sexta-feira, 2 de outubro de 2009
A história mal contada de uma “testemunha normal”
«Maria José Morgado garantiu, ontem, quarta-feira, que Carolina Salgado foi tratada como uma "testemunha normal" no Apito Dourado e revelou-se ofendida com a acusação de que a equipa especial de investigação por si liderada manipulou depoimentos.
Em causa estão declarações prestadas pela irmã gémea de Carolina ao Ministério Público do Porto, em Junho de 2007, aludindo a alegadas "cumplicidades" entre elementos da equipa especial de investigação do Apito Dourado e a ex-companheira de Pinto da Costa. Ana Salgado alegara que Maria José Morgado, na altura coordenadora da referida equipa, telefonava a Carolina para informá-la sempre que era deduzida uma acusação e para "dar-lhe força para continuar". E que o inspector da PJ Sérgio Bagulho, integrante da mesma unidade, teria "treinado" aquela testemunha.
Ontem, no início do julgamento de Ana Salgado - que responde por dois crimes de difamação agravada - a procuradora-geral adjunta rejeitou todas as insinuações, sublinhando que foi posta em causa a sua "honra profissional", bem como a de toda a equipa que liderou. "Nunca telefonei a Carolina Salgado", frisou a magistrada, revelando que o único contacto entre as duas, além do que tinha havido na sede da equipa especial, na primeira inquirição, foi estabelecido por iniciativa da ex-companheira de Pinto da Costa e nada teve a ver com os processos.
"Telefonou-me por razões humanitárias. Disse estar desesperada, com medo de ficar de repente na rua, sem casa, nem bens. Na altura, falei-lhe à pressa, porque estava a caminho da piscina. Disse-lhe para ter calma, que se houvesse algum processo cível ela poderia contestar. Só falei com ela por consideração ao Sérgio Bagulho (a quem Carolina tinha levantado a questão)", afirmou Morgado. Em causa estariam partilhas após a separação de Carolina e do presidente do F.C. Porto.
Quanto à acusação de manipulação de depoimentos, a magistrada afirmou que "não tem cabimento", lembrando que as declarações daquela testemunha, na reabertura dos processos, coincidiram com as que já tinha prestado em ocasiões anteriores.
Questionada sobre o facto de Carolina ter sido inquirida muitas vezes na própria residência, Morgado explicou que tal se deveu à necessidade de "evitar o circo mediático e fugas de informação", lembrando, também, que Carolina recebia protecção policial, por ter sido vítima de ameaças e alegadas perseguições.»
in JN, 01/10/2009
Mesmo fazendo um esforço para acreditar na versão de Maria José Morgado (MJM), as suas declarações suscitam-me um conjunto de interrogações.
É habitual uma "testemunha normal" ter acesso ao número de telemóvel da procuradora-geral adjunta?
É habitual os inspectores da PJ meterem “cunhas” para que a procuradora-geral adjunta atenda telefonemas de "testemunhas normais", ou este caso foi uma excepção aberta por MJM por o inspector da PJ ser o senhor Sérgio Bagulho e a testemunha ser a dona Carolina?
É habitual que inspectores da PJ e a procuradora-geral adjunta se preocupem com problemas pessoais das "testemunhas normais" que, segundo a própria MJM, nada tinham a ver com os processos?
É habitual o Ministério Público inquirir as "testemunhas normais", ou arguidos, na sua própria residência, para "evitar o circo mediático”? Foi isso que aconteceu, por exemplo, com Valentim Loureiro, Carlos Cruz, Paulo Pedroso ou Oliveira e Costa?
Evidentemente, está por nascer o jornalista português com coragem para fazer estas perguntas à toda poderosa procuradora-geral adjunta e suspeito que mesmo que fossem feitas ficariam sem resposta.
Foto: JN
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19 comentários:
A história do processo Apito Dourado ainda está por contar.
Durante muito tempo pensei que a MJM seria a pessoa certa para lidar com a criminalidade dos poderosos.
Depois de ver a sua actuação no Apito Dourado e seu comportamento parcial inadmissivel numa pessoa com a sua responsabilidade, custa-me a acreditar nesta justiça.
É mau de mais para ser verdade.
Perante factos idênticos, como as escutas do LFV, teve sempre decisões contrárias, e depois com distinta lata vinha falar que nem gostava de futebol , nem nunca falou com este e aquele. O que interessava é que fosse isenta e isso ela não foi.
E o comportamento dela com a Carolina nem há palavras.
Meu caro José Correia, muito pertinentes as suas interrogações, mas como você diz a terminar: «Evidentemente, está por nascer o jornalista português com coragem para fazer estas perguntas à toda poderosa procuradora-geral adjunta e suspeito que mesmo que fossem feitas ficariam sem resposta.»
Esse é que é o problema. Não há ninguém que coloque estas questões e neste caso, como em muitos outros, os únicos que levantam as dúvidas somos nós na blogosfera.
Parabéns pelo post e um abraço
Não tenho nem mais 1 vírgula a acrescentar às suas (inquietantes) questões.
Quanto à acusação de manipulação de depoimentos, a magistrada afirmou que "não tem cabimento", lembrando que as declarações daquela testemunha, na reabertura dos processos, coincidiram com as que já tinha prestado em ocasiões anteriores.
Mas alguma vez as declarações da Carolina foram consistentes?
Que raio de país este em que as "cabalas" são contra gajos que tiram um curso com um professor e ao fim-de-semana. Viva o poder.
Para mim a melhor é esta:
"Carolina recebia protecção policial, por ter sido vítima de ameaças e alegadas perseguições"
Quantas pessoas mais estariam/estão nesta mesma (alegada) posição e andam por aí sozinhas pelas ruas? Dezenas e dezenas.
"...estava a caminho da piscina".
Esta frase diz tudo sobre esta senhora. Para além de ser algo que não interessa a ninguém (até podia ir a caminho do quarto-de-banho, que era igual para a história), demonstra bem que ela mete (a) água por todos os lados.
Agora se percebe melhor a inacreditavel certeza dada pela agremiação corrupta à Euroarea na aprovação da urbanização, que suportou então uma negociação de milhões.
Não háverá matéria suficiente para investigação?
http://oantilampiao.blogspot.com/2009/10/sera-consumacao-de-um-acto-de-trafico.html
Citando o Correio da Manhã:
Os compromissos da EPUL com o Benfica e o Sporting, resultantes do acordo da Câmara de Lisboa com aqueles clubes durante a presidência de Santana Lopes, “colocaram aquela empresa sob grande pressão de necessidades financeiras”, revela um documento assinado pelo então vereador Fontão de Carvalho. Com esses compromissos, a EPUL, que já tinha uma dívida bancária de 60 milhões de euros em 2003, ficou a necessitar de liquidez para encargos “com o Benfica e Sporting nos valores aproximados de 50 milhões de euros e 10 milhões de euros, respectivamente, e de satisfação a curto prazo”, diz carta de Sequeira Braga, ex-líder da EPUL, à vereadora Maria Teresa Maury.
Para alem de todos os pormenores sordidos deste processo eu pergunto me:
-Q Pais e este q permite q 1 individuo diga q mandou espancar/matar 1 cidadao, por amor a outrem, sem imediatas e gravosas consequencias?
O Vereador Bexiga ficou de rastos,a Sadona Carolina assumiu q o mandou espancar e nao lhe acontece absolutamente nada!!??!!
Ja se sabe q ela nao mandou matar ninguem,pq o problema do vereador Bexiga (vereador da oposiçao) prendia se com a objecçao deste ao lobbie da construçao civil em gondomar,nomeadamente na construçao mega estadio futebol para o Gondomar.
Qto a Sra Procuradora basta ouvir as declaraçoes do seu marido.Este n se limita a falar de fiscalidade,tb gosta de alardear esterco.
Mau demais
O facto de considerar a "testemunha normal" como não idónea para se incriminar no caso Bexiga e depois a considerar idónea para o resto, tira a credibilidade a qualquer pessoa.
(é tudo gente saudosa do "velho regime")
Porque será que este depoimento da Dra. Morgado, dita justiceira, não está a merecer relevo da CS?
Afinal este assunto do "apito dourado" merece toda a atenção dos tais 6 milhões de invejosos, logo tem audiências garantidas nas TVs e tiragens aumentadas na imprensa!
Espero que os nosso dirigentes actuem com a maior dureza logo que este caso esteja encerrado na justiça.
Mas temo que vão acabar por aceitar acordos, como já o fizeram no passado em relação a outras questões.
"Na altura, falei-lhe à pressa, porque estava a caminho da piscina."
Esta frase chega a ser mesmo comovente. A alta autoridade MJM acedeu a falar com CS apesar de ir para a piscina. Tanto sacrifício, tanto humanismo. E tudo a bem da Nação.
A Justiça poderia existir sem MJM ? Podia, mas não era a mesma coisa.
Mário Faria disse: "Tanto sacrifício, tanto humanismo. E tudo a bem da Nação."
Não: tudo a bem da Natação. Só foi pena não se ter afogado.
Metem nojo...
A mim o que me mete um nojo do crlho é os portistas com responsabilidades,pois são os que teem alguma voz na comunicação social,nomeadamente televisões,procuparem-se mais com as opcções do Jesualdo do que com estas questões quanto a mim muito mais importantes!
Por outro lado também não estou lá muito satisfeito com o silêncio por parte dos nossos dirigentes!
Parece que o amigo Hulk tem razão quanto á aceitação de acordos!
Há que reconhecer que aquela FDUL dos idos de setenta foi das mais brilhantes escolas do país. Eles andam aí, por quase todos os lados. A cartilha por onde aprenderam, só pode ter sido excelente. Produziu tantos, mas mesmo tantos, que a escola tem que ter sido de altíssima qualidade.O livrinho do "Mao" fez maravilhas.
"Telefonou-me por razões humanitárias".
Brilhante.
Agora recomendo o ISCTE.
Isto é a pura realidade transcrita num livro com alguns anos passados..." O Triunfo dos Porcos".
Eles estão por todo o lado.
Como alguêm aqui mencionou, não passam de uma elite política perversa e caduca, mas que hoje empoleirados nos cadeirões do estado, corroem esse mesmo estado, destruindo as suas fundações de dignidade e respeito pela lei.
Estes são como os virús, por onde entram rápidamente se espalham e propagam, ocupando e distruíndo tudo em que tocam.
Infelizemente estes não passam pelo crivo das eleições nem vão a votos.
Podem mudar os ministros, podem mudar as cores políticas que quem governa e dirige o estado, é a corja saída dos livrinhos do Mao.
Estes são os verdadeiros vencedores do 25 de abril. Nada fizeram contra a outra senhora, instalaram-se e querem à viva força promover a onda vermelha de norte a sul do país.
Espero que a água da piscina tenha um forte desinfectante.
""Agora recomendo o ISCTE.""
Perdão.
Agora recomendo "a câmara corporativa". Assim mesmo.The shit rules.
tenho andado "out" não acompanhei esta "porca míséria fascista" da humanista mulher do fiscalista do Vieira
NOJEIRA!
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