quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Compras, vendas, percentagens e comissões

No dia 16 de Agosto, a Futebol Clube do Porto – Futebol SAD enviou dois comunicados à CMVM, informando o mercado que tinha adquirido 100% dos direitos económicos do atleta Defour, pelo montante de 6.000.000 € (seis milhões de euros) e 100% dos direitos económicos do atleta Mangala, pelo montante de 6.500.000 € (seis milhões e quinhentos mil euros).

Passados dois meses, no Relatório e Contas Consolidado 2010/2011, ponto 34 ‘Eventos Subsequentes’ (páginas 104 e 105), é dito o seguinte:

«Subsequentemente à data das demonstrações financeiras ocorreram os seguintes factos que, pela sua relevância, são apresentados como segue:
(…)
c. Aquisição de 100% do “passe” do jogador Defour ao Standard de Liége por 6.000.000 Euros;
d. Aquisição de 100% do “passe” do jogador Mangala ao Standard de Liége por 6.500.000 Euros valor esse a que acresce o montante de 500.000 Euros de encargos com serviços de intermediação;»

Constata-se que em 28/10/2011 (data em que o Relatório e Contas Consolidado 2010/2011 foi enviado à CMVM), a FCP SAD ainda surgia oficialmente como detentora de 100% dos “passes” dos jogadores Defour e Mangala. Quanto aos valores de aquisição dos passes, são mantidos os que tinham sido comunicados em 16/08/2011 mas, desta vez, passam a ser referidos 500.000€ de encargos com serviços de intermediação na contratação do jovem defesa-central francês (no caso do médio belga, nada é dito acerca de encargos adicionais).

Um mês depois, no Relatório e Contas Consolidado do 1º Trimestre 2011/2012, ponto 5 ‘Activos Intangíveis – Valor do Plantel’ (página 16), é dito:

«As principais aquisições realizadas no período de três meses findo em 30 de Setembro de 2011, em valor, podem ser resumidas como segue:

(clicar na imagem para a ampliar)

Analisando o quadro anterior, verifica-se que em 30/11/2011 (data em que o Relatório e Contas Consolidado do 1º trimestre de 2011/2012 foi enviado à CMVM), a FCP SAD já só era detentora de 90% dos direitos económicos de Defour e Mangala e, para além dos valores de aquisição dos “passes”, surgem como Encargos adicionais 1.850.339€ no caso de Defour e 1.020.000€ no caso de Mangala.

Ou seja, de 100% a FCP SAD passou a detentora de 90% dos “passes”, sem que tenha sido explicado o que aconteceu aos 10% que deixou de deter. Quanto aos encargos adicionais, no caso de Mangala passaram de 500.000€ para 1.020.000€ (porquê?) e no caso de Defour de zero para 1.850.339€.

Finalmente, no comunicado de 27 de Dezembro, ficamos a saber que a Futebol Clube do Porto – Futebol SAD alienou à Doyen Sports Investments Limited:
• 33,33% dos direitos económicos do jogador Mangala por 2.647.059€;
• 33,33% dos direitos económicos do jogador Defour por 2.352.941€.

E, adicionalmente, que a FCP SAD atribuiu 10% da receita líquida de uma eventual transferência à sociedade Robi Plus, pelo que passou a deter 56,67% dos direitos económicos de cada um destes jogadores.

«(…) o clube manteve a política de investir em jovens valores, que garantam progressão e um contributo importante no desempenho da equipa, como possam ser activos importantes no mercado de jogadores. Assim, chegaram esta época ao FC Porto atletas como Iturbe, Bracali, Djalma, Defour, Mangala, Kléber e Alex Sandro.»
in Relatório e Contas Consolidado 1º Trimestre 2011/2012 (página 4)

No futuro, veremos qual vai ser a valorização destes “activos”. Para já, do lado dos custos, sabemos que o valor total da aquisição dos “passes” de Defour e Mangala perfez 15.370.339€ (7.850.339€ + 7.520.000€), enquanto que do lado das receitas, o que veio a público é que a FCP SAD encaixou 5.000.000€ (2.647.059€ + 2.352.941€) pelos 43,33% que já não lhe pertencem. Ou seja, a não ser que faltem dados nos comunicados e relatórios oficiais, na alienação destes 43,33% não houve qualquer valorização dos dois “activos”, bem pelo contrário. Para, no mínimo, não perder dinheiro, os 43,33% deveriam ter rendido à FCP SAD 6.659.967€ (0,4333 x 15.370.339€) e não os 5.000.000€ que se depreende do último comunicado.

Olhando para este conjunto de factos e números, há coisas que não batem certo e outras que estão mal explicadas. Talvez falte alguma informação, mas cada um que tire as suas conclusões.

Nota final: Conforme indicado, todos os números e dados apresentados neste artigo foram extraídos de documentos oficiais da Futebol Clube do Porto – Futebol SAD.

22 comentários:

ℕℯℓsση ℳαcℎα∂σ disse...

Sem nunca ter consultado nada também já me tinha feito espécie estas "negociatas" do FC Porto.

E quando me lembro de há uns meses atrás ter lido no O Jogo online uma noticia que demonstrava que as sociedades com quem o FC Porto fazia estes negócios eram amigos e até funcionários da FCP Sad, ainda mais admirado fico.

Começa-me a parecer que ou isto se passa assim em todos os clubes e só nós (Portistas) estranhamos pois o nosso clube é o que mais transparência tem ao nível de relatórios e contas (apesar de haver muita coisa difícil de entender), ou então estes negócios tem realmente muita promiscuidade e compadrio e até apropriação indevida de dinheiros do clube por parte de... certas pessoas.

Amphy disse...

Este desaparecimento de parte dos passes dos jogadores já não é coisa nova... Parece política habitual. Se calhar foi um prémio para alguém, mas eu acho que se calhar as coisas são tratadas com tal ligeireza, que é igual para quem escreve estes relatórios que o FCP tenha 100% ou 90% do que quer que seja.

A questão dos fundos é curiosa. Se por um lado permite que o FCP tenha atletas que não teria possibilidade de ter se não houvesse esta partilha de risco, por outro também reduz a margem de lucro numa possível valorização do jogador. Aliás, agora vê-se que ao partilhar o risco o FCP está a vender percentagens dos passes com desconto então pode estar a perder margem de duas formas. Para além que perde também poder negocial uma vez que o fundo também tem uma palavra a dizer e age como pressão adicional. O facto de elementos da SAD poderem ter interesses pessoais nesses fundos parece-me grave e condenável.

É um reflexo do funcionamento promíscuo da sociedade portuguesa.

Pedro Reis disse...

É demasiado triste para comentar...
E se dissesse o que me ía na alma, ainda alguém me movia um processo e corria o risco de ir preso...
Por estas e por outras é que o FCP para mim é apenas e só um clube de quem sou adepto (como poderia ser de outro qualquer), mas que de mim não há-de receber 1 euro que seja, excluindo a compra de um ou outro bilhete a cada 2/3 anos ou de um pequeno artigo de mershandising.
Para encher os bolsos de 1/2 dúzia não contem comigo!

P.S. Parabéns José Correia, a sua análise é excelente, muito precisa e só pode pecar por defeito, caso existam outras coisas relativas aos passes que não aparecem relevadas nas contas e que tornem o cenário ainda mais negro...

Mário Faria disse...

Doyen Sports Investments is a private fund dedicated, amongst other activities, to assisting football clubs from a financial perspective and providing an important and growing alternative source of financing for football clubs and football PLCs.
Presently, Doyen Sports Investments is providing support and funding in a very visible way, sponsoring the Spanish teams Sporting Gijon, Getafe and Atletico Madrid. In addition, many other deals have also been made with other Spanish teams as well with many other clubs worldwide, with particular impact in Brazil, Eastern Europe and Portugal.

Mário Faria disse...

Relativamente a Robi Plus, obtive a seguinte informação, numa busca pelo Google, que me serviu de fonte da informação contida no comentário anterior:

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Sansoni7 disse...

Olá

Se " Olhando para este conjunto de factos e números, há coisas que não batem certo e outras que estão mal explicadas. Talvez falte alguma informação, mas cada um que tire as suas conclusões." , qual o papel da CMVM em tudo isto?

Augusto

eumargotdasilva disse...

José Correia, creio que as contas - independentemente de não estarem bem esclarecidos os números e as jiga-jogas - têm de ser feitas da seguinte forma: o Porto tem 56,67% dos direitos económicos de cada jogador, porque tinha 90% e vendeu 1/3 disso. Os 10% virão num receita futura líquida de venda, e, não entram nestas contas. Então, os valores para neste momento não perder dinheiro seriam de 33,33% dos tais ditos 15 milhões e tal, e até estão no lucro. Pouco mas no lucro.
Quanto aos encargos adicionais, neste caso, podem bem ser juros e não comissões.

José Correia disse...

Sansoni7 disse...
qual o papel da CMVM em tudo isto?

Receber e divulgar ao Mercado a informação - comunicados e relatórios e contas - enviada pela SAD nos timings/datas obrigatórios. Penso que não faz parte das atribuições da CMVM ler e fazer uma análise critica ao conteúdo dos documentos recebidos.

José Correia disse...

reine margot disse...
o Porto tem 56,67% dos direitos económicos de cada jogador, porque tinha 90% e vendeu 1/3 disso

Antes de ter 90% a SAD teve 100%. Quando cedeu 10% a uma determinada entidade (para o caso não interessa quem), por que razão o fez? Quanto recebeu por esses 10%?

José Correia disse...

reine margot disse...
os valores para neste momento não perder dinheiro seriam de 33,33% dos tais ditos 15 milhões e tal, e até estão no lucro

Os números são conhecidos e as contas fáceis de fazer.
Se a FCP SAD é, nesta altura, detentora de 56,67% dos direitos económicos de cada um destes dois jogadores (ver comunicado de 27/Dez) é porque cedeu 43,33% dos respectivos "passes".

Quanto recebeu por estes 43,33%?
De acordo com a informação que é pública e que consta dos documentos oficiais da FCP SAD, 5.000.000€ (2.647.059€ + 2.352.941€). Ou a reine margot tem conhecimento que a SAD tenha recebido mais alguma verba?

eumargotdasilva disse...

José Correia, não sei o que o Porto fez aos 10% que deixou de possuir; provavelmente não os conseguiu pagar e entrou em acordo para ficar só com 90%.
O que eu leio nos relatórios é que no início havia a presunção de comprar 100% do passe por 12 500 mil euros, e no final comprou-se 90% pelos tais 15, 37 milhões.
E alienaram-se 33,33% do que se tinha.

Não leio mais nada, porque nada mais lá está.

Sansoni7 disse...

Caro Jose Correia, creio que a CMVM pode e deve ir mais além:

Procedimentos gerais de supervisão da CMVM (continuação)

d)Efectuar os registos previstos na lei;

e) Efectuar inspecções às entidades sujeitas à supervisão da CMVM;

f)Realizar inquéritos para a veriguação de infracções;

g)Instruir os processos e punir as infracções da competência da CMVM;

h)Dar ordens e formular recomendações concretas;

i)Difundir informações.

http://www.pgr.pt/Eventos/bp/Funcoes%20e%20Poderes%20da%20CMVM.pdf

Se não o faz....

Augusto

José Correia disse...

Caro Augusto (Sansoni7), não escrevi neste artigo, nem penso, que nas contratações de Defour e Mangala tenha sido cometida qualquer infracção pela Administração da FCP SAD.
O que existem são factos que me parecem mal ou insuficientemente explicados, bem como, custos superiores às receitas na percentagem dos "passes" - 43,33% - que já foi alienada pela FCP SAD.

Mário Faria disse...

Ainda que os RC possam conter alguns "buracos", é minha convicção que a SAD do FCP fornece informação bastante relevante sobre os negócios em que intervém.

Não vejo nestas alienações (em particular) a intenção de fazer mais valias. O FCP foi ao "mercado secundário" comprar liquidez - uma vez que a banca fechou a torneira - para conseguir, provavelmente, cobrir as suas despesas correntes ou para reinvestir em novos activos.

Talvez o "juro" tenha sido excessivo, mas nos últimos empréstimos obrigacionistas já tinham sido muito altos.

Este modelo de negócios, em que a economia se tem de subordinar às regras dos financiadores, que são tão mais duras quanto maior é o aperto de quem procura investimento, é claramente a razão dominante para esta teia complexa de parcerias e parceiros, que se fazem pagar pelo trabalho, pelo valor investido e pelo risco.

Tenho pena que estes e outros casos não façam parte da agenda dos accionistas em sede de AG. Temos o dever de exigir informação detalhada. Tal facto não denota, da minha parte (e do RP) qualquer desconfiança. Preocupação sim.

Ainda que se reconheça a competência e a seriedade dos homens que comandam a SAD, a situação no futebol é muito complicada – como na maioria das actividades económicas – e os sócios e accionistas têm o dever de querer saber e de “ fiscalizar” a actividade dos dirigentes. Essas são as regras do jogo e quem não deve não teme.

Pedro Reis disse...

"Ainda que se reconheça a competência e a seriedade dos homens que comandam a SAD"

Mário Faria, respeito a sua opinião mas a minha é bem diferente... A forma e os montantes envolvidos em todas as últimas transferências e que são públicos, para mim não mostram de todo competência nem seriedade. Mas enfim...

Não confundo a questão económica com a desportiva, porque neste campo sim o sucesso é por demais evidente.

Luís Negroni disse...

90% dos 2 passes custaram 15.370.339,00€. Logo, a alienação de 1/3 da totalidade dos 2 passes (não confundir com 1/3 dos 90% até aí detidos pela SAD do Porto), deveria ter rendido (para não se ter perdido nem um cêntimo), exactamente 5.629.148,88€. Como só rendeu 5.000.000€, a SAD do Porto ficou a perder 629.148,88€. É bastante dinheiro.

Esta perda, tal como os 100% que passaram a 90%, não me parece que tenha a ver com quaisquer infracções. Tem é tudo a ver, com falta de liquidez e consequentes dificuldades de tesouraria no actual contexto de tremendas dificuldades de financiamento (para qualquer um).

PS Não consigo perceber porque é que o Porto ainda não fez queixa do atmadrid à FIFA. É muito por causa dos 12 milhões de euros que esses caloteiros já deviam ter pago à cerca de 4 meses, que o Porto passa pelas actuais dificuldades de tesouraria.

Jorge Mota disse...

O Porto cedeu 33,33..% passes acima do valor dos 33,33..% q eles custaram à SAD(fora aquela bandalheira de comissões e afins) deixando 10% de cada jogador de fora, e para os fundos, numa eventual venda futura, como contrapartida dos mesmos terem pago a mais (preço net) pelo 1/3 de cada jogador.

Baresi disse...

Nas negociatas faltam os 5% do passe do Hulk que foram oferecidos á Maxtex! Fica o copy-paste co comunicado da CMVM

"A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem, por este meio, responder à Vossa solicitação de esclarecimento relativo à percentagem de direitos económicos, do jogador Hulk, que esta sociedade detém.

Assim temos:

1) Esta sociedade adquiriu, no dia 25 de Julho de 2008, os direitos desportivos do atleta Givanildo Vieira de Souza (Hulk), ao Clube Atlético Rentistas, por 5.500.000€, tal como comunicado ao mercado nesse mesmo dia.

2)- A sociedade Maxtex, SA aconselhou a FC Porto – Futebol, SAD na estratégia negocial com a entidade desportiva CA Rentistas e convenceu este clube a aceitar os termos contratuais propostos por esta sociedade desportiva e a não optar por outras alternativas que lhe surgiram.

3) Como contrapartida pelos serviços prestados, acima referidos, a FC Porto – Futebol, SAD atribuiu à Maxtex 5% sobre o valor líquido da transferência de Hulk para um terceiro clube."

José Correia disse...

@Rearviewmirror
Antes de classificar como negociata, convinha:
1) Indicar o link para o comunicado enviado pela FCP SAD à CMVM, a que fez referência no seu comentário.
2) Explicar, se possível, quem é a sociedade Maxtex SA.

José Correia disse...

«A Robi Plus está a negociar com a Doyen Sports Investments a parcela que detém sobre os direitos de Defour e Mangala. Segundo a Imprensa belga, a Robi Plus ficou com 10 por cento dos passes dos dois jogadores que se transferiram do Standard de Liège para o FC Porto no passado mês de Agosto, fatia que alegadamente corresponde à comissão paga pelos azuis e brancos à empresa que intermediou as negociações e que estará ligada ao empresário belga Luciano D'Onofrio, ex-presidente do Standard, através do também empresário Maurizio Delmenico.
A Doyen Sports Investments, recorde-se, permitiu que o FC Porto recebesse recentemente 5 milhões de euros pela cedência de 33,33 por cento dos direitos dos dois jogadores e, a concretizarem-se as negociações com a Robi Plus, deverá aumentar para 43,33 por cento a sua representatividade sobre os direitos da dupla numa venda futura.»
in ojogo.pt, 02/01/2012

Baresi disse...

"A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem, por este meio, responder à Vossa solicitação de esclarecimento relativo à percentagem de direitos económicos, do jogador Hulk, que esta sociedade detém.

Assim temos:

1) Esta sociedade adquiriu, no dia 25 de Julho de 2008, os direitos desportivos do atleta Givanildo Vieira de Souza (Hulk), ao Clube Atlético Rentistas, por 5. 500. 000€, tal como comunicado ao mercado nesse mesmo dia.

2)- A sociedade Maxtex, SA aconselhou a FC Porto – Futebol, SAD na estratégia negocial com a entidade desportiva CA Rentistas e convenceu este clube a aceitar os termos contratuais propostos por esta sociedade desportiva e a não optar por outras alternativas que lhe surgiram.

3) Como contrapartida pelos serviços prestados, acima referidos, a FC Porto – Futebol, SAD atribuiu à Maxtex 5% sobre o valor líquido da transferência de Hulk para um terceiro clube.

4) No Relatório e Contas 2008/2009 esta sociedade divulgou que detinha 50% dos direitos desportivos do Hulk, uma vez que tinha sido essa a percentagem que tinha efectivamente comprado, sem considerar que o direito atribuído à Maxtex se pudesse considerar como consubstanciando a atribuição de percentagem de passe.

5) No fecho de contas 2009/2010, em consonância com a sociedade revisora de contas, foi decidido que a cedência de qualquer tipo de mais valias futuras seriam consideradas atribuições de percentagem de passe, pelo que a divulgação das percentagens de “passes” detidas pela sociedade seria ajustada em conformidade.

6) O caso verificado com o atleta Hulk não foi único, uma vez que o mesmo se passou com outros atletas, como pode ser verificado comparando os dois relatórios.

7) Para justificar esta alteração na divulgação das percentagens de passes, nos Relatórios & Contas passou a constar: “As percentagens de “passe” acima evidenciadas têm em consideração a partilha dos direitos económicos efectuada na data de aquisição dos direitos desportivos de cada jogador, ou alienados em data posterior, bem como as percentagens atribuídas pela FCP SAD a terceiras entidades relativas à partilha do valor resultante de alienações futuras daqueles passes.

Assim, tratou-se apenas de uma redefinição da interpretação de detenção de direitos desportivos, aclarada entre a FC Porto – Futebol e a sociedade responsável pela revisão das suas contas, no sentido de melhor esclarecer os accionistas e restantes stakeholders da sociedade. "

Baresi disse...

Estes dados são tirados dos relatórios e contas a que tive acesso

RC Consolidado 07/08
pag 23
Compra de 50% do Passe de Hulk por 5,5M€

RC Terceiro trimestre 09/10
Pagina 19
FCP detém 50% do passe do Hulk a 30.06.10

RC terceiro trimestre 10/11
Página 23
FCP detém 45% do passe do Hulk a 31.03.2011
Nenhuma referencia á diferença de 5% do passe em relação á época anterior.

RC Consolidado 10/11
Página 65
referência á empresa Maxtex, como empresa
que prestou serviço em intermediação e aquisição de passes de jogadores

pag 64
Compra 40% do passe de Hulk, em maio de 2011, por 16.512.011€

Pag 68
Porto confirma que detém 85% do passe de Hulk (40+45)