sábado, 7 de maio de 2011

Os amigos portugueses de Juan Ignacio Gallardo

«Entiendo que hoy es un día triste para Portugal. Y no es fácil ofrecer consuelo cuando a uno le desborda la felicidad, como es mi caso. (…) Fue Villa, el Pichichi Villa, el que por fin logró batir al monumental Eduardo. (…) Cuando el árbitro pitó el final, parte de la península ibérica se convirtió en una fiesta y en la otra parte se apagó la luz. Así es el fútbol.»

Este extracto faz parte de um artigo assinado por Juan Ignacio Gallardo, publicado, não na Marca, mas no Record, a seguir ao Portugal x Espanha do Mundial da África do Sul, disputado em 29 de Junho de 2010.

Neste artigo, o subdirector da Marca não dedicou uma única palavra à actuação do árbitro, o argentino Héctor Baldassi, nem se preocupou com quem ele foi jantar nesse dia, apesar do golo espanhol, que eliminou Portugal, ter sido marcado em claro fora-de-jogo. Aliás, a arbitragem de Baldassi foi tão boa, que o seu compatriota, o seleccionador argentino Diego Maradona, afirmou: “Baldassi não deixou Portugal chegar à área da Espanha, porque cada bola dividida era para Espanha. Sou amigo de Baldassi, mas pareceu-me uma arbitragem horrível”.

Mas os contactos de Juan Ignacio Gallardo com Portugal não se ficaram por este artigo nas páginas do Record. Uns meses depois, a 3 de Novembro de 2010, deslocou-se a Lisboa. E para quê? Para participar na inauguração do departamento de Conservação e Restauro do slb (!) e oferecer a Luís Filipe Vieira um presente: a primeira página do jornal Marca referente à vitória do slb sobre o Real Madrid, na final de 1961/62.

Pois é, diz-me com quem andas... e torna-se mais fácil perceber a origem de certas notícias.



Para a mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade

António Aleixo


P.S. O senhor Gallardo já investigou onde é que jantou o árbitro Gianluca Rocchi na passada quinta-feira? É que perante a forma como o Villarreal marcou os dois primeiros golos (o 1º após um fora-de-jogo claro e o 2º com Sapunaru a ser empurrado por Marchena no momento em que saltou para cortar a bola), talvez valha a pena...


Foto 1: Juan Ignacio Gallardo (fonte: Record)

Foto 2: António Magalhães (director-adjunto do Record) e Bernardo Ribeiro (subdirector do Record) em Madrid (17/12/2010), à conversa com o presidente do Real Madrid e com Juan Ignacio Gallardo (fonte: Record)

8 comentários:

rbn disse...

Paguem um jantar ao Gallardo e deixem-no prá lá, falemos de coisas interessantes.

Tempos atrás, este blog fez um post sobre o Braga de António Salvador, mostrando reportagens dos jornais sobre a excelente gestão e perguntando se este seria o sucessor do Pinto da Costa.

Eu pessoalmente sou fã de Salvador, porque trouxe a cidade para o clube, acabou com a vassalagem aos lampiões, construiu nestes 7 anos equipas competitivas com jogadores que os grandes dispensaram, contratou bem os treinadores, começando por Juju, depois Jesus, depois Jorge Costa e agora Domingos.

Este último fez verdadeiros milagres esta época.

Eliminou ou venceu históricos europeus desde a pré-xampions até a meia-final da LE, mesmo tendo que por vezes buscar jogadores ao Vizela para formar o banco de suplentes e perder jogadores como Moisés ou Mateus a meio da época.

E teve hipótese de somar 12 pontos na xampions, caso tivesse marcado ao Shaktar as chances que teve antes de levar o 0 x 1.

É obra.

Por tudo isso, era totalmente injusto que fossem eliminados pela equipa que só esteve na LE devido a um golo fora de horas do Lyon.

Quanto ao FCP, dispensa comentários.É tentar cumprir os objetivos da invencibilidade no campeonato, ganhar a LE e a Taça.

Mas se o Braga ganhar a LE, ficarei chateado como é óbvio, mas não tanto como ficaria se fossem os lampiões.

Mas se perder, saberei aplaudir Domingos e cia, sem mau perder, porque afinal, Porto e Braga merecem o título da LE.Pena não poderem dividi-la.

Mas penso que vai dar FCP.

Zé Luís disse...

José Correia,

viste a luz bem depressa e fizeste bem em meter aqui o artigo mas, especificamente, a fotografia.

Esta, diria Mourinho, vale mil palavras.

Identificaste os broncos do Rascord.

Creio que não te restam dúvidas, e aos assíduos leitores deste blog, o aviso que aqui deixei na altura: o Rascord era a origem da notícia do jantar. Eu não tinha dúvidas nenhumas e espalhei por aí esse factum factotum.

A mim não me surpreende, ti chegaste lá sem dificuldade e ajudas a elucidar mais a tua bancada.

Espalhas a verdade e denuncias os facciosos. Cumpres a tua missão.

Por mim, dou-me por satisfeito a denúncia que fiz no devido tempo e o alerta que deixei pela bluegosfera.

Não restam dúvidas a ninguém. E, olha, nem sabia que ele tinha escrito aquilo no Rascord. Nem sabia que aqueles porcos tinham visitado a sede do jornal que julgam copiar, grafica e ideologicamente.

Contudo, para que saibas, esse par é sportinguista doente, sectário e maldoso. Um par de bardamerdas que fez do Rascord o esterco que é em queda acentuada de vendas e prestígio que já não o tem.

Não me cabe fazer mais nada. Tu finalizaste com êxito a missão.

Do espanhol, só tinha lido, por mero acaso, a notícia de ter estado no benfas (CM). Mas nunca associei o homem da prenda da Marca ao porco que escreveu aquilo do jantar. Nem lhe conhecia o focinho. Não é que adiante muito, porque a mim basta-me ler os sinais para perceber o índio que estiver por detrás.

victor sousa disse...

Por vezes confronto-me com "opiniões" depreciativas do papel dos blogues, como é comum ouvir-se a esse referencial que dá pelo nome de Pacheco Pereira, e que por acaso até tem um, vá lá saber-se porquê.
Mas quando se me deparam trabalhos desta qualidade, tenho de reconhecer que os "profissionais2 tem os dias contados.
Parabéns. Isto é tão objectivo, que limita quaisquer comentários.

Daniel Gonçalves disse...

Meus caros,

na passada quinta-feira, após os jogos da Liga Europa, consultei um blog benfiquista (através de um link num site sobre temas sociais e económicos, pois não não hábito de consultar blogues benfiquistas por uma questão de sanidade mental e umbridade pessoal, o meu portismo) e não é que um dos proprietários desse blogue benfiquista afirmava, descaradamente e sem pudor, ter enviado um mail/mensagem para o site do clube Villarreal a enxovalhar o FC Porto. Ora aqui está a explicação para a sobranceria e derespeito com os espanhóis lidaram com o nosso clube: foram adeptos benfiquistas que instigaram e incitaram Villarreal, não terá sido só os dirigentes do SLB que estiveram por detrás das notícias do jantar avançado pela Marca, foram também adeptos benfiquitas que contribuíram para o clima de ódio que os espanhóis demonstraram face ao FC Porto. Esperavam estar na final da Liga Europa a jogar contra o Villarreal e não contra o FCP, ora esta está um bom exemplo da atitude canalha e desonesta que caratceriza a maior parte dos benfiquistas, e não é só o mentecapto do Rui Gomes da Silva.

rbn disse...

Já agora, se ganharmos a LE, também teremos na sala de troféus mais uma taça em duplicado, para fazer companhia às 2 da xampions e dos 2 mundiais.

Ficará faltando a supertaça UEFA para completar a coleção aos pares, esta talvez bem difícil, pois o rival será ou Barça ou MU.

Mas se acontecesse, o museu a inaugurar pro ano ficava esteticamente bonito e combinadinho, com taças européias e mundiais aos pares, uma do lado da outra.

Era bom, não era?

José Correia disse...

Zé Luís disse...
Identificaste os broncos do Rascord

Eles já tinham dado muito nas vistas quando, no próprio dia do boato da Marca, colocaram-no na sua 1ª página.

Mas é um facto que a Marca é conhecida como A Bola de Espanha (ou vice-versa), tal a proximidade que tem em relação ao Real Madrid.

José Correia disse...

Zé Luís disse...
esse par é sportinguista doente

O Bernardo Ribeiro (subdirector do Record) já sabia que era sportinguista, mas relativamente ao António Magalhães (director-adjunto do Record) supunha que era benfiquista.

José Correia disse...

victor sousa disse...
quando se me deparam trabalhos desta qualidade, tenho de reconhecer que os "profissionais" tem os dias contados

Os "profissionais", para além do corporativismo da classe, têm medo de afrontar determinados poderes. Nunca se sabe se amanhã não irão precisar de ir trabalhar para um dos jornais da Cofina.