quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Platini, esse Rui Rio do Futebol Europeu

Eleito em 2006, Michel Platini está no segundo mandato como presidente da UEFA, mas tal como Rui Rio, parece que ainda vai no primeiro tão pouco é o trabalho que tem para apresentar. Prometeu uma revolução na vertente financeira do Futebol Europeu, através de tectos salariais e de despesas e ameaças de exclusão das provas da UEFA para os clubes demasiadamente endividados. Até um feudo arranjou com o Pinto da Costa e o FCP. Resultados visíveis: zero. Lá conseguiu impor os árbitros de baliza, mas como as corridas na Boavista, são de interesse duvidoso.



E porquê Platini, "nesta altura do campeonato"? Simplesmente, porque é ele o primeiro e único responsável - já lá está há 12... 6 anos, e já não vale atirar a culpa para o antecessor - pela inquietação em que vivem muitos adeptos todos os anos por esta altura. Há campeonatos com duas jornadas já jogadas, e mesmo assim há clubes com plantéis por fechar - como é o caso do do FCP. Quanto mais se pensa nisso, mais absurdo parece. Como é uma coisa destas possível numa estrutura com a responsabilidade da UEFA? É inegável que esta situação tem impacto nas competições - os jogadores (daqueles que jogam) estão com os pés em campo, mas com a cabeça noutro país - na gestão dos clubes e nos direitos dos próprios adeptos.

Ao invés de andar com "rodriguinhos" como são as tais regras de "fair-play financeiro" que anda a prometer implementar - como o outro com o fim do estacionamento em segunda fila - desde que foi eleito, por que não acaba com esta palhaçada do mercado de tranferências que nunca mais fecha? Isso sim, seria uma verdadeira medida de fair-play, e com um imenso poder equilibrador entre clubes pequenos/pobres e grandes/ricos. O actual estado só beneficia os clubes endinheirados porque podem escolher quando gastar o dinheiro. E num negócio feito sob pressão, normalmente é quem vende - e é porque o jogador faz birra para sair, ou porque precisa mesmo de vender; os exemplos são vários - que sai a perder. Pior ainda, aumenta até o fosso competitivo entre os clubes de topo e os restantes: a menos de uma semana para o fecho do mercado, mesmo tendo jogadores referenciados, quem e a que preço é que o Porto vai contratar para substituir, por exemplo, o Hulk? O que aconteceu o ano passado, também nesta altura, com o Falcao, deixa qualquer um com o credo na boca.

Platini, és um FDM.

5 comentários:

Silva Pereira disse...

Boa tarde,

Realmente uma boa comparação, ambos se evidenciaram por estarem contra o FCP.
Quanto à obra o Rio ´e um rio seco de ideias e concretizações não vai deixar saudades.
O Platini tem a escola dos mafiosos e a alguém deve interessar este estado de coisas,

JOSE LIMA disse...

Nem mais, meu caro Filipe
O que eu pergunto é como se deixa acabar, por exemplo, o Leiria (com dívidas de uns poucos milhares de euros), e se permite que uma “instituição” falida com 400 milhões de euros de Passivo (só na SAD) e mais de 500 na totalidade do grupo, continue a apregoar “postas de pescada” para os pacóvios que (ainda) “acarditam” naquilo. A resolução dos seus frequentes problemas financeiros tem sido resolvida enquanto existir um BES que empreste dinheiro. Onde estão os ilustres economistas/benfiquistas Bagão Félix, Jaime Antunes ou Camilo Lourenço?
Do ponto de vista estritamente jurídico, o Artigo 317.º do Código da Propriedade Industrial, no seu número 1, diz que “constitui concorrência desleal todo o acto de concorrência contrário às normas e usos honestos de qualquer ramo de actividade económica”. Extrapolando esta norma para o Futebol podemos então deduzir o conceito de que esta concorrência é caracterizada pela disputa ou competição entre os fornecedores de bens ou serviços, visando atrair para si as preferências dos consumidores ou compradores do mercado.
Assistimos assim à mais completa bandalheira nas Contas daqueles cujos objectivos constituem Desígnios Nacionais embora, época após época, batam recordes de Passivos acumulados. A dúvida que fica no ar é saber se podem continuar a cometer este crime de concorrência desleal sem serem importunados. E não nos venham agora dizer que “apenas estão falidos tecnicamente”. Já todos conhecemos os truques e habilidades para fugir à falência efectiva: os aumentos de capital, os empréstimos obrigacionistas, enfim a fuga para a frente.
Além disso, acresce, que estão a cometer um crime permanente, pois a sua execução e consumação já se prolongam no tempo. Como é conhecido, nos crimes permanentes verifica-se uma unificação jurídica de todas as condutas como se elas se tivessem verificado no momento da última. Ora, estando já falidos tecnicamente há vários anos, pergunta-se por quanto tempo mais haverá, da parte das entidades responsáveis, LIGA, FPF e, obviamente da Tutela, condescendência para deixar continuar em cena, esta comédia do clube da treta.
Abraço

Anónimo disse...

RRio é um presidente "cinzentão" que só nos ultimos tempos virou a favor da regionalização....Demorou!!!!!!

E ainda hoje tem muitas simpatias sobretudo nos "sulistas e elitistas" porque esteve contra o FCP.

E este país cada vez precisa mais de uma regionalização ou pelo menos descentralização efectiva.

É que só dá "grande lisboa" o resto é "paisagem" ...

Alexandre Burmester disse...

Se o prazo para transferências passasse, por exemplo, para 31 de Julho, isso não impediria que os clubes mais endinheirados esperassem pelos últimos dias para fazerem negócios, embora tivesse a vantagem de os campeonatos se iniciarem com os plantéis definidos.

Por outro lado, quer-me parecer que isto é matéria que diz respeito à FIFA e não à UEFA.

Vímara Peres disse...

FDM quer dizer o quê?...