terça-feira, 11 de julho de 2017

Mesma trampa, cheiro diferente

Entre outros, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, demitiu-se recentemente quando ficou claro que iria ser constituído arguido num caso de "crime de recebimento indevido de vantagem" - pessoalmente, nem sequer sabia que tal coisa era crime. Ora, no caso específico de Rocha Andrade, este é acusado do crime por ter viajado e assistido, com todas as despesas pagas, a dois jogos da seleção nacional de futebol, durante o último campeonato da Europa, a convite da Galp... empresa que mantém um diferendo com o Estado, por causa de uma dívida que a primeira se recusa a pagar ao segundo. E esse diferendo estava no domínio de competências do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Sendo certo que o seu comportamento é criticável, ninguém de bom senso acredita que Rocha Andrade se "vendesse" por uma viagem com despesas pagas (mas nunca se sabe). Mas o facto é que o Ministério Público considera, sem haver o famoso "nexo de causalidade" (porque nada está decidido em relação à tal dívida), que há indícios de crime.

Rocha Andrade, pouco talento na escolha de companhias
Pois bem, há uns certos elementos do Conselho de Disciplina da FPF, que receberam bilhetes para jogos de um certo clube... - estão a ver as semelhanças? A oferta dos bilhetes foi já confirmada por altos dirigentes desse clube, pelo que nem estamos a falar de meras suspeitas. Eu não sou de futurologias, nem adivinhações, mas diria que o Rocha Andrade e os outros secretários de Estado, estariam em muito melhor posição se tivessem antes ido ver uma "missa" à "Catedral". Na dúvida, deveriam ter conferenciado com o Centeno - nesse erro não cai ele - porque está bom de ver que para situações semelhantes, o Ministério Público terá seguramente decisões diferentes.

3 comentários:

JOSE LIMA disse...

O tal "certo clube" é como o Vaticano. Um Estado dentro de outro Estado. E ninguém lhe pode tocar... Primeiro Ministro incluído!
Saudações Portistas

Orlando Sousa disse...

Repito o comentário que fiz e não foi publicado-a Federação Portuguesa de Futebol tem um director desportivo que foi julgado e condenado.
E agora?

Antonio disse...

Eu não sou jurista, mas, tanto quanto sei, o Ministério Público não decide, promove.