domingo, 25 de dezembro de 2011

Morreu a “Velha Raposa”

Emídio Trindade Pinto, ex-ciclista, treinador e director desportivo da equipa de ciclismo do FC Porto, faleceu na véspera de Natal, aos 79 anos, em Vila Nova de Gaia, de onde era natural (nasceu na Freguesia de Santa Marinha, a 29 de Março de 1932).

Durante a sua carreira de ciclista, de 1950 a 1962, representou o Sangalhos e o FC Porto. Mais tarde, como director desportivo, comandou o FC Porto, SCP, Coimbrões, Canidelo, Feirense e Louletano, tendo vencido a Volta a Portugal por cinco vezes (recorde de vitórias que partilha conjuntamente com Manuel Zeferino).

Participou em 45 edições da maior corrida velocipédica portuguesa, primeiro enquanto atleta, depois como director desportivo. Foi nesta condição que ganhou fama, passando a ser conhecido no pelotão do ciclismo por a “Velha Raposa”, devido às tácticas que lhe valeram inúmeros triunfos.

Emídio Pinto começou no FC Porto como director desportivo adjunto, ao lado de Franklim Cardoso e de Onofre Tavares, e a primeira Volta a Portugal que festejou nessa qualidade foi a de Joaquim Leão, em 1964.

Em 1981, alcançou um dos êxitos mais espectaculares da sua carreira de treinador quando, logo no início da 2ª etapa (entre Évora e Vila Real de Santo António), um ciclista desconhecido de 20 anos fugiu e, após atravessar o Alentejo e o Algarve sozinho, chegou à meta com uma vantagem de 12 minutos! O desconhecido chamava-se Manuel Zeferino, venceu essa Volta a Portugal (num ano em que a equipa do FC Porto incluía estrelas como Marco Chagas e Belmiro Silva, vencedor da Volta três anos antes ao serviço do Coimbrões) e foi mais um dos talentos descobertos e lançados por Emídio Pinto.

Foi muitas vezes comparado a José Maria Pedroto, pelo estilo e pela argúcia, e sempre se notabilizou pela sua ligação afectiva ao FC Porto, clube de que era adepto e que nunca escondeu, mesmo quando treinou outras equipas.

2 comentários:

Alexandre Burmester disse...

O grande Emídio Pinto, uma das personagens mais genuínas do mundo do desporto que algum dia conheci, se descreveu a si próprio da seguinte forma, após o triunfo de um ciclista do F.C.P. quando ele era o director desportivo do clube: "Sou o Pedroto do ciclismo!"

Paz à sua (enorme!) alma.

Ângelo disse...

É triste ver partir gente boa e que nos habituamos a admirar.
Honrou o clube do seu coração e todos por onde passou e com quem trabalhou.
Paz à sua alma!