Facto 1: Em 24 de Janeiro de 2004, numa altura em que o FC Porto de Mourinho já liderava confortavelmente o campeonato, os dragões receberam no estádio das Antas o Estrela Amadora (último classificado), num jogo arbitrado por Jacinto Paixão, tendo vencido por 2-0.
Foi um desafio sem casos de arbitragem, conforme pode ser comprovado em qualquer altura através do visionamento da gravação integral do jogo e como, mais tarde, atestaram nos seus pareceres os peritos de arbitragem que colaboraram com a PJ – os ex-árbitros de Lisboa Adelino Antunes, Vítor Pereira e Jorge Coroado.
Facto 2: Numa primeira fase, o Ministério Público arquivou o processo, considerando o óbvio, isto é, ser diminuto e inverosímil o interesse do FC Porto em comprar um jogo em casa contra o Estrela Amadora, isto face ao posicionamento classificativo das equipas e ao respectivo valor (vale a pena recordar que nessa época o Estrela Amadora desceu de divisão e o FC Porto foi “apenas” Campeão Europeu…).
Facto 3: Em 24 de Abril de 2006, em declarações efectuadas à Agência Lusa, António Pragal Colaço, advogado de Jacinto Paixão, afirmou: “O Ministério Público do Porto proferiu um despacho no qual entende que não há nexo de causalidade dos factos que indiciem qualquer crime de corrupção desportiva. Por inerência, os outros arguidos no processo viram também o seu processo arquivado”.
Facto 4: Pinto da Costa separa-se de Carolina Salgado e, em Dezembro de 2006, a sua ex-namorada lança o livro “Eu, Carolina” (para cuja escrita contou com a preciosa ajuda da conhecida jornalista benfiquista Leonor Pinhão, nomeadamente nos capítulos sobre o futebol).
Facto 5: Para além dos vários processos judiciais por difamação de que Carolina foi alvo, Pinto da Costa moveu-lhe um processo por furto e extorsão.
Facto 6: Em Janeiro de 2007, Maria José Morgado mandou reabrir o processo com base no testemunho de Carolina Salgado, o qual considerou credível, apesar da situação de conflito extremo que esta mantinha com Pinto da Costa.
Facto 7: Tendo sido requerida a fase de instrução, quer a defesa de Pinto da Costa, quer o próprio Jacinto Paixão, negaram em Tribunal as acusações de Carolina Salgado e ambos puseram em causa a credibilidade da testemunha-chave protegida pela equipa especial de Maria José Morgado.
O juiz de instrução também questionou a credibilidade de Carolina, bem como, a motivação para as suas declarações contra Pinto da Costa e, inclusivamente, acusou-a de falso testemunho. Adicionalmente, sublinhou que nas escutas (que considerou válidas!) não havia qualquer declaração como contrapartida de acto ou omissão destinado a falsear ou alterar o resultado do jogo.
O processo judicial foi novamente arquivado, desta vez pelo Tribunal de Instrução Criminal, em Julho de 2008.
Facto 8: No final da época passada (Maio de 2010), em programas da Benfica TV, o mediático advogado António Pragal Colaço incitou à violência (“vamos ter de puxar das armas”), pré-anunciou a retaliação (“ela já está programada”) e previamente legitimou-a, com argumentos do tipo “se queres continuar a ser cabeçudo o problema é teu” (dirigindo-se a outro participante num desses programas).
Facto 9: Em 13 de Dezembro de 2010, Jacinto Paixão foi convidado do programa “Máximas do Máximo” da Benfica TV, tendo mantido um animado diálogo com o conhecido taxista benfiquista Jorge Máximo.
Facto 10: Em 12 de Maio de 2011, o Correio da Manhã (versão em papel) e o site de A BOLA dão conta de um vídeo colocado no Youtube, com ataques de Jacinto Paixão ao FC Porto, em que o ex-árbitro alentejano parece estar a ler um texto.
Esta sequência de factos é, por si só, elucidativa, mas comparemos o que Jacinto Paixão (JP) disse no programa da Benfica TV há cinco meses atrás, com as declarações que surgem no vídeo agora divulgado no Youtube:
JP na Benfica TV: “Não tenho medo de ninguém, nunca tive”
JP na Benfica TV: “Ouvi falar em viagens pagas. Se é verdade ou não, não sei”
JP na Benfica TV: “As únicas coisas que os clubes me ofereciam eram umas camisolas, uma salvas, nada mais”
Mas há mais. Tal como o FC Porto referiu no comunicado intitulado ‘O Desespero’, na gravação colocada no Youtube, supostamente efectuada em 2004, Jacinto Paixão apresenta-se como ex-árbitro. Contudo, só deixou a arbitragem em Março de 2006…
Para além de tudo isto, que já de si deixa poucas dúvidas acerca de quem está por trás desta curta-metragem manhosa, há ainda a situação para a qual chamou a atenção o blogue ‘100% Dragão’, acerca do misterioso cabelo de Jacinto Paixão.
Este era o corte de cabelo que Jacinto Paixão usava enquanto árbitro:
E este o corte de cabelo que Jacinto Paixão ostentou na Benfica TV, em Dezembro de 2010:
Acham que o cabelo de Jacinto Paixão no “confessionário”, durante a gravação supostamente efectuada em 2004, é semelhante ao corte que ele usava enquanto árbitro (2003, 2004, …), ou em Dezembro de 2010?
Sendo o slb um clube com tantos especialistas em guiões (Leonor Pinhão) e filmes (João Botelho, António Pedro Vasconcelos, etc.) é incrível como quem congeminou esta trama fez uma coisa tão mal amanhada, com tantas contradições e buracos óbvios. Mas enfim, nós temos o Hulk e o Falcao e eles contentam-se com os filmes da Carolina e do Paixão.
P.S. Em entrevista ao jornal i, do passado dia 14 de Maio, Jacinto Paixão garante ser o autor da gravação e promete novos episódios para breve, porque “há muitos mais vídeos para serem publicados”. Quem bom, mal posso esperar pelas sequelas deste “filme”…
9 comentários:
Excelente artigo. Como dizia o comunicado do FCP, até a mentir são muito fraquinhos...só dá para rir, tal a palhaçada. Mas espero que paguem e bem por mais uma tentativa velhaca.
Agora ou em 2004, esta borboleta devia mudar de cabeleireiro...
Adicionalmente nota-se uma total falta de emoção para quem está a ler uma confissão porque tem medo de represálias para ele e para a família. Também escusa de dizer que o porto lhe ofereceu meninas para ser beneficiado com o estrela. Foi ele que as pediu.
A unica duvida que tenho deste video é se ele leu o papel que lhe pagaram para ler antes ou depois de ter ido à Benfica TV?
Por último e mais importante, nunca é demais repetir que as escutas foram usadas por quem tomou as decisões de fechar os casos a nível judicial. Só não foram usadas pelo "senhor" Ricardo Costa que esse usou os testemunhos mais que duvidosos da "senhora" Carolina para "provar" as "tentativas" de corrupção.
Caro José Correia, só uma correcção à declaração do Pragal Colaço enquanto advogado de JPaixão: trata-se de "nexo de causalidade", não "nexo na casualidade".
Já agora, apesar de tudo, não vejo o A-P Vasconcellos a colaborar em filmes falsos. Já o Botelho, não sei...Mas o mais provável é ter sido algum guarda-costas do LFV com pretensões a cineasta, assessorado pelo Barbas ou o Máximo e com guião do Pragal Colaço.
Um pobre coitado, usado e abusado, burro que nem um calhau. É uma Carolina no masculino.
Barba azul disse...
uma correcção à declaração do Pragal Colaço enquanto advogado de JPaixão: trata-se de "nexo de causalidade", não "nexo na casualidade"
Obrigado, está corrigido.
Bem esgalhado
Parabens
Divulguem
Boas
até arrepia. Somos Porto !
http://vimeo.com/21698583
Abraços
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