haverá certamente pontos ainda a melhorar (há dois pontos em particular que me merecem atenção: alguma oscilação na segurança defensiva - em particular nas alas -e dúvidas sobre até que ponto Walter poderá colmatar uma eventual ausência de Falcão) ; ainda temos 75% dos jogos do campeonato pela frente ("a procissão ainda mal saiu do adro"); e haverá certamente algumas vicissitudes pelo caminho (lesões, algo em que AVB está a ter a sorte que JF não teve há um ano atrás; longas viagens à América do Sul para jogos de selecções; arbitragens, etc).

Há portanto que continuar com os pés bem assentes na terra, sempre com uma mentalidade de melhoramento contínuo (no que diz respeito ao trabalho do treinador e jogadores). Disfrutemos deste bom futebol e das vitórias, sem dúvida, mas passo a passo, jogo a jogo.

Agrada-me verificar que AVB é o primeiro a dizê-lo, e não me parece que o diga apenas porque lhe fica bem, mas sim por convicção. Este adepto agradece; não só pela "ópera", mas também por isto.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A 2ª casa do slb


Estiveram 12373 espectadores no estádio do Algarve a assistir ao Portimonense x slb. Muitas destas pessoas eram benfiquistas, incluindo elementos das claques Diabos Vermelhos e No Name Boys, que se deslocaram de Lisboa.

Isto significa que o pedido da Direcção encarnada para os adeptos não comparecerem nos jogos fora, reiterado numa carta de Luís Filipe Vieira dirigida aos sócios, foi desobedecido?
Eu penso que não porque, na realidade, o estádio do Algarve é uma espécie de 2ª casa do slb.

Basta recordarmos o Estorilgate. A esse propósito, Soares Franco, quando era presidente do Sporting, afirmou o seguinte:
No passado não existiu só Apito Dourado, mas também tráfico de influências douradas. Um exemplo é o jogo que o Benfica jogou com o Estoril no Algarve. Embora pudesse ter cumprido toda a legalidade só foi possível no Algarve porque o presidente do Estoril era do Benfica e o director desportivo da SAD tinha interesses no clube”.

E Rui Santos (insuspeito de ter qualquer simpatia pelo FC Porto), referindo-se ao benfiquista Cunha Leal (na altura Director-executivo da Liga), afirmou:
Ele [Cunha Leal] foi mandado para a Liga pelo presidente do Benfica para contrariar o poder do major. (…) Se não soubesse ao que ia e se cumprisse o seu dever de isenção, não teria autorizado a farsa que constituiu a marcação do Estoril-Benfica para o Algarve, na jornada 30 do campeonato de 2004-05, cujo desfecho foi decisivo para a atribuição do título nessa temporada.

Por isso, Luís Filipe Vieira pode estar descansado, que a sua autoridade não foi posta em causa. Este jogo não conta para a lista dos jogos fora.

PF, não deixem jogar o Hulk


«Em menos de vinte minutos fez dois golos e embalou a equipa para a vitória mais admirável da época. O primeiro golo, sobretudo esse, teve magia nas botas... finalizado num chapéu perfeito. Mas fez mais: correu, fintou, cruzou, levou o futebol para a frente e até recuperou bolas. Está mais jogador de equipa, como se viu na assistência para Falcao. Pelo meio ainda fez um cruzamento de letra que foi um regalo para a vista. Saiu com o estádio de pé, a aplaudi-lo. O que foi da mais elementar justiça.»
in Maisfutebol


«Depois dos dois golos em Istambul, o brasileiro repetiu a dose, elevando para oito o número de vezes que fez o gosto ao pé no campeonato e para 13 contando com todas as provas. Incrível e sem sinais de enfartamento. O avançado esteve imparável e formou, com Falcao, uma sociedade perfeita e demolidora. O primeiro golo merece uma vénia especial: lançado por Rúben Micael, esperou pela saída do guarda-redes e fez-lhe um chapéu primoroso. Foi o início de um baile com vários números artísticos. Iniciou a jogada do segundo golo ao desmarcar Falcao e ainda foi a tempo de receber o passe do companheiro para bater Gottardi pela segunda vez. Motivado, Hulk foi encantando a plateia com malabarismos que incluíram um cruzamento de letra e uma assistência para Falcao fechar o resultado. Saiu ovacionado, claro.»
in O JOGO


«Podia escrever algumas linhas sobre Hulk, mas o essencial todos sabemos: é, por esta altura, o melhor jogador da Liga e esta semana fez questão de o deixar bem claro. Mais uma vez. Mas acho que os oito golos e as três assistências na Liga, mais o que tem feito na Liga Europa (dois golos marcados e um oferecido na fase de grupos), tornam Hulk em algo mais do que apenas o melhor jogador a actuar em Portugal. O avançado do F.C. Porto é, sem dúvida, um dos maiores desequilibradores do futebol europeu, na actualidade
Luís Sobral, in Maisfutebol


O que é que mudou em relação à época passada? O ritmo de jogo. Infelizmente, [no ano passado] estive muitos jogos sem jogar. Espero poder estar sempre no campo para ajudar o FC Porto
Hulk


É uma vergonha deixarem o FC Porto jogar com "super-heróis". Um jogador como o Hulk, moralizado e com ritmo de jogo, dá ao FC Porto uma vantagem competitiva que, no mínimo, é imoral. Até parece que os dragões jogam com 12…

Ora, a época passada, naquele que ficará para a história conhecido como o campeonato dos túneis, houve quem se esforçasse por garantir a “verdade desportiva”. Por via disso, Hulk apenas pôde jogar em 19 dos 30 jogos da Liga patrocinada pela Sagres.
Ai Ricardo Costa, a falta que tu fazes…

P.S. Depois de tudo o que disse dele, esta semana António Pedro Vasconcelos sentiu-se "obrigado" a colocar o Hulk no topo. É mais um sinal de que o futebol português está no fundo…

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Destas arbitragens não reza a história

Perante a exibição do FC Porto e a goleada alcançada, a arbitragem do senhor Vasco Santos passou para segundo plano. Contudo, suponhamos que o critério do árbitro tinha sido ao contrário do que ele demonstrou, isto é, em lances absolutamente idênticos, beneficiar o FC Porto e prejudicar o União Leiria. O que se teria dito? Quais teriam sido os títulos dos jornais?

Mas as incoerências deste jovem árbitro (tem 33 anos), não se ficaram pelos penalties que assinalou e deixou por assinalar. Tal como os seus companheiros do apito em jornadas anteriores, este árbitro da AF Porto (deve querer seguir os passos de Paulo Paraty…) fez vista grossa a diversas entradas feias de jogadores do Leiria - Falcao, Varela, Álvaro Pereira e Ruben Micael foram fortemente atingidos -, não punindo disciplinarmente qualquer um desses lances.

À falta de outros argumentos, parece que as equipas adversárias pretendem parar os dragões à patada. E enquanto os árbitros deixarem… Ah, e talvez se consiga o bónus de arrumar com algum jogador do FC Porto durante umas jornadas (o Guarin esteve um mês no estaleiro após o jogo na Figueira da Foz).

Mas voltando à arbitragem de Vasco Santos, não surpreendeu. Vem na linha de uma actuação semelhante no Rio Ave x FC Porto da época passada, em que ficaram três (!!) penalties por assinalar a favor do FC Porto.

Claro que arbitragens como a de ontem, em que o FC Porto é claramente prejudicado, não ficam para a história do campeonato…

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cinco Estrelas


Quem quer gerar valor e riqueza, faz-se à vida. Quem não quer, vai para o rendimento mínimo. Felizmente para nós, portistas, André Villas Boas inclui-se no 1º grupo, pelo que na sua filosofia de trabalho só entra quem o queira acompanhar. Se 1 golo consola muita gente, 2 consolam muitos mais. Mas se vierem mais 2 ou 3 bolas, talvez isso satisfaça uma imensidão de comensais.

E, neste jeito todo descontraído, mas ciente da responsabilidade da camisola que envergam, a rapaziada cá da terra ofereceu-nos uma partida que foi um brinco. Uma mão cheia de bolas no saco e outras tantas que ficaram por lá entrar. A corrente seguiu num só sentido, com um caudal impressionante, erguendo bem lá no alto o ego de todos os Dragões.

Assim sendo, não foi nenhum espanto constatar que o jogo estava resolvido por volta dos 20 minutos. A essa hora já Hulk somava mais 2 golos na sua conta pessoal (o 1º com uma finalização soberba) e Falcao e Varela por pouco, também, não molharam a sopa. Uma dinâmica e ritmo a que a U. Leiria não tinha argumentos para travar. E haverá quem os tenha? Muito poucos, seguramente. E esses não estão neste campeonato.


Cheirava a resultado gordo já ao intervalo. A festa a que Falcao tanto aprecia e que fez questão de “organizar” no 2º tempo. Para lá de todo aquele “savoir faire” na gestão do jogo em linhas mais avançadas, constata-se que faro do Colombiano pela baliza continua intacto. Menção especial para 5 golo azul e branco, o 2º de Radamel, numa combinação perfeita com o “Incrível” e uma finalização a preceito.

A excelência ao seu mais alto nível, que nem um golo adversário pelo meio consegue deslustrar. Penalidades que valem para um lado, mas que no outro já não contam. Minudências que ninguém quer saber, ou está para aí virado, quando é literalmente esmagado com o mais puro, requintado e refinado futebol que o estádio do Dragão presenciou nos últimos tempos.

Afinal, o futebol à Segunda-Feira até pode ser bonito…

Fotos: uefa.com

Os transparentes processos da FIFA


Uma investigação do jornal britânico Sunday Times está a lançar o caos e a suspeição sobre o processo de selecção dos anfitriões dos Mundiais de 2018 e 2022. Como o referido jornal tem acesso online pago, deixo aqui o que diz o site do Daily Telegraph.

Para além das revelações do primeiro daqueles jornais, na sua edição da semana passada, de que alguns membros do Comité Executivo da FIFA se mostraram receptivos a subornos para definirem o seu sentido de voto, há a acrescentar esta semana a declaração do antigo secretário-geral daquela organização, Michel Zen-Ruffinen (sem saber que era filmado e que falava com repórteres jornalísticos) de haver concluio ilícito entre as candidaturas Portugal/Espanha ao Mundial de 2018 e do Qatar ao Mundial de 2022.

O comité de ética da FIFA, organismo de cuja eficácia me permito duvidar, está já a investigar o assunto. Por cá reina o silêncio. Vamos a ver no que isto dá.

domingo, 24 de outubro de 2010

Números da semana (III)

0 foi o número de remates do slb enquadrados com a baliza do Lyon (fonte: estatísticas da UEFA).

3 expulsões de jogadores do FC Porto nos últimos 3 jogos (uma em Guimarães e duas em Istambul).

4 golos limpos anulados a Falcao em 2010 (3 no último campeonato e 1 na Liga Europa).

11 golos de Hulk (6 no campeonato e 5 na Liga Europa) marcados esta época.

13 vitórias do FC Porto em 14 jogos oficiais disputados esta época.

132 decibéis é o recorde mundial (registado) de barulho produzido num jogo de futebol. Foi num Besiktas x Liverpool, disputado no estádio Inonu, a 24 de Outubro de 2007.

15000 espectadores estiveram no Estádio de Alvalade a assistir ao Sporting x Gent.

23449 espectadores estiveram no Estádio da Luz a assistir ao slb x Arouca.

41118 espectadores estiveram no Estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x Limianos.

28,0% corresponde ao contributo do FC Porto para o Ranking UEFA de Portugal nos últimos cinco anos (slb - 24,3%; Sporting - 23,6%; Sp. Braga - 16,2%)

Difamar é barato


Julho de 2008
Um juiz do Tribunal de Instrução Criminal acusou Carolina Salgado de mentir e enviou para o DIAP do Ministério Público do Porto uma certidão por falsidade de testemunho agravado.

Fevereiro de 2010
Carolina Salgado foi condenada a uma multa de 3000 euros e a uma indemnização de 1750 euros, por difamação agravada ao líder da claque Superdragões, Fernando Madureira.

Julho de 2010
Carolina Salgado foi sentenciada a uma multa de 1250 euros e a indemnizar o advogado Lourenço Pinto em 5000 euros, por difamação agravada.

22 de Outubro de 2010
Carolina Salgado foi condenada, por difamação agravada de Pinto da Costa, a dez meses de prisão, pena substituída por 300 horas de trabalho comunitário. Em causa está uma entrevista à jornalista Felícia Cabrita, na qual Carolina acusou Pinto da Costa de ser o mandante das agressões a Ricardo Bexiga (ex-vereador da Câmara de Gondomar). O tribunal considerou que Carolina utilizou "expressões altamente difamatórias" e "muito gravosas".


Livro, filme, entrevistas, em Portugal difamar é barato, principalmente para quem tiver "amigos" ricos, dispostos a financiar campanhas mediáticas de destruição de imagem e carácter.

Ainda sobre Vítor Baía

É lamentável que exista uma turba de portistas que invariavelmente revele excesso de anti-corpos para com outros portistas que tenham a veleidade de proferir afirmações que possam, de alguma forma, beliscar a actuação do clube/sad. Foi o que acabou por acontecer em algumas franjas da blogosfera com as recentes afirmações de Vítor Baía em visita à escola EB 2.3 Nicolau Nasoni. O argumento utilizado é sempre o mesmo e revela pouca massa cinzenta, sendo qualquer coisa do tipo “nesta altura um portista não pode dizer isto porque somos atacados de todos os lados”. Sempre fomos atacados e sempre seremos mas isso é sinal de que continuamos a ser os melhores. Sou contra as tentativas de “crucificação” do Baía.


Por outro lado devo dizer que achei que Vítor Baía esteve particularmente infeliz. Ele vale por si próprio, pela sua carreira, pela pessoa que é e não precisa que o clube o promova ou tente promover quer na comunicação social quer à porta do Estádio do Dragão. Uma personalidade destas, com um coração tão grande, que criou uma Fundação de propósitos tão meritórios, com o trabalho que está a desenvolver na ala de Pediatria do Hospital S. João, não precisa de uma estátua para ser admirado e, muito menos, de choramingar por ela.

No FC Porto, só duas pessoas são recordadas por estátua ou busto, Pavão e Rui Filipe, e esses morreram de forma trágica.

Uma das coisas que me espantou foi a candura com que Baía fez estas afirmações, por dois motivos:
1- A mensagem que provavelmente passou aos jovens foi: se fores muito bom mas do FC Porto não te darão valor mas se fores dos clubes de Lisboa aí terás direito a uma estátua;
2- Que jogador dos clubes de Lisboa tem o mesmo curriculum de Vítor Baía? Será que este pensa que se tivesse jogado na 2ª Circular teria vencido os títulos que venceu?

Vítor Baía é um Campeão e um Símbolo do FC Porto. Pelo teor das declarações que tem proferido (em Fevereiro e agora) nota-se que sai do FC Porto com mágoa. Mas o caminho faz-se caminhando e o Baía sabe-o melhor que ninguém.

sábado, 23 de outubro de 2010

Pelezinho

Nem sonhávamos com you tube, internet e coisas que tais. Havia de quando em quando umas imagens na TV, mas o que conhecíamos era aquilo que nos contavam, muitas vezes no estilo de quem conta um conto acrescenta um ponto, e o que nos contavam era que o Pelé foi o maior, tudo era magia.

Depois havia isto:


que ampliava o mito. O Pelé era mesmo o maior!

Os anos passaram, a informação foi complementada, Pelé já não é o mesmo mito, mas não tenho dúvidas que estas revistas, e aquilo que elas me faziam sonhar, contribuíram e muito por esta minha paixão pelo jogo, pela sua envolvência, pela sua magia.

Pena que as histórias do Pelezinho já não façam sonhar as crianças de hoje em dia.

E posto este momento revivalista, aqui ficam os parabéns ao Edison Arantes do Nascimento pelos seus 70 anos.

Baía e os Talibans

É verdade que como dizia, esta semana, PdC temos um país cheio de Bin Laden's, que devemos combater, mas quando internamente temos Talibans que são mais papistas que o Papa, venha o diabo e escolha.

Vem isto a propósitos dos "ataques" ao Baía, que as suas palavras de 5ª feira suscitaram. E não vou aqui falar muito sobre o conteúdo das mesmas, concordo com umas, discordo de outras, o que interessa aqui é o porquê de ter sido tão violentamente atacado nestes 2 dias.

Se agora foi tão atacado por portistas, por que motivo não o atacaram da mesma forma em fevereiro deste ano quando deu uma entrevista à revista Focus em que basicamente disse o mesmo que disse 5ª feira? Por que motivo não pediram nessa altura a sua demissão? Por que motivo na altura só teceram elogios à entrevista?


Pois!

A diferença é que entretanto saiu do Porto e como não saiu propriamente a dizer bem de tudo e todos - tal como já não dizia em Fevereiro, qualquer palavra que possa ser entendida como uma crítica a PdC e à sua estrutura tem sempre os talibans à perna. São os mesmos que há uns anos nem podiam ouvir falar no Fernando Gomes, o bi-bota, que logo vinham os insultos, e hoje são só elogios.

Aqui ficam algumas das palavras do V. Baía em Fevereiro, comparem-nas com as de 5ª feira, e depois comparem as reacções de certa franja de portistas a ambas.

Sobre a visibilidade se tivesse jogado no ben7ica:

Quando o Benfica ganhava tinha essa identidade. A partir de certa altura mudaram a estratégia e aproveitámos para ocupar esse lugar e não querer sair de lá. O problema é que a nós custa-nos muito mais do que as outras estar no top. E a nós custou-nos muito estar lá, a ganhar, a lutar contra tudo e contra todos.
(...)
É a tal questão cultural. Se calhar a imprensa também, tem muita culpa nisso. Repare, estamos a 300 e tal quilómetros e as outras equipas estão a metros. Há jornalistas sérios, há políticos sérios, há gente séria, mas também há gente que não o é. E custa-me conceber que jornais, generalistas ou desportivos, sejam tendenciosos e parciais. Isso custa-me muito.
(...)
A brincar fiz uma afirmação no meu livro, que responde um pouco à questão de visibilidade que falámos anteriormente. Se tivesse feito a carreira no Benfica, tenho a certeza que à frente da estátua do Eusébio estava uma baliza comigo, com o Eusébio a rematar e eu em frente a defender a baliza. Sei que isto é forte, mas com isto respondo a tudo.

Sobre o seu cargo:

E esta posição deu para conhecer o clube em outras áreas. Mas não é onde eu possa ser uma mais-valia directamente.
Então onde é que é?
É no dia-a-dia da equipa, nas estratégias da equipa, foi ai que cresci. Não falo como treinador, logicamente.

Sobre o Helton:

O Co Addriaanse acabou por ir embora no final dessa época mas já tínhamos decidido que, no ano seguinte, com Jesualdo Ferreira, se tivesse de jogar, jogava, mas a minha missão principal era ajudar o Helton. Se calhar não é coincidência, ajudei-o mesmo e o melhor ano do Helton foi aquele em que esteve ao meu lado, em que lhe expliquei exactamente o que é ser o guarda-redes do FCP, em que lhe dei a estabilidade de que necessitava, em que o ajudei em determinados momentos, sem qualquer tipo de maldade.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um “filho” do FC Porto

Eu não estive presente na visita do Vítor Baía à escola EB 2.3 Nicolau Nasoni.
Eu não ouvi nenhuma gravação das declarações que o Baía proferiu nessa escola. Alguém ouviu?
Eu não achei estranho o eco que a generalidade da comunicação social fez a propósito das declarações de Baía. Será que quem fez os títulos dos jornais ouviu as declarações completas (perguntas e respostas)?
Num comentário a um artigo do ‘Reflexão Portista’, uma pessoa que esteve na escola EB 2.3 Nicolau Nasoni chamou à atenção que as declarações do Baía estavam a ser deturpadas. Podem ler aqui.

Por tudo isto e pela postura que o Baía sempre teve, entendi que não me devia pronunciar antes de ouvir/ler a sua reacção a este “escândalo”, que a comunicação social vem alimentando desde ontem. É o mínimo que alguém com o seu passado no clube merece.

Após ler os esclarecimentos que Baía fez num comunicado, no qual afirma que as suas palavras foram "incrivelmente descontextualizadas", e em que aproveita para explicar o que quis dizer com algumas pretensas polémicas declarações, não me arrependo de ter esperado e de não ter contribuído para “crucificar” na praça pública este “filho” do FC Porto.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um bom teste


Jogar na Turquia nunca é fácil.
Vencer no estádio Inonu é sempre, em qualquer circunstância, um excelente resultado.
Vencer jogando 47 minutos em inferioridade numérica (os últimos 6 minutos com menos dois jogadores) é algo que pouca gente admitiria como provável.
Vencer jogando contra 13 (os 11 jogadores do Besiktas, o público e o árbitro) é obra!

Dito isto, queria agradecer ao senhor Carlos Clos Gómez, porque a sua actuação vergonhosa teve o efeito de proporcionar aos jogadores e treinador do FC Porto um bom teste, quer do ponto de vista meramente futebolístico, quer em termos de maturidade e experiência.
São jogos como este, em que o sofrimento se mistura com a qualidade futebolística, que fortalecem os colectivos e fazem as equipas crescer.

Num jogo em que a solidariedade e a união do grupo portista se impuseram e superaram todas as adversidades, é justo, mais uma vez, destacar a exibição de Hulk. Marcou dois golos extraordinários, fez uma fantástica assistência para o 2º golo de Falcao (um roubo a forma como este golo foi anulado) e foi um quebra cabeças constante para a defesa turca. Mas talvez a jogada que melhor define este novo Hulk tenha sido, quase no minuto 90, quando veio cá atrás ajudar a defesa e, com um carrinho, cortou uma jogada perigosa do Besiktas.

Foi impressionante ver, no final do jogo, o estádio em pé a aplaudir Hulk. Por isso, meus amigos, aproveitem e desfrutem enquanto ele anda por cá, porque a partir da próxima época o incrível irá dar espectáculo para outro ($$$) campeonato.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

“Poucas equipas no Mundo jogam como nós”

Jorge Jesus antes do Lyon x slb:

“Poucas equipas no Mundo jogam como nós”

“Temos muitas possibilidades de fazer aqui um excelente jogo e ganhar”

“Vencer o Lyon será normal”


Jorge Jesus depois do Lyon x slb:

“Tivemos alguns jogadores que normalmente não falham tantos passes na fase de preparação do jogo”

“Até à saída do Nico (Gaitan) havia equilíbrio”

“Perder por 2, não é o mesmo que por 3 ou 4”


De quem será a culpa de mais esta derrota do slb?
Do Olegário Benquerença?
Do Pinto da Costa?
Vamos aguardar pelas explicações que, concerteza, serão dadas num comunicado...


Nota: O texto ao lado foi extraído de uma crónica do Júlio Magalhães, publicada no JN do passado sábado.

Lima, o homem dos golaços





O ano passado, com a camisola do Belenenses, já tinha dado nas vistas, marcando três golos ao FC Porto.
António Salvador teve olho, contratou-o e esta época, para além de ter voltado a marcar no Estádio do Dragão (um golaço), já tinha sido decisivo em Sevilha, com um hat-trick.

É estranho como é que este jogador passou uma parte significativa da sua carreira emprestado a clubes de menor dimensão/projecção mas, aos 27 anos, talvez ainda vá a tempo de assinar por um clube grande (com todo o respeito pelo Sp. Braga).

Bolsa de apostas

Temos para nós que somos candidatos à vitória na liga Europa, mas será que o resto da Europa também nos vê assim?

Se tomarmos as casas de apostas como referência podemos dizer que sim, embora não sejamos o principal candidato. As coisas estão assim:

1º Manchester City com uma probabilidade de 17%
2º Liverpool - 8,8%
3º FC Porto - 6,4%
4º Juventus - 6,4%
5º Atlético Madrid - 6,2%
6º Zénit - 5,3%

Quando as equipas da liga dos campeões entrarem a coisa pode mudar, mas por ora a nossa percepção está em linha com aquilo que os outros vêem.

E se somos candidatos à vitória na competição, obviamente que não teremos problemas no apuramento nesta fase de grupo, como se comprova pela probabilidade de 98%, sendo que para ganhar o grupo está nos 75%.

Já quanto ao jogo de amanhã, as coisas estão mais complicadas (ou equilibradas) mas não deixamos de ter favoritismo:

34% para o Besiktas
29% empate
37% FC Porto

sendo o resultado mais provável o 1-1 com 14,2% de probabilidade, com o Hulk a ser o mais que provável marcador com 41,2%

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Inovação na venda de bilhetes


«O Sporting lançou esta terça-feira o sistema de bilhetes em PDF, sendo o primeiro clube português a fazê-lo (...)
Os adeptos podem adquirir os seus ingressos para os jogos sem terem de se deslocar à bilheteira evitando filas de espera, com um simples acesso à Internet. (...)
Todos aqueles que adquirirem bilhetes na Internet vão receber, sem custos acrescidos, e de forma imediata no seu email pessoal o bilhete em formato A4.
Este bilhete contém as informações obrigatórias para o dia do jogo, o código de barras que permite a entrada no recinto, últimas novidades de serviços e "merchandising" oficial, como também a informação do lugar comprado.»
in record.pt


Ora cá está uma boa medida que, espero, o FC Porto também implemente brevemente.

Foto: 'Paixão pelo Porto'

O senhor ex-40 milhões, o senhor 24 milhões e o senhor 100 milhões

Há dias em que o seu futebol me encanta, há outros em que me irrita profundamente:



O homem diz que é feliz na Turquia, e só me resta acreditar e desejar que o seja por muitos anos. Mas eu como adepto de futebol lamento que talentos como ele não exponham todo o potencial que podem dar, mas que por vezes parecem não querer dar.

Quanto a este:



É dos poucos jogadores que acho que merecem aquilo que ganham. Está na restrita galeria de profissionais de futebol que admiro.

E que 4ª feira continue a merecer a minha admiração.


Quanto ao senhor 100 milhões, o que se deseja é que perceba a diferença entre um e outro, e que siga os bons exemplos.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Eugénio Queirós deve estar doente...

Só num país falido financeira e moralmente um presidente de um clube pode afirmar que no processo Apito Dourado a justiça branqueou a verdade.

Ora, todos sabemos que o que é verdade para uns é mentira para outros.

A justiça fez o seu trabalho no processo Apito Dourado. Houve absolvições, condenações (no processo principal, relativo aos jogos do Gondomar, e não só), há recursos ainda a correr, houve pronúncias, não pronúncias e houve também casos arquivados e reabertos. A Polícia Judiciária fez o trabalho mais difícil e só no dia 20 de Abril de 2004 o segredo foi quebrado, com as primeiras detenções. O Ministério Público entrou a seguir em força e os advogados também. Os casos acabaram por chegar, os que chegaram, às salas de audiências já com grande desgaste, muitos deles pendurados na fragilidade de uma testemunha construída por alguém cujo nome foi diversas citado por aqueles que a acompanharam em viagens a Lisboa.

O processo custou uma fortuna ao Estado, foi caríssimo para os arguidos e também para a testemunha nuclear dos casos que atingiram Pinto da Costa. Ainda estamos hoje para saber quem vai pagar a factura ao advogado de Carolina Salgado, talvez um dia a própria o esclareça...

Estas sucessivas vagas de escutas do Apito Dourado publicadas no Youtube por quem teve acesso ao processo - e que passou alguns dias no tribunal do Gondomar... - são apenas uma tentativa de aproveitamento de um processo que para além das condenações e das absolvições teve um efeito profiláctico importante. Aliás, é esse sempre o efeito pretendido em processos desta natureza. Mais importantes que as penas é o aviso que se deixa à sociedade.

É pena que a necessidade aguce o engenho da trampolinice que é o aproveitamento constante das escutas sob a cobardia do anonimato. Mas percebe-se. Nesta guerra vale tudo mesmo que um dos seus generais seja a pessoa que, em Março de 2004, mandou dizer por um amigo (João Rodrigues, antigo presidente da FPF) que não queria para um jogo do Benfica "Duarte Gomes nem Olegários", sendo cirúrgico na escola do árbitro que tinha apitado o último jogo do Benfica com o Belenenses.

Falta apenas revelar o nome do destinatário da mensagem: José António Pinto de Sousa.

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Este texto foi escrito por Eugénio Queirós, tendo sido publicado primeiro no seu blogue e depois no Record.
Ao ler este artigo de opinião, lembrei-me de uma frase dita por Pinto da Costa há uns anos atrás, e que foi mais ou menos assim: quando algumas pessoas dizem bem de mim, vou logo ao médico, porque é sinal que devo estar doente...

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

“Cruzadas” mediático-justiceiras anti-Porto (VII)

«Embora a nomeação de Fernando Gomes para Ministro Adjunto e da Administração Interna com a tutela do Desporto tenha sido saudada pela quase totalidade dos agentes desportivos, a maior parte da imprensa lisboeta atirou-se ao ar e viu com acinte o facto de estar um homem do Porto à frente do Euro'2004. Daí à intriga não demorou nada. Um chorrilho de falsidades encheu o fim-de-semana tentando criar um facto político bloqueador. Plumitivos idiotas sacaram cacetes e marretas e intentaram uma nova guerra contra o Norte e contra o Porto. No "Público", o editorialista (não é uma opinião, compromete toda a empresa) considera uma nomeação cobarde dum primeiro-ministro refém do Porto. (Olhem lá, se começássemos a falar do editorialista!) O "Expresso", na sua vocação de recoveiro, brindou-nos com o recado de que o secretário de Estado do Desporto teria de ser de Lisboa! (...) O resto nem chegámos a ler, nem ver, nem ouvir. Excepto o Barroso, o Alfredo caceteiro-mor que, incapaz de alinhavar um parágrafo no respeito pela sintaxe, destila o costumado ódio tribal contra o país, contra o Norte e contra o Porto. Agora contra Fernando Gomes. (...) É gente como o Barroso, com a sua mentalidade de australopiteco, com o seu ódio, tribalismo e xenofobia regional, que põe em causa a coesão nacional. (...) A verdade é que no pensar destes escrevinhadores pacóvios recolhidos no asilo da capital, o Porto e o Norte nem direito a voto teriam! (...)
Não basta nascer no Porto para ser tripeiro. Nem é preciso nascer no Porto ou ser descendente de portuenses. Pode bem ter-se nascido em Marraquexe filho dum qualquer Al Faci e ser-se tripeiro. Ser do Porto é uma história, uma cultura, uma mentalidade, uma atitude. Incompatível com qualquer noção fechada de sociedade. Mas incompatível também com qualquer vassalagem. A essa condição se referia Camões quando se autoproclamava "cidadão do Porto". (É por isso que o Porto concatenará sempre o ódio de gente pequena como o caceteiro-mor.)»
Pedro Baptista, O Jogo, 27/10/1999


Em 19 de Junho de 2008, o 'BiBó PoRtO, carago!' publicou uma entrevista de Pedro Baptista. Pode ser lida aqui.

domingo, 17 de outubro de 2010

Um bom chefe de família...

Ser do FC Porto era ser o que o FC Porto era: um clube a fechar-se dentro de uma região, a olhar todo o resto de Portugal como um espaço de inimigos em delírio, de mouros a abater. O Benfica dava-me a imagem oposta: a ilusão de um universo sem limites
Carlos Móia, presidente da Fundação Benfica


Eu nunca tive dúvidas acerca das minhas escolhas clubísticas, mas ao ler estas declarações (feitas na casa do slb de Ovar) reforço a minha convicção.
Não sei se este senhor, que tem 64 anos (já tinha idade para ter bom senso e não dizer tantos disparates), faz parte daqueles que dizem ser benfiquistas desde pequeninos. Provavelmente sim, porque na década de 60 era habitual a expressão "quem não é do benfica, não é bom chefe de família"...

P.S. Dia após dia, dirigentes, comentadores e jornalistas afectos ao clube do regime continuam a semear ódio e a incendiar o futebol português. Se no dia 7 de Novembro houver alguma desgraça no estádio do Dragão, ou nas suas imediações, já sabemos quem são os autores morais. E, nessa altura, esses senhores escusam de surgir em público a chorar lágrimas de crocodilo e a envergar as vestes pudicas de virgens impolutas.

sábado, 16 de outubro de 2010

E só foram 4

Mais de 41000 num jogo contra um clube da III divisão? Depois digam-me que uma boa hora e uma boa política de preços não leva gente aos estádios. Que este bom exemplo sirva para alguma coisa.

Quanto à bola propriamente dita, no início é daqueles jogos em que menos de 5 é derrota, mas quando acabou ficou aquela sensação agradável de ter valido a pena, o regresso do prazer de ver futebol, mas ainda não enche a pança. Como diria Bobby Robson: falta o Killer Instinct. A jogar em casa contra um adversário da III divisão, a jogar contra 10 nos últimos 30 minutos, temos de marcar mais golos. Temos mesmo é que humilhar.

O Walter que ao longe parece o ponta de lança com menor poder de impulsão do mundo - do mundo pode ser um exagero uma vez que o Ronaldo, lá pelo Brasil, ainda joga - fez a sua parte e até marcou um de cabeça, deu no mínimo a ilusão que pode ser a alternativa ao Falcao, embora não pareça de todo ser uma solução para os apertos, não é nem Juary, nem Vinha.

Mas a água na boca quem a deixou foi o James - embora tenha sido o Ukra a fazer um centro com conta, peso e medida para o tal golo de cabeça do Walter. O Varela que se cuide, embora tenha estado relativamente bem a aparecer nas costas do ponta de lança, foi assim que marcou e que falhou duas boas oportunidades de cabeça.

Num jogo a sério, quero crer que o AVB não fazia duas substituições de uma assentada que alteravam profundamente o modelo de jogo numa situação em que a equipa está em posição defensiva. Se contra um Limianos resulta mal mas pouca implicação teve, noutro jogo pode ter outras consequências. Nunca mais me esqueço das substituições do género que Fernando Santos fez num jogo com o Olympiakos e que nos valeu nos últimos 5 minutos do jogo passarmos de um 2-0 para 2-2.

Falemos de futebol

Apesar do prometedor início de época, convém reflectirmos um pouco sobre os pontos menos bons de molde a minorarmos possíveis amarguras futuras. Qualquer equipa, seja ela qual for, tem sempre margem para melhorar, mesmo quando muita coisa parece já bem feita.

Começando pela baliza, mesmo mal batido aqui e ali (e o mais evidente terá sido o primeiro golo do Braga no Dragão), Hélton continua a ser digno da confiança da esmagadora maioria dos adeptos. Não será por aqui que não reconquistaremos o título. Porém, é mesmo verdade que ter um guarda-redes como capitão de equipa pode trazer os seus riscos, nomeadamente quando este necessita de se afastar vários metros da sua baliza para dialogar com os árbitros. Cuidado com este aspecto.

A defesa é o sector em que mais interrogações se levantam. Ainda com um genuíno sentimento de orfandade em relação a Bruno Alves, convém não nos deixarmos enganar pelo (ainda) escasso número de golos consentidos. As falhas foram já bem visíveis em diversas partidas, esperando apenas por confrontos com adversários mais complicados para eventualmente se traduzirem em pontos desperdiçados.
Maicon está ainda uns furos abaixo de Rolando, sendo que mesmo este último continua longe de dar garantias plenas para poder ser considerado um indispensável naquela defesa.

Muitas esperanças estão depositadas em Otamendi mas ainda é demasiado cedo para uma verdadeira avaliação deste. Deverá, ainda assim, ser atribuída a titularidade ao argentino? Desta vez, e por excepção, seria mesmo necessário observar os treinos para poder dar uma resposta minimamente honesta, tal o pouco tempo de jogo do atleta com as nossas cores. Confiemos pois em Villas-Boas, que já acumulou crédito suficiente para que acreditemos que fará mesmo alinhar a melhor dupla disponível, sem olhar a nomes.

E agora, o tema da moda: Fucile ou Sapunaru?
Apetecia responder que, neste momento, nem um nem outro... mas o mercado só reabre em Janeiro.
Fucile é um jogador de garra e esforço, o que é louvável e raro. Obviamente que nunca foi, nem será, um fora-de-série e tem ainda o handicap da altura mas era alguém que dava gosto ver pela forma com se entregava ao jogo, mesmo com alguns erros aqui e acolá. Temo é que o sucesso do Mundial e a perspectiva de uma eventual transferência milionária lhe tenha feito mal. A rever.
Já Sapunaru continua o que sempre foi: um atleta cujas mais-valias não são suficientes para ser titular numa equipa tão ambiciosa como a nossa.

Chegados ao meio-campo, é evidente que a troca de Meireles por Moutinho nos foi benéfica. Finalmente a bola rola mais no nosso pé do que no do adversário. Porém, daí até consagrarmos o antigo capitão de Alvalade como um grandíssimo jogador, ainda vai uma certa distância. É um jogador útil e regular, porém deve melhorar no aspecto do remate, arriscando mais, e também no do último-passe que tem sido, ainda, coisa rara. Titular sim, mas não por uma qualquer obrigatoriedade apenas por ter vindo de um rival lisboeta.

Chegamos assim, à maior questão de momento: Belluschi ou Micael?


Todos nós desejamos muito que o argentino engrene definitivamente de uma vez por todas, e o seu início de época parecia promissor nesse campo. Contudo, com o avolumar das partidas, voltamos a ter o "velho" Belluschi: boa visão de jogo mas demasiado tempo alheado da partida. Será apenas feitio ou pura incapacidade daquele físico de render mais? Como está, infelizmente não chega. Convém também que deixe de acertar tantas vezes na trave. Há que exercitar o remate mais e mais. A qualidade está lá, requer é mais trabalho.

Micael: mesmo que a qualidade do passe não esteja ainda calibrada, após uma ausência demasiado longa, trata-se de um jogador em que vale a pena continuar a apostar. Nomeadamente porque, em termos de golos e assistências, ainda acaba por ser o nosso médio de maior rendimento.

Por último, o ataque: Varela parece oscilar demasiado entre o muito bom e noites em que pouca coisa resulta. Necessita de um rendimento mais homogéneo para que se confirme definitivamente com um bom jogador.


Já o sub-rendimento de Cristian Rodriguez, seu mais óbvio substituto, parece ser algo mais complexo do que apenas uma debilidade física que origina lesões em série. O seu elevado vencimento e as grandes expectativas que sempre origina, exigem que este seja o ano em que faça definitivamente a diferença.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Afinal havia outra...

... razão para, apesar do reiterado apelo ao boicote nos jogos fora, o slb ter pedido 2500 bilhetes (mais 100 lugares VIP!) para o FC Porto x slb, a disputar no estádio do Dragão, relativo à 10.ª jornada da Liga.

A explicação, oportunista e retorcida (só poderia ter saído da mente de um apaniguado do clube do regime), está aqui.

Que palhaços! (sem ofensa para os homens que ganham a vida a fazerem-nos rir)

Dinheiro fresco

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, informou o mercado (clicar no comunicado ao lado para ampliar) que alienou parte dos "direitos económicos" de três jogadores contratados recentemente: João Moutinho, James Rodriguez e Walter.

Fazendo umas continhas simples, verifica-se que, nesta altura, o passe (100%) destes três jogadores foi avaliado em:
- João Moutinho: 11 milhões de euros
- James Rodriguez: 7,28 milhões de euros
- Walter: 8,5 milhões de euros

Só gostava de saber quem são a Mamers B.V., a Gol Football Luxembourg e a Pearl Design Holding Ltd.

O mito das "multidões", parte II

Ora aqui ficam os números concretos e verificados, média das últimas 3 épocas (07/08, 08/09 e 09/10). É uma amostra representativa (96 jogos e em épocas em que FCP e slb alternaram andar na "mó de cima"), quanto muito algo lisongeira para o slb (já que enquanto 09/10 foi o fim de uma "travessia do deserto" de 5 anos para os vermelhos, as duas épocas anteriores vieram para os adeptos do FCP no seguimento de 2 épocas de "barriga cheia").

Média de assistências no campeonato: 11,500
Média de assistências nas recepções ao slb: 15,700
Média de assistências nas recepções ao FCP: 13,000

Conclusão #1: a assistência média quando a equipa da casa recebe o slb é apenas superior em 2,700 pessoas quando comparado com as recepções ao FCP. É a estas 2,700 pessoas que os vermelhos se referem quando se vangloriam de ser "o clube que de looooooooonge mais arrasta multidões aos estádios"??

Conclusão #2: os jogos contra o slb leva a um acréscimo de 4,200 pessoas no estádio, em média, dos quais certamente muitos são adeptos/sócios da casa (dos quais alguns com uma certa simpatia pelo slb, é certo) que têm mais motivação para ir ao estádio nos jogos grandes.

Penso que é muito razoável presumir que metade desse acréscimo corresponde a esses adeptos primariamente do clube da casa, o que significa que o boicote reclamado histericamente por LFV terá no caso de 100% de sucesso (o que nunca sucederá) um impacto de... umas 2mil pessoas a menos nos jogos. "Multidões"????

O que por sua vez corresponderia (presumindo bilhetes com um preço médio de 25€) a uns 50,000€ a menos de receita para esses clubes. Bem, tendo em conta que o orçamento típico dos clubes da 1a divisão (já excluindo os grandes!) é da ordem de 2 a 5 milhões anuais, é a isto que se referem como "uma catástrofe para os clubes pequenos"??

PS - O Reflexão Portista agradece ao blogue "Académica Sempre" pela disponibilização dos dados.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

UEFA investiga má conduta dos stewards do Chelsea

O organismo de futebol europeu vai abrir um inquérito para averiguar as ocorrências do jogo da passada jornada da Liga dos Campeões, que opôs o Chelsea ao Marselha em Stamford Bridge a 28 de Setembro.
Alegadamente, os stewards do clube inglês agiram de forma incorrecta perante os seus homólogos franceses, quando não deixaram que estes acompanhassem os adeptos do Marselha durante o jogo, impossibilitando também que estes assistissem ao jogo nas bancadas do recinto.

in, OJOGO, Notícias na Hora, 2010/10/14



Uma pequeníssima diferença (no tratamento ao comportamento dos stewards) entre uma organização a sério – a UEFA – e uma outra, nacional, onde reina a bandalheira e as vontades próprias do SLB...

Dizem que é um clube "diferente"

Um associado no uso da palavra no decurso da animada Assembleia Geral de ontem.


"A reunião plenária ficou marcada pelas agressões em que se envolveram alguns associados no período destinado a debater assuntos da actualidade e que motivaram a chamada do corpo de intervenção da PSP, que chegou ao local cerca das 23h00 para assegurar o decurso normal dos trabalhos." Aqui.

Síndroma "quero sair"?


A exibição de Fucile no Vitória Guimarães x FC Porto teve vários momentos que foram marcantes pela negativa:

23': Permite o cruzamento à vontade de Bruno Teles e Toscano falha à boca da baliza o que poderia ter sido o primeiro golo do jogo.

55': Possível grande penalidade por marcar (em abono do árbitro diga-se que só com recurso à câmara contrária é visível que Fucile agarra Edgar pela camisola).

63': Mal posicionado, Fucile procurou chegar com o pé a uma bola que vinha alta (inclusivamente correndo o risco de cometer penalty), mas falhou e Faouzi marcou o golo do empate.

72': Bola perdida, na área, por Fucile para Bruno Teles. Do cruzamento subsequente não sai o desvio por milagre.

79': "Esquecendo-se" que já tinha um cartão amarelo, teve uma entrada por trás sobre Faouzi pisando-o nos gémeos. Inevitável segundo cartão amarelo e consequente expulsão.

Na realidade, o início de época deste internacional uruguaio tem sido tudo menos brilhante e o desempenho em Guimarães fez-me lembrar a sua desastrosa exibição no Emirates Stadium, em 9 de Março, quando esteve envolvido em 4 dos 5 golos marcados pelo Arsenal.

É caso para perguntar: por onde anda o jogador que, em Julho passado, foi eleito pela Gazzetta dello Sport para o onze ideal do Mundial 2010?

O Fucile não é um portento de técnica e muito menos um predestinado para o futebol, mas por onde anda o jogador que "parece que nasceu entre a Sé e a Ribeira"?

Sou um admirador de Fucile e já aqui defendi que deveria ser ele a ostentar a braçadeira de capitão, mas este início de época e, particularmente, este último jogo fazem-me pensar se, depois de um Mundial em grande e do apregoado interesse de outros clubes, ele não estará a sofrer do síndroma "quero sair"?

O síndroma "quero sair" traduz-se em jogadores com o corpo no Dragão mas a cabeça noutros sítios e, na maior parte dos casos, tem reflexos no nível exibicional desses jogadores. Foi o caso de Bruno Alves e Raul Meireles na época passada, como já tinha sido de Maniche e Derlei na época 2004/05 e de McCarthy na época 2005/06. Normalmente, este problema resolve-se com uma renovação do contrato e consequente aumento do salário mas, por vezes, isso não é suficiente (veja-se o caso do Bruno Alves).

Não há problema, dirão alguns, o Sapunaru está na sua melhor forma desde que chegou ao FC Porto e tem dado conta do recado. Pois, mas o Fucile é um jogador de outra dimensão que, estando em boa forma, é uma mais-valia para a equipa. E é isso que é preciso, um Fucile de volta ao seu melhor, 100% concentrado no jogo e com garra para dar e vender.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Relembrando: Malagueta, um talento fugidio


Nascido em Benguela em 1947, Serafim dos Anjos Mesquita Pedro, no futebol conhecido como "Malagueta", chegou ao F.C. Porto em finais da época de 1965/66, na companhia de outro angolano, o Chico Gordo.

Malagueta ocupava a posição de extremo esquerdo e além da rapidez característica da posição, possuía um excelente drible curto e uma grande imaginação. Lançado por José Maria Pedroto na sua primeira época como treinador no clube (1966/67), Malagueta tinha contra si a categoria e a tenacidade de Francisco Nóbrega, "dono" do lugar durante muitos e bons anos, mas o seu amor pela "má vida" foi uma nefasta influência na sua carreira. O seu Mini Cooper S amarelo torrado tornar-se-ia um dos automóveis mais conhecidos da cidade, e a certa altura passou uns dias estacionado à porta de uma discoteca na Foz do Douro, não sei se como penhor de calotes ou de estragos. Dizia-se que era desencaminhado pelo brasileiro Djalma, outro especialista em dribles ao recolher obrigatório.

Seja como for, no final da época de 1968/69 Malagueta foi dispensado e rumou ao Barreirense, que por essas alturas era um dos mais compulsivos sobe-e-desce do futebol português. Malagueta estava a cumprir o serviço militar e também aí as coisas não lhe correram pelo melhor, tendo até passado uns tempos no presídio militar de Elvas.

Mas o talento permanecia intacto e pelas Antas ele não estava esquecido, e em 1972/73 Malagueta regressou ao F.C. Porto. Foi sol de pouca dura, pois no fim dessa época deixou definitivamente o clube e rumou a Espinho onde, em 1977/78, marcaria o golo do empate (2-2) no jogo em que os "Tigres da Costa Verde" receberam o F.C. Porto.

Ao todo representou o F.C. Porto em apenas 31 jogos do campeonato, tendo marcado 5 golos. Um desperdício enorme.

Depois voltou à sua Angola natal, até que um dia de 1986 chegou a notícia da sua morte (aos 39 anos!), em circunstâncias pessoais constrangedoras.

Passou por esta vida como passava pelos adversários: com um drible curto e rápido.


Foto: Blogue "Paixão pelo Porto"

O mito das "multidões"

Um lugar comum entre lampiões (e mesmo muitos outros adeptos) é que o slb "arrasta multidões aos estádios muitíssimo mais do que qualquer outro clube" e que portanto o boicote a jogos fora pedido por LFV (que agora até foi mesmo oficializado de forma ridícula em carta aos sócios), a ser executado, irá fazer enorme mossa aos clubes pequenos.

Será? Vamos lá a ver algumas considerações...

Para apoiar a afirmação, muitos socorrem-se da comparação entre assistências médias nesses estádios com a assistência nos jogos contra o slb (há pouco tempo vi n'O Jogo dados da época passada sobre isto). No entanto:

1) faltou assinalar que quando o FCP lá vai (e já agora o SCP, em menor medida), a assistência também é muito mais alta do que a assistência média em casa desses clubes, um "pequeno" pormenor.

2) uma boa parte desse aumento de assistências nesses jogos é da parte dos próprios adeptos do clube da casa, não do slb (é normal que esses adeptos tenham maior motivação para ir ao estádio quando jogam contra um grande). Logo, se os adeptos do slb acudirem ao apelo de LFV aposto que não se perde em média mais do que uns 3mil/jogo, no máximo, já que os adeptos do clube da casa vão na mesma.

3) esta análise deve ser feita tendo em conta um horizonte temporal minimamente alargado, e não olhando apenas para o ano passado que não foi nada representativo do que é normal (slb na frente do campeonato em festa, e adeptos do FCP e SCP de rastos).

4) Finalmente: como a maior parte dos clubes são do Norte, a ida do slb a esses estádios é uma ocasião única para os lamps do norte irem ver o seu clube. O mesmo não é verdade dos portistas do norte (que não precisam de ir a Aveiro, Paços ou Guimarães para ver o FCP regularmente).


Bem sei que os adeptos do slb por vezes até dão bastante nas vistas nos estádios, mas anda por aí muito exagero. Acredito-me que em média levem mais adeptos aos estádios dos clubes pequenos do que o FCP, mas aposto que a diferença não ultrapassa mil a 2mil adeptos/jogo no máximo.

Só a título de exemplo, repare-se que nos jogos desta época em Guimarães contra FCP, slb e... Leiria estiveram respectivamente 21mil, 17mil e 14mil espectadores. Isto antes de assistirmos à histeria encarnada, assinale-se.

Quanto ao impacto nas contas dos clubes... bem, tendo em conta que o preço médio de um bilhete nesses jogos para não sócios andará pelos 25€, e que o número de adeptos do slb no estádio não passará em média de uns 3 ou 4mil no melhor dos casos, estamos a falar de um impacto inferior a 100mil €.

Esse valor é o suficiente para preocupar os dirigentes de um clube pequeno, principalmente quando andam constantemente com a "corda na garganta"; mas está muito longe de constituir a catástrofe que os adeptos benfiquistas querem "pintar", já que corresponde a uma % relativamente pequena dos seus orçamentos.

Um problema mesmo a sério seria se os grandes lhes deixassem de comprar Maicóns, Rolandos e quejandos - com um impacto de milhões nos seus orçamentos, isso sim.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

As preocupações da Comissão de Arbitragem

«A protecção da integridade física dos jogadores, expulsando autores de jogo violento, é a primeira conclusão extraída da reunião realizada no último sábado. A norma vem de acordo com as directrizes da FIFA e da UEFA. Além disso, os árbitros querem contribuir para o aumento do tempo útil de jogo.»
in Maisfutebol


Acho muito bem. Só foi pena que, aquando do balanço que fez das arbitragens deste início de época, Vítor Pereira não tenha falado neste assunto. E havia um excelente exemplo, a que poderia ter recorrido de forma profilática para o resto do campeonato: a arbitragem de João Ferreira na Supertaça, em que até Rui Santos afirmou que deveriam ter sido expulsos cinco (!) jogadores do slb.
Outro exemplo, que contraria as directrizes da FIFA e da UEFA, foi a arbitragem de Paulo Baptista no jogo Naval x FC Porto. Basta lembrar que o árbitro de Portalegre fez vista grossa a uma patada na cabeça de João Moutinho e também não viu uma entrada a matar sobre Guarin, que o "arrumou" durante um mês.

Mas, claro, eu percebo que a conferência de imprensa que Vítor Pereira fez a seguir ao Vitória de Guimarães x slb tinha outros objectivos...

Dois tiros nos pés


«c) O Presidente do Sport Lisboa e Benfica – ao contrário do que foi afirmado pelo senhor Pinto de Sousa – não almoçou com ele “diversas vezes”, jantou duas, a pedido de um amigo comum e – facto relevante – antes de serem conhecidos os contornos e o envolvimento do senhor Pinto de Sousa no Processo Apito Dourado.
(...)
f) Já agora, e como a memória é curta, convém lembrar que foi o senhor Pinto de Sousa que quis impor – seguramente por indicação de alguém – o senhor Martins dos Santos para a final da Taça de Portugal da época 2003/2004

Estes dois pontos fazem parte de um comunicado do slb, emitido na passada sexta-feira. Entre comunicados, entrevistas do presidente, monólogos do treinador na Benfica TV, etc., é reconhecida a enorme capacidade do slb para a propaganda, na qual são verdadeiros mestres. Contudo, desta vez, quem fez o comunicado contra Pinto de Sousa devia estar com tanta raiva, que acabou por disparar contra os próprios pés.

Então fazem um comunicado em que confirmam, preto no branco, o facto de Luís Filipe Vieira ter jantado (e duas vezes!) com o antigo presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol?!!
Não sendo amigos de infância, a que propósito e com que objectivos é que o presidente do slb foi jantar com o presidente dos árbitros? Para falarem de quê? Do negócio dos pneus? Dos terrenos da EXPO'98? Das alterações ao PDM da CM Lisboa? Do tempo?
A gente imagina sobre o que terão conversado, isto, claro, porque o Ministério Público nunca pôs Vieira sob escuta...

Como se não chegasse a confissão semi-envergonhada das jantaradas com o presidente dos árbitros, o slb vem ainda dizer que este quis impor Martins dos Santos para a final da Taça de Portugal da época 2003/04. Ora, esta revelação remete-nos para dois factos: o "todo poderoso" Pinto de Sousa não conseguiu impor a sua vontade contra a de Vieira (pelos vistos mandava menos que o slb), porque o árbitro da AF Porto não apitou essa final entre o slb e o FC Porto; e em vez de Martins dos Santos, o árbitro foi o saudoso (para os benfiquistas) Lucílio "Calabote" Baptista o qual, como seria de esperar, teve uma actuação vergonhosa (ao ponto de conseguir derrotar o FC Porto de Mourinho que, uns dias depois, haveria de se sagrar Campeão Europeu).

Por tudo isto, há que agradecer a quem escreveu este comunicado do slb. Embora inadvertidamente e por vias travessas, ajudaram a esclarecer umas coisas e a confirmar outras.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um dano colateral

Antes de ter sido tornado público que Rui Moreira não voltaria a participar no programa 'Trio de Ataque', o jornalista Alfredo Barbosa escreveu um artigo (clicar na imagem ao lado para aumentar) sobre o assunto, o qual foi publicado no semanário Grande Porto da passada sexta-feira.

Desse artigo, destaco a seguinte parte:
«Se bem o conheço, Rui Moreira nunca mais se sentará ao lado de António Pedro Vasconcelos. O Trio de Ataque, tal como existiu durante anos, acabou.
Se bem o conheço, José Alberto Lemos (director da RTPN) considerará que a saída de Rui Moreira não passa de um dano colateral na luta pela audiência.»

Ao contrário de Alfredo Barbosa, eu conheço mal o director de programas da RTPN. Sei que andou pelo jornal Público, pela SIC, pela RDP/Norte e que está na RTP desde 2003. Mas conheço razoavelmente bem o seu braço direito, o benfiquista mais famoso de Paredes, o qual, em Março de 2008, foi convidado para director adjunto da RTPN, tendo na altura José Alberto Lemos afirmado: “Carlos Daniel vai ter uma ligação muito estreita à área informativa, fazendo a gestão da informação do dia-a-dia. Vamos também reflectir em conjunto sobre os programas, o que devemos ou não mudar”.

Depois do que se passou no último Trio de Ataque, em que o próprio pivot do programa chamou à atenção do representante do slb para a ilegalidade que estava a cometer, o mínimo que a direcção de programas da RTPN deveria ter feito era um comunicado, garantindo que não mais seriam toleradas tais situações. Claro que não o fizeram, tamanha é a submissão aos interesses do slb.

Para verem onde a coisa chega, disse-me uma fonte credível que é frequente o cineasta ser visto no gabinete do Carlos Daniel até à hora do programa. E isso é crime? Não, tal como não é crime dois jornalistas da RTP - Carlos Daniel e Hélder Conduto - irem almoçar com Jorge Jesus no restaurante de um conhecido barbudo benfiquista, provavelmente para falarem do tempo...

O que é público e notório é a cumplicidade entre alguns jornalistas e diversos actores do slb. Esse facto, por si só, não põe em causa a sua competência profissional, mas que tipo de imparcialidade se pode esperar desses jornalistas?
Como diz o povo, quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.


Passámos [RTP-N] de um canal regional para um canal nacional que representa todas as regiões do País. Era um canal que nasceu torto e desprestigiado, mas foi traçada uma estratégia para um canal de informação que se foi solidificando e hoje tem uma situação favorável do ponto de vista das audiências e é uma referência no panorama informativo. O canal precisa de crescer mais. E, mais do que estarmos obcecados com as audiências, apostamos antes em trabalhar com a qualidade, que distingue a RTP como serviço público de televisão”.
José Alberto Lemos, 05/06/2009