sábado, 12 de dezembro de 2009

Os yes-men


É óbvio que esta não é uma situação boa para a Área Metropolitana do Porto, mas isto só demonstra a incapacidade de Rui Rio e Luís Filipe Menezes de negociarem com a Red Bull. O doutor Rui Rio tem deixado sair tudo do Porto, à excepção da corrida de calhambeques.
Renato Sampaio, presidente da federação distrital do PS-Porto
in ‘Grande Porto’, 11/12/2009


Quer seja nos partidos políticos, quer seja nos clubes de futebol não faltam yes-men. Contudo, mesmo entre os yes-men, há os que fazem questão de se destacarem pelo seu lambe botismo e por serem mais papistas que o papa. É o caso deste Renato Sampaio, transmontano nascido em Alijó, e que a partir da distrital do PS-Porto tem trilhado uma carreira política fulgurante.

Ao contrário do também socialista Guilherme Pinto, presidente da câmara de Matosinhos, que lamentou o provável desvio da Red Bull Air Race para Lisboa e, inclusivamente, disponibilizou-se para articular esforços com as câmaras de Porto e Gaia, Renato Sampaio sentiu necessidade de vir a público atacar o poder político local para, dessa maneira, encontrar argumentos que suportem a lógica centralista subjacente a este “roubo”.

Mas apesar da areia, misturada com calhambeques, que nos quer atirar para os olhos, todos sabemos que esta questão tem pouco a ver com os partidos que têm alternado no governo. Quer o PS, quer o PSD, quando chegam ao poder alinham pela mesma cartilha: metem a regionalização na gaveta e aprofundam o centralismo. Aliás, sabendo isso mesmo, Rui Rio nunca partidarizou. Pediu “bom senso ao poder central” e teve o cuidado de dizer “não estou a falar deste Governo, isto é transversal aos partidos”.

Ora, se em vez de querer mostrar serviço ao “chefe”, Renato Sampaio tivesse mobilizado os deputados do PS eleitos pelo distrito do Porto para uma luta activa em prol da manutenção da prova no rio Douro, tinha prestado um melhor serviço à região por onde foi eleito deputado. Mas, conforme afirmou Pedro Baptista (lembram-se das crónicas acutilantes que ele escrevia em O JOGO?) na conferência de imprensa de apresentação da sua candidatura à Federação Distrital do Porto, “o PS-Porto está completamente passivo. O líder distrital não tem passado de uma caixa de ressonância do poder central”.

De facto, se estes “provincianos” que se passeiam pelos corredores do poder não se esquecessem das suas origens e de quem os elegeu, talvez a realidade do Porto, do Norte e do País fosse diferente, mas é esta a triste realidade.

10 comentários:

Miguel Magalhães disse...

O último parágrafo resume o porquê do não desenvolvimento do país de uma forma integrada.

Intrusus disse...

Pegando também no último parágrafo do texto, recordo aquele que é o único exemplo que me recordo de um deputado que teve uma posição de defesa dos interesses dos eleitores...

O famoso caso do queijo Limiano que tanta indignação levantou na classe política...

Na minha ideia, esse Homem fez aquilo para que foi eleito: Defendeu os interesses de quem votou nele, em detrimento dos interesses da cor política...

Fosse metade da AR constituída por gente com esta mentalidade e talvez nesta altura o país fosse diferente...

HULK 11M disse...

Completamente de acordo com o texto: é exactamente por culpa destes lambe-botas, parolos/provincianos que o centralismo cada vez tem mais força.
Mas.... quem seria este Sampaio se não fosse o seu lambebotismo??? Será que alguem lhe daria emprego???
Mas de sampaios e rios está o norte cheio!

Pedro disse...

"O doutor Rui Rio tem deixado sair tudo do Porto, à excepção da corrida de calhambeques"

Não vejo onde esta frase contem alguma mentira. Estamos a falar de um Presidente que se está e sempre esteve nas tintas para a cidade. O seu objectivo único é chegar a primeiro-ministro e isso é incompativel com um personagem que defenda a cidade do Porto.

Somos a única cidade europeia que não recebe o respectivo campeão nacional de futebol.

Quanto às criticas de Renato Sampaio no seu geral são naturalmente politicas e não racionais. Que tem o PS Porto feito pela cidade? Nada. Somos uma concelhia esquecida e menosprezada.

Seja PS ou PSD ou CDU ou qualquer outro a cidade do Porto não tem neste momento uma voz, um personagem que lute pela cidade e pela região sem agendas politicas.


PS: Vai logo aqui surgir o fã número 1 do Rui Rio a dizer que os portistas têm um preconceito contra ele... Eu não tenho preconceito algum, é um idiota puro. Estou-me nas tintas para o partido dele, até se podia chamar partido xyz. É um idiota à mesma.

pc disse...

Caro Pedro tb me parece que o Sr Rio não pode ser apelidado por menos! mas o mesmo se aplica ao Sr. Sampaio (apesar do que disse estar correctissimo!)

Na minha opinião o Sr Rio é simultaneamente o pior dos centralistas e o pior dos "provincianos". Ao aniquilar os descentralizadores da sua cidade(regionalistas, bairristas e localistas ) tornou-se uma vedeta para os centralistas(AntiPortuenses) mas....Roma Não Paga Aos Traidores...

O que está acontecer com a Carolina não é muito diferente...e já se começam a ouvir vozes contra a "Escritora" vindas da capital!...

Depois de anos de antiportismo compulsivo,(saído da Capital e da imprensa) ideal em que se especializaram várias "personalidades"- ou seja vários cartaxanas e farinhas (hoje amarais, manhas etc) de tanto insistirem!...era natural que surgissem na própria cidade os lendários "traidores" ( No caso aqueles que alinham pela corrente de opinião mais confortável-antiportismo- e em consonância com a dos adversários-lampionismo-)...

Na História essas personagens tiveram sempre o fim que desejaram!

Unknown disse...

Querido Pai Natal PINTO DA COSTA

Sei que sou um menino mimado e privilegiado.

Nunca me faltaste com nada ao longo de tantos e felizes anos. Sei também, que as minhas e as da minha família, são também as tuas alegrias. Reconheço todo o teu esforço, empenho e dedicação na hora de nos compensares pelo nosso bom comportamento (estações de serviço são outro assunto – uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa).

No último ano, procurei portar-me bem como aliás faço sempre, na expectativa de continuar a merecer a tua recompensa. Sim, sei que nem eu nem ninguém da minha família tem mais espaço em quartos, paredes, armários ou prateleiras para guardar tantas lembranças. Lembranças tão grandes que nem os outros – os que não se portam tão bem – são capazes de esquecer por um momento que seja. Lembro-me de viagens por toda a Europa e até pelo Japão… enfim, o convívio com as outras 7 grandes famílias Europeias, com quem temos passado o Natal nos últimos 4 anos!

Mesmo assim e porque nos habituaste a esta felicidade constante, dou por mim a escrever-te em mais este Natal.

Sei que a tua vida nem sempre é fácil. Há para aí 6 milhões de pessoas, que não tiram os olhos de ti. Mesmo sabendo do teu carácter e da tua fidelidade, esperam milagres que, quando não chegam, tentam alcançar através de valores tão mesquinhos como o ciúme, a inveja e o olho grande.

Eu sei que sou mimado, mas não sou chorão e entendo que é difícil receber mais do que o que já tenho!

Sendo assim, só me lembro de uma coisa pequenina; algo que já tive muitas vezes e que gozei até à exaustão, mas como sabes, há vícios que não são prejudiciais e sabem tão bem!

Tenho ouvido falar numa lenda, mito ou estória intitulada «Exterminador Implacável». Os crentes juram pelo filho de Deus que existe, os cépticos asseguram que já viram «este filme» e que a cena final é sempre dramática (como uma novela argentina) para os que acreditam.

Como nunca fui crente, peço-te que no próximo dia 20 me dês só mais um sinal da tua real existência!!!

Muito obrigada pela atenção dispensada nesta carta e pelas 3 Flores que depositamos na campa do saudoso Simulão em Madrid!

Muitos beijinhos e votos de um Feliz Natal.

Anónimo disse...

Já que o inevitável Pedro aqui aparece a chamar por mim, cito esta frase dele:

"Estamos a falar de um Presidente que se está e sempre esteve nas tintas para a cidade. O seu objectivo único é chegar a primeiro-ministro e isso é incompativel com um personagem que defenda a cidade do Porto."

Esta treta de o Rio querer chegar a PM ou líder do PSD já a ouço há 8 anos e até hoje ele nunca se candidatou à chefia do partido. Há bons argumentos contra ele, mas porquê insistir nesta tecla ridícula? Claro que, se ao fim de não sei quantos anos ele decidir mesmo candidatar-se, lá virão os inteligentes clamando: "Eu não disse?". Faz lembrar o bruxo que andou 10 anos a prever a morte do Brezhnev e quando este finalmente bateu a bota, logo disse: "Eu já previra isto!" : -))

Volto a frisar, para uso do Pedro, que nunca votei no Rui Rio. Só me farta a obsessão de alguns portistas com ele (e digo alguns porque, repito, muitos votam nele de certeza - eu não!).

Delindro disse...

A frase de Renato Sampaio não está desajustada do que a realidade nos transmite. Mas mais importante seria, ele e os outros eleitos pelo Porto de todas cores políticas se unissem para defenderem a região que os elegeu.

Anónimo disse...

Segundo a Constituição da República Portuguesa os deputados, apesar de eleitos por círculos distritais, não representam o círculo que os elegeu mas sim o todo da Nação. É evidente que este articulado tem de ser alterado, e se calhar até o próprio sistema eleitoral, mas este não é o melhor local para discutirmos isto.

victor sousa disse...

o senhor Renato Sampaio é um exótico, que não merece que se perca tempo com ele. Mas convém sempre ter em atenção que ocupa o lugar porque o elegeram, e sendo assim, este PS do Porto deve servir a muita gente da espécie dele