quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Para que serve a Taça da Liga?


Quando a época começou, o FC Porto tinha cinco competições oficiais pela frente. Ora, penso que ninguém tem dúvidas que a Taça da Liga era a quinta competição na lista de prioridades do FC Porto, a seguir ao Campeonato, Liga Europa, Supertaça (contra o slb!) e Taça de Portugal, por esta ordem.

Sendo uma competição sem história, sem prestigio (bem pelo contrário!), sem proporcionar o apuramento para competições europeias e com prémios monetários baixos (para os padrões do FC Porto), para que serve a Taça da Liga?

Serviu para algumas coisas nesse sentido [jogo-treino]. A dupla de centrais tem 20 anos, o Jorge Ribeiro também surgiu depois de ano e meio de inactividade, o Maranhão também veio de paragem. (…) De positivo ficou a rodagem de gente menos utilizada. Os jovens, o Maranhão e o William, que têm estado lesionados, e o Jorge Ribeiro, que jogou pela primeira vez. (…) Não se pode perder tudo, pelo que vamos aproveitar esta competição para dar espaço aos mais jovens e para aqueles que não têm tido muitas oportunidades
Manuel Machado

Estas afirmações do treinador do V. Guimarães, expressas no final do Braga x Guimarães, traduzem aquilo que eu penso e que escrevi aqui. Isto é, a Taça da Liga é uma competição que serve, acima de tudo, para dar minutos aos jogadores menos rodados, testar outros e fazer algumas experiências.

Este ponto de vista é partilhado pelos responsáveis do FC Porto (ou vice-versa, para ser mais correcto), os quais têm seguido esta política desde que a Taça da Liga foi criada. Primeiro com Jesualdo Ferreira, nos últimos três anos, e esta época com André Villas-Boas. Contudo, como tem sido óbvio, nem toda a gente encara a Taça da Liga da mesma maneira. Para os clubes da 2ª circular é uma competição importante (porque será?). Mesmo entre os adeptos portistas, há também quem discorde da politica do clube, entendendo que devemos jogar sempre com a melhor equipa possível, seja qual for a competição.

Claro que ninguém gosta de perder e num clube com cultura de vitória, como é o caso do FC Porto, menos ainda mas, para mim, as coisas são muito claras: a administração da SAD define objectivos e procura criar as condições para os atingir; depois, compete aos treinadores potenciarem e gerirem da melhor forma possível os recursos (jogadores) que a SAD coloca à sua disposição. Foi isso que Jesualdo fez (com sucesso) durante quatro anos e é isso que André Villas-Boas tem vindo a fazer esta época.

No FC Porto, não é de ânimo leve que são tomadas determinadas decisões e, seguramente, que foram ponderados diversos aspectos, nomeadamente:

i) Antes do jogo com o Nacional, AVB já sabia que, no mínimo, o FC Porto irá disputar esta época 48 jogos, sendo provável que ultrapasse a fasquia dos 50 jogos oficiais;

ii) Vai haver um pico de jogos nos meses de Janeiro e Fevereiro e, em apenas mês e meio, até ao jogo em Sevilha (a 17 de Fevereiro), o FC Porto irá disputar nove jogos (pelo meio ainda irá realizar-se um particular Portugal x Argentina);

iii) Para além das cinco competições oficiais em que está (ou esteve) envolvido, o FC Porto tem no seu plantel 10 internacionais – quatro portugueses (Beto, Rolando, João Moutinho e Varela), três uruguaios (Fucile, Alvaro Pereira, Rodriguez), dois colombianos (Guarin e Falcao) e um romeno (Sapunaru) –, que são habitualmente convocados para as selecções principais dos respectivos países;

iv) Um número particularmente elevado de jogadores têm tido problemas físicos e lesões mais ou menos graves, sendo fundamental recuperá-los e gerir o seu esforço para outras “batalhas” muitíssimo mais importantes;

v) De modo a haver alternativas razoáveis para os habitualmente titulares, é indispensável que os menos utilizados adquiram alguma rodagem competitiva. Sendo isto uma evidência, há melhor competição do que a Taça da Liga para pôr a jogar o Kieszek, o Sereno, o Rafa e outros?

Evidentemente, foi um risco que o onze inicial contra um Nacional hiper-motivado tivesse apenas três/quatro habituais titulares (Rolando, Guarin, Moutinho e Hulk), mas a época é longa e é preciso definir prioridades. Aliás, o que o FC Porto fez contra o Nacional, e faz habitualmente nos jogos desta competição, nem sequer é original. Veja-se o caso do actual líder da Premier League, o Manchester United, que no dia 30 de Novembro apresentou uma equipa de reservas em Upton Park, nos quartos-de-final da Taça da Liga inglesa, e perdeu por 4-0 contra o West Ham.

Se devido a este tipo de decisões, o FC Porto não se apurar para as meias-finais da Taça da Liga, qual é o problema? Sinceramente, para mim nenhum.

31 comentários:

Carrela disse...

Só custou por ser em casa e claro, por ter interrumpido a "série".

angelodias disse...

Tudo muito bonito mas pergunto eu: o risco de utilizar os menos rodados não seria menor contra equipas como Limianos e Juv. évora?
Penso que não se correria o risco de se ser eliminado e se calhar agora os índices físicos da equipa estariam melhores...

Cumprimentos

Zé Luís disse...

José Correia, não deixas de ter a abordagem correcta, que partilho, sobre o essencial da Taça da Treta. Nas épocas anteriores abordámos esta coisa. Portanto, basicamente, nada ou muito pouco se alterou. Por exemplo, acho muito bem a crítica do Manuel Machado e o proteccionismo aos grandes, algo completamente arredio às originais preocupações e até princípios inspiradores de quem montou - porquê? - a competição.

Agora, isso não escamoteia o facto de este último jogo com o Nacional ter sido menos propício à tal rotatividade e a equipa pagou caro por isso. Realmente, não tem grande importância seguir ou não na Taça da Treta ou perder ou não um jogo na competição. Mas basta ver os reflexos exteriores da 1ª derrota para se aquilatar da boa razão para não se ter descurado este jogo.

Se AVB andava tão preocupado com o que pudesse estimular e dar esperança ao Benfica, pois arranjou uma boa maneira de o fazer...

A questão da rotatividade, como a pões, é demasiado simplista. Porque a rotatividade exerce-se/pratica-se em jogos de cariz menos decisivo ou mediante a capacidade do opositor. É evidente que há sempre uma surpresa à espreita. Mas não consegues decerto explicar porque razão joga a artilharia pesada - sem necessidade - com o Limianos e a Juv. Évora e não joga com o Nacional. Aí sim, devia haver rotatividade. Mas devia ir mais longe e isso implicaria outra profundidade na abordagem, que é a feitura do plantel e as limitações nas inscrições nomeadamente para a Liga Europa (Rafael não conta, por exemplo), fruto de algo de errado à partida (sempre discordei do 3º g.r. estrangeiro, por exemplo; ou haver poucos produtos da casa para encher a lista A para a Europa com 25 nomes e mais uns extras).

Mesmo que a prova seja a de menor importância, como é, o FC Porto não pode deixar de encará-la para ganhar. Pelo menos chegar à meia-final, que será em casa se vencer o grupo, quiçá à final. Se no final não ganhar, daí é que não vem mal ao mundo mas nesse estádio da competição a "filosofia" já é aceitável.

A questão, por outro lado, é a bonomia (ou não) como se encaram estas coisas. Comparando com experiências anteriores. É que Jesualdo fazia imenso (10 em 11 jogadores) a rotatividade na Taça da Treta. E era normalmente acusado dos maus resultados, lembro logo o primeiro na eliminação em Fátima por g.p. em que se descobriu que tínhamos pouca gente capaz para os remates dos 11 metros.

Essa gente que tanto criticava hoje anda mais calada. Nestas matérias, mantenho sempre a coerência e não critico por criticar. Mas sou adepto, obviamente, da rotatividade, tem de ser, porém há que calcular os riscos em cada ocasião e isso nem sempre depende da competição em si, mas do momento e do adversário em causa.

Eu preferia sempre ver como chegavam os nossos melhores das férias que normalmente trazem sempre relaxamento que se paga nos jogos. Agora, como tenho dito, deve esperar por sábado para ver como estão os rapazes. Felizmente, com Varela (pelo menos) de volta, o ambiente fica mais desanuviado. Fernando é importante, mas Guarín tem dado conta do recado.

Agora, sobre a origem da competição, que pensei que abordarias atendendo ao título, este é um erro crasso que apontei também desde o início. Mas é apenas a minha opinião, porque os clubes genericamente concordam com a prova.

A prova surgiu pelo chico-espertismo do ogre da Liga que quis mostrar serviço. Propôs-se reduzir, apoiado em estudos duvidosos, a I Liga de 18 para 16 clubes. Algo que eu nunca acreditei ser benéfico. E algo que não está provado ter resultado. Os buracos que ficaram no calendário, o tasqueiro de O. Azeméis ocupou com a Taça da Treta. E patrocinou as finais no Allgarve, merecendo condecorações locais.

Nuno Ribeiro disse...

Gosto sempre que o FCP jogue para ganhar e não tenho dúvidas que o FCP joga sempre com esse objectivo, mas concordo que a taça da liga seja usada para rodar jogadores. Não falo em revolução total, mas apoio o que tem sido feito que é dar oportunidades a outros elementos menos utilizados. Mas mesmo com uma equipa com menos rodagem o FCP tinha obrigação de ganhar.

É verdade que apenas em Portugal é que determidados clubes clubes olham para a taça da liga como refugio de uma época. Em Ingaterra por exemplo é a taça da liga Inglesa é conhecida como a taça das reservas porque é mesmo esse o objectivo dela.

Portanto apoio a definição de prioridades do FCP, e também a forma como abordam a taça da liga, mas mesmo assim continuo a dizer que mesmo dentro desta perspectiva temos equipa mais que suficiente para ganhar, mas acidentes acontecem e antes ali que noutro lado.

Saudações

José Correia disse...

Zé Luís disse…
Realmente, não tem grande importância seguir ou não na Taça da Treta ou perder ou não um jogo na competição. Mas basta ver os reflexos exteriores da 1ª derrota para se aquilatar da boa razão para não se ter descurado este jogo.

Dependendo da forma como a equipa vai reagir (algo que veremos no jogo com o Marítimo), esta 1ª derrota até pode ser positiva.
Quanto ao slb, gosto de os ver eufóricos e a pensar que são novamente os maiores.

José Correia disse...

Zé Luís disse…
não consegues decerto explicar porque razão joga a artilharia pesada - sem necessidade - com o Limianos e a Juv. Évora e não joga com o Nacional

Sinceramente, não me lembro quais foram os onzes contra o Limianos e a Juventude de Évora, mas suponho que estes jogos foram disputados numa altura em que a carga competitiva era menor. Conforme refiro no artigo, do início de Janeiro até ao jogo em Sevilha, o FC Porto tem agendados 9 jogos e ainda há uma data (9 de Fevereiro) para jogos particulares das selecções (irá haver um Portugal x Argentina).
Seja como for, eu entendo que os jogos com o Limianos e a Juventude de Évora também deveriam ter sido aproveitados para dar rodagem aos menos utilizados.

José Correia disse...

Zé Luís disse…
sempre discordei do 3º g.r. estrangeiro, por exemplo; ou haver poucos produtos da casa para encher a lista A para a Europa com 25 nomes e mais uns extras

Inteiramente de acordo com esta tua crítica.

José Correia disse...

Zé Luís disse…
Mesmo que a prova seja a de menor importância, como é, o FC Porto não pode deixar de encará-la para ganhar. Pelo menos chegar à meia-final

Não vejo a Taça da Liga como um objectivo competitivo. Mais importante que a tentar ganhar, encaro-a como uma competição útil para testar, avaliar, integrar e dar rodagem aos jogadores novos e/ou menos utilizados.

Nuno Ribeiro disse...

Zé Luís disse…
não consegues decerto explicar porque razão joga a artilharia pesada - sem necessidade - com o Limianos e a Juv. Évora e não joga com o Nacional

Se a memória não me está a trair esses jogos "fáceis" foram a 1 ao fim de semana e sem jogos a meio da semana o que representava ter jogadores titulares 15 dias parados (sem jogos) o que do ponto de vista de físico e psicológico e motavacional poderia ter más repercussões. Mais não atribuo a derrota à rotação que foi feita no plantel, pois acredito que apresentamos um onze bastante forte e que na minha opinião poderia dar bem conta do recado.

Acredito que a opção de AVB e a sua equipa técnica foi a melhor.

Pedro disse...

essa equipa de reservas do united não era assim tão reserva como disse..

simplesmente em inglaterra ha' o conhecimento de que a época é longa e ha' uma cultura que consiste na rotação constante do plantel, com o objectivo de pôr todos os jogadores, ou pelo menos os melhores, no auge da sua capacidade física, e não utilizá-los ate' ao seu esgotamento e só aí os deixar a descansar.

Mário Faria disse...

Compreendo o José Correia, mas acho que o seu comentário tenta ladear a questão de fundo . Passo a explicar : nos jogos com o VG, VS, PF e Nacional o FCP esteve a ganhar e não foi suficientemente competente para se exibir, depois de chegar à vantagem (quase sempre o mais difícil), a um nível compatível com os pergaminhos de uma equipa preparada para liderar e comandar o ritmo de jogo. Pior : nesses jogos demonstrou uma estranha fragilidade : o modelo não funcionou, os jogadores não souberam responder aos problemas que os adversários lhe colocaram, a equipa tremeu e a tremedeira teve o seu epílogo no último jogo realizado. Poderia ter sido antes e ainda bem que não o foi. Os sintomas anunciavam este desenlace. Foi o menos mau. Resta saber se vamos dar a volta por cima ou se entramos em plano inclinado. O Chelsea é apenas um exemplo como uma equipa forte, de repente, ficou reduzida a cacos.
A defesa sobe pouco (excepção a Álvaro), e a linha avançada pressiona muito leve, levemente. Nomeadamente Hulk e James. O meio campo fica com excesso de trabalho para três homens, que não se apresentam, também, no seu melhor e, ultimamente, têm sido pouco decisivos no último terço do terreno. O ritmo e intensidade nestes jogos têm sido demasiado baixos.
A equipa técnica deve conhecer a capacidade física da equipa e dos jogadores, e quando não se tem cão caça-se com gato. Se a equipa está mais frágil, manda o bom senso que se povoe o meio campo, se junte as linhas de forma a não conceder espaços. As equipas de Mourinho são quase perfeitas na execução desse plano de marcha atrás, sem perder a coesão e o controlo do jogo.
Foi isso que não fomos capazes de fazer nos últimos jogos. E, entendo, que o AVB não leu bem os sintomas e não formatou a equipa para resistir melhor a algum desgaste provocado na maioria dos jogadores.
Não haverá razões para dramatizar, e espero que a equipa jogue com empenho e que os sócios tenham um pouco de paciência, porque isto de marcar golos não é tão fácil como parece e a rapaziada merece ser apoiada.

Miguel Magalhães disse...

Inteiramente de acordo com o teor do artigo. Esta competição interessa muito pouco e serve essencialmente para rodar jogadores. E com a carga competitiva que se avizinha as opções só podiam ser estas - note-se que o Fucile, Rafa, Ruben, Walter e James não jogaram tão pouco quanto isso nos últimos tempos.
O que me preocupa um pouco é que a equipa caiu claramente de forma/atitude desde a goleada ao slb e teve muitas tremideiras em muitos jogos. Logo, há algum tempo que se adivinha que isto acontecesse.
A grande incógnita: isto faz parte de um planeamento de época com um ligeiro abaixamento nesta altura para resolver a época em Fevereiro/Março ou a equipa "desceu à terra" e baixou mesmo a produção para o seu "real valor"? aposto mais na primeira hipótese mas o tempo o dirá

José Correia disse...

@Mário Faria e Miguel Magalhães
A minha opinião sobre a principal razão para as exibições sofríveis que se verificaram após os inesquecíveis 5-0 do dia 7 de Novembro de 2010, expressei-a aqui.

José Rodrigues disse...

Bem, antes de mais refuto a premissa (expressa no artigo) de que à partida há competições para rodar (Taça da Liga), e outras não.

Não acho q as coisas se devam ver assim, mas sim da forma q o Zé Luis mencionou (i.e. a rotatividade é para ir sendo gerida jogo a jogo, na época toda, em função dos adversários, sobre-carga de jogos, etc).

Até porque - e este é para mim o ponto fundamental - a rotatividade não deve ser vista numa perspectiva de competições em q se "espreme" a equipa titular, e outras em q mete 7, 8 ou mais não-titulares habituais. Acho q deve ser muito mais gradual do q isso.

Claro q o campeonato e a Liga Europa são as prioridades. Mas entre um jogo para a Liga Europa em q já está tudo decidido; ou jogos com um J Évora ou Limianos; e este jogo com o Nacional, qual deles devia ter tido menos rotatividade (ainda q alguma)? O último.

Para mais até já temos tido esta época bastante rotatividade (principalmente imposta), fruto de lesões. Há muitos poucos jogadores q possam estar em risco de sobre-carga.

José Rodrigues disse...

Quanto à importância relativa das competições, permito-me também discordar. Nomeadamente, não acho q a Taça da Liga seja menos importante do q a Taça de Portugal (embora sejam ambas claramente muito menos importantes do q campeonato e LE).

A Taça da Liga tem a vantagem clara em relação à taça de Portugal de dar bastante mais dinheiro. Salvo erro, entre prémios e bilheteira penso q facilmente se pode encaixar uns 3M€, o q já é dinheiro.

Além disso é uma competição mais forte do q a taça de Portugal, onde muito mais facilmente se pode ganhar jogando apenas contra equipas pequenas. Finalmente, constato q muitos portistas se costumam referir à Taça de Portugal depreciativamente (e com razão) como a taça de "Oeiras".

A única vantagem q a Taça de Portugal tem é a "história". Mas isso é relativo e dinâmico... há 20 anos atrás (ou até mais recentemente) tb o slb podia usar essa desculpa para menosprezar a Supertaça, onde se têm dado muito pior do q nós.

Nuno Ribeiro disse...

José Rodrigues disse:
"A única vantagem q a Taça de Portugal tem é a "história". Mas isso é relativo e dinâmico... há 20 anos atrás (ou até mais recentemente) tb o slb podia usar essa desculpa para menosprezar a Supertaça, onde se têm dado muito pior do q nós."

Penso que está errado, a Taça de Portugal para além de ter mais prestigio que a taça da liga, dá acesso a uma competição Europeia. A questão de qual é mais rentável não tenho dados concretos para responder mas julgo que a taça de portugal é melhor financeiramente. A única vantagem que encontro na taça da liga e que é muito mais fácil de ganhar na medida em que há poucos jogos.

Nuno Ribeiro disse...

estamos a falar em rotatividade no último encontro do FCP mas a verdade é que apenas 2 jogadores tiveram nessa política. Kieszek e Sereno. de resto jogou Fucile, Rolando, Rafa (A. Pereira lesionado), Guarin, Moutinho, R. Micael, James (Varela lesionado), Hulk, Walter (falcão lesionado).

Como podemos constatar apenas 2 jogadores foram utilizados em política de rotação. E mesmo assim apresentamos uma equipa a meu ver bastante forte. Concordo com AVB, perdemos o jogo por questão de falta de concentração, e não por rotações.

José Correia disse...

«A final da Taça de Portugal, que será decidida entre FC Porto e Paços de Ferreira, atribuirá 500 mil euros ao vencedor e 200 mil à equipa vencida.
O presidente da FPF, Gilberto Madaíl, sublinhou que será “a primeira vez” que a prova vai distribuir receitas a rondar os três milhões de euros. “O vencedor pode arrecadar cerca de um milhão de euros”, acrescentou o dirigente, esclarecendo que as verbas resultam do patrocínio do Millennium, de receitas de bilheteira e das transmissões televisivas.»
in publico.pt, 21.05.2009

José Correia disse...

Eu não dou grande importância à Taça de Portugal mas, seguramente, tem mais prestigio e muito mais história/tradição que a Taça da Liga. Isso é indiscutível.
Um outro aspecto significativo, favorável à Taça de Portugal, é que o seu vencedor é apurado para as competições europeias, o que não acontece com a Taça da Liga.

José Correia disse...

É um pormenor, pouco relevante para o essencial desta comparação, mas não sei se os resultados das Taças de cada um dos países contam para o ranking da IFFHS. Da Taça da Liga não contam de certeza.

José Correia disse...

E, já agora, ninguém fala em “dobradinha” quando um clube ganha Campeonato e Taça da Liga no mesmo ano.

José Correia disse...

Na época 2008/09, o vencedor – slb – recebeu um total de 349.000 euros. Também neste aspecto a Taça da Liga parece ser pior que a Taça de Portugal.

Sobre este assunto – receitas da Taça da Liga – o site Futebol Finance fez um artigo que pode ser consultado aqui.

José Rodrigues disse...

"Um outro aspecto significativo, favorável à Taça de Portugal, é que o seu vencedor é apurado para as competições europeias, o que não acontece com a Taça da Liga."

Isso é totalmente irrelevante para o FCP (a não ser q alguém - eu não, certamente - ache q o FCP pode vir a acabar um campeonato abaixo do 5o lugar...).

Para os Nacionais deste mundo, sim. Para nós, não.

José Rodrigues disse...

"Como podemos constatar apenas 2 jogadores foram utilizados em política de rotação."

Observação bem pertinente.

No q me diz respeito pronunciei-me apenas na questão de se dever em geral favorecer ou não a rotatividade na Taça da Liga por contraposto às outras competições (como o J. Correia defendeu no artigo); não se isso foi ou não de facto feito pelo AVB neste jogo. E como o N Ribeiro bem apontou, até nem foi muito o caso.

Quanto ao jogo em si, o facto é q não temos desculpa para nem sequer termos ao menos empatado um jogo em casa contra o Nacional. Isso era o mínimo q se pedia, mesmo jogando com várias opções secundárias (algumas impostas, outras por opção).

Repare-se que só o custo dos passes de James + Walter é superior ao orçamento anual do Nacional...

Enfim, em jeito de remate eu quase que diria em jeito de brincadeira que isto parece uma maldição: salvo erro, nas últimas 3 décadas o Nacional já ganhou mais jogos em nossa casa do q um slb ou SCP.

José Correia disse...

a não ser q alguém - eu não, certamente - ache q o FCP pode vir a acabar um campeonato abaixo do 5o lugar...

Concerteza. Mas o facto do vencedor da Taça de Portugal ser apurado para as competições europeias, o que não acontece com a Taça da Liga, é apenas mais um aspecto da comparação entre estas duas competições. Ora, pelos factos apresentados anteriormente, verifica-se que a Taça de Portugal leva vantagem em todos os aspectos – prestigio, história/tradição, apuramento para as competições europeias, verbas recebidas pelo vencedor.

José Rodrigues disse...

"Ora, pelos factos apresentados anteriormente, verifica-se que a Taça de Portugal leva vantagem em todos os aspectos – prestigio, história/tradição, apuramento para as competições europeias, verbas recebidas pelo vencedor."

Vamos lá ponto por ponto.

No q diz respeito ao apuramento para as competições europeias, volto a repetir q isso é irrelevante para o FCP, e é portanto irrelevante para mim como portista. Estou-me a borrifar para a perspectiva de um adepto do Nacional, do Rio Ave ou de alguém neutro.

No q diz respeito a dinheiro, peço desculpa mas não vejo qualquer evidência desta afirmação do J. Correia. Digam-me lá preto-no-branco: quanto é q o vencedor da Taça de Portugal vai receber esta época, e quanto é q o vencedor da Taça da Liga vai receber? Tanto quanto sei será, no melhor dos casos, valores quase idênticos (e para além disso é de esperar em geral maior receitas de bilheteira na Taça da Liga, em q não temos jogos contra Limianos).

Resta portanto o "prestígio" e a "história/tradição". Nisso não há dúvida de q a Taça tem vantagem (muito bem o "prestígio" é discutível quando se ganham taças de Portugal em q o adversário mais difícil q se encontrou em toda a competição é um Paços de Ferreira).

Bem, o valor e o interesse disso é muito subjectivo e torna-se portanto numa questão de preferências pessoais, sabendo-se no entanto q será sempre infinitamente inferior - tanto num como noutro caso - à da vitória no campeonato ou numa competição europeia.

Pessoalmente acho q tanto uma como outra têm pouco interesse nesse aspecto e não é coisa q me entusiasme minimamente, estão bem uma para a outra. Mas como é subjectivo, respeito quem considere o contrário, simplesmente ninguém tem razão ou deixa de a ter.

Concluindo, a única coisa minimamente objectiva nesta discussão é o dinheiro envolvido.

Nuno Ribeiro disse...

Caro J. Rodrigues...

Está claro que a taça de portugal é mais benéfica em todos os aspectos...

No plano financeiro é mais vantajoso, como já expôs e bem o J. Correia mas indico estes links para verificar.

http://www.fpf.pt/portal/page/portal/PORTAL_FUTEBOL/FEDERACAO/NOTICIA?notid=4238818

http://www.futebolfinance.com/carlsberg-cup-–-a-tentativa-frustrada-de-compensar-os-clubes

Do ponto de vista o prestígio é lógico que é tremendo o saldo a favor da taça de portugal... Argumenta que os clubes são piores mas na verdade são os mesmo mais uns mais fracos. Mais, é o prestígio de uma competição que faz com que ela ganhe importância, o que faz com que as equipas apostem mais nela, joquem com os seus melhores jogadores, a encarem como um dos objectivos da época, e por último e não menos importante faz com que o investimento financeiro por parte dos patrocinadores seja maior.

Posto isto a taça da liga poderá no futuro ser um trofeu apetecível, mas de momento perde em todos os factores com a taça de portugal.

José Rodrigues disse...

"No plano financeiro é mais vantajoso, como já expôs e bem o J. Correia mas indico estes links para verificar. "

O q eu vi aqui foi dados da época 08/09 (e estamos em 10/11) q diziam q o vencedor da taça de Portugal recebia 0.5M€ e o da taça da Liga 0.36M€.

Mesmo considerando q os dados são válidos para esta época (e eu li em qq lado há meses q os valores para a taça da Liga tinham aumentado), é essa "grande" diferença de 140mil euros q consideram de claramente avantajoso?

José Rodrigues disse...

Quanto ao prestígio e para deixar a minha opinião ainda mais clara, vou fazer um pequeno exercício teórico do grau de prestígio q pessoalmente atribuo a cada competição (numa escala de 0 a 100):

1) vitória na LC: 100
2) vitória na LE: 60
3) vitória no campeonato: 40
4) vitória na Taça de Portugal: 5
5) vitória na Taça da Liga: 3

Ou seja, comparado com as comp europeias e o campeonato, a diferença de prestígio entre as outras 2 taças é para mim uma questão de arredondamento, valendo basicamente a mesma coisa (i.e. muito pouco).

Mas pronto, respeito opiniões contrárias, ficando na certeza q quem eleva a Taça de Portugal não vai concerteza no futuro falar da "taça do regime" e outros comentários depreciativos q tais quando o slb a ganhar e nós cairmos logo ao início. ;-)

Nuno Ribeiro disse...

não sei se viu com atenção o link relativo aos prémios da taça de portugal porque os 500 mil euros que fala são para o vencedor da final, neste montante não está incluído o que ganhou antes de chegar à final que segundo a mesma fonte (FPF) pode chegar a 1 milhão.

Portanto mantenho a opinião que a taça de portugal é vantajosa também financeiramente, para além do que já citamos nos "post's" anteriores.

Relativamente à hierarquia de importância que atribui estou de acordo, já à sua quantificação penso que é um exercício demasiado pessoal para ser discutido aqui.

Mais uma vez mostro a minha concordância com o modelo de abordagem do FCP às competições onde está inserido.

José Correia disse...

Aproveitando o exercício teórico do José Rodrigues, na minha opinião seria:
1) vitória na LC: 400
2) vitória na LE: 50
3) vitória no campeonato: 40
4) vitória na Taça de Portugal: 8
5) vitória na Supertaça (contra o slb): 8
6) vitória na Supertaça: 4
7) vitória na Taça da Liga: 2

Explicação: Partindo da valorização que dou à Taça da Liga, fui valorizando as restantes competições.
Exemplo: Uma Supertaça vale duas Taças da Liga; uma Taça de Portugal vale quatro Taças da Liga; um Campeonato vale cinco Taças de Portugal; uma LC vale 10 campeonatos.