sábado, 16 de fevereiro de 2008

Com um brilhozinho nos olhos

O jogo entre o Marítimo e o FCP foi bom, o resultado melhor. O FCP entrou bem no jogo, mas rapidamente perdeu o controlo do meio campo. Com menos homens nessa zona do terreno e com Quaresma a perder demasiadas bolas e Fucile e Cech a perder demasiados passes, permitimos que o Marítimo crescesse e levasse o jogo, durante uns 20 a 30 minutos, para demasiado perto da nossa grande área. Sem ocasiões de golo, criaram uma ou outra situação de frisson que podiam ter sido evitadas. Pedro Emanuel fartou-se de passar recomendações para os colegas.
Acho que o árbitro ajudou um pouco a este ascendente do Marítimo, com uma dualidade de critérios que me pareceu notória. O FCP "fez" quase o dobro de faltas que o Marítimo, assim o entendeu o árbitro Pedro Henriques, que no balanço entre o estilo inglês e português
aplica sempre o que dá menos jeito ao FCP. Feitios!

Fomos melhorando com o aproximar do fim da 1ª parte, o Farías teve uma oportunidade de golo que falhou por pouco, e o árbitro esqueceu-se de assinalar uma grande penalidade sobre o nosso avançado. Ao cair da 1ª parte marcámos o nosso primeiro golo. Um golo à Lisandro. Um golo à ponta de lança.

Como aspecto negativo, aponto aquele pequeno sururu que temos de saber evitar. Não acho que houvesse motivos para expulsão, mas há que que saber controlar o ímpeto e ser mais inteligente na "retaliação".

Na 2ª parte e após a expulsão do jogador do Marítimo (não havia necessidade), dominámos completamente o jogo e vencemos com todo o mérito. É um campo tradicionalmente difícil para o FCP. A rapaziada do Marítimo aparece sempre com muita força e cheia de saúde, principalmente quando joga em casa.

Na TV não dá muito para descodificar as nuances tácticas e a movimentação da equipa, mas creio que Meireles jogou mais pela direita e Lucho pela esquerda.
Quaresma melhorou na 2ª parte, tal como toda a equipa do FCP que com mais espaços foi capaz de jogar bem e construir um resultado que ainda poderia ter sido mais volumoso.
Porém, é prioritariamente sobre aqueles trinta minutos em que não estivemos bem que a equipa deve atentar. Farías não teve tempo para jogar, pois raramente a bola lhe chegou. Foi esforçado, mas Lisandro dá outra profundidade ao jogo e quando não somos capazes de jogar em ataque continuado, temos de saber aproximar as linhas e não permitir ao adversário ter a iniciativa.

Enquanto o Marítimo só tinha um jogador fixo na frente (André Pinto) o FCP tinha três: a) Quaresma que é um jogador "indisciplinado" tacticamente, e gosta pouco de marcar o defensor que lhe compete; b) Farías que não está habituado a rotinas defensivas e não é agressivo; c) resta Lisandro, esse sim, mais agressivo e já rotinado no nosso campeonato e disponível para pressionar e recuar para linhas mais atrasadas.
Jogando "demasiado" aberto e com o desacerto dos laterais, transviou-se muito passe e teve-se pouca bola, durante aquele período em que o Marítimo dominou.
Falta-nos um outro elemento para o meio campo com capacidade para reforçar essa zona nevrálgica do terreno e permitir ao Lucho mais liberdade e pisar mais frequentemente outras zonas mais próximas do último terço do terreno, e funcionar como elemento municiador e finalizador. Acho que Quaresma e Lisandro agradeceriam essa proximidade.

Individualmente comentaria que Paulo Assunção continua a ser um dos jogadores mais fiáveis do FCP e Bruno Alves parece menos categórico na abordagem dos lances, e com alguns lapsos de marcação e colocação. Lisandro continua com aquele brilhozinho nos olhos que particularmente aprecio e os adversários temem.
Um bom treino para o jogo da CL, que aguardo ansiosamente. Um exame.

A última palavra para o nosso treinador. Impecável no comentário do jogo, teria preferido que não tivesse abordado - na antevisão do jogo - "criticamente" a nomeação do árbitro, mas se não for ele a falar quem haveria de ser? Está tudo mudo! Fica a coragem de chamar a si o "odioso" do comentário. Só por isso, acresce o respeito que me merece a forma como tem exercido as funções de técnico do FCP.

2 comentários:

Nuno Nunes disse...

Concordo com esta excelente crónica ao jogo do nosso Grande Mário Faria.
Ao Lucho falta-lhe uma pouco de talento atacante e da eficácia de Deco. Ao Jesualdo falta-lhe uma estrutura de apoio (SAD) capaz de 'desmontar' e denunciar as aparentes coincidências nas nomeações desta comissão de arbitragem, o que o deixa sempre bastante exposto às alarvidades da comunicação social lisboeta. Mesmo assim Jesualdo esteve muito bem.
De qualquer forma foi um excelente jogo do FC Porto no sempre difícil 'caldeirão dos barreiros', onde os da casa fazem sempre o jogo da época contra nós.
3 secos. Embrulhem.

José Correia disse...

Mais do que um grande ponta-de-lança, o Lisandro está um grande jogador!
É impressionante o que ele corre, é impressionante o que ele luta, é impressionante como ele nunca desiste.
Está a fazer uma época impressionante!
É um jogador à Porto, daqueles que todos os adeptos gostam e que não me lembro de alguma vez ter sido assobiado.
Como adepto, sócio e accionista da FCP SAD, “proíbo” o Pinto da Costa de o vender no final desta época, a não ser que alguém ofereça 50 milhões de euros (e mesmo assim...)