quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Agentes, renegociações de contratos e dupla representação


Em relação ao artigo do José Correia acerca do caso Falcão eu repito o que já há tempos disse num comentário e há pouco repeti: por que raio de razão pagam os clubes comissões por renegociação de contratos, e a quem?? Se se trata do agente do jogador em causa, este último que lhe pague, além de essa situação configurar um caso típico de conflito de interesse, pois o referido agente não pode representar condignamente os interesses do jogador se no fim for receber uma comissão do clube com quem está a negociar. Eu até diria que esta é matéria em que o chamado Sindicato dos Jogadores deveria tentar intervir, a fim de defender os interesses dos jogadores. E isso pouparia aos clubes muito dinheiro.

9 comentários:

Mefistófeles disse...

O que mais me choca é que haja dinheiro para pançudos do futebol e não haja para pagar às outras modalidades, quando estas tudo fazem para elevar bem alto o nome do FCP.

Triste.

José Correia disse...

o referido agente não pode representar condignamente os interesses do jogador se no fim for receber uma comissão do clube com quem está a negociar

Pois... Falta saber que interesses é que os agentes estão a representar.

rbn disse...

Existe algum fundo de verdade nestes atrasos de pagamento ás modalidades?

É que isto já está indo longe demais, e sempre que podem, os nossos "queridos inimigos" estão sempre a bater nesta tecla.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Estas coisas habitualmente funcionam assim. Os clubes pagam elevadas comissões a agentes com "ligações preferenciais" e, habitualmente, desse dinheiro algum volta para os elementos dos clubes envolvidos nas negociações...nas suas contas particulares.

Recordo-me de ler a biografia do Gianluca Vialli explicar esta realidade muito bem. Clubes que gastam fortunas em comissões para depois alguns dos dirigentes serem recompensados pelos agentes com bónus interessantes muitas vezes utilizados depois para pagar favores antigos.

Enfim, o sistema é tão susceptivel a estes jogos que, como diz o Alexandre, o senhor Platini deveria preocupar-se em aprovar uma leia que obrigue os jogadores a pagar aos agentes ou a descontar do salário dos jogadores o dinheiro pago em comissões. Tudo às claras, tudo mais transparente.

O que está a ser feito no caso do Hulk (como no James, como foi feito com o Falcao, Moutinho) é um exemplo perfeito de lavagem de dinheiro e não gosto nada de ver o FC Porto ser associado a este tipo de negociatas, apesar de ser a tendência desde há largos anos para cá.

um abraço

ℕℯℓsση ℳαcℎα∂σ disse...

E na senda do que o Miguel Pereira referiu:
"Os clubes pagam elevadas comissões a agentes com "ligações preferenciais" e, habitualmente, desse dinheiro algum volta para os elementos dos clubes envolvidos nas negociações...nas suas contas particulares."

Já em vários jornais se referiu que as empresas offshore com quem o FC Porto negoceia as vendas de partes dos passes dos seus jogadores quando está mais à rasca de liquidez são geridas e detidas por pessoas que inclusivamente fazem parte dos quadros do FC Porto SAD.

Já há mais de um ano, não sei se neste blog se noutro, eu chamei à atenção destes negócios de milhões que parecem gotas no meio dos restantes milhões do negócio todo das compras e vendas de passes mas que na verdade são "gotas" de veneno bastante poderoso nas finanças dos clubes.
Na altura que fiz a alusão a estas manigâncias (e mais uma vez digo que já não sei em que blog foi) disseram-me que se era para estar a dizer mal do nosso clube e sem ter provas de nada que mais valia estar calado. Agora, felizmente, todos vêem o óbvio.

Mefistófeles disse...

@ RBN,

Depois da vergonha que foi o caso Standard de Liége, com as transferencias de Defour e Mangala, já nem me atrevo a questionar a veracidade daquelas notícias...

Mário Faria disse...

Registo a abertura do FCP a este tipo de informação. A transparência é um conceito mais para prometer do que para cumprir.
O sistema está cheio de parasitas e o futebol não é excepção. Foge muito dinheiro para entidades que não acrescentam qualquer valor ao "produto" que se contratualiza.
São dirigentes, são treinadores, são empresários, filhos, padrinhos e afilhados desta gente toda. É uma multidão para alimentar. Os sinais exteriores de riqueza têm de vir de algum lado.
As instituições empresariais dispõem de sistema de controlo : afinal para que servem os conselhos fiscais e as auditorias externas às contas. Pelos vistos, para legitimar todos actos de gestão na base de que os lançamentos estão afins com a legislação em vigor.
O sistema está doente e um dos sintomas detecta-se neste imbróglio de conexões que não se conhece onde começa e acaba. De tal forma, que desconheço se é possível estar no negócio de uma forma muito diferente da que vigora, de facto, no momento actual.

Alexandre Burmester disse...

Caros amigos,

No meu pequeno apontamento limitei-me a comentar factos que me desagradam. Não gosto de fazer insinuações e não as fiz, nem nunca farei.

O Reflexão Portista não é o café da esquina.

Unknown disse...

O futebol hoje em dia propicia com a proliferação de agentes desportivos negócios cada vez mais pouco claros e que servem para o enriquecimento de alguns, basta ver quanto custa uma licença de agente FIFA para perceber-mos que esta praga nao vai ter fim.

www.Tribunaportista.blogspot.com