Bem após algumas noites de pouco sono em que, supostamente, serviriam para retemperar o espirito daquela ignóbil perda de pontos em Paços de Ferreira, na verdade a alma vai ainda mais inquieta. Não discorrendo nas ideologias dos adeptos do pintainho preto sobre o azar ou malfeitorias do juízo soberano do jogo, não se me liberta o azedume de como aquela equipa de muitos cruzados não se avantajou das muitas chances à sua mercê, nem se abespinhou quando o diabo à porta lhe bateu.
Não é a razão da nossa existência tanto desacerto e desconcentração nas horas de prestar contas ao altíssimo, nem menor costuma ser a baixa de guarda desta massa adepta, tão implacável e exigente, fundadora dum tribunal que se quer vivo, mas já vai morto na tumba do regedor. Não se questiona, nem se pode ousar questionar, não vá daqui el-rei levantar-nos um auto-de-fé, por cometer-se o pecado de exorcizar os próprios neurónios.
Manter o status é mais precioso do que defender a honra, e, pior, do que romper comodismos. A cada golo falhado haverá um penalti a marcar. A cada golo sofrido uma falta a assinalar. E quando a razão não dispuser de razões com que se acautelar, chama-se à baila os enfadados escribas e prestimosos comentadores, já outrora, e muito bem, batizados de paineleiros, para defender a honra e a ordem do convento, mesmo que sendo motivo sem ponta por onde se lhe possa pegar, mas estando nós a falar de uma bola redonda, tudo se lhes desculpa.
E vem esta prosa a propósito de, precisamente, tão pertinente e veemente contestação de Manuel Serrão, na passada Segunda-Feira, no programa em que participa semanalmente, sobre a gritante falta de maturidade mental e técnica da nossa equipa para alargar, ou sequer segurar, a vantagem no último jogo disputado na Mata Real. A reação natural de qualquer adepto portista costumava ser esta. A intervenção da anafada estrutura portista devia ser esta. O nosso objetivo não pode conter a palavra comodismo. E assim agradeço a Manuel Serrão por nos fazer questionar se ainda somos um clube com exigência ou com falta dela!
Não é a razão da nossa existência tanto desacerto e desconcentração nas horas de prestar contas ao altíssimo, nem menor costuma ser a baixa de guarda desta massa adepta, tão implacável e exigente, fundadora dum tribunal que se quer vivo, mas já vai morto na tumba do regedor. Não se questiona, nem se pode ousar questionar, não vá daqui el-rei levantar-nos um auto-de-fé, por cometer-se o pecado de exorcizar os próprios neurónios.
Manter o status é mais precioso do que defender a honra, e, pior, do que romper comodismos. A cada golo falhado haverá um penalti a marcar. A cada golo sofrido uma falta a assinalar. E quando a razão não dispuser de razões com que se acautelar, chama-se à baila os enfadados escribas e prestimosos comentadores, já outrora, e muito bem, batizados de paineleiros, para defender a honra e a ordem do convento, mesmo que sendo motivo sem ponta por onde se lhe possa pegar, mas estando nós a falar de uma bola redonda, tudo se lhes desculpa.
E vem esta prosa a propósito de, precisamente, tão pertinente e veemente contestação de Manuel Serrão, na passada Segunda-Feira, no programa em que participa semanalmente, sobre a gritante falta de maturidade mental e técnica da nossa equipa para alargar, ou sequer segurar, a vantagem no último jogo disputado na Mata Real. A reação natural de qualquer adepto portista costumava ser esta. A intervenção da anafada estrutura portista devia ser esta. O nosso objetivo não pode conter a palavra comodismo. E assim agradeço a Manuel Serrão por nos fazer questionar se ainda somos um clube com exigência ou com falta dela!
6 comentários:
"A intervenção da anafada estrutura portista devia ser esta":
a "estrutura portista" tem assuntos bem mais importantes a tratar, tais como desferir um corajoso ataque contra a perigosa madrassa chefiada por uma moura que se disfarçava de cândida e inocentinha educadora de infância.
Boas,
Finalmente, alguém com coragem para dizer (num meio de comunicação) o que o resto dos sócios pensa.
E não tentar tapar o sol com a peneira (árbitros, a força do vento, a temperatura do relvado... enfim).
Desde o inicio da época que existem vários jogadores do Porto que deviam andar por outras paragens!(Já que só pensam nelas, em vez de suar e honrar a camisola que envergam)
Parabéns por mais um grande artigo.
Cumprimentos.
É o grito da revolta de quem sustenta o nosso clube, os sócios e os adeptos!
Assino por baixo! Grande Manuel!
O que o MS veio dizer na TV - num registo adequado - não pode nem deve fazer a direcção, muito particularmente o seu presidente PdC.
Ficaria muito preocupado se o fizesse. E as contas (e ou o ajuste de contas) devem ser feitas no final da época.
O descontentamento e frustração deve ser ajustada aos interesses ainda em jogo. O que é aconselhável num blog não o é ao nível de quem comanda : direcção, treinadores e jogadores.
Já vivi muitas situações destas, com treinadores muito respeitados e um plantel, made in FCP, superior ao actual e muito superior ao da concorrência.
Quem acha que este é o pior FCP de sempre, conhece mal a nossa história e como o clube cresceu porque houve muitos que sempre acreditaram na nossa força, ainda que os trofeus fossem muito, muito escassos.
Completamente de acordo com o Manuel Serrão. É óbvio que a SAD e o treinador não podem ter este discurso para o exterior, sob pena de "perder" de vez estes jogadores, sob pena de os desvalorizar brutalmente no mercado e diminuir radicamente o seu preço de venda no futuro. Contudo, o que me admira é que são RAROS os adeptos, repito... adeptos, que manifestam esta opinião. Preferem poupar os coitadinhos dos jogadores que não têm culpa nenhuma neste filme.
Subscrevo por completo as palavras do Manuel Serrão.
"(...) falta de maturidade mental e técnica"
Sublinho aqui o "técnica".
Infelizmente, não se trata apenas de falta de "mentalidade", também existe muita falta de qualidade no meio disto.
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