terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Análise individual do plantel - 1ª volta (II)


Rodríguez: Após uma boa pré-época, os primeiros jogos oficiais não lhe correram de feição. Os cruzamentos e remates não lhe saíam bem e limitava-se a fazer o corredor esquerdo do ataque portista. Demonstrou sempre ser um lutador incansável. A 1 de Dezembro de 2008 marca o seu primeiro golo e desde então tem sido habitualmente um dos melhores em campo. Rodriguez começou a variar o seu jogo pelas alas e centro, aparecendo mais vezes na área com perigo, o que lhe valeu mais 4 golos, sendo neste momento o melhor marcador da equipa na Liga a par de Hulk.
24 jogos e 5 golos (Liga 15/5, UEFA 6/0, Taça 1/0, Taça Liga 1/0, Supertaça 1/0)

Mariano: Está longe de recolher o consenso entre os adeptos. Tanto faz boas jogadas como se atrapalha com a bola. Tanto ajuda a defesa como se esquece de defender. Falta-lhe velocidade para jogar nas alas e tem alguma dificuldade em libertar rapidamente a bola. Por outro lado, é esforçado e parece ser um jogador útil no plantel que entra para fazer qualquer posição que se lhe peça. Tê-lo em campo parece ser uma lotaria: não sabemos que Mariano vamos ter. Como disse, muito longe de ser um jogador consensual.
16 jogos e 1 golo (Liga 10/0, UEFA 4/0, Taça 2/1, Taça Liga 2/0)

Raul Meireles: Foi o médio mais desinibido no início da época, devido às várias incertezas no meio campo da equipa. Cumpriu bem o seu papel a médio mais recuado até Fernando começar a sobressair. Aí, regressou à sua posição habitual mantendo o bom momento de forma. Nos últimos jogos da 1ª volta pareceu mais cansado e discreto que o normal.
22 jogos e 2 golos (Liga 14/2, UEFA 6/0, Taça 1/0, Supertaça 1/0)

Bolatti: O único jogo oficial que realizou foi no nevoeiro da Madeira para a Taça da Liga, o que inviabiliza qualquer análise. No entanto foi utilizado por diversas vezes na pré-época quando Jesualdo Ferreira procurava saber quem seriam os médios mais fiáveis do plantel. Bolatti, que esteve tapado em 2007/08, teve a sua oportunidade para triunfar no FC Porto. Contudo, em todos os jogos de preparação, mostrou-se pouco lutador, desmotivado e até sem grande paciência para lutar pela titularidade. Foi naturalmente relegado para último lugar. Bolatti mostrou que não tem estofo para jogar num futebol exigente, como demonstra aliás a recusa para continuar a jogar a título de empréstimo na Europa.
1 jogo (Taça Liga)

Tomás Costa: Apareceu bem no início da época, fazendo boas exibições. É um médio versátil que consegue cumprir com alguma qualidade as posições de médio direito ou esquerdo e defesa lateral. Continua a saltar regularmente do banco de suplentes com resultados positivos.
19 jogos e nenhum golo (Liga 10, UEFA 5, Taça 1, Taça Liga 3)

Fernando: Depois de uma boa pré-época em 2007/08 que não foi suficiente para ficar (até porque estava tapado pelo titular indiscutível Paulo Assunção), regressou para ficar. E, com alguma surpresa, tomou conta da posição de médio defensivo. Justiça seja feita, Fernando começou por ser titular também porque não havia alternativas para o lugar, o que acabou por ser positivo para o FC Porto. Bolatti desistiu da corrida, Pelé pouco jogou, Guarín nunca se adaptou e Meireles rendia menos do que no seu lugar original. Aos poucos, Fernando foi corrigindo alguns defeitos de palmatória, como perder bolas à saída da grande área que nos valeram 2 ou 3 golos e começou a ser mais eficiente na cobertura aos laterais. Acaba a 1ª volta em muito boa forma.
21 jogos e nenhum golo (Liga 13, UEFA 6, Taça 1, Taça Liga 1)

Pelé: Um jogador difícil de analisar pois esteve apenas 143 minutos em campo. Não conseguiu superar a concorrência de Fernando e acabou por ter poucas oportunidades. Julgo que passou praticamente despercebido nos minutos finais em que entrou em campo. Fez um único jogo completo contra o Vitória Setúbal para a Taça da Liga.
5 jogos e nenhum golo (Liga 2, UEFA 2, Taça Liga 1)

Lisandro: Na época passada obteve 24 golos (13 dos quais na 1ª volta). Este ano tem apenas 5 golos na Liga mas este ano os golos têm sido mais distribuídos pela equipa. É lutador e dedicado durante todos os minutos de cada jogo e foi um dos jogadores mais importante na fase de grupos da Champions cumprindo a totalidade dos 6 jogos com 4 golos marcados e 1 assistência. Quer pela qualidade, quer pela quantidade, Lisandro continua a ser um jogador preponderante no onze.
23 jogos e 9 golos (Liga 15/5/4, UEFA 6/4/1, Taça 2/0/0, Supertaça 1/0/0)

Hulk: Em poucos jogos após ter chegado ao clube mostrou que tinha velocidade, força, boa técnica e um potente remate. Tinha também enormes limitações tácticas e um jogo um pouco previsível. Demorou algum tempo a melhorar esses aspectos, mas os resultados estão à vista. Ao fim dos 14 jogos é o jogador mais decidido e perigoso da equipa, capaz de desequilibrar as defesas, mesmo quando o resto o ataque está menos inspirado. É a par de Rodriguez o melhor marcador da equipa na Liga. A segunda volta confirmará se vai ser a revelação da Liga 2008/09.
23 jogos e 6 golos (Liga 14/6, UEFA 6/0, Taça 1/1, Taça Liga 1/0, Supertaça 1/0)

Tarik Sektioui: Vinha de uma boa época deixando a esperança que poderia ser um bom ala no FC Porto por mais uma ou duas temporadas. O ano passado esteve presente em 30 jogos (22 a titular) com 7 golos marcados. Uma lesão inviabilizou-o de participar na pré-época o que, para um jogador com 31 anos, pode ter sido decisivo para a sua má forma. No seu último jogo (Académica para Taça Liga) revelou insuficiências físicas que afectaram totalmente a sua competitividade.
6 jogos e nenhum golo (Liga 3, UEFA 2, Taça Liga 1)

Farías: Tem sido mais utilizado nas competições “secundárias”, como a Taça de Portugal e Taça da Liga, onde tem tido boas actuações contra equipas mais acessíveis. Na Liga não tem demonstrado grandes capacidades, talvez fruto de entrar como substituto para o último quarto de hora. Não jogou em nenhuma partida da Champions League.
11 jogos e 5 golos (Liga 5/1, Taça 2/3, Taça Liga 3/1, Supertaça 1/0)

Candeias: Teve algumas oportunidades durante esta primeira volta. Pareceu ser um jogador determinado mas sem grandes resultados. Poderiam-lhe ter sido concedidas mais oportunidades para jogar. Vai fazer a 2ª volta pelo Rio Ave onde poderá demonstrar os seus atributos.
9 jogos e 1 golo (Liga 4/0, UEFA 1/0, Taça 1/1, Taça Liga 2/0, Supertaça 1/0)

Rabiola: O jovem de 19 anos que vinha lesionado da época anterior manteve o seu plano de recuperação. Em Outubro regressou aos treinos tendo mais tarde boas prestações na Liga Intercalar. Estreou-se na equipa principal com um bom golo à ponta-de-lança. Manteve-se no plantel durante a abertura no mercado, o que é um sinal que poderá voltar a ser aposta na equipa.
2 jogos e 1 golo (Taça Liga)

Diogo Viana: Estreiou-se na equipa no jogo para a Taça Liga contra o V. Setúbal com um bom cruzamento para o golo decisivo de Rabiola, sendo sempre muito activo até ao final da partida. Boas prestações que podem-lhe valer mais oportunidades no plantel.
3 jogos e nenhum golo (Taça Liga)

fonte estatísticas: zerozero.pt (26.01.2009 com algumas correcções minhas)

6 comentários:

Nelson Carvalho disse...

O Rodriguez sentiu algumas dificuldades de integração no modelo de jogo da equipa do FC Porto. Jesualdo tambem teve responsabilidades ao incumbi-lo de jogar demasiado encostado à linha, que lhe retirou influência na construção de jogo.

A juntar a tudo isto haviam as constantes viagens de Rodriguez para América do Sul para representar o seu país, que tambem causaram desgaste no atleta, pelo que numa fase inicial se mostrou menos exuberante.

Com a paragem dos compromissos das Selecções e uma readaptação tactica do FC Porto as caracteristicas deste e d outros jogadores, fez com que Rodriguez subisse muito de rendimento nos ultimos 2 meses.

Nelson Carvalho disse...

Se é verdade que Fernando entrou no 11 inicial por ser a solução menos nefasta para a equipa na altura, penso que hoje em dia o jogador é titular por mérito proprio, independentemente de ter muita ou pouca concorrência.

Fernando soube corrigir alguma dureza com que abordava alguns lançes e tambem ganhou processos simples de soltar a bola, fazendo com que a perca menos vezes. Ainda tem muito a aprender, mas vai no bom caminho

Nelson Carvalho disse...

Hulk é sem duvida a figura da equipa, desta primeira metade de época.

Como o Daniel afirma, o jogador denotava algumas falhas na adaptação tactica ao exigente futebol Europeu, isto para alem de um individualismo excessivo.

Hulk teve o mérito de em pouco mais de meio ano, saber contornar grande parte dessas suas falhas, conseguindo hoje pôr ao serviço do colectivo sua grande capacidade de criar desiquilibrios, atraves da sua tecnica e velocidade.

JP disse...

só para corrigir dois erros que encontrei:

- o Rodriguez tem 6 golos e não 5
(Académica, 2x Estrela, Braga, Belenenses e Nacional)

- o Mariano tem 2 golos e não 1
(Belenenses na 1ªjornada e Leixões para a Taça)

Nuno Nunes disse...

Ao contrário da grande maioria dos portistas, relativamente ao Bolatti não atiraria já a toalha ao chão. No jogo FC Porto x Leixões da época passada ele jogou como titular e fez um bom jogo. Penso que no campeonato terá sido o único jogo que fez a titular. As oportunidades, diga-se, foram quase nulas e assim é difícil que um jogador evolua. Pensei que pudesse evoluir na Liga Intercalar mas se calhar alguma falta de profissionalismo fizeram com que andasse desmotivado no FC Porto. A seguir no campeonato argentino para tirar todas as dúvidas.

Luís Carvalho disse...

Curioso que o Rodriguez se está a destacar naquilo que poucos previam: na marcação de golos.

Creio, porém, que tem estado aquém naquilo que a maioria esperava dele: as assistências para golo (recordo que se falava que vinha para substituir o Quaresma).

Mas se continuar a facturar, como até aqui, já é muito bom.

Quanto ao Fernando, não partilho ainda do optimismo reinante.

Mas sem dúvida alguma, a grande estrela tem sido Hulk.
A melhor compra deste ano, a uma boa distância de todas as outras.