Há vários anos que o FC Porto joga em 4-3-3 e, após a saída de Falcao, a primeira aposta de Vítor Pereira para a posição de ponta-de-lança foi Kléber, tendo o treinador principal do FC Porto afirmado que o jogador tinha muita qualidade e que apenas precisava de tempo para se afirmar na equipa portista.
Em 18 de Outubro, uns dias depois de Walter ter marcado quatro golos ao Pêro Pinheiro para a Taça de Portugal, e quando já era notório que, afinal, o Kléber iria precisar de muito mais tempo para se afirmar na equipa portista, Vítor Pereira justificou da seguinte forma o facto do FC Porto não ter inscrito o ‘bigorna’ na Liga dos Campeões:
“A decisão que tomámos na altura teve a ver com o Walter da altura. O que vos garanto é que o Walter hoje é um jogador diferente, não é o mesmo Walter daquela altura. Hoje é um jogador mais confiante, que trabalha muito bem, que nos transmite confiança e qualidade. Se hoje seria inscrito? Sim, seria inscrito.”
No entanto, quase dois meses depois, a opção para avançado centro já não era nem Kléber, nem Walter, mas sim Hulk e no dia 9 de Dezembro Vítor Pereira afirmou:
“O FC Porto, este ano, está a jogar com um avançado que foi só o melhor marcador do campeonato passado. É com ele que contamos neste momento, acreditando muito na sua qualidade, porque ele tem provado que na ala ou no meio é um jogador capaz de fazer golos.”
Problema resolvido? Claro que não e, a meio do período de transferências de Janeiro, em resposta a uma pergunta de um jornalista numa conferência de imprensa realizada no dia 17 de Janeiro, Vítor Pereira já falava noutro tom:
“Neste momento temos apenas Kléber para jogar como ponta-de-lança e se não podermos jogar com ele, por alguma eventualidade, teremos de inventar uma dinâmica nova. Vamos ver... O clube está a trabalhar e vamos ver o que se vai passar. Mas não posso comentar situações hipotéticas; estou aqui para treinar e para fazer o melhor possível com os jogadores que estão à minha disposição. O clube está a trabalhar, o mercado está aberto.”
A SAD lá contratou o austríaco Janko e, pelo que se tem visto da “evolução” do Kléber ao longo da época (neste último slb x FC Porto voltou a ser pouco mais do que inexistente), é com este “rapaz alto e loiro” (parafraseando o grande Zé do Boné) que teremos de contar até ao final do campeonato.
Poderão dizer que agora é fácil falar. Pois é, mas no dia 2 de Setembro de 2011 (dia seguinte ao fecho das inscrições), eu publiquei um artigo intitulado ‘O ponta-de-lança que não veio’, que inclui declarações “tranquilizadoras” de Antero Henrique sobre este assunto, e que terminei da seguinte maneira:
«A posição de ponta-de-lança é crítica numa equipa que joga em 4-3-3 e, embora admitindo que no campeonato não deve haver grandes problemas, tal é a diferença de potencial entre as equipas, na Liga dos Campeões a coisa pia mais fino. Veremos a resposta que o Kléber vai dar (visto que Walter nem sequer faz parte da lista de 21 jogadores inscritos para disputarem a fase de grupos da Liga dos Campeões). Só espero e desejo que a minha apreensão seja infundada e que daqui a uns meses estejamos, isso sim, a fazer contas a uma possível venda e a discutir a percentagem do passe do Kléber que a SAD possui.»
Infelizmente, a coisa foi ainda pior do que aquilo que eu pensava, e a ineficácia da Administração da SAD em arranjar uma alternativa credível para a saída de Falcao (que obviamente também não é Janko), traduziu-se num calvário que Vítor Pereira (o elo mais fraco) tem vindo a enfrentar, quase sempre em silêncio, ao longo da época.
Em 18 de Outubro, uns dias depois de Walter ter marcado quatro golos ao Pêro Pinheiro para a Taça de Portugal, e quando já era notório que, afinal, o Kléber iria precisar de muito mais tempo para se afirmar na equipa portista, Vítor Pereira justificou da seguinte forma o facto do FC Porto não ter inscrito o ‘bigorna’ na Liga dos Campeões:
“A decisão que tomámos na altura teve a ver com o Walter da altura. O que vos garanto é que o Walter hoje é um jogador diferente, não é o mesmo Walter daquela altura. Hoje é um jogador mais confiante, que trabalha muito bem, que nos transmite confiança e qualidade. Se hoje seria inscrito? Sim, seria inscrito.”
No entanto, quase dois meses depois, a opção para avançado centro já não era nem Kléber, nem Walter, mas sim Hulk e no dia 9 de Dezembro Vítor Pereira afirmou:
“O FC Porto, este ano, está a jogar com um avançado que foi só o melhor marcador do campeonato passado. É com ele que contamos neste momento, acreditando muito na sua qualidade, porque ele tem provado que na ala ou no meio é um jogador capaz de fazer golos.”
Problema resolvido? Claro que não e, a meio do período de transferências de Janeiro, em resposta a uma pergunta de um jornalista numa conferência de imprensa realizada no dia 17 de Janeiro, Vítor Pereira já falava noutro tom:
“Neste momento temos apenas Kléber para jogar como ponta-de-lança e se não podermos jogar com ele, por alguma eventualidade, teremos de inventar uma dinâmica nova. Vamos ver... O clube está a trabalhar e vamos ver o que se vai passar. Mas não posso comentar situações hipotéticas; estou aqui para treinar e para fazer o melhor possível com os jogadores que estão à minha disposição. O clube está a trabalhar, o mercado está aberto.”
A SAD lá contratou o austríaco Janko e, pelo que se tem visto da “evolução” do Kléber ao longo da época (neste último slb x FC Porto voltou a ser pouco mais do que inexistente), é com este “rapaz alto e loiro” (parafraseando o grande Zé do Boné) que teremos de contar até ao final do campeonato.
Poderão dizer que agora é fácil falar. Pois é, mas no dia 2 de Setembro de 2011 (dia seguinte ao fecho das inscrições), eu publiquei um artigo intitulado ‘O ponta-de-lança que não veio’, que inclui declarações “tranquilizadoras” de Antero Henrique sobre este assunto, e que terminei da seguinte maneira:
«A posição de ponta-de-lança é crítica numa equipa que joga em 4-3-3 e, embora admitindo que no campeonato não deve haver grandes problemas, tal é a diferença de potencial entre as equipas, na Liga dos Campeões a coisa pia mais fino. Veremos a resposta que o Kléber vai dar (visto que Walter nem sequer faz parte da lista de 21 jogadores inscritos para disputarem a fase de grupos da Liga dos Campeões). Só espero e desejo que a minha apreensão seja infundada e que daqui a uns meses estejamos, isso sim, a fazer contas a uma possível venda e a discutir a percentagem do passe do Kléber que a SAD possui.»
Infelizmente, a coisa foi ainda pior do que aquilo que eu pensava, e a ineficácia da Administração da SAD em arranjar uma alternativa credível para a saída de Falcao (que obviamente também não é Janko), traduziu-se num calvário que Vítor Pereira (o elo mais fraco) tem vindo a enfrentar, quase sempre em silêncio, ao longo da época.
9 comentários:
Esta época é marcada não pelo Vitor Pereira, pelas escolhas que faz, exibições enfadonhas, resultados pobres, etc, mas sim pela FALTA DE PLANEAMENTO!
Foi terrível, de um amadorismo inexplicável! Imaginem se ficamos sem Fernando, Moutinho e Lucho no meio-campo! Onde está Guarin e Belluschi?
Ah, foram despachados para colmatar a perda de receita de uma estada maior na Champions deste ano.
Enfim, que termine depressa este calvário com a vitória no campeonato!
Caro amigo, tenho aliado nesse diapasão desde o início. UM erro colossal desde o princípio.
Falou o Ze' Correia, falou o Ze' Luis, falei eu e falaram muitos outros. E esse e' o ponto: nao era preciso ser nenhum genio perspicaz para ter enormes receios com a estrategia adoptada, muitos adeptos leigos como nos apontaram esse ponto ja' em Agosto.
Eu ate' percebia mais ou menos a historia do PDL se estivessemos imenso 'a rasca em carcanhol e nao houvesse dinheiro nenhum para contratacoes, mas testemunhando q nunca gastamos tanto dinheiro em passes (incluindo de jogadores q ja' eram nossos) e' q nao se compreende mesmo de todo.
Agora... agora, sao aguas passadas. Duas coisas relevantes para o futuro:
1) tem ainda 3 meses para decidir se Kleber+Janko servem para a px epoca (quica' melhor aproveitados com outro treinadores).
2) isto de investir como malucos em contratacoes especulativas, descurando as grandes prioridades a muito curto prazo (e esticando a corda de tesouraria ao maximo, entrando depois em problemas de cash) tem q acabar: equilibrio nas contratacoes e alguma contencao, precisa-se!
Alias: o grosso do investimento tem q ir SEMPRE para jogadores uteis no imediato (mesmo q tenham ainda muita margem de progressao), com uma pequena parcela investida de forma especulativa. Nao ao contrario, como foi feito esta epoca.
Este post e respectivos comentários ilustram bem o quão exageradas e injustas têm sido as criticas feitas ao treinador.
O maior investimento alguma vez realizado no plantel da equipa principal (superior a 47M€!!) coincidiu, na minha opinião, com uma das apostas mais fracas de sempre na época que ia começar. Senão vejamos:
1) Danilo (17,8M€): o segundo jogador mais caro da história do clube (apenas ultrapassado pelo Hulk) foi adquirido sob a condição de apenas ingressar no clube em Janeiro 2012, ou seja, considerando um (pequeno) período de adaptação ao futebol europeu... nunca contribuiria de forma muito significativa para o eventual sucesso desta temporada. Além disso, gastamos quase 18M€ (!!) num jogador para um posição onde tínhamos Fucile e Sapunaru que não foram vendidos!
2) Alex Sandro (10,3M€): mais um lateral, vindo do futebol sul-americano (por isso, com incerteza à mistura) comprado por uma fortuna. Infelizmente, na sua posição joga um dos jogadores-chave da equipa... Álvaro Pereira! Moral da história: mais uma aposta de futuro, não uma aposta para a presente temporada.
3) Defour (7,8M€): mais uma compra de valor elevado para uma posição onde tínhamos o indiscutível Moutinho e Guarín/Bellushi (no ínicio da época ninguém advinhada o colapso total destes últimos dois). Assim sendo, na minha opinião, tratou-se uma vez mais de reforçar o "banco", as alternativas aos titulares.
4) Mangala (7,5M€): mais uma promessa para o futuro, mas uma promessa cara. Nesta posição mantivemos os titularíssimos da época passada, Rolando e Otamendi (recorde-se que, além do valor referido no início do comentário, adquirimos também os restantes 50% do passe do Otamendi por mais 4M€).
5) Kléber (4,2M€): reservamos os trocos para a posição de PL/AC. Pena que apenas vendemos um jogador da equipa titular do ano passado... precisamente nesta posição. Pena que, na temporada passada, não tínhamos sequer alternativa a esse PL. Ou seja, investimos numa PL promissor da Liga Portuguesa e apostamos as fichas todas nele... no banco ficamos com o Walter que nunca contou para bingo.
Com isto não quero dizer que as compras foram erradas. Acredito profundamente que Danilo, Alex Sandro, Mangala, etc., nos darão muitas alegrias (e dinheiro). O que quero dizer é que as prioridades da SAD foram claríssimas e essas prioridades pouco passaram pela presente temporada.
Só não vê isto quem não quer... ou quem está cego com outros ódios de estimação.
Não estou de acordo com a ideia geral defendida neste artigo.
Sou da opinião que o treinador não foi capaz de potenciar os jogadores que tinha à sua disposição e que não foi capaz de colocar a equipa a jogar um futebol pressionante, de posse e de circulação de bola como tinha prometido. Atente-se que "circulação de bola" não é circular a bola entre os centrais e os laterais sem progressão no terreno e sem causar desequilíbrios.
Por isso entendo que no fim desta época, independentemente da classificação que o FC Porto vier a obter, a SAD deve procurar um treinador novo para substituir VP.
@Nuno Nunes
Eu entendo que ter promovido o adjunto da época passada a treinador principal desta época foi um erro.
E também entendo que, apesar das lacunas do plantel, o Vítor Pereira poderia (devia) ter feito melhor.
Mas as incapacidades que o Vítor Pereira revela no posto de treinador principal, não devem servir para ignorarmos os erros de planeamento e escolha que cabem à Administração da SAD.
É tão verdade que o VP não tem a competência necessária para treinar uma equipa com a exigência do FC Porto como é verdade a SAD fez um PÉSSIMO planeamento da temporada.
Mais ainda, a arrastada polémica com o presidente do Marítimo, com Sporting e Benfica nos bastidores, condicionou a escolha do treinador que se viu forçado a confirmar em campo a aposta da SAD, convocando e dando a titularidade ao Kléber. Parte da não contratação de um ouro PdL tem a ver com esta aposta irracional e pouco fundamentada da Sad em Kléber.
Mais uma guerra inútil com o Benfica que só acabou por prejudicar o clube.
A história destas guerrilhas valia um estudo sério e um post aqui na Reflexão. Veja-se o caso do Cebola e compare-se o seu custo por minuto de utilização e produtividade com um dos extremos que saiu para lhe dar o lugar: Alan do Braga, um grande profissional que nunca criou o mínimo problema por onde passou. No meio de todas estas guerrilhas, ainda acabou tirado ao Guimarães como retaliação pelo queixa à Fifa. Lembrem-se dos problemas no que se criaram no balneário com o gordo ordenado do Cebola, nomeadamente com o amuo do Lisandro.
Tudo guerras inúteis que levam a decisões emocionais e a enorme inflação de ordenados.
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