Em final de estágio por terras helvéticas, segue o FC Porto com um registo imaculado de vitórias nos particulares até ao momento realizados. Se à lisura dos triunfos nos dois primeiros encontros pouco se pode apontar, já o mesmo não se poderá dizer da contenda desta tarde perante o Evian. O conjunto de Vítor Pereira esteve longe controlar a partida e, só a espaços, conseguiu fazer circular a bola de forma pensada. Isto apesar das visíveis limitações no plantel que o treinador portista se verá cingido ao longo de toda a pré-temporada.
Com efeito, a falta de algumas opções dentro deste grupo que
já se encontra ao trabalho não permite aplicar e vislumbrar todo o manancial tático
trabalhado ao longo destes dias. Os embates com o Servette e Evian têm sido
eloquentes neste problema, onde a total ausência de defesas laterais não
possibilitam a explanação de um futebol mais aberto e fluído, obrigando, inclusive,
a adaptações que roçam o caricato.
Os centrais vêem-se forçados à condição de totalistas e
alternativas no meio campo não são muitas (apesar de este não ser apenas um problema
pontual). Mas não se pense que estes handicaps são o princípio e o fim dos
largos períodos de futebol fastidioso que a nossa equipa se pautou. As muitas
perdas de bola e passes transviados – um mal que já transita da época passada –
marcaram o incaracterístico jogo azul e branco, pondo em xeque nalguns
momentos até, as redes da nossa coutada.
Denota-se a intenção de Vítor Pereira fazer entranhar os
automatismos do 4-3-3 base, pautado aqui e ali com algumas flutuações de James
ao centro, não modificando a sua estrutura mesmo após as várias substituições.
Não seria descabido o ensaio de algo alternativo que não só pudesse encaixar
melhor na mão-de-obra ao dispor, mas, também, incrementasse o “golpe de asa”
sempre importante quando surgirem outros desafios mais árduos.
No cenário sempre confuso que as pré-temporadas e os seus peculiares
jogos propiciam, nem sempre se consegue avaliar da melhor forma qual ou quais as
feições individuais de cada atleta poderão trazer ao interesse geral e coletivo.
Iturbe e Cristian vivem dentro desse limbo, com Castro também expectante.
Provavelmente, mais do que a competência de cada um, as saídas ditarão as
escolhas. Quanto a Fabiano, que hoje se estreou, tem lugar de caras na
estrutura final.
Dúvidas. É disto e neste misto em que se vive nos defesos.
As incertezas nas escolhas, a valia das opções e o jogo de paciência das
transferências. Um bailado caótico de equações que atiram para as calendas
gregas a palavra planeamento. Tudo se faz (e só pode ser feito) ao sabor do
momento ou de um acontecimento, ficando para um espectro secundário as trocas
de Kléber e Janko, o inusitado jeito de Maicon para os livres ou simples
resultado deste particular que daqui a uma semana já ninguém lembrará.
3 comentários:
Boas,
o que dizer sobre o jogo ??? pouco, o Porto jogou mal, o Evien fez aquilo que a maior parte das equipas do nosso campeonato vão fazer ... defender e jogar no contra-ataque.
Sem Danilo, Rolando, Alex Sandro, Alvaro Pereira, Moutinho, Hulk, Varela, Sapunaru, etc, é complicado trabalhar desta forma. Por isso mesmo, é que acho que o jogo foi fraquinho e ainda as dimensões reduzidas do campo não nos permitiram espaço para os nossos criativos darem espaço á sua imaginação.
Um abraço
http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.pt
As dúvidas pulam, avançam e recuam. Atsu que parecia uma certeza deixou de o ser depois do jogo de ontem, Maicon que tantas dúvidas deixava passou a constituir uma certeza, próximo do estatuto de insubstituível. O que se mantém é este insuportável condicionamento dos mercados que não há meio de desbloquearem e nos confortarem quanto ao futuro.
O jogo foi pior que o anterior porque o adversário foi mais forte, incómodo e distribuiu muita mais lenha. Para combater uma equipa de combate faltaram meios e sobrou fadiga. De resto, o que mudou de mais substancial, a meu, ver foi os créditos de confiança que VP recebeu que lhe dão uma margem de manobra que antes não tinha. Esperemos que a coisa corra bem.
Mais do que as alas, o que me assusta é a falta de qualidade no meio-campo. Precisamos urgentemente de mais um trinco e um médio ofensivo. Castro tem pouca qualidade na construção e Mikel até para a equipa B vai ser fraco. Ganso e Custódio seria excelente!
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