terça-feira, 30 de setembro de 2008

Emirates Stadium

De acordo com o Relatório e Contas relativo ao exercício financeiro de 2007/08, a Arsenal Holdings PLC - a empresa-mãe do clube londrino - atingiu uma receita global recorde de 281 milhões de euros e um lucro ilíquido de 46 milhões de euros.
Uma parte muito significativa destas receitas são resultantes das assistências no Estádio Emirates, inaugurado em Julho de 2006 e com capacidade para receber 60.432 espectadores (é o segundo maior estádio da Premier League, atrás apenas do Old Trafford).


Os 31 jogos que a equipa disputou em casa ao longo da temporada de 2007/08 renderam 122 milhões de euros, ou seja, quase quatro milhões por jogo. A assistência média foi de 60.070 espectadores, o que significa lotação esgotada (99,5% da capacidade do estádio) em todos os jogos.

No total, as receitas cresceram quase 6,5% relativamente à temporada anterior e os custos salariais somaram cerca de 127 milhões de euros. O passivo do clube - constituído em grande parte pelos encargos assumidos com a construção do novo Estádio - situa-se actualmente em cerca de 400 milhões de euros.


Na "Deloitte Football Money League" referente à época 2006/07 - ranking dos clubes de futebol organizado com base na facturação ordinária - o Arsenal subiu da 9ª para a 5ª posição.
Em outro ranking dos clubes mais ricos - organizado pela revista norte-americana "Forbes", em Abril passado - o Arsenal surgiu na terceira posição, apenas atrás de Manchester United e Real Madrid.

Fontes: O JOGO de 28/09/2008, Wikipedia
(clique nas imagens para as ampliar)

Será desta?...

O FCP nunca ganhou em Inglaterra (da mesma forma, aliás, que nunca perdeu em solo português contra uma equipa inglesa). Será desta?

Confesso que estou razoavelmente pessimista, e penso que de longe o mais provável é que ainda não seja desta. No entanto, deixem-me começar pelos pontos que jogam a nosso favor neste jogo:

1) o empate dá-nos bastante mais jeito do que ao Arsenal (mesmo que a vitória não seja obrigatória para o Arsenal)
2) o Arsenal tem uma equipa muito "verdinha", isto é, muito jovem
3) o FCP tem certamente equipa para ganhar em casa do Arsenal num dia bom e/ou com uma ponta de sorte. Caramba, não somos menos do que o Hull...

Isso são as boas notícias... as más são que:

1) o FCP também tem uma equipa muito verdinha (tanto individual- como colectivamente)
2) o Arsenal tem melhores jogadores do que nós
3) o Arsenal tem melhor treinador do que nós
4) o Arsenal joga em casa, e o FCP de JF nestes jogos costuma dar-se sistematicamente mal

Sinceramente, se conseguirmos um empate que seja já seria fantástico, a meu ver; teoricamente penso que o resultado mais provável é para aí um 2-0 para o Arsenal.

Prevejo que joguemos bastante recuados; mas com jogadores verdinhos e que para mais não dão confiança por aí além na zona mais recuada do terreno, a coisa pode sair muito mal. Por isso mesmo pessoalmente apostava no esquema em que a equipa mais está rotinada, num 4-3-3 clássico com muita atenção a certas compensações e movimentos de transição defensiva, em particular no apoio de Meireles e Rodriguez a Benitez (já que a ala direita do Arsenal é muito forte), e em certa medida Mariano a Lucho e este a Sapunaru. Digamos que um 4-5-1 que se desdobra em 4-3-3 a partir do momento que a equipa recupera a bola; como penso que é quase certo que soframos golos penso que a melhor defesa é o ataque, ou no mínimo manter o Arsenal "em sentido", não os deixando cair muito em cima de nós.

Que 11 inicial? Não conheço ao certo a condição de certos jogadores, por isso não posso falar com certezas ou sequer enorme convicções. Mas penso q poderia não estar muito longe disto: Hélton; Sapunaru, Rolando, B Alves e Benitez (?); Fernando, Meireles e Lucho; Rodriguez, Lisandro e Mariano.

De qualquer forma isso é o que defendo (sem grandes convicções, já que Benitez não me dá confiança e Tarik, se em forma, me daria mais confiança que Mariano), mas o mais provável é que o Jesualdo Ferreira faça alterações significativas e q a equipa jogue apenas em contra-ataque, com a linha da frente muito (demasiada) recuada. Isto a fazer fé no passado.
Não me admiraria muito que Jesualdo escolhesse P Emanuel para defesa esquerdo, apesar de estar sem ritmo (ainda mais a defesa esquerdo, posição que já não conhece há 3 anos), ou até mesmo que apostasse em Lino ou Tommy para o meio-campo; mas sem rotinas em 4-4-2, tenho dúvidas que o resultado fosse satisfatório.

Les jeux sont faits. Role a bola, na consciência de que este Arsenal não é nenhum papão e, como disse inicialmente, que a pressão está muito mais do lado deles do que do nosso. Desejo do fundo do coração poder chegar ao fim do jogo com uma muito agradável surpresa, mesmo que o cérebro me diga que temos um jogo muito complicado pela frente...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Porto Canal comemora 2 anos


Ontem, no mesmo dia em que o FC Porto comemorou 115 anos de existência, o Porto Canal comemorou o seu 2º aniversário, numa festa realizada na Casa da Música.

Espero que este primeiro projecto de um canal regional sobreviva e, aos poucos, continue a consolidar-se. No país mais centralista da Europa, é uma lufada de ar fresco haver um canal que não está sujeito aos ditames de perspectiva e opinião impostos pela "ditadura da capital".

Manuel Barbosa em entrevista

Manuel Barbosa foi um dos primeiros empresários de jogadores e treinadores do futebol português. Bracarense, mas acima de tudo benfiquista, durante anos trabalhou quase em exclusividade para o SLB, tendo sido o intermediário de contratações como Valdo, Ricardo Gomes, Aldair e Mozer.


Manuel Barbosa com Quinito no Kuwait, em 1985, quando este foi contratado para treinar o Yarmouk (foto Glórias do Passado)

Com o surgimento de uma nova vaga de empresários, onde se destacaram primeiro José Veiga (Superfoot) e depois Jorge Mendes (Gestifute), desapareceu de cena.

No passado dia 19 de Setembro, o Diário de Notícias publicou uma entrevista que deu a Alexandra Tavares-Teles e da qual destaco alguns excertos.

[Alexandra Tavares-Teles]: Porque é que nunca trabalhou com o FC Porto ou com o Sporting?

[Manuel Barbosa]: O Sporting nunca quis trabalhar comigo... e com o FC Porto já trabalhei.

[ATT]: Ainda é benfiquista?

[MB]: Serei sempre!

[ATT]: Como avalia a qualidade das equipas do Benfica nos últimos anos?

[MB]: É como na Bolsa, se não se perceber do assunto, pode comprar-se gato por lebre.

[ATT]: Luís Filipe Vieira é um bom presidente?

[MB]: Herdou uma péssima situação, é um presidente corajoso, mas teve e tem demasiados ex-portistas (frustrados, ressabiados, oportunistas e expulsos) ao lado dele e não precisava e nem precisa disso. O passado recente assim o confirma, espero que não venha a ter mais desilusões.

[ATT]: O que pensa de Jorge Nuno Pinto da Costa?

[MB]: Seria injusto não admirar a obra do general De Gaulle em França e o mesmo digo no caso de Jorge Nuno Pinto da Costa. Só um ditador liberal pode fazer o que ele fez naquele clube e ninguém me impede de o reconhecer como um estratega super competente. Quero também dizer que nunca me faltou a nenhum acordo, incluindo os que não estavam escritos.

[ATT]: Carolina Salgado destruiu Pinto da Costa?

[MB]: A Pinto da Costa nem as máquinas políticas todas juntas o conseguiram destruir.

domingo, 28 de setembro de 2008

115


Imagem gamada no Photobucket

Os milhões de Rodriguez e Lisandro

"Tivemos um reunião [com a Administração da FCP SAD] para fechar contrato, mas com o aumento proposto pelo FC Porto não chegámos a acordo. A oferta do não nos satisfez. Esperamos que reconheçam o valor do jogador. O jogador tem-se valorizado muito e o clube paga pouco.
Recebi muitas chamadas a perguntar pelo jogador, mas a cláusula de rescisão é muito alta. Depende do FC Porto a continuação do jogador. Espero que ele mantenha o nível da época passada
."
Fernando Hidalgo, empresário de Lisandro López, em declarações à TSF, 26/09/2008

Segundo veio a público, ao ser contratado em Junho passado, no meio de uma disputa entre o FC Porto e o SLB, Cristián Rodriguez negociou um salário de cerca de 1,8 milhões de euros por ano.
Ao tornar-se o jogador mais bem pago do plantel portista, isso obrigou a FCP SAD a renovar o contrato com o Lucho (que já tinha sido renovado na época passada), voltando a aumentar o seu salário para um valor semelhante ao do "Cebola".
Agora chegou a vez de Lisandro. Segundo o DN de ontem, o melhor marcador do último campeonato (com 24 golos) recusou a proposta da FCP SAD, que subia o seu salário para 1,5 milhões de euros por ano e exige um valor idêntico ao de Rodriguez e Lucho.

Pelos vistos, a contratação de Rodriguez, avaliado em 10 milhões de euros (a FCP SAD comprou 70% do passe por 7 milhões), criou mau ambiente no balneário e está a sair cara ao FC Porto. Para já obrigou a SAD a aumentar o salário do Lucho para perto dos 2 milhões de euros por ano e, tudo indica, o mesmo irá acontecer relativamente a Lisandro.

Para se ter uma ideia do que significam estes valores, convém recordar que Quaresma ganhava cerca de 1,2 milhões/ano (foi para o Inter ganhar 2,6 milhões/ano) e Paulo Assunção cerca de 600 mil euros/ano.

Espero que Rodriguez venha a justificar o enorme esforço financeiro, directo e indirecto, que a sua contratação provocou. Até agora tem sido uma semi-desilusão.

Quanto ao Lisandro, quero acreditar que esta situação não tem nada ver com a queda brutal de eficácia que tem revelado neste início de época.

sábado, 27 de setembro de 2008

A Paços de tartaruga...

Cumpre-me em primeiro lugar pedir desculpa aos leitores pelo título de mau gosto escolhido para esta crónica mas de vez em quando apetece-me tentar usar o inconfundível estilo jornalístico desportivo nacional.



O FC Porto venceu o jogo por 2-0, de forma justa, mas acabou por fazer uma fraca exibição ontem à noite no Dragão. A equipa até começou bem (como no jogo contra o Fenerbahçe) e jogou 20 minutos de bom futebol, pressionando e criando oportunidades de golo. Primeiro Farías falhou uma recarga depois de um remate de Lisandro. Em seguida, na sequência de uma jogada de insistência de Lisandro pelo lado direito, Raul Meireles aparece sem marcação e remata forte à entrada da área para a bola entrar no canto superior esquerdo da baliza do Paços. Um bom golo. Logo a seguir Lisandro ganha a posição à entrada da área e só com o guarda-redes pela frente “manda bomba” para a bancada, desperdiçando uma oportunidade flagrante para marcar. Farías, em todo o tempo que esteve em jogo, quase se pode considerar o homem invisível.

Na segunda parte entramos mais lentos. Aconteceu o mesmo que no jogo contra os turcos: com vantagem mínima no marcador a equipa desorganizou-se e concedeu o domínio do jogo ao adversário que cresceu e começou a criar mais lances de perigo. Uma vez ganha a posse de bola a equipa parece não saber ainda o que fazer com ela, os passes começam a sair para trás e é o Fernando que acaba por faze-la circular, em zonas difíceis, notando-se-lhe ainda pouca destreza e alguns toques a mais. Ao mesmo tempo os defesas do Paços marcavam em cima Rodriguez e Lisandro o que retirava capacidade ofensiva pelas alas.

Com a entrada de Guarín e Candeias a equipa pouco ou nada mudou. O colombiano não foi feliz enrodilhando o seu futebol em fintas até perder a bola por várias vezes. Tomás Costa, que já estava a fazer uma boa exibição foi para defesa direito e continuou bastante bem nessa posição. Depois, aos 70 minutos, entrou Hulk para substituir Farías e passados apenas 3 minutos marcou o segundo golo do FC Porto tendo feito o passe para a esquerda onde estava Meireles que lhe devolveu a bola com uma excelente assistência.

Os laterais não me pareceram bem, principalmente o Sapunaru que perdeu a bola e fez passes errados vezes sem conta e ainda se demitiu das subidas no terreno. O Lino esteve bastante bem nas combinações atacantes e centros para a área mas não recuperava rapidamente a posição deixando por vezes caminho livre às investidas do adversário. Sinceramente estava à espera de muito mais por parte do Cristian Rodriguez no FC Porto. Para já tem feito exibições apagadas e algo intermitentes. Que ganhe melhor forma e mais autoconfiança para os combates que se seguem.

Continuo a achar que se perdeu a pré-época para se testarem todas as alternativas e é agora, em pleno campeonato, que se fazem os ajustamentos para melhorar as performances da equipa, num processo claramente atrasado. Esperemos que ainda a tempo de recuperar o atraso para o primeiro na Liga e de conseguir o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

fotos: fcporto.pt

Destaque positivo:

A polivalência e a visão de jogo de Tomás Costa, o golo de Meireles e a entrada de Dragão do Hulk.

Destaque negativo:

A exibição no geral, o apagão da equipa depois dos 20 minutos, o "divórcio" entre adeptos e equipa.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Quo Vadis OK?

Dizem que está a decorrer em Reus um Mundial de Clubes de Hóquei em Patins.

Dizem que não está lá o heptacampeão Português.

Não sei porquê.

Mas sei que o Hóquei continua a dar tiros nos próprios pés.

Ser melhor

Os sócios do FCP passaram a pré-época entre a Liga, a FPF e o TAS. Aliás, admira-me, hoje, que a Cosmos não tenha organizado umas viagens à Suíça, para estarmos mais próximos dos duros embates que lá se passaram.

Recordo, muito vagamente, os estágios, os jogos, porque foram mornos e não trouxeram qualquer adrenalina acrescida aos confrontos na Suiça, pois o jogo principal continuava a jogar-se noutro campo, com os mais variados artistas, com lances de perder o fôlego. Ficamos exaustos, e nem após o último acórdão do TAS, acho que ganhámos: falta receber a "taça".

Em certa altura do processo do Apito Final, considerei que terminado o processo junto do TAS e com sentença transitada em julgado, teríamos que passar ao ataque. Tomar a iniciativa porque os ventos estavam de feição. Nada disso se passou, e sendo assim, só tenho que entender que esse jogo ainda não acabou e que ainda não foi dado xeque mate ao inimigo, que se esconde em vários rostos, instituições e lugares.

Talvez por isso, talvez porque a suspensão do nosso presidente e o seu silêncio terá sido extensivo – por moto próprio – a toda a SAD, continuamos calados e aparentemente pouco activos.


Mais uma vez, foi Jesualdo Ferreira que no lançamento do jogo de hoje, falou sobre arbitragem e deixou alguns avisos, bem metidos e melhor sustentados. Mais uma vez o nosso treinador esteve muito bem.

Estou em parte em desacordo com Miguel Sousa Tavares quando refere que "os assobios eram para Jesualdo Ferreira... ainda não digerimos mais uma derrota com o Sporting... uma vitória tão fácil desperdiçada na Luz... com o Fenerbahçe, o que o público sentiu foi que outra vitória perfeitamente ao alcance tinha passado a correr o risco de se esfumar..." ou como desperdiçámos 60 minutos para tentar ganhar ao Rio Ave, complementaria, eu.

Acho que isso é verdade, mas é a ponta do iceberg. Na alma, os problemas são sempre mais complexos. Com o FCP calado, com uma política de contratações duvidosa, com a saída de alguns personalidades da equipa, sem grande proximidade com a classe que nos dirige, resta-nos exigir que a honra seja reconquistada no terreno. É como os antigos torneios da Idade Média em que a verdade e a honra se demonstravam na força e na destreza do uso da espada.

Também sinto isso. Se falharmos no jogo, se os novos recrutas não corresponderem, o que nos resta para a defesa do nosso castelo, do nosso brio, da nossa força, da nossa razão, da superioridade da nossa organização, se não podermos provar que somos os melhores, no terreno em que se semeiam as vitórias?

E no campo a nossa superioridade anda periclitante: o treinador com dúvidas, as novas vedetas em rodagem, os golos escassos, a regularidade disfarçada do seu contrário, os defesas ora pecam a atacar ora a defender e no meio de tudo isso há uma enorme ansiedade dos adeptos, porque querem que não subsistam dúvidas: temos de ser os melhores, contra tudo e todos.


Ora, a verdade destas três últimas jornadas, mostra que o nosso cepticismo não é apenas uma mera questão de feitio a modos do velho do Restelo (ou do velho do Dragão se quiserem), e que a equipa está menos coesa e mais próxima de poder falhar. Ora, numa equipa em construção, podemos entender que ainda não se tivesse chegado ao telhado, mas que os alicerces ainda não estejam edificados é que parece estranho e menos fácil de entender.

Os sócios do FCP e os seus adeptos, apenas têm a equipa para responder às maldades que nos têm feito. Se a equipa falhar é uma espécie de “prova” para os que teimam em acusar-nos de batoteiros. Clamar com a Direcção não vale a pena. Clamar com os árbitros não se ouve. Clamar com a equipa e o técnico é a arma que nos resta. Mas, nada de abusar. Os jogadores (e os técnicos) são provavelmente os únicos aliados para a vingança a que temos direito. É uma guerra de soldados.


Os generais estão no seu repouso, à espera que a tempestade passe. Temos pressa, exigimos ser os melhores, apesar da política de "paninhos quentes" que os responsáveis, por tactismo, entenderam seguir nestes tempos conturbados.

Lutar muito e jogar bem é meio caminho para vencer. Estamos de olhos postos na equipa. Se somos duros é porque tudo depende dela e precisamos muito que seja competente. Ser melhor é a única alternativa que temos a jeito, para mostrar a verdade. Por favor não a desperdicem.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Gestão de esforço

«O argentino Lucho González ficou ontem no ginásio em vez de trabalhar no relvado com os companheiros e a justificação apresentada foi a de necessitar fazer gestão de esforço tendo em vista os próximos compromissos do clube.
(...) é certo que um dos elementos do meio-campo será poupado no jogo com o Paços de Ferreira, faltando saber se realmente será Lucho a sair ou Raul Meireles. Tanto um como outro não estiveram bem em Vila do Conde, mas também parece seguro que a dupla estará no Emirates Stadium, na próxima terça-feira, para defrontar o Arsenal na segunda jornada do Grupo G da Liga dos Campeões.»
in O JOGO, 25/09/2008


Hoje, à hora de almoço, soube-se que para além da gestão de esforço nos treinos, Lucho também não foi convocado para o jogo de amanhã com o Paços de Ferreira.

O Lucho jogou no dia 30/08 na Luz. Depois houve o interregno do campeonato, mas "el comandante" não foi convocado para a Selecção Argentina e, por isso, nem sequer teve de fazer viagens longas.
Na última semana fez dois jogos, em 17/09 contra o Fenerbahçe e 21/09 em Vila do Conde.

No início da temporada, três jogos em 23 dias deixam o "cérebro" da equipa cansado e a precisar de fazer gestão de esforço?
Isto está mau...

Um herói num jogo viciado


O último Paços Ferreira x SLB ficou marcado por uma arbitragem escandalosa (mais uma!) de Bruno Paixão.

Pondo de lado os “erros menores”, que seria exaustivo enumerar, destaca-se a forma habilidosa como conseguiu evitar a expulsão de dois jogadores do SLB. Primeiro Maxi Pereira, aos 28’, numa entrada violenta sobre Leandro Tatu, e depois Nuno Gomes, aos 55’, após agressão deste a Filipe Anunciação.

A coisa foi de tal modo flagrante, que até Rui Santos escreveu o seguinte na sua coluna de opinião no Record:
«No último encontro da 3.ª jornada, (...) Bruno Paixão e o seu auxiliar ignoraram duas agressões protagonizadas por Maxi Pereira e Nuno Gomes, cuja omissão representa um grave atropelamento às regras do jogo»

Ao não expulsar Maxi e Nuno Gomes, quando o desafio estava longe de estar decidido, Bruno Paixão não só teve uma clara influência no resultado final deste jogo (que implicações haveria se o SLB ficasse reduzido a 10 ou 9 jogadores a largas dezenas de minutos do fim?), como também evitou que os dois jogadores encarnados ficassem suspensos nas próximas jornadas.
Ora, sabendo-se que Luisão ainda está a cumprir o castigo relativo ao sumaríssimo e que Suazo está lesionado, facilmente se percebe o impacto que, nesta altura, a suspensão de mais dois jogadores poderia ter na equipa encarnada.

O futebol é um jogo de paixões e, por isso, tenho a certeza que foi a enorme paixão deste Bruno pelo SLB... perdão, pelo espectáculo, que o fez mostrar amarelos suaves em vez dos cartões vermelhos que se impunham.
Meus caros, não nos esqueçamos que há 6, 10, 14 milhões de benfiquistas e é preciso salvaguardar as assistências e a competitividade do campeonato. Deste modo, estou certo que esta roubalheira..., perdão, gesto “magnânimo” do Bruno Paixão não será esquecido, quer pelo SLB, quer pela própria Liga (estejam atentos à classificação dos árbitros).

Desde um célebre jogo em Campo Maior, em que o Bruno mostrou toda a sua qualidade e paixão, que é difícil nós portistas ficarmos surpreendidos com uma arbitragem deste artista. Contudo, o caso da agressão de Nuno Gomes, que o árbitro viu perfeitamente, é de bradar aos céus.

O vídeo da agressão de Nuno Gomes (pontapeia por trás Filipe Anunciação) pode ser visto aqui:




O que disseram os membros do 'Tribunal de O JOGO' sobre este lance?

Jorge Coroado: «Impunha-se a exibição do cartão vermelho e não do amarelo a Nuno Gomes, que pontapeou objectivamente o adversário, praticando conduta violenta

Rosa Santos: «Trata-se de uma agressão a pontapé, que não é passível de ser punida com o cartão amarelo. Ao jogador do Benfica, devia ter sido exibido o cartão vermelho

Soares Dias: «Nuno Gomes não tem qualquer intenção de jogar a bola e dá um pontapé no adversário. Considera-se isso uma agressão. O árbitro, como é muito económico, mostrou o cartão amarelo, mas, em vez do amarelo, justificava-se o vermelho

António Rola: «Antes, houve falta do jogador do Paços de Ferreira sobre Nuno Gomes. Como o árbitro não assinalou, Nuno Gomes procura tirar desforço e pratica jogo perigoso, sendo-lhe exibido o amarelo. Aceito esta sanção disciplinar tendo em consideração o critério adoptado em duas situações anteriores muito similares. Caso o árbitro tivesse sido mais rigoroso, podia ter exibido o vermelho a Nuno Gomes

Chamo à atenção para a forma ardilosa como António Rola, que durante uns tempos foi assessor do SLB para as questões de arbitragem, tenta justificar o injustificável. No caso deste ex-árbitro, o que é notável é ele conseguir ser ainda mais faccioso que os comentadores benfiquistas que participam em programas de rádio e televisão, os quais, perante as imagens, não tiveram dúvidas em reconhecer que o Nuno Gomes deveria ter sido expulso.

Se a opinar é assim, imaginem como este Rola, com um apito na boca, “piava” dentro das quatro linhas...

Por falar em programas onde este caso foi analisado, tive pena que, no ‘Trio de Ataque’, o Rui Moreira não tivesse colocado o Nuno Gomes e o Bruno Paixão no fundo. É verdade que ele falou e “malhou” em ambos, mas quer o que se passou neste jogo, quer o passado de ambos, mais do que justificaria um fundo desta semana. Haverá ocasião mais propícia do que esta para colocar estes dois artistas no fundo?

Aliás, conforme foi lembrado pelo Rui Moreira, este foi o segundo jogo consecutivo em que o Nuno Gomes escapou à expulsão, devido à "compreensão" e benevolência dos árbitros.
Para quem já se esqueceu, poderá recordar aqui a imagem e o vídeo da entrada brutal de Nuno Gomes sobre Sapunaru.

Finalmente, e como seria de esperar, a comunicação social branqueou completamente a arbitragem vergonhosa de Bruno Paixão. Isso não é surpresa, mas desta vez foi ainda mais longe. Em vez de apontar o dedo a Nuno Gomes, elevou-o à condição de herói do jogo (segundo o Rui Moreira, o Nuno tem boa imprensa...)





E pronto, é assim que, jornada após jornada, se pugna pela transparência e verdade desportiva.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pressão sobre os árbitros compensa

«Os especialistas do Tribunal de O JOGO não têm quaisquer dúvidas, Hélder Postiga partiu de posição irregular no lance em que abriu o marcador no Estádio de Alvalade, pois no momento do passe Yannick Djaló tinha apenas um defensor entre si e a linha de baliza. Como tal, Elmano Santos devia ter invalidado o golo apontado pelo internacional luso.»
in O JOGO, 21/09/2008


"Num momento em que o Belenenses equilibrou o jogo, sofremos um golo ilegal, em fora-de-jogo"
Casemiro Mior, treinador do Belenenses


Aos 33 minutos, o árbitro assistente Álvaro Mesquita fez uma má leitura do lance, permitindo ao Sporting colocar-se em vantagem no marcador, através de um golo claramente ilegal.

O mesmo árbitro assistente, talvez por estar pouco atento, também não tinha visto, logo aos 6 minutos, um outro fora-de-jogo de Postiga, permitindo que este se isolasse e rematasse com muito perigo (por cima da trave).

“Má leitura dos lances”, “dois lances muito difíceis de analisar”, “só na televisão é que dá para ver”, “erros perfeitamente normais”, enfim, tudo na santa paz do Senhor.

Imaginemos agora que num jogo do FC Porto, um árbitro auxiliar tinha dois erros destes, ambos a favor dos dragões, e que um deles se revelaria decisivo para o resultado final do jogo.
O que aconteceria?
Os jornais da capital fariam primeiras páginas onde abundariam as palavras escândalo, roubos, suspeição e sabe-se lá que mais.
Quanto ao árbitro auxiliar, para além de ver o seu nome denegrido na praça pública, na semana seguinte seria imediatamente colocado na “jarra” pelo sportinguista que preside à Comissão de Arbitragem da Liga.


"Não vi ainda as imagens, mas se achar que o golo é ilegal digo-o sem qualquer tipo de problemas"
Paulo Bento, no final do jogo

Pois... lembram-se do jogo Sporting x Trofense?
O polémico penalty a favor do Trofense foi na 2ª parte, mas no final do jogo, no flash interview, o treinador do Sporting não tinha dúvidas e desancou a arbitragem.
Desta vez, apesar do golo ilegal do Postiga ter sido na 1ª parte, no final do jogo ainda não tinha visto as imagens...

Contudo, a questão fundamental não é admitir que o golo é ilegal. Isso já todos nós vimos.
O que está em causa é o choradinho sempre que há erros em desfavor do Sporting (mesmo que seja em lances sem qualquer influência no resultado), e o silêncio ou naturalidade com que são encarados os erros a favor, incluindo aqueles com influência decisiva no rumo do jogo.

Certo é que a enorme pressão do treinador e dirigentes do Sporting sobre as arbitragens está a dar frutos (não confundir com “fruta”, porque estamos a falar de gente muito séria...)


E não foi só neste jogo com o Belenenses. Já na jornada anterior, na dificil deslocação a Braga, ficou por marcar um penalty contra o Sporting, por falta de Postiga sobre Meyong.
Alguém falou nesse lance?

E assim vai o sistema...
Os árbitros estão de tal modo condicionados, que nem é preciso haver um Apito Verde.

Fotos: Record

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Os assobios

Começo por esclarecer que não sou um adepto do assobio.

Antes de mais porque mal sei assobiar, mas também porque não entra no meu feitio (no estádio e sempre que fiquei irritado com alguma incidência do jogo nunca fui além de um tipicamente desabafo tripeiro, do tipo “carago, ó Secretário!” – mas numa versão tipicamente muito mais, digamos “colorida” com vernáculo popular - que passa para o relvado apenas como um burburinho, um pequeno “bruáá” pouco claro de desilusão nas bancadas).

Vem isto a propósito da polémica relançada pela enésima vez a propósito dos assobios nas bancadas no jogo com o Fenerbahce e das declarações que se lhes seguiram, começando pelas de Nuno.

Nem assobio nem acho boa ideia que se assobie um jogador durante o jogo, a não ser em casos muito excepcionais (por exemplo, quando um jogador nitidamente não se está a esforçar). Isto porque acho que é contra-producente: parece-me que se um jogador se esforça mas as coisas não lhe saem bem, não é por se assobiar que passa a fazer melhor. Muito menos faz sentido assobiar um jogador mesmo antes de tocar na bola, como pontualmente acontece no Dragão (embora no pensamento popular se exagere na extensão dos assobios).

Já não me incomoda que se assobie ao intervalo ou, melhor ainda, no fim do jogo (uma vez a contenda terminada).

Mas será que se assobia tanto como isso? E porquê?

Assobios sempre houve, quem ia às Antas sabe isso muito bem. Parece-me no entanto que hoje em dia os adeptos assobiam com um pouco mais de facilidade, por vezes de forma algo gratuita. E porquê? Penso que há 3 ou 4 explicações possíveis, e que a verdade estará numa combinação das mesmas.

A primeira é que em certa medida os adeptos se “habituaram mal” e estão mais exigentes, fruto de 2 décadas de grande sucesso; a chamada “benfiquização” do adepto, que vai do 8 ao 80 e tem delírios de grandeza e perfeição, e que fica “chocado” quando a realidade é mais terra-a-terra. Mais: esses sucessos atraíram muitos “cristãos-novos”: adeptos que aderiram ao FCP por osmose, por se querer identificar com uma entidade de sucesso. É fácil ser-se adepto quando se está na mó de cima...

Mas adiante. Essa primeira razão está bastante “batida”, as seguintes nem tanto.

Parece-me também que a SAD está a recolher um pouco a tempestade de ventos que lançou. A SAD trata os sócios cada vez mais como meros consumidores; ora sendo assim é normal (infelizmente) que cada vez mais os adeptos se comportem como consumidores do "espectáculo" ao assistir ao jogo em vez de se comportar como adeptos. E um "consumidor do espectáculo" naturalmente que tem muito mais tendência a assobiar, mesmo por coisas consensualmente estúpidas, do que um "adepto", que sabe que mesmo que tenha razão em estar descontente não adianta de nada assobiar durante o jogo.

Ora cada vez mais é só no estádio que os sócios podem descarregar frustrações, mesmo que não tenham nada a ver com o jogo em si (pode ser, por exemplo, a frustração de não ver na qualidade do plantel o que o adepto esperaria em função do investimento em compra de jogadores, descontentamento generalizado com o treinador, ou outra coisa qualquer). Os treinos são à porta fechada, a história do clube (uma progressão fantástica com muito sofrimento) é algo que não se pode incutir aos mais jovens através de visitas ao Museu (já que este não existe...), o clube não incentiva a participação nas AGs (nem praticamente por mais via nenhuma) - aliás, recusa-se a falar de futebol nas AGs apesar de ser o seu principal activo! - e o sítio onde se fala de futebol (AG da SAD) não tem a presença dos sócios, a não ser que sejam accionistas (e mesmo que sejam, a SAD faz a vida negra a quem deseja participar e tenha um emprego - desde os requisitos, à hora da AG, à forma como ela decorre, etc.).

Sendo assim é humano, ainda que criticável, que vão adeptos para o estádio descarregar assobios a torto e a direito.

Finalmente, há a questão dos bilhetes... penso que faria muito mais sentido ter lugar anual por sector do que para um lugar específico. Há muita gente (e em certa medida eu sou um deles) que se estiver a puxar pela equipa mas os 6 tipos à minha volta estiverem calados, fica-se desmotivado - para não dizer que se sente q se está a fazer figura de urso. Se houvesse pequenos grupos espalhados mas homogéneos a puxar pela equipa, os outros sectores iam sentir impelidos a também puxar pela equipa (ou os assoios eram pelo menos abafados). Chamem-lhe "psicologia das massas" se quiserem um nome chique, mas é como é, quem vai ao estádio sabe do que estou a falar.

Dito tudo isto, quem joga a este nível tem q ter poder de encaixe para estas coisas. Se não o têm, não acho q devam arranjar um psicológo mas sim ir para operários da construção civil, que aí ninguém os assobia. Ou então que vão para o futebol amador.

Aliás, jogadores que são pagos (e muito bem pagos) para fazer o que fazem e que em 95% dos casos (pelo menos no FCP) são "mercenários" no sentido de estarem totalmente dispostos a "dar o salto" se lhes acenarem com umas notas (olá, Quaresma...), não têm qualquer legitimidade para vir dar lições aos sócios, até porque é à custa de sacrifícios económicos de muitos deles que podem auferir os salários que auferem – para não relembrar que no fim de contas os sócios são os patrões dos jogadores, já que mandam no clube, que por sua vez manda na SAD.

É que até podem ter toda a razão no que dizem!, que não têm legitimidade. O papel deles é jogar o melhor que podem e sabem. Só.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Inspiração, procura-se!

O jogo de hoje acabou com um forte trago amargo. Não só pelo resultado, como também pela exibição perante uma equipa bem arrumadinha mas perfeitamente acessível; e por um erro capital de arbitragem que quase certamente nos custou os 3 pontos.

Começando pelo último ponto: o penálti não assinalado aos 80 mins por mão de Gaspar (deliberada, já que abre os braços de forma a pará-la) é um erro capital. Não vou afirmar que foi deliberado, já que o lance é rápido e havia muitos jogadores a tapar o ângulo de visão (para além do árbitro ter estado razoavelmente bem no resto do jogo); mas o facto é que não deixa de ser um erro que nos pode ter custado muito caro. Erro que certamente vai ser minimizado e/ou ocultado na comunicação social (ai se fosse ao contrário...).

De resto, parece-me que oferecemos uma hora de avanço, com uma boa reacção (tardia) na última meia-hora, ainda que algo atabalhoada. A primeira hora de jogo em termos exibicionais ofensivos foi confrangedora, tal a falta de inconformismo e inspiração. Fio-de-jogo até houve algum (a estabilização gradual do onze titular, ou quase, a isso ajuda); mas as dinâmicas ofensivas foram de uma previsibilidade deprimente, resultando num único lance de perigo, num lance de inconformismo de Sapunaru a subir muito bem. Transpiração até houve alguma, mas em futebol correr por correr nunca levou a lado nenhum.
A equipa demonstra uma grande incapacidade para conseguir criar desequilíbrios ofensivos. O expoente deste tipo de jogo é o Mariano: mesmo quando não joga mal é totalmente incapaz de criar desequilíbrios ofensivos. Trabalha, trabalha, mas naquilo em q um jogador ofensivo mais tem de contribuir, é quase zero: a tal criação de desequilíbrios ofensivos (seja com cruzamentos bem tirados, seja com uma finta, seja com um passe bem rasgado a deixar a defesa contrária em maus lençóis). Olho para o banco, e o q vejo? Médios predominantemente ofensivos e que saibam tratar a bola por "tu" não existe, por exemplo. Depois temos o Ernesto "este-ano-é-q-vai-ser-ai-afinal-já-não-é-bem-assim" Farias, o Incrível Hulk q está mais verde do q o super-herói a q foi buscar o pseudónimo, um Candeias ainda de cueiros (mas q apesar disso trouxe acutilância à equipa) e mais nada.

O próprio Rodriguez na primeira hora de jogo passou muito mais tempo em terrenos recuados, qual formiguinha, do que aparecendo na zona onde poderia criar desequilíbrios.

Este é um plantel como o Jesualdo o quis, em que o coeficiente individual de inspiração é extremamente limitado do meio-campo para a frente; e quando apanhamos pela frente uma equipa bem arrumadinha atrás ou o golo surge cedo, ou então acabamos por ter bastantes dificuldades em "abrir a lata". O único jogador capaz, individualmente, de criar desequilíbrios (e não é pelas fintas) é o Lucho, e em menor medida Rodriguez (e eventualmente Tarik, quando e se regressar). Espero que apesar deste défice de inspiração o plantel nos dê muitas alegrias - o plantel tem, apesar deste ponto, certamente capacidade para tal.

Destaque positivo:

1) Sapunaru (dos mais inconformados e certinhos, e com a marca de ter disfrutado - por mérito próprio, sendo um defesa - de metade das melhores ocasiões de golo).
2) Reacção na última meia-hora, demonstrando finalmente que queríamos encostar o Rio Ave às cordas e tínhamos trunfos suficientes para tal

Destaque negativo:

Falta total de inspiração da equipa para criar desequilíbrios, excepto em ocasiões isoladas na última meia-hora

Fotos: ASF, Lusa

domingo, 21 de setembro de 2008

Imperfeições do Modelo

Venho desta vez abordar a questão da eventual existência de algumas imperfeições do modelo (ou do sistema ou da táctica, como preferirem, para não suscitar qualquer melindre a especialistas na matéria como o Prof. Jesualdo Ferreira) da equipa do FC Porto. Faço, porém, a salvaguarda de ser um leigo confesso neste tipo de assunto. Considero, então, que o modelo de jogo da nossa equipa enferma dos seguintes defeitos:

● Não saber gerir o trade-off entre as transições rápidas e a posse de bola. Isto é bem visível quando concede deliberadamente o domínio do jogo ao adversário, quando tal é desaconselhável (lembro que o Mourinho iniciou esta prática no FC Porto, mas com duração curta e controlada, apenas para a equipa poder descansar uns minutos).

Sabemos que Jesualdo Ferreira "privilegia as transições rápidas", mas isso não deve significar o desprezo pela posse de bola. Os jogos mais difíceis, como o são os da Liga dos Campeões, exigem que depois de obtido o golo se “esconda a bola” (no léxico Lobista) tornando o jogo mais lento e permitindo à equipa descansar na sua posse. Este comportamento poderia ser cultivado e melhorado, da mesma forma que o foi o das transições rápidas.

Utilizar exclusivamente um modelo de transições é algo que não me agrada por manter sempre o ritmo elevado e permitir que o adversário consiga partir o jogo ficando as linhas defesa e ataque muito afastadas.

Actualmente vemos o FC Porto controlar o jogo durante alguns períodos por contraponto de um FC Porto de Mourinho (ah, sempre este fantasma…) que conseguia combinar nas doses certas a velocidade das transições com a posse para assim controlar o jogo do princípio ao fim. Além disso, para que o modelo puro de transições rápidas funcione é necessário mais qualidade individual para desequilibrar no ataque. Era com os esteios Quaresma e Bosingwa que se desenvolvia o modelo nas faixas, o que é completamente diferente do que ter nas laterais Mariano e Rodriguez. Isto já foi bem visível nos poucos jogos que realizámos esta época.

Esta ideia veio a propósito do jogo do Dragão contra o Fenerbahçe, em que a equipa se apanhou a vencer 2-0 e não foi capaz, nem pareceu querer e isso é que já me parece mais grave, fazer circular a bola para retirar ímpeto ao adversário e controlar o jogo.


● Defender bolas paradas à zona. Quando o fazemos contra equipas inglesas é a "morte do artista" (o Liverpool aproveitou bem no ano passado, o Arsenal vai agradecer e aproveitar). Os treinadores adversários acabam por fazer desmoronar essa estratégia como um castelo de cartas. Quique Flores já o fez na Luz, mandando os jogadores marcar cantos curtos e com passes para a entrada da área. No jogo com o Fenerbahçe, Aragonês fez o mesmo. A equipa perde a noção do posicionamento e abre brechas defensivas.

Além disso este "sistema" impede uma transição mais rápida para o ataque porque a maioria dos jogadores estão fixos dentro da área. Já reparei que só há transições rápidas quando o Helton consegue agarrar a bola porque tem uma visão ampla do posicionamento dos colegas, às vezes rápidas demais e tem de esperar que os colegas ocupem os seus postos. Sempre que outro jogador do FC Porto recupera a bola a transição é mais lenta e com mais circulação horizontal.


● A incapacidade de utilização de um dos principais sistemas tácticos: o 4-4-2.
Esta incapacidade é válida para os jogos internos contra o Sporting como para os jogos na Liga dos Campeões onde, para vencer, é quase obrigatório saber usar também este sistema. As tareias recentes que a equipa de Alvalade nos tem impingido demonstram claramente que este FC Porto não sabe jogar em 4-4-2. Talvez porque sempre que o tentou fê-lo com adaptações (por exemplo Marek Cech e Mariano foram adaptados a médios quando um era lateral e o outro extremo).

Se nas épocas anteriores as opções para povoar o meio campo não eram muitas, esta época temos jogadores em quantidade e qualidade para jogar em 4-4-2. Entre Fernando, Pele, Bolatti, Meireles, Lucho, Guarín, Tomás Costa e até Cristian Rodriguez temos opções suficientes para encontrar um quarteto eficaz para o meio campo. E não vão faltar oportunidades.

sábado, 20 de setembro de 2008

Adriano, de decisivo a dispensado


Em Janeiro de 2006, o FC Porto de Co Adriaanse debatia-se com alguns problemas na frente de ataque. Lisandro jogava descaído sobre a ala esquerda, Hugo Almeida e Hélder Postiga não convenciam (ao ponto do treinador holandês ter chegado a tentar adaptar o caxineiro a jogar como Nº 10, nas costas do ponta-de-lança) e Benny McCarthy, depois dos problemas (nunca devidamente resolvidos) com o seu empresário, estava de partida para a Taça de África das Nações (CAN2006), a disputar no Egipto, entre 20 de Janeiro e 10 de Fevereiro de 2006.

Como é sabido, não é fácil arranjar bons pontas-de-lança, ainda por cima a meio dos campeonatos e ao alcance da bolsa dos clubes/SAD’s portuguesas.
Vai daí, a SAD portista lançou um raide para contratar Adriano, ex-futebolista do Nacional da Madeira e que estava ao serviço do Cruzeiro.

Aparentemente o Sporting também estava interessado no jogador tendo, na altura, um assessor de imprensa do clube de Belo Horizonte afirmado o seguinte:
"O Cruzeiro só revela [o clube] quando a coisa estiver assinada, o que até agora não aconteceu. Há mais de um clube interessado. O problema é que as propostas chegam por empresários, não há papéis dos clubes. Eles representam o FC Porto, o Sporting, mas não há nada definido".

Contudo, o empresário do avançado brasileiro – Essau Elias –, em declarações ao site Superesportes.com, confirmou que o destino de Adriano era mesmo o FC Porto:
"Foi uma negociação rápida e está mais ou menos fechada. Ele vai por empréstimo para o FC Porto. Não posso falar mais nada para não atrapalhar. O que posso dizer é que foi rápido, que é o FC Porto e que ele vai por empréstimo, com passe fixado".


A contratação de Adriano salvaguardava um aspecto importante: o jogador conhecia bem o futebol português e o “peso” que representa vestir a camisola de um clube como o FC Porto.

Por outro lado, o seu curriculum no futebol português era muito positivo. Em três épocas ao serviço do Nacional, Adriano tinha marcado a bonita soma de 43 golos e na época 2003/04 esteve mesmo a um passo de se sagrar melhor marcador do campeonato, tendo sido ultrapassado por McCarthy na última jornada.

Contudo, há jogadores que brilham em clubes pequenos/médios e quando chegam a um grande ficam muito aquém das expectativas. Daí que, talvez escaldada com outros casos, a SAD optou por um empréstimo com opção de compra.

Adriano treinou pela primeira vez com o plantel portista no dia 17 de Janeiro de 2006 e logo no dia seguinte estreou-se com a camisola do FC Porto, na 2ª parte do particular com o Dínamo de Moscovo (nos regressos de Nuno, Seitaridis, Costinha e Derlei ao Estádio do Dragão), tendo precisado de apenas quatro minutos para marcar, após cruzamento de Diego. Mais tarde haveria de bisar, novamente de cabeça, dando sequência a um cruzamento de Sonkaya.

Com apenas um treino, dificilmente a estreia poderia ser melhor ou, como se costumava dizer, pegou de estaca!

Adriano assumiu a titularidade na frente de ataque do FC Porto e em 15 jogos marcou 7 golos, incluindo o golo em Penafiel que carimbou a conquista do campeonato.

O rendimento de Adriano foi de tal modo satisfatório, que antes ainda de terminar a época 2005/06, a administração da FCP SAD decidiu exercer o direito de opção de compra do passe do Adriano.
Em 10/05/2006, o Diário de Notícias noticiava o seguinte:
«Ontem, os responsáveis portistas estiveram a acertar os pormenores da transferência de João Paulo, ex-Leiria, bem como a opção de compra sobre Adriano, discutida com Eduardo Maluf, dirigente do Cruzeiro que se deslocou ao Porto. O FC Porto vai pagar 1,2 milhões de euros pelo avançado brasileiro, que marcou 7 golos em meia época.»
in DN, 10/05/2006

Uns dias depois, na final da Taça de Portugal 2005/06, disputada em 14/05/2006, Adriano foi novamente uma das figuras da partida (juntamente com Quaresma que uns dias antes tinha sabido que Scolari o tinha deixado de fora do Mundial de 2006 na Alemanha).
A final foi decidida aos 40 minutos, quando Quaresma cruzou do lado direito e Adriano, de cabeça, não deu hipóteses ao guarda-redes do Vitória de Setúbal.

O FC Porto conquistou a sua 5ª dobradinha e Adriano conquistou o reconhecimento dos adeptos.


Depois da turbulência de Verão, provocada pelo mau feitio e declarações de Co Adriaanse, a época 2006/07 arrancou em Leiria, em 19/08/2006, para a disputa da Supertaça, novamente contra o Vitória de Setúbal.
No banco sentou-se Rui Barros (com Jesualdo Ferreira a ver na bancada) e, naturalmente, Adriano fez parte do onze inicial.

A primeira parte não foi fácil e ao intervalo ainda não havia golos. Na 2ª parte o FC Porto veio com outra disposição e aos 54’ Adriano abriu o caminho para a vitória com um golo espectacular. O ponta-de-lança brasileiro rematou de costas, em bicicleta, com o pé direito, fazendo a bola a entrar no ângulo superior direito da baliza de Marco Tábuas.
O FC Porto haveria de ganhar por 3-0, com os restantes golos a serem marcados por Anderson (74’) e Vieirinha (90’).

Adriano começava a época ao mesmo ritmo que tinha terminado a anterior: a marcar golos e a decidir jogos. Contudo, pouco tempo depois, o azar bateu-lhe à porta e uma lesão fez com que estivesse afastado dos relvados durante largas semanas.

Chegados a Dezembro e, talvez porque o Postiga tinha feito uma 1ª volta razoável, os jornais noticiaram que Adriano poderia ser emprestado. O jogador não quis sair e em boa hora o fez, porque regressou à equipa a tempo de fazer uma 2ª volta em cheio, na qual os seus golos foram decisivos para a conquista do Bi-Campeonato.

Naquela que foi a sua melhor época no FC Porto, Adriano marcou 11 golos em 18 jogos realizados.
Jogos a titular: 15
Jogos completos: 10
Tempo jogado total: 1410 minutos
Tempo jogado médio por jogo: 78 minutos


Apesar do seu desempenho dentro das quatro linhas, Adriano parece nunca ter convencido Jesualdo Ferreira. Assim, logo no arranque da época 2007/08, e após as contratações de Edgar (“roubado” ao SLB) e de Ernesto Farias, viu-se que o espaço de Adriano tinha diminuído e praticamente desapareceu com a aposta (de sucesso) de colocar Lisandro a ponta-de-lança.

Deste modo, não surpreendeu que em Dezembro de 2007 se tenha voltado a falar na sua saída, mas o jogador, talvez esperançado numa 2ª volta ao nível da época anterior, voltou a recusar. Isso não veio a acontecer e durante a época passada Adriano teve poucas oportunidades (a primeira alternativa ou complemento a Lisandro foi sempre Farias) e as que teve traduziram-se em meia-dúzia de minutos em alguns jogos.

Logo no arranque desta época, ficou a saber-se que Adriano não fazia parte do plantel do FC Porto. O jogador foi dispensado e não esteve presente na apresentação da equipa, não lhe tendo sido igualmente atribuído número de camisola.
Apesar de saber que não entrava nos planos de Jesualdo Ferreira para a nova temporada, Adriano reafirmou, em declarações a A BOLA, que não pensava noutro futuro para além da permanência no FC Porto.

No dia 6 de Agosto, após as hipóteses de saída não se terem concretizado, Adriano participou no treino da equipa. Aparentemente, estava no ar a possibilidade de fazer parte do plantel, até porque, em ocasiões anteriores, já tinha sido dado como dispensado e posteriormente reintegrado. Contudo, no início deste mês, os jornais noticiaram que Adriano estava a treinar à parte do plantel.

Sinceramente, tenho pena que a ligação de Adriano ao FC Porto esteja nestes moldes e termine (tudo o indica) com o jogador a treinar sozinho e, mais dia menos dia, a sair em conflito com o clube. Pelo seu passado e por aquilo que já deu ao FC Porto, acho que o Adriano não merece este tipo de tratamento.

No último ano e meio a FCP SAD contratou quatro pontas-de-lança: Renteria, Edgar, Farias e Hulk (não estou a incluir nestas contas Rui Pedro e Rabiola). Os dois primeiros nem sequer “aqueceram o lugar”, rapidamente se percebeu que não serviam e foram emprestados para “rodar”. Quanto a Farias e Hulk, jogadores que custaram largos milhões de euros, só espero que um dia venham a ter um rendimento igual ao que Adriano teve nas épocas 2005/06 e 2006/07.


Nome Completo: Adriano Vieira Louzada
Data de Nascimento: 03/01/1979 (29 anos)
Altura: 1,81m

1999: Portuguesa dos Desportos, 5 jogos, 0 golo
2000: Palmeiras, 12 J, 2 G
2001: Vitória da Bahia, 17 J, 3 G
2002/03: Nacional, 29 J, 16 G
2003/04: Nacional, 29 J, 19 G
2004/05: Nacional, 31 J, 8 G
2005: Cruzeiro, 11 J, 2 G
2005/06: FC Porto, 15 J, 7 G
2006/07: FC Porto, 18 J, 11 G
2007/08: FC Porto, 16 J, 1 G

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Golpada no "Dia Seguinte" V2.0


Tinha já sido há quatro anos atrás, em que Luís Filipe Vieira, na sua típica postura altiva e arrogante, entrou pelos estúdios da SIC Notícias dentro (sem que fosse impedido) para interpelar o painel do programa “Dia Seguinte”. Como se já não fosse suficientemente abusiva tal atitude, desatou a insultar os três oradores e o moderador do programa, por estarem a debitar mentiras sobre um assunto “quente” daquela época, a inscrição irregular de Ricardo Rocha, o que posteriormente se veio a confirmar como ilegal.

Eis que, passado todo este tempo, o estilo e a no mínimo bizarra estratégia de comunicação do SLB se volta a repetir. João Gabriel, Director de comunicação do clube da gaivota, consegue na passada Segunda-Feira um novo “furo” neste programa, aproveitado para fazer propaganda e provocar o membro portista do painel de comentadores, José Guilherme Aguiar.



De facto, é verdadeiramente fantástica a abertura e liberdade que os dirigentes benfiquistas gozam na SIC. Depois do Presidente do SLB não ter sido impedido de entrar pelos estúdios deste canal por quem quer que fosse, numa postura de total desrespeito pelos profissionais daquela estação, agora foi a própria produção deste programa de debate a dar cobertura a este tipo de comportamento.

Se dúvidas ainda persistem, este é apenas mais um entre dezenas de outros exemplos, de como o tratamento jornalístico desportivo (e não só) da comunicação social deste País é parcial e bajulante para com o clube do regime eterno.


Daqui em diante exige-se que o Dr. Guilherme Aguiar comece a levar para o programa DVD´s de vídeos amadores a mostrar agressões dos jogadores do SLB, assim como pede-se que Rui Cerqueira entre no ar sempre que achar conveniente.

Qual o melhor reforço da época 2008/09?


Para os participantes da sondagem efectuada pelo Reflexão Portista, "Rodríguez" é o melhor reforço para a época que se está a iniciar, com 44% dos votos (33 de um total de 74).

A segunda e terceira opção foram Hulk (17 votos, 22%) e Rolando (15 votos, 20%), que se destacaram dos demais reforços, apesar de em conjunto terem menos do que os votos de Rodríguez.
Muito atrás ficaram Benítez e Tomás Costa com 3 e 2 votos respectivamente. Com um voto cada ficaram os restantes reforços: Sapunaru, Fernando, Pelé e Guarin.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Uma boa estreia num jogo atípico


Começamos bem. O Fenerbahçe não parecia, apesar da experiência do seu treinador, trazer a lição bem estudada. Só Lucho mereceu cautelas especiais, que ludibriou brilhantemente: teve sempre tempo para pensar, executar e fazer jogar. Muito bem acompanhado por Raul Meireles e com Fernando com um olho em Alex e outro no equilíbrio defensivo, fizemos 20 minutos de elevado nível e dois excelentes golos.


A partir daí, a conjugação da empertigação dos turcos e de algum retraimento do FCP, o adversário passou a ter mais bola, embora sempre longe da nossa baliza, pois cobrimos bem os espaços. Lisandro perdeu o 3-0, e logo de seguida numa escapada pela esquerda, Sapu – tal como contra o SLB – foi pouco lesto e agressivo, o cruzamento saiu para o espaço que Alex – fugido de Fernando – ocupou entre os centrais para o cabeceamento que Helton afastou bem. Guiza que tinha descaído para o lado esquerdo – movimentando-se como deve um ponta de lança – recarregou e meteu golo, apesar da tentativa desesperada de Helton para suster o remate.

Na segunda parte estivemos pior. Já é costume: quando a equipa sofre um golo desorganiza-se e tende a perder o controlo do jogo. Ontem não foi excepção: o Fenerbahçe teve muito mais bola e foi muito mais ameaçador. Não entraram na grande área, mas nos cruzamentos a tremedeira foi uma constante, até porque Mariano depois de ter perdido um golo foi substituído pois estava completamente estourado, e Roberto Carlos passou a ter muito mais liberdade.

E a partir daí a deriva foi maior. Não que Mariano tivesse jogado bem, longe disso, mas pelo menos soube tapar as incursões de Roberto Carlos. Com Hulk no campo, descaído para a ponta direita para fazer as diagonais, e assim aproveitar a sua potência de arranque e de remate com o pé esquerdo, o processo de jogo ficou mais confuso e ninguém se entendia.
Os jogadores passaram a discutir mais e a jogar menos. Hulk foi improdutivo no ataque e, pior, mostrou uma grande inocência táctica e um temeroso respeito com o seu compatriota, que varreu aquela ala à sua vontade, criando perigo e algum pânico na defesa do FCP. Podemos dizer que, tirando um corte em esforço que o super herói fez já dentro do nosso meio campo, a sua produção esteve muito abaixo dos limites mínimos e mostrou-se muito imaturo tacticamente.


Durante a segunda parte a nossa circulação de bola não foi fluida: os nossos play makers foram melhor marcados e a bola girava para trás, quase sempre, e passou demasiadas vezes por Fernando, que ficava sistematicamente numa situação difícil: não havia muitas linhas de passe para a frente, não queria conduzir a bola porque desocuparia um espaço vital, e daí um afunilamento excessivo na zona entre a nossa grande área e o grande círculo e, por isso, uma taxa excessiva de perdas de bola e uma percentagem relativamente baixa de posse de bola.

Já com Tomás Costa no lugar de Meireles (cansado?, tocado?) e com Cardoso a arrebentar pelas costuras, sofremos bastante. Ainda tivemos uma boa hipótese por Lucho, mas a iniciativa era do adversário, numa altura em que o jogo já estava partido. O FCP tinha encostado às boxes. Já com 90 minutos, JF fez entrar Lino que no primeiro remate que fez na CL marcou o nosso terceiro golo, depois de uma excelente jogada de insistência de Sapu. Pela forma como foi festejado, deu para ver o grau de ansiedade da equipa.


Boa vitória, exibição intermitente, atípica e com os jogadores ainda mal arrumados.

Sinais Mais: Rolando, Bruno, Fernando, Lucho e Meireles;

Sinais Menos: Mariano (na 1ª. Parte), Sapu (a defender), Hulk, assobios do público: sistematicamente excessivos e grosseiros, e um “cartão vermelho” para Lisandro pela forma mal educada e desabrida como “tratou” JF.

Tomás Costa não entrou bem, mas foi melhorando, Benitez fechou bem e não comprometeu e Rodriguez teve lampejos, mas foi demasiado intermitente. Helton esteve bem e Lino marcou um golo: eficácia 100%.

A equipa parece atrasada no processo de jogo. A minha desilusão maior foi Hulk, porque me pareceu muito imaturo e pouco criativo: só sabe jogar à sua maneira. Domingo há mais e esta vitória foi indiscutivelmente muito importante: pode ser que tire algumas teias que ainda persistam naquelas cabecinhas.

Fotos: uefa.com