sexta-feira, 20 de julho de 2012

Que tipo de clube querem os sócios ao certo?


Como matéria de reflexão para os participantes do encontro da bluegosfera que terá lugar amanhã e para os portistas em geral, em particular os sócios, deixo aqui 7 perguntas cruciais que me vieram à cabeça a propósito da extinção do básquete profissional. 

1   1) O FCP é alegadamente uma «instituição de utilidade pública».  Em que medida corresponde isso à realidade, exactamente?

Coloco a questão tendo em conta que cada vez mais a prática de desporto no clube se distingue menos de ginásios tipo Solinca e outros clubes privados (que ninguém considera como instituições de utilidade pública), onde para participar (mesmo os mais petizes) se tem que pagar de forma a cubrir os custos, ou a maior parte deles; e em que as infraestruturas do clube (Dragão Caixa, Olival, Constituição, ...) não são colocadas ao dispor da população (escolas, etc) – nem pagando, quanto mais a preço reduzido ou de borla.

     2) Os sócios do FCP querem um clube eclético (a la Barcelona) ou um clube dedicado – ou quase - ao futebol (a la Man United)? 

É uma escolha legítima dos sócios, já que mandam no clube que por sua vez manda, se assim quiser, na SAD (onde, mesmo em decisões por maioria da parte dos accionistas, é praticamente impossível aglutinar votos que derrotem propostas do clube). Se assim houver vontade, pode-se reencaminhar as receitas das quotas por inteiro para o clube e modalidades (hoje é apenas 25%) tal como forçar rendas mais altas à SAD pelo uso do estádio, ou reencaminhar receitas de merchandising de produtos do clube (que hoje vão por inteiro para a SAD). 

Um par de milhões de euros/ano pode fazer toda a diferença para as modalidades, mas corresponde a apenas 2 a 3% das receitas da SAD (que andam nos 80 milhões), não fazendo qualquer diferença entre ganhar ou perder campeonatos. Ou se preferirem, corresponde a uns 10% do preço de um Danilo.

      3)      Que modalidades querem salvaguardar acima de tudo? E a que nível de competitividade?
Eu quero um FCP eclético, mas divido conceptualmente as modalidades em dois tipos: as fundamentais  (como básquete, andebol e hóquei) , e as dispensáveis (pesca desportiva, campismo, futebol de praia, caça aos gambuzinos, ...). No caso das fundamentais, um défice estrutural é aceitável, desde que não excessivo;  as outras devem-se pagar a si próprias, ou no pior dos casos aceita-se um défice minúsculo (milhares de euros por ano) e/ou muito pontual. 

Quando à segunda questão, clarifico: é para ter equipas para ganhar títulos europeus? Ou apenas nacionais? Ou nem necessariamente isso? A verdadeira questão não é tão simples como «ter básquete ou não».

      4)      Até que ponto estão dispostos a sustentar défices nas modalidades em detrimento de outras (começando pelo futebol)?

Eu quero sem dúvida ter modalidades de alta competição fortes, mas não a qualquer custo.

Pegando no exemplo do básquete: não tenho problema que seja preciso «injectar» centenas de milhares de euros para ter um FCP que lute pelo título nacional, mas já não aceito que se tenha que injectar muitos milhões por ano de forma a ter uma equipa que lute por títulos europeus (onde há rivais com orçamentos superiores a 20 milhões de euros), à custa da competitividade do futebol (onde 10 ou 20 milhões a menos já podem fazer uma grande diferença). O que me leva a outra pergunta...

      5)      Mas afinal de contas quanto era o «buraco» no básquete profissional, aproximadamente?

Quando se toma uma decisão tão drástica convém que se explique direitinho, e os $$ em questão são um dado fulcral, que não foi mencionado. O «buraco» era de 10 mil euros/ano? 100mil? 1 milhão? Mais?
Estou certo que não ultrapassava 1 milhão, no pior dos casos, e todos os anos o clube envia 3 milhões de euros das quotas para a SAD. Porque não foi considerada a opção de propor um aumento de % de receitas das quotas dos sócios para as modalidades (em detrimento da SAD), de forma a evitar esta decisão drástica? O que me leva a outra pergunta...
  
6   6)   A direção do clube – que é basicamente a mesma da SAD - consultou (formal ou informalmente) os sócios sobre as questões acima abordadas?

Não. Nada. Népias. Porquê?

A meu ver os sócios não podem servir apenas para pagar quotas e votar de 3 em 3 anos (para além de serem consumidores dos produtos FCP, incluindo os jogos) - para além das AGs é incompreensível que não se utilizem por exemplo as novas tecnologias (para além de email, facilmente se fazem sondagens na Internet restritas a sócios).

É incompreensível (para mim) que numa decisão tão importante não tenha havido uma iniciativa de discussão mais ou menos pública com várias iterações e estudando várias opções de forma atempada (ainda que de forma não-vinculativa). Eu até compreendia que se fechasse o básquete profissional se o risco tivesse sido mencionado com muitos meses de antecedência e tivesse havido uma discussão aprofundada e alargada sobre as opções possíveis antes da tomada final de decisão (sendo uma delas apertar o cinto e lutar pelo meio da tabela, por exemplo, para não falar do já mencionado aumento de transferência de receitas de quotas), mas não foi de todo o caso, criando esta decisão «em cima do joelho» mesmo um problema com jogadores sob contrato e Relações Públicas (vidé notícias em Espanha, a propósito do Moncho). O que leva à pergunta final...

            7)      Deveriam os estatutos do clube serem mudados?

Penso que sim, e com a seguinte modificação: decisões-chave como a criação ou extinção de novas SADs para as modalidades, o encerrar da atividade profissional das modalidades de alta competição (lista específica de quais são essas modalidades a definir através de votação pelos sócios - e quem sabe para a maioria o básquete se calhar não é estratégico, o que duvido muito, mas o ponto é que só os consultando para se saber ao certo)  ou a abertura de novas modalidades de alta-competição (definindo como tal modalidades cujo orçamento seja superior a «x», por exemplo 500mil euros) só poderiam ser tomadas após aprovação em AG extraordinária

A direção do clube continuaria a dispor de autonomia total em decisões sobre o orçamento exacto e gestão operacional dessas modalidades, abertura/encerramento de outras modalidades, e sobre os escalões de formação na alta competição. Mas não em decisões que considero estratégicas, que pela sua dimensão requerem uma consulta específica aos sócios (já agora, aquando das últimas eleições a direção nunca mencionou a possibilidade de encerrar o básquete profissional).

25 comentários:

Anónimo disse...

.../...Acresce que durante a epoca aconteceu muita coisa, incluindo uma desistencia nas meis/finais da prova e, quando há desistencias deste calibre, o presidente da Federação deveria dispensar-se de perguntar o quer dizer o FCP quando menciona em comunicado " a forma como o basquetebol tem vindo a ser gerido em Portugal". Mário Saldanha tem razão em parte, e´mau quando se acusa sem concretizar a acusação, mas também é mau que um dirigente se esqueça tão depressa do descalabro que não foi capaz de evitar ou que se ache alheio a esse e outros acontecimentos do genero.
Quanto à suspensão da actividade decidida pelo FCP e com certeza mal aceite pela maioria dos adeptos, creio que é tanto um problema financeiro como filosofico: por lá, a doutrina obriga que se jogue sempre para ganhar, sem falhas nem tolerancias;concluindo que não há meios para combater os milhões do Benfica, o que se pedia a Pinto da Costa era um desmentido dos seus trinta anos de Presidencia.


Aceitar ser segundo ou menos ainda, por conta da crise, obrigava o FCP a desmentir 30 anos de filosofia
in OJOGO

Anónimo disse...

O problema é que neste momento as Modalidades é Tudo Profissional e há uma crise economica tremenda...

E claro o clube procurando o ecletismo é essencialmente FUTEBOL.

Anónimo disse...

Alegando a atual conjuntura federativa, a forma como o basquetebol tem vindo a ser gerido em Portugal e a situação económica, o FC Porto anunciou ontem a suspensão da equipa sénior de basquetebol.
Através de um comunicado divulgado no seu site, os dragões confirmaram aquilo que há já alguns dias vinha a ser tema de especulações, optando por parar a atividade da sua equipa principal, não a inscrevendo na Federação Portuguesa de Basquetebol para a próxima temporada, sendo que o prazo para o fazer terminou ontem às 18 horas. A Académica, finalista da Taça de Portugal – ganha pelos portistas – será o adversário do Benfica na Supertaça, em Novembro.

Apenas a equipa sénior vai parar, todos os outros escalões se mantêm a trabalhar, tendo Moncho López sido convidado a dirigir a modalidade no clube (ver caixa), que, de resto, conforme diz o comunicado, pretende retomar a atividade da equipa principal no mais curto espaço de tempo.
Durante os últimos dias foram mantidos muitos contactos, várias reuniões foram tidas no sentido de arranjar uma forma de os dragões se manterem em competição. No entanto, sem sucesso. Em cima da mesa, numa reunião que decorreu até tarde durante a noite de anteontem, esteve a dissolução da SAD do basquetebol – o que vai mesmo acontecer, regressando a modalidade ao clube – e a redução do orçamento da secção para números mais próximos daqueles que são praticados no andebol e no hóquei em patins e que rondam os 700 mil euros. Também se discutiu uma mudança de estratégia, com a aposta a passar pela formação, a exemplo do que faz o andebol, que geralmente contrata atletas novos e com margem de progressão, sendo Gilberto Duarte um exemplo perfeito dessa política: chegou ao FC Porto com 15 anos, foi evoluindo e, na época passada, com apenas 21 anos, foi o MVPdocampeonato.

É essa a linha de orientação que o basquetebol pretende seguir. De resto, a manutenção dos escalões de formação vai nesse sentido, tal como o desejo de manter Moncho, por forma a fazer regressar os azuis e brancos à competição sénior no mais curto espaço de tempo.
O JOGO sabe que o técnico ainda não deu resposta ao convite que lhe foi endereçado, mas há fatores que podem pesar na sua decisão, caso da forte ligação que desenvolveu com o clube e que nunca escondeu – antes pelo contrário! –, mas também a esperança de ver os seniores de novo em atividade. No passado, Moncho teve propostas semelhantes de outros clubes, as quais descartou.

As dificuldades orçamentais e o facto de alguns jogadores não terem acedido às propostas de redução dos salários, levaram a esta decisão do FC Porto de suspender a equipa sénior. Os atletas ficam agora livres de negociar com outros


in ojogo.pt

José Rodrigues disse...

"Aceitar ser segundo ou menos ainda, por conta da crise, obrigava o FCP a desmentir 30 anos de filosofia"

Caro anonimo: nao sei se se deu ao trabalho de ler o artigo a q respondeu, mas nao parece ao precipitadamente tomar a conclusao q tomou sem responder a algumas perguntas que coloquei.

Antes de mais nada: faz sentido q a direcao tome essa conclusao sozinha sem consultar os socios? O anonimo sabe la' se a maioria dos socios nao preferiam ter uma equipa para o 2o lugar a nao ter equipa nenhuma?

Para alem disso: quanto e' q seria preciso injectar por ano para ganharmos o titulo? Pelo q tenho lido, nunca mais do que umas centenas de milhar por ano; e nesse caso, porque diabo e' q nao se poderia propor aos socios q se diminuisse a transferencias de quotas para a SAD pelo mesmo valor?

José Rodrigues disse...

De resto pedia a quem comentar que evitasse fazer copy+paste de comentarios a outros artigos, porque isso nao acrescenta nada 'a discussao; agradecia imenso que contribuissem com as suas perspectivas pessoais/respostas sobre as 7 perguntas q coloquei, isso sim.

Franco Baresi disse...

Minhas respostas:
1- Só no papel;
2- Sócios -> Eclético; Simpatizantes -> Dedicado;
3- Todas; Amador;
4- Definir um valor de défice e repartir por todas;
5- Não sei;
6- Não;
7- Concordo com a proposta do José Rodrigues.

Franco Baresi disse...

Como se fosse um inquérito, as minhas "respostas":
1- Só no papel;
2- Sócios querem eclético (mas os apenas simpatizantes querem dedicado);
3- Todas e mais algumas. Ao nível amador;
4- Definir um "défice" (financiamento proveniente do futebol) aceitável e repartir por todas;
5- Não sei;
6- Não;
7- Sim, pelo menos conforme o que o José Rodrigues propõe.

OAutor disse...

Será que a direcção pensou que existem pessoas muito portistas, sócias e com lugar anual no dragão caixa que não gostam de futebol e a sua modalidade seja o basquetebol!!???? Vamos todos imaginar que acabava o futebol sem que a direcção desse uma explicação!! Não era nada agradável!! Fiquei triste, estou triste e vou continuar triste...isto não é o meu FCPorto!!! Isto não é Jorge Nuno Pinto da Costa!!!!!!

Pedro M. disse...

uma maneira simplista de ver as coisas seria inquirir os sócios sobre que percentagem das suas quotas gostaria de dedicar a cada modalidade. Do mesmo modo, deve ser feito este tipo de pergunta aos patrocinadores (não sei se o fazem actualmente).

Pessoalmente, não me preocupa muito que acabemos com o Basket tendo em conta o panorama actual da modalidade. Uma competição onde uma equipa perde a meia final por falta de comparência não me parece uma competição credível.
E também acho que a marca FCP não pode ter objectivos inferiores ao titulo nacional pelo facto de isso poder ser o inicio da destruição de uma mentalidade que tanto tempo demorou a ser incutida.

No entanto, concordo que esta é uma decisão que deve caber aos sócios pois que eu saiba o FCP não é nenhuma ditadura.

O2T disse...

Pela foto do Lucho, deduzo que O Autor seja dos que só gosta de basquetebol... Há anos que a Direcção/Admnisitração assumiu que cada modalidade tem q ser financeiramt autónoma: umas conseguem (hóquei, andebol, bilhar, natação,...) outras, não (atletismo, voleibol, hóquei em campo, ...). Em todo o caso, gostava de saber qt era o prejuízo, se havia litígio com a sportv (Porto Canal transmitiu a "negra") e como está o caso "Cúrlos Lisboa" com a FPB.

Luís Batista disse...

Lamento profundamente o encerramento de uma modalidade querida e amada pela esmagadora maioria dos sócios e simpatizantes. Esta embrulhada feita em surdina não são dignas do nosso clube!
Agora há uma coisa que gostaria de saber, qual o verdadeiro motivo??

Gostaria de deixar duas perguntas:

Se no próximo ano encerrar o Andebol e logo a seguir o hóquei, sócios o que iremos fazer? (a 'La Futre').

Para que vai servir o Dragão Caixa daqui a uns 2 ou 3 anos quando estiverem todas as modalidades ecléticas encerradas?

Saudações portistas, cumprimento especial para o José Rodrigues.

Anónimo disse...

Não se esquecem que procurando o ecletismo (dentro do possivel) o FCP é historicamente e não só um clube de FUTEBOL.

D:Pedro disse...

isto faz-me lembrar o Varzim.

Todos choram a sua superior dedicação, platónica, ao clube.

Mas que fazem por ele? Nada.

Carpir, que é de borla, e fica bem no curriculo é tudo o que vejo fazer.

Querem basquete? Criem uma Liga dos Amigos, e cheguem-se á frente.Money,Money.

Conversa de chacha já chateia.

José Rodrigues disse...

O2T disse: "Pela foto do Lucho, deduzo que O Autor seja dos que só gosta de basquetebol..."

??? O leitor deve estar muito confundido (se calhar misturou artigos, nao sei). Qual foto do Lucho???

José Rodrigues disse...

"Querem basquete? Criem uma Liga dos Amigos, e cheguem-se á frente.Money,Money"

Os socios ja' se chegam 'a frente, mais nao seja com o dinheiro das quotas. O leitor esqueceu-se disso?

Mas ate' digo mais: mesmo q nao fosse o caso, enquanto o clube for dos socios, q e' - e por muito q custe a algumas pessoas - os socios tem toda a autoridade moral para decidir q modalidades e' q o clube tem ou nao.

Eu estou no meu pleno direito como socio de votar q o FCP tenha basquete (ainda q indiretamente, i.e. nem q para isso fosse preciso mudar de direcao nas eleicoes, se chegasse a esse ponto, mas como ja' disse para mim este tipo de decisoes ia a referendo em AG) MESMO QUE nao mande para la' pessoalmente um centimo q seja. Ponto final paragrafo.

Vejam la' se metem isso na cabecinha.

Paulo Marques disse...

1) Obviamente, não é, senão era encerrada.

Quanto ao resto, gosto da discussão, mas deixo-a para outros mais amantes do desporto.
O que não deixo de reparar são as semelhanças que se podiam fazer entre a SAD e os governos nacionais e a bancarrota do estado ou do clube não deverá supreender os mais atentos.

Mário Faria disse...

1) O FCP tem muitos atletas na área da formação dentro do quadro competitivo;
2) O FCP é um clube tão eclético quanto o Barcelona ou o Real Madrid;
3) As que temos;
4) O futebol "pertence" à SAD, o FCP deve dar conta do que fez e do progrma que se segue na AG ordinário e deve ser "julgado" pelos actos que cometeu;
5) Não sei;
6) Não, nem é obrigado e, possivelmente, nem seria adequado;
7) Mudar os estatutos e tão complicado que se mostra próximo de ser impraticável.

Anónimo disse...

Dá vontade de rir ver gente que não liga um chavo ao basquetebol que nunca pôs os pés no Dragão caixa, indignarem-se com o termino da modalidade!!!!
Faz lembrar os parasitas do rendimento minimo: a culpa é do governo, neste caso do Pinto da Costa!!!!

Felisberto Costa

Manuel Correia disse...

José Rodrigues,
Concordo com a sua análise, no entanto parece-me que sendo o Basket uma SAD, apenas os accionistas poderão intervir neste processo ou decisão de manter ou não a modalidade como profissional.

Outro aspecto que gostava o questionar era, se por hipótese, no campo da imaginação o JNPC decidisse criar uma sad para o Hóquei ou para o Andebol, qual seria a nossa posição? Porque não nos lembramos destas questões antes da sad do Basket ser criada?

Concordo inteiramente com a questão de que a nossa participação através das quotas é mesmo muito baixa. Deve ser urgentemente revista. Um clube que compra e vende jogadores aos preços que sabemos nãopode ou deve ter modalidades com 4 e 5 meses com salários em atraso.



Manuel Correia

Miguel Lourenço Pereira disse...

@Pedro,

É mais credível a liga de futebol que acabamos de ganhar quando houve uma equipa chamada União de Leiria a subir ao campo com 8 jogadores para evitar perder o jogo na secretaria e descer automaticamente de divisão?

É que não vejo muito bem onde possa estar a diferença, em termos de credibilidade digo!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Os pontos levantados pelo Zé Rodrigues são não só extremamente pertinentes como fundamentais para traçar uma estratégia de futuro para um clube que tem de pensar, ano a ano, em crescer em todas as vertentes.

1) Relativamente a este ponto não considero que, actualmente, qualquer clube de futebol seja uma entidade pública e portanto se o governo desse país quer aumentar impostos a todos os cidadãos devia começar a pensar em abordar os clubes de futebol de outra forma.

2) e 3) Eu pessoalmente quero um clube o mais eclético possível e creio que o caso do basket revelou que a maioria dos associados quer um ecletismo selecto, de meia dúzia de modalidades em que o clube fez história. O que não sei é até que ponto.

4)A maior parte dos adeptos e dos sócios não conhece realmente as finanças do clube e não está preparada para perder Falcões todos os anos. Se lhe dizem que têm de mandar 1 milhão do futebol para as outras modalidades pensam que se calhar esse milhão chega para segurar o Hulk quando na verdade nem é metade da comissão do empresário de turno.

5) O comunicado do clube, como sempre, é parco em palavras.

6) Quando digo que esta direcção actua como um politburo fechado é a esta realidade que me refiro. A SAD age e actua com um profundo desprezo e distanciamento do sócio em todos os aspectos.

7) 100% de acordo!

um abraço

Pedro M. disse...

há duas diferenças principais:
1- Quando o Leiria entrou com 8 jogadores estava em ultimo da classificação enquanto que o CAB estava perto de ser campaão nacional.
2- O futebol, quer queiramos ou não, é o core business do Porto. Por muito pouco credível que a competição nacional em que estamos possa ser, não temos sequer a possibilidade de não entrar sob pena de ser o fim do clube.

Miguel Lourenço Pereira disse...

@Pedro,

1 - O Leiria estava em último mas, se o FCP não tivesse a vantagem pontual que tinha, o jogo que tinham pendente com o SLB podia perfeitamente ter desvirtuado toda a competição. E isso é igual de grave.

2 - Eu não ponho a hipótese de abandonar uma competição, esteja a lutar pelo titulo ou lutar para não descer, seja o futebol ou a caricas. Não é esse o ADN do meu FCP!

Paulo Marques disse...

Se lhes quiser arranjar um emprego que lhes permita viver, a grande maioria não queria saber do RSI para nada.
Então, chega-se à frente?

Pedro M. disse...

Caro Miguel,

1. a questão do Leiria é evidentemente grave e poderia desvirtuar completamente a competição. A questão é que aconteceu naquele que é o "negocio" principal do Porto, logo não poderá estar em causa a participação na edição seguinte.

2. o FCP, sob a liderança do PdC, não é assim. É um pouco à imagem da sonae, só entra em áreas de negócio para ser líder. Tenho todo o respeito pelos clubes médios/pequenos ou até mesmo grandes clubes nacionais que participam em modalidades onde os jogadores não são "obrigados" a vencer mas o FCP tem uma imagem forte baseada em títulos.

Aceito o seu ponto de vista, apesar de não concordar com ele.
Prefiro um clube vencedor a um clube eclético.