segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Mortes nos relvados

A propósito do falecimento do jovem futebolista do Tourizense Alex Marques (o qual jogou nas camadas jovens do FC Porto até 2010), o jornalista António Magalhães, do Record, recordou no seu blogue um dos dias mais tristes da história do FC Porto: «Foi a 16 de dezembro de 1973, em pleno estádio das Antas, ao minuto 13 do FC Porto-Vitória de Setúbal. Pavão tinha 26 anos».

Record, 18-11-2013

Apesar desta trágica lista ser cada vez mais extensa, ainda me custa a perceber como é que situações destas ocorrem, de um momento para o outro, com atletas profissionais ou semiprofissionais que, ao longo da respetiva atividade desportiva, são sujeitos a N exames médico-desportivos.

12 comentários:

Pedro Albuquerque disse...

A que mais chocou toda a gente foi a do Fehér. Foi em directo e visto por milhões de espectadores na TV.

Joaquim Lima disse...

A maioria dos exames que se fazem no desporto (no futebol em particular) não são 100% sensíveis, ou seja, quando negativos não significa com 100% de certeza que a pessoa não tenha algum problema não detectado pela máquina.

Francisco Andrade disse...

O nº de pessoas que morre a fazer desporto é um valor ínfimo face ao nº de praticantes. Há pessoas que morrem a dormir, caramba.

De vez em quando morrer um, é normal, em estatística chama-se desvio padrão. É triste, principalmente para a família e amigos, mas não me parece motivo para fazer um grande alarido.

Joaquim Lima disse...

E se nas equipas profissionais se fazem ECG, ecocardiograma, prova de esforço e os jogadores são avaliados regularmente por médicos especialistas em Medicina Desportiva, na esmagadora maioria das modalidades os atletas apenas fazem um ECG e um médico de qualquer especialidade (normalmente Medicina Geral e Familiar) assina um documento assim como o atleta está apto a praticar desporto. Um ECG e um documento assinado são os requisitos para praticar desporto na maioria das modalidades em Portugal.

Ricardo Melo disse...

Acredito que uma grande parte destes casos esteja relacionado com o uso de medicamentos (não para doping), como o caso dos chamados AINEs (anti-inflamatórios não-esteróides), ou seja, os vulgaríssimos Brufen, Diclofenac, Voltaren e afins.
Está escarrapachado nas bulas desses medicamentos que aquilo pode aumentar o risco de problema cardíaco.
Mas quem for das medicinas que se pronuncie...

Joaquim Lima disse...

De facto os AINES podem provocar inúmeras alterações em vários sistemas do nosso corpo, para além do alívio da dor inflamatória e em situações ligeiras deve ser preferido o paracetamol (Ben-U-Ron), que praticamente não tem efeitos adversos. É bom lembrar que embora esses efeitos adversos que vêm descritos nas bulas possam acontecer, são situações raras. A esmagadora maioria destes acidentes ocorre devido a problemas cardíacos diversos.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Caro Francisco,

http://www.futebolmagazine.com/morte-subita-o-drama-dos-relvados

É tudo menos estatistica. Consulte então o número de mortes noutros desportos e divida pelo número de praticantes e veja se a média é similar. Desde sempre que o futebol foi um dos desportos mais mortais, se excluimos o mundo da automoção. E foi-o também porque até metade do século a violência em campo e a ausência de condições de segurança primavam e porque a partir da segunda metade o doping entrou em força!

Paulo Marques disse...

O paracetamol destrói o fígado e pouco faz para aliviar as dores.

Joaquim Lima disse...

Destrói em doses elevadas (normalmente fatal se dose única de 25g).

Francisco Andrade disse...

Caro Miguel,

Quando se diz que é tudo menos estatística é preciso saber do que se está a falar. Menos de uma morte por ano a nível mundial é menos que nada em termos médicos, estamos a falar de uma incidência de 0,0000037 por 1.000 habitantes. Uma doença rara, ou orfã, tem uma prevalência mínima de 0,5 por 1.000 habitantes, isto só para colocar em perspectiva.

Ao jornalista interessa-lhe fazer o choradinho, mas são valores irrisórios. Lendo, a ideia com que se fica é que quem escreveu não sabe a diferença entre uma taxa e um valor absoluto. É normal haver maior número de mortes no futebol porque é de longe o desporto mais praticado no mundo, mas isso não é uma taxa de incidência, é a incidência.

Existem questões de saúde bem maiores e mais urgentes, nomeadamente nos níveis absurdos de subdiagnóstico de diabetes, HTA e DPOC (só para dar alguns exemplos), que matam milhares de pessoas anualmente e custam milhares de milhões ao SNS.

Paulo Marques disse...

Quando digo destruir, não é de um momento para o outro.
É por isso que a recomendação é para que se tome um máximo de 3 dias.

Unknown disse...

é a prova de que não somos máquinas