Ontem à noite, na sua intervenção inicial na Assembleia Geral Extraordinária do Clube, o Dr. Fernando Gomes comunicou aos Associados presentes, que o Futebol Clube do Porto tinha, horas antes, chegado a acordo com o segundo maior acionista da SAD (a Somague) para a aquisição da sua participação (18,79%) no capital social da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD.
Em consequência deste negócio, e de acordo com o seguinte Comunicado de Participação Qualificada, «ao Futebol Clube do Porto passou a ser imputável um total de 9.078.035 direitos de voto inerentes a 9.078.035 acções representativas de 60,52% dos direitos de voto e do capital social da Sociedade, incluindo, para além dos 8.818.185 direitos de voto inerentes a 8.818.185 acções representativas do capital social da Sociedade de que o Futebol Clube do Porto é titular, 250.000 direitos de voto inerentes a 250.000 acções representativas do capital social da Sociedade da titularidade de Jorge Nuno Lima Pinto da Costa e 9.850 direitos de voto inerentes a 9.850 acções representativas do capital social da Sociedade da titularidade de Reinaldo da Costa Teles Pinheiro, Presidente e Vice-presidente do Futebol Clube do Porto, respectivamente».
Esta operação teve duas consequências:
Em primeiro lugar, devido a ter ultrapassado 50% dos direitos de voto e do capital social da FC Porto SAD, o Clube foi obrigado a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade das acções ordinárias representativas do capital social da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD.
Os termos desta OPA podem ser consultados no respectivo Anúncio Preliminar.
Em segundo lugar, e de acordo com o que foi explicado aos Associados pelo Dr. Fernando Gomes, as 7.500.000 acções preferenciais sem voto, escriturais e nominativas, que o Clube irá subscrever no próximo aumento do capital social da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, no montante de 37.500.000 Euros, deixam de ter as limitações inicialmente previstas e, nomeadamente, passam a ter direito de voto.
Assim sendo, após estas duas operações – Aquisição da participação da Somague Imobiliária, S.A. e Somague - Engenharia, S.A + Aumento de Capital da FC Porto SAD – o Clube passará de uma posição minoritária (40%) para uma posição largamente maioritária no capital da SAD (de acordo com o que foi dito pelo Dr. Fernando Gomes, o Clube passará a deter cerca de 74% dos direitos de voto e do capital social da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD).
Nota final: Gostaria de salientar a total disponibilidade e a forma cordial como o Dr. Fernando Gomes respondeu a todas as questões que foram colocadas pelos Associados do Futebol Clube do Porto.
55 comentários:
Ora aí está o "twist" inesperado. Folgo em saber. De resto, quais as principais conclusões da AG, caro José Correia?
Resumindo: com a posição maioritária do clube no capital da SAD, a passagem de metade do para a SAD deixa de ter tanta importância, ou esta será minimizada, pois o poder de decisão está maioritariamente nas mãos do clube. Correcto?
Foi um excelente golpe de asa da SAD a quem ha que felicitar por ter defendido os interesses do Clube. A partir de agora e salvo que os socios digam o contrario tanto aSAD como o estadio pertencem ao Clube e estao libres do assalto de aburres. Pinto da Costa cumpriu a sus palabra e fez aquele que e tal vez o melhor e mais importante acto de gestao nos últimos años.
O debate que se levantou aqui e noutros espacos portistas foi altamente positivo porque mandou una forte mensagem a SAD. Naturalmente que nao agiram por isso mas e bom saber que estamos todos no mesmo barco e que o Futebol Clube do Porto permanecerá de todos.
Boas noticias então!
Mas o clube pode então ter directamente mais de 40% da SAD?
Obrigado pela informação José Correia.
Cpts,
Ricardo
Sem dúvida. E, como visto, não jogávamos com os dados todos da equação. É bom ver que os adeptos se interessam pelos aspectos sensíveis do clube e que a Direcção, desta feita, "atendeu" às preocupações expressas.
Felicito antes de mais o José Correia por ter exposto de viva voz as suas dúvidas ao Dr. Fernando Gomes. Tal como penso que sucedia com o José Correia, também eu ia preparado para expor um rol de questões ao Dr. Fernando Gomes; no entanto, a forma como foi claro na exposição prévia da operação, dando conta de todos os contornos da operação, aliado ao anúncio da aquisição da participação social da SOMAGUE na SAD, fez com que as minhas questões deixassem de ter pertinência e se cingissem a um aspecto formal da OPA.
O anúncio ontem, em Assembleia Geral, daquela aquisição, foi o golpe de asa que permitiu que a Assembleia Geral tivesse sido um enorme sucesso.
Para além do excelente negócio em si (não chega a 2M€), o Clube passa a deter 75% da SAD, percentagem esta que pode aumentar por efeito da OPA, ainda que me tenha resultado claro que a SAD sabe que os irmãos Oliveira não venderão as suas participações. No entanto, há cerca de 20% do capital social da SAD disperso, pelo que neste momento não se sabe se essa posição do Clube na SAD não aumentará (ainda que o Dr. Fernando Gomes tenha anunciado que o Clube não tem interesse em que os restantes accionistas vendam as suas acções). Com esta operação, reforçamos o capital próprio da SAD, liquida-se a dívida que o Clube tinha para com a SAD (tal como havia anunciado logo que se tornou pública a operação), cumpre-se os critérios do Fair Play Financeiro e passamos a ser donos do nosso futuro.
Se me perguntarem se é o cenário idílico, eu respondo que não, pois para mim a situação ideal seria o Clube ser detentor a 100% do Estádio e, simultaneamente, deter a SAD a mais de 50%. No entanto, não há dúvidas que entre todos os outros cenários possíveis, o que se materializou ontem é o que melhor defende os sócios e o Clube. Um registo para a forte adesão na Assembleia Geral de ontem (estariam mais de 200 pessoas) e para a forma como os trabalhos decorreram, com a Mesa a permitir que todos os sócios usassem da palavra quando quisessem, e com o Dr. Fernando Gomes a prestar todos os esclarecimentos suscitados de forma muito urbana e elevada.
Pode face à legislação recente emanada que eliminou essa restrição. Com a aquisição da participação social da SOMAGUE + as acções que o Clube subscreverá através do aumento do capital social das SAD, o Clube passará a deter cerca de 75% da SAD.
Uma outra nota apenas: a SAD adquiriu 47% da Euroantas e não 50%.
muito obrigado por toda a série de posts que conduziram, com um fio lógico e de informacao importantíssima!
leigo em economes e acordos societárias, fico muito contente por esta solucao encontrada servir melhor o clube do que as temidas.
fico também feliz pelo sinal de respeito e liberdade dado aos sócios pelo novo administrador da SAD.
a questao da soberania parece estar controlada. seria fantástico caminhar para a sustentabilidade financeira, agora.
abraco portista
E mais outra nota muito importante: Fernando Gomes disse de forma muito clara que o cenário de passar o remanescente da Euroantas para a SAD não se colocará nos próximos 10 anos. Que a SAD tinha era de reequilibrar as contas através de um aumento de receitas e diminuição de despesas por via de orçamentos mais equilibrados. Neste aspecto, Fernando Gomes viverá refrém da sua palavra, para o bem e para o mal.
Ótimas notícias então!
Fará alguma diferença no imediato e/ou no futuro esses 3%? Para além do encaixe financeiro, evidentemente.
Caro José Correia,
No outro dia não lhe respondi em relação ao ir à AG, pois acabou por me passar, mas não mencionei nessa altura que eu não estou no Porto, mas sim do outro lado do País (Faro) o que me mantém presencialmente longe de AG e mesmo dos jogos do nosso Clube (se consegur ver 2 jogos no Dragão por ano já sou um homem muito feliz) não obstante contudo de ser um defensor do Clube Futebol e ser muito atento ao Clube SAD/Estrutura.
Em relação ao resultado final de todo este assunto e da nossa conversa no outro post, foi uma boa saída e foi de acordo com as preocupações que tinhamos revelado.
De facto o "golpe de asa" apresentado na AG da aquisição das acções da Somangue foi algo que muito me agradou e mais ainda com as acções adquiridas passarem a ter direito de voto o que minimiza em grande parte a perda de 47% do Estádio.
Contudo teremos que continuar atentos, pois não acredito que se os Portistas não se tivessem mobilizado entre eles e tivessem questionado/contestado as opções, o desfecho tivesse sido o mesmo.
"Felicito antes de mais o José Correia por ter exposto de viva voz as suas dúvidas ao Dr. Fernando Gomes"
Eu tinha mais dúvidas, mas não ia (não podia) monopolizar uma discussão que se pretendia alargada. Aliás, foi muito positivo que vários Associados tenham intervido.
Coloquei duas questões que me pareciam importantes:
1) Por que razão o Aumento de Capital da SAD vai ser feito com acções preferenciais, a 5 euros cada, em vez de acções ordinárias, a valor de mercado (cerca de 0,60 euros)?
2) Sendo o Estádio do Dragão uma das principais fontes de receitas do Clube, qual vai ser o impacto futuro, atendendo a que o Clube vai deixar de ter 100% e passar a ter apenas 53% do Estádio do Dragão (EuroAntas)?
As respostas do Dr. Fernando Gomes a estas duas perguntas, apesar de não totalmente elucidativas, foram razoavelmente claras.
E, no caso do impacto nas receitas do Clube, o Dr. Fernando Gomes disse que, mantendo o Clube a maioria (53%) do capital da EuroAntas, isso iria servir para garantir que o Clube não vai ser prejudicado (pelo menos foi isto que eu percebi).
O Dr. Fernando Gomes informou os Associados, que houve uma alteração da Lei (Decreto-Lei 10/2013, de 25 de Janeiro) e a limitação dos 40% de participação directa na SAD deixou de existir.
Sim, na medida em q tendo o clube a maioria do estádio, os sócios podem em AG votar um aumento da renda a pagar pela SAD ao clube. Se fosse 50/50 o clube (sócios) nao podiam impor nada à SAD (mesmo q os dirigentes sejam os mesmos).
Minimizada sim, mas há sempre o risco de 47% do estádio ser hipotecado se for dado como garantia pela SAD e entrarem em incumprimento para com os credores.
Na questão do aumento de capital (com ou sem direito de voto) nao houve dado novo nenhum, mas sim uma marcha-atrás da Direcção (quem sabe, com um pouco de influencia nossa).
O dado novo foi o das acções da Somague, mas por acaso nao devia ter sido um dado novo, devia estar na ordem de trabalhos (obrigação da Direcção perante o artigo 116 dos estatutos).
Boa tarde.
Antes demais, foi fantástico ter visto mais de 30 pessoas nesta AG. Como ontem tinha sido colocado num post, na última AG tinha estado esse número de sócios.
Para mim que foi a 1ª vez que estive presente foi satisfatório ver o comportamento da direcção no esclarecimento de todas as dúvidas colocadas pelos sócios, também tive conhecimento de situações que desconhecia, uma delas relativamente a um imposto que o FCPORTO teve de pagar as finanças ( não pagou pois está com esta situação em tribunal) mas que os clubes lá debaixo não tiveram de fazer. Um país leis diferentes.
Tenho pena que continue a existir ( existe por ventura noutros clubes) é pessoas que não conseguem ouvir criticas e que estão constantemente a tentar pressionar sócios que pretendem que as suas dúvidas sejam esclarecidas. Não sei como será um dia, quando tiver uma sala dividida.
Começo a minha analise a esta AGE com a seguinte frase:
“Timeo danaos et dona ferentes”
traduzido
" Desconfio dos gregos até quando deixam presentes"
Quando entrei nesta AGE ia com o sentido de voto de contra, após a exposição do Dr. Fernando Gomes apenas abstive-me, não fazia sentido votar contra com aqueles argumentos apresentados pela direcção, mas preciso de ver preto no branco e tudo claro para realmente aceitar esta proposta.
Agora exite uma dúvida que gostava de ver esclarecida.
O FCPORTO clube detinha 40% da SAD isto imlicava que o presidente do clube, podia ser ou não o presidente da SAD. NO nosso caso é assim mas dado o exemplo do Beira-mar ou do Belenenses em que o Presidente da SAD não é o do clube. Até ontem as 15h nós corriamos esse probelma, havendo eleições no clube esse presidente poderia não ser o da SAD.
Depois do fim da reunião o clube FCPORTO ao deter 60% da SAD implica que ao existir eleições no clube esse presidente será logo diretamento o presidente da SAD e vice versa certo?
Outra dúvida, e esta até tenho vergonha de fazer mas cá vai, o presidente da SAD era eleito pelos accionistas? Quem representava os 40% do clube, somos nós sócios?
Esta é a dúvida mais pertinente que os tais 40% que agora são 60% advêm do FCPORTO clube que somos nós sócios.
Por ventura não estarei a exprimir-me da melhor forma mas gostaria de ver estas questões esclarecidas por quem sabe e acredito que exista neste blog quem me faça esse esclarecimento.
Outra questão que levanto é esta:
Supondo que as 3 próximas épocas correm mal financeiramente e não conseguimos cumprir a regra da UEFA, o clube que agora está maioritariamente na SAD não pode correr o risco de ceder os outros 53%.?
O dr. Fernando Gomes disse que não, que só pode ser feito isto uma vez, mas isto foi feito com o clube detentor de 40% será que pode mudar?
Certamente que isto já foi explicado mas continuo com dúvidas na interpretação, peço desculpa pela minha ignorância mas não gosto de falar de cor.
Bruno Miguel Guedes - 28061
"...a Direcção, desta feita, "atendeu" às preocupações expressas"
É um bocadinho pretensão da nossa parte, pensar que as novidades de última hora, apresentadas na AG, são consequência da discussão que houve neste ou noutros blogues (não sei se este assunto foi objecto de ampla discussão noutros blogues portistas).
Para isso, tínhamos de presumir que alguém da Direcção, ou ligado à Direcção do Futebol Clube do Porto, leu e se deixou influenciar por aquilo que foi escrito.
Um aparte.
Até ontem as 21h30, hora que começou a AGE existiam dúvidas e mais dúvidas, agora parece que está tudo bem, estamos todos felizes porque vendemos 47% do estádio mas reforçamos a posição da SAD.
Não está.
O clube FOI OBRIGADO a isto pois não cumpriu com as regras da UEFA.
Nós não inventámos nada, continuo a ter a ideia que isto terá no futuro implicações, quais eu não sei. Apenas sei que não é do dia para o outro que se resolve um problema que tem alguns anos.
Eu estou contente mas sei que este negócio não será tão linear como parece. Não sou economista e portanto posso estar a escrever barbaridades mas a pouca experiência que tenho obriga-me a dizer isto.
Não sei que preço iremos pagar, na altura só espero é que as mesmas vozes que ontem aplaudiram, que rejubilaram com esta engenharia não atirem logo a 1º pedra se as coisas não correram bem.
Eu continuo a ter a mesma opinião antes desta AGE, as últimas direcções do clube e politica desportiva não podem ser estas que estamos a seguir. Já afirmei que não podemos ser comparados com outros, pois esses têm tratamentos especiais, nós não somos como eles gostam de dizer o clube do povo.
Bruno Miguel Guedes -28061
A inclusão de aspas na palavra "atendeu" não foi inocente, é um excesso de linguagem. É óbvio que a Direcção faz o que entende e o que bem lhe apetece, mas é bom constatar que existiu uma coincidência entre as preocupações denunciadas aqui e noutros espaços (mas principalmente aqui, pelo que tenho visto, o que é de salientar) e a atitude tomada pela Direcção. Como não acredito que esta faça as coisas ao sabor do vento e dos acontecimentos e que as decisões já estavam tomadas, só me leva a crer que a "devolução do clube aos sócios" não é mera retórica.
Caro Bruno Guedes,
Com ou sem maioria do clube no capital da SAD, o seu presidente não é nunca automaticamente o mesmo da SAD.
O presidente da SAD era e continuará a ser, como em qualquer sociedade, eleito pelos accionistas.
Quanto à representação do capital do clube na SAD, ela é feita pelo presidente do clube, que, no nosso caso, é a mesma pessoa.
As coisas acabaram por ter um desfecho bastante positivo. As apreensões que aqui foram sendo suscitadas tinham toda a razão de ser, até porque - e muito surpreendentemente - os sócios não foram informados previamente da intenção de aquisição do capital da Somague na SAD, diga-se que ao arrepio dos estatutos do clube, que no seu artigo 116º rezam o seguinte:
"A aquisição, alienação ou oneração de participações sociais em sociedades desportivas depende da autorização prévia da Assembleia Geral."
Se alguém quizesse ser "picuinhas" ou meramente desmancha-prazeres, esta decisão podia perfeitamente ser juridicamente impugnada, pois não constava da Ordem de Trabalhos da assembleia, como estatutariamente deveria.
Finalmente, pelo que tenho lido, a assembleia decorreu em muito melhor ambiente do que é costume, para o qual não terá sido estranha a forma civilizada e aberta com que o Dr. Fernando Gomes esclareceu os sócios. Deixo aqui o meu aplauso e o desejo de que isso seja para continuar.
Boa tarde Sr. Alexandre.
É exatamente aí que eu quero chegar.
Eu como sócio do fcporto quando há eleições posso ir votar para presidente do clube. Quando há eleições para presidente da SAD só votam os accionistas da SAD. Os 40% anteriores do clube eram de sócios anónimos correto? Eu para votar num presidente da SAD necessito de comprar ações do FCPORTO.
A minha dúvida é quem detém os anteriores 40% de ações da SAD do clube?
Obrigado pela disponibilidade deste esclarecimento.
O clube é dos sócios, por definição, caro Bruno. Os 40% do capital que refere eram - e continuam a ser - propriedade do clube. Como tal, pode dizer-se que, indirectamente, cada sócio é proprietário de um quinhão da SAD, mas o poder de representação desse quinhão está na direcção do clube e na pessoa do seu presidente.
Quanto à eleição do presidente da SAD, penso que só um mínimo de acções - cuja percentagem do capital desconheço - dará direito de presença nas assembleias gerais da SAD e, consequentemente, direito a voto na eleição da respectiva administração.
Peço, mais uma vez, para nos comentários que enviam para o 'Reflexão Portista', não utilizarem expressões ofensivas para adeptos/sócios do Futebol Clube do Porto.
A caixa de comentários do 'Reflexão Portista', não é o local apropriado para adeptos/sócios do FC Porto atacarem outros adeptos/sócios do FC Porto.
Obrigado.
A única dúvida é se todo o capital terá direitos de voto, isso não foi completamente esclarecido.
"Fernando Gomes disse de forma muito clara que o cenário de passar o remanescente da Euroantas para a SAD não se colocará nos próximos 10 anos"
Sim, eu também ouvi isso, todos os Associados presentes ouviram essa afirmação do Dr. Fernando Gomes.
Veremos é se o Dr. Fernando Gomes, ou quem lhe suceder na Direcção do Futebol Clube do Porto, estará em condições de honrar este compromisso.
Eu tenho ideia (mas terei de confirmar) que os Estatutos da FC Porto SAD prevêem que o Presidente da SAD é indicado pelo Clube fundador.
Contudo, a partir do momento em que o Clube passa a deter cerca de 74%, não há qualquer dúvida que o presidente da FC Porto SAD será indicado pelo Clube.
"A aquisição, alienação ou oneração de participações sociais em sociedades desportivas depende da autorização prévia da Assembleia Geral."
Alexandre, essa autorização foi dada, de forma implícita, quando os Associados aprovaram o 1º ponto da Ordem de Trabalhos.
Sr. Alexandre.
Agora fiquei confuso.
O presidente do clube é eleti pelos sócios. Aí não há dúvidas.
Se o FCPORTO detêm agora 60% na SAD então o presidente do FCPORTO eleito pelos sócios, numa votação da SAD ou votar nele não precisa de mais votos pois tem mais de 50%.
Se o presidente da SAD é eleito como voçê disse e bem pelos accionistas, se o FCPORTO tem 60% e se o Presidente do FCPORTO está representado por essa percentagem então diretamente o presidente do FCPORTO cLube é o mesmo do da SAD.
É que sinceramente é esta a minha leitura, Peço desculpa se estou a ser chato ou se não estou a entender bem.
Se puder explicar de outra forma agradecia.
Peço desculpa pelos argumentos Sr. José Correia.
Sim, é verdade que não foi completamente esclarecido, mas ficou implícito nas diversas afirmações do Dr. Fernando Gomes.
As vantagens de ter um político profissional a liderar o depto financeiro do FC Porto. Fernando Gomes começa a perfilar-se como um sucessor natural de Pinto da Costa continuando Antero Henrique com o "pelouro" do futebol.
Em relação à OPA, irão os accionistas minoritários vender a sua participação ao FC Porto? Os Oliveiras tem 20%, quem detém o resto das acções?
O Clube cedeu 47% da EuroAntas à SAD em contrapartida da obtenção de uma maioria qualificada -na ordem dos 70%- nas participações da SAD. Assim o Clube fica com 53% da EuroAntas e 70 e picos % da SAD, a SAD cumpre os critérios do FairPlay da UEFA e os sócios ficam com a garantia de que a SAD terá que obter sempre a autorização do Clube para todas as suas acções.
Melhor, nem no Continente!
"Em relação à OPA, irão os accionistas minoritários vender a sua participação ao FC Porto?"
Presumo que será muito pouco provável que, quer António Oliveira, quer Joaquim Oliveira, queiram vender as suas participações no capital da FC Porto SAD, numa oferta de 0,65 euros por acção.
Aliás, o Dr. Fernando Gomes foi claro: o Clube lançou esta OPA, não porque queira ter mais do que 74% do capital e direitos de voto da SAD, mas porque a isso é obrigado a partir da altura em que ultrapassou os 50%.
"Melhor, nem no Continente!"
Não é bem assim.
Melhor seria que a FC Porto SAD não estivesse em dificuldades financeiras e, em consequência disso, tivesse tido de recorrer a esta "engenharia financeira".
Digamos que foi uma solução airosa para um problema complicado, decorrente da "menos boa" situação financeira da SAD e das regras do fair play financeiro impostas pela UEFA.
"...se o FCPORTO tem 60% e se o Presidente do FCPORTO está representado por essa percentagem então diretamente o presidente do FCPORTO cLube é o mesmo do da SAD"
Nada obriga o Clube (accionista maioritário da SAD) a indicar para presidente da SAD a mesma pessoa que for presidente do Clube.
Mas, na minha opinião, é bom que seja a mesma pessoa.
É verdade José. Mas o último associado, (Bruno?), perguntou quanto tempo durava a limitação das ações preferenciais e se as ações da Somague, por a compra ser posterior, sofreriam do mesmo mal, e tal não foi esclarecido.
Concordo em absoluto com a resposta do José Correia, é muita pretensão supor que toda esta engenharia foi elaborada para calar as vozes insatisfeitas. A operação estava assim estudada e foi apresentada de forma mais clara, porque a SOMAGUE abriu as portas à proposta do Clube para lhe vender a sua posição. Com esta operação o Clube pôde dispor de 51 milhões de Euros (47% da avaliação feita ao Estádio), pagou as suas dívidas à SAD -14 Milhões- e com a verba restante "comprou" a emissão de Capital da SAD.
Ficamos também a saber que o Estádio até aqui só dá despesas, que são cobertas integralmente pela SAD, daí a dívida existente e se tudo correr bem o Estádio ficará pago em 2018. Ficamos também a saber que a transação inicial do Estádio do Dragão foi onerada pelas Finanças do Porto enquanto em Lisboa as mesmas operações feitas pelos nossos rivais, ficaram isentas pelas Finanças de Lisboa.Esta questão está em Tribunal, por isso enquanto não for julgado, esse pagamento estará suspenso, mas entretanto obriga à existência de uma garantia Bancária.Soubemos também que a SOMAGUE concordou vender as suas participaçãos ao valor de mercado.
A Lei foi recentemente alterada e permite essa participação.Os 75% só serão obtidos -penso eu de que- com a aquisição das participações da SOMAGUE e do Capital agora emitido.
"Ficamos também a saber que o Estádio até aqui só dá despesas, que são cobertas integralmente pela SAD, daí a dívida existente e se tudo correr bem o Estádio ficará pago em 2018."
Caro meirelesportuense, atenção que isto não é verdade, nem foi isto que foi dito pelo Dr. Fernando Gomes.
Um dia destes irei publicar um artigo sobre o Project Finance do Estádio onde este assunto ficará mais claro.
Mas posso já adiantar o seguinte: existem vários protocolos entre o Clube e a SAD, em que, naturalmente, a SAD paga ao Clube por utilizar o Estádio do Dragão para treinos e/ou jogos de futebol; por utilizar o Estádio do Dragão para os escritórios das várias empresas do Grupo, etc.
As receitas do Clube relativamente ao Estádio só serão verdadeiramente efectivas -pelo que percebi- depois do Estádio estar completamente pago, até lá o que há para pagar absorve todas as receitas e mesmo assim não chegam, daí a dívida já falada do Clube à SAD.
Faz toda a diferença, por isso eu chamei a atenção para a redacção do ponto 1 da AG que falava em pretender adquirir "até" 50% da EuroAntas, eu inclusivé alei em 49,9%...
Terá que honrar esse compromisso, não há alternativa, ou isso ou o Abismo. E suponho que Fernando Gomes se perfila como "o sucessor"...
Não há júbilo nenhum, há é a consciência de que os fantasmas que se lavantaram não tinham razão de ser. O Futuro tem que passar obrigatóriamente por contenção nas Despesas ou obtenção de maiores Receitas -foi exactamente isso que foi dito pelo Dtr Fernando Gomes numa das suas intervenções- porque o racionalismo económico a isso obriga. O exercício deste ano não deve ser famoso devido ao forte investimento feito, mas não pode continuar assim, os representantes do Clube e da SAD têm perfeita consciência disso. Uma coisa é certa não, podemos exigir Sol na Eira e Chuva no Nabal.
A Assembleia demorou a inicar-se. Às 20,30 horas estavam na Sala meia dúzia de pessoas, eu incluido, deixaram que passasse a tal 1 hora indicada e assim começou exactamente às 21,30 horas da noite. E prosseguiu com toda a tranquilidade e urbanidade, em plena Democracia. Gostei. Foi feito inicialmente um voto de Pesar em memória do Dtr. Sardoeira Pinto, cumprido com um minuto de silêncio. Pinto da Costa comoveu-se. Assustei-me.
"...e os sócios ficam com a garantia de que a SAD terá que obter sempre a autorização do Clube para todas as suas acções."
Não é para "todas as suas acções". Isso seria um perfeito absurdo. Por exemplo: "vamos despedir o treinador? Então trata lá de convocar uma AG do clube..."
Por outro lado, o clube negociou com a Somague sem autorização prévia dos sócios em AG, conforme está previsto nos estatutos. O facto de se ter tratado de um bom negócio não invalida a ilicitude de tal procedimento.
E, da tarde para a noite, as acções do clube que iam ser preferenciais, sem direito de voto, passaram a ordinárias, com direito de voto. Enfim...
Já agora, as palavras de Fernando Gomes recomendando uma gestão mais prudente seriam acolhidas com brados de "infiltrado!", "lampião disfarçado!" e outros mimos que tais, se fosse um autor de blog a escrevê-las.
Bruno,
O José Correia já respondeu à sua questão. O presidente do clube até pode não querer ser presidente da SAD, ou o clube pode preferir indicar outra pessoa.
"O Futuro tem que passar obrigatóriamente por contenção nas Despesas ou obtenção de maiores Receitas -foi exactamente isso que foi dito pelo Dtr Fernando Gomes numa das suas intervenções- porque o racionalismo económico a isso obriga."
Isso andam várias pessoas a dizer há anos, perante a indiferença, e até o escárnio ("vai para lá tu, a ver se fazes melhor!") de muitos. Mas quando é alguém da SAD a dizê-lo já é lícito citar-se o "racionalismo económico".
E claro que, perante a informação disponível, "os fantasmas que se lavantaram [sic]" tinham toda a razão de ser. Se o clube, como era sua obrigação, tivesse informado os sócios da intenção de aquisição da participação da Somague, e procurado, nos termos estatutários, a aprovação dessa aquisição em assembleia geral, não teria havido, obviamente, tanto burburinho.
PS Nunca vi nenhuma assembleia - e já fui a muitas - começar às 20.30. Isso é um mero proforma porque, de facto, elas acabam sempre por começar às 21.30.
Sim, Zé, essa interpretação lata é legítima, mas, no rigor das coisas, ficou claro que o clube já negociara com a Somague antes de para tal estar mandatado pelos sócios.
Foi exactamente isso que o Dtr Fernando Gomes disse, senão explique-me porque haveria do Porto Clube, dever dinheiro à PortoSAD?...Como essas despesas e receitas se aplicam é que eu não sei. Soubemos ontem pela boca do Dtr FG que o saldo do PortoClube é negativo. Isto é, entre despesas e receitas o PortoClube fica devedor...Claro que isso agora vai agravar-se, mas é aí, que tem que entrar a acção das duas Direcções.
É pena só agora os nossos dirigentes terem chegado a essa conclusão, e mais pena ainda que alguns só tenham essa opinião quando ela sai da boca de um administrador.
"Foi exactamente isso que o Dtr Fernando Gomes disse..."
Se acha que foi exactamente isso, nem vale a pena eu dizer mais nada para clarificar este assunto.
Não é um mero proforma, o que acontece é que à hora marcada só tem valor legal e decisório se estiverem presentes a maioria dos associados e isso é extremamente difícil de poder conseguir. Não estou a ver como se conseguirão alguma vez reunir 50 mil sócios de um qualquer Clube, num qualquer anfiteatro...Daí que se deixe passar a partir da hora marcada, um período devidamente estabelecido, findo o qual a Assembleia se inícia com o número que sócios que estiverem presentes e assim ela tenha carácter legal e decisório. Foi o que aconteceu e gostei muito da pontualidade, 21,30 horas exactas.
"os fantasmas que se levantaram tinham toda a razão de ser"...Não creio, só acontecem porque existe um enorme preconceito em relação à seriedade destas pessoas, e isso não é justo, porque estes homens na sua grande maioria já demonstraram ser homens sérios e Portistas de corpo e alma e já sofreram inclusivé muito por isso...Sem falar em Pinto da Costa, por exemplo, Fernando Gomes teve que se demitir do cargo de Ministro da Administração Interna de um Governo já distante, pelo simples facto de ser do Porto e ter apoiado o FCdoPorto durante a sua presidência na Câmara...Fizeram-lhe a vida completamente insuportável.
Por aquilo que consegui perceber a OPA desbloqueia automáticamente os constrangimentos que algumas das participações do Clube na SAD poderiam ter, a partir dela os votos dessas participações não têm nenhuma limitação.
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