quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Fim de linha para Adriano
Longe dos grandes palcos e votado ao esquecimento, Adriano vai-se treinado diariamente à parte no complexo de treinos do Olival. Os tempos de glória com a camisola azul-e-branca vestida não passam já de ténues memórias e a esperança de voltar a competir de Dragão ao peito é uma miragem.
Na sua edição de Sábado, o jornal Record deu à estampa mais um capítulo do “braço de ferro” que envolve o jogador, treinador e SAD:
«A guerra de nervos entre o FC Porto e Adriano está prestes a chegar ao fim. Há um dado novo que permite antecipar tal cenário: o avançado está farto de se treinar sozinho e de não competir, pelo que vai facilitar a saída em Janeiro, mês em que completa 30 anos. Perante a ameaça de estagnação na carreira, o brasileiro desiste do braço-de-ferro para permitir uma resolução a contento de todas as partes.
É evidente que o seu nome não consta das opções portistas (não está inscrito e nem sequer compete na Intercalar), pelo que o futuro de Adriano no futebol está dependente de um novo projecto.
É aqui que voltam a opor-se interesses. O FC Porto investiu 1,4 milhões de euros na compra do passe do ex Cruzeiro e, com salários e prémios, as despesas ultrapassam claramente os 2 milhões. Resta saber onde podem os dragões garantir algum retorno numa eventual transferência definitiva, cenário que, obviamente, mais interessa a todas as partes.
O mercado brasileiro é, nesse sentido, o mais provável destino de Adriano, até porque é notório que o jogador não pretende regredir significativamente nos seus vencimentos, incomportáveis para os emblemas nacionais.»
in Record, 22/11/2008
Num artigo sobre Adriano publicado há 2 meses atrás aqui no Reflexão Portista, onde é descrito o assinalável percurso do avançado brasileiro no FC Porto, José Correia aventou da seguinte forma o mais provável desfecho deste imbróglio: «Sinceramente, tenho pena que a ligação de Adriano ao FC Porto esteja nestes moldes e termine (tudo o indica) com o jogador a treinar sozinho e, mais dia menos dia, a sair em conflito com o clube. Pelo seu passado e por aquilo que já deu ao FC Porto, acho que o Adriano não merece este tipo de tratamento».
Independentemente das razões que levaram à exclusão de Adriano do plantel do FC Porto, – o que até hoje não foi esclarecido, tendo já sido elencadas várias hipóteses, desde a mera opção técnica até a retaliação por o avançado não aceitar um empréstimo – nada justifica a forma como o jogador tem sido quase ostracizado no Clube.
Actualmente, continuo com a convicção de que Adriano apresenta características singulares em todo o plantel que poderiam ser importantes para a equipa, mormente o seu forte jogo aéreo, que é um aspecto decisivo em muitos encontros.
Á excepção de Lisandro, que amiúde finaliza com êxito de cabeça, nem Farias nem Hulk são jogadores talhados para esse tipo de lances. E já que estamos numa simples análise comparativa, diga-se que o avançado argentino, nem de perto nem de longe faz esquecer Adriano que, para alem de ter sido bem mais caro, tem uma média de golos muito inferior à do avançado brasileiro.
Mas, dado conflito existente entre o jogador e quem gere os destinos do FC Porto, não é plausível que Adriano volte a envergar a camisa azul e branca, sendo que a sua transferência para outro clube fora de cá do burgo é o mais provável que se venha a verificar.
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11 comentários:
De facto, é uma pena a situação do Adriano.
O problema (parece-me) é que no plantel não há espaço para quatro avançados/pontas-de-lança.
Ora, sendo o Lisandro e o Hulk indiscutiveis, a dúvida coloca-se entre o Farias e o Adriano.
A minha escolha seria, claramente, o Adriano, mas compreendo que para a SAD não seja fácil descartar um jogador como Farias, o qual, com comissões incluídas, deve ter custado 5 a 6 milhões de euros.
É dificil ver um jogador como Adriano a treinar sozinho, recordo que na segunda volta com o Co Adrieense ele marcou quase em todos os jogos, na segunda volta com o Jesualdo marcou na maioria do jogos, e agora témos um Farias no plantel que deve ser bem caro mensamente e témos um activo a parte que tantas alegrias nos deu, como tanto jeito nos fazia na nossa equipe.
Considero que é mais um birra do nosso mister como para não falar do caso do Ibson que é outro exemplo preocupante...
Já disse em post anteriores que a nossa administração por vezes vende muito bem mas por vezes perde muito dinheiro.
Um caso realmente triste de um jogador que nos deu dois campeonatos com golos decisivos e por razões desconhecidas está ostracizado.
Uma lástima, o delapidar de um património, de um jogador útil quye sempre apreciei.
Ao menos que se resolva a sua situação pois ninguém merece tais tratamentos.
Á excepção de Lisandro, que amiúde finaliza com êxito de cabeça, nem Farias nem Hulk são jogadores talhados para esse tipo de lances.
Se é claro que o Hulk não é talhado para esse tipo de jogo, o mesmo não se passa com Farias.
Creio que Farias é o jogador do plantel mais parecido com Adriano. Ponta de Lança fixo, com bom jogo de cabeça (a maioria dos seus golos foram marcados de cabeça) e pouca capacidade para aparecer nos espaços vazios.
O problema do Farias acaba por ser o mesmo do Adriano. Neste plantel não há espaço para jogadores que joguem fixos numa posição, e muito menos no ataque.
Penso que o Pedro Vale disse tudo. Nesta equipa e tipo de jogo não há mesmo lugar para pontas de lança fixos como o são Farias e Adriano.
Custa-me ouvir as criticas que fazem ao Farias, quando ele é, neste caso literalmente, "vitima do sistema" :)
Acho uma atitude miserável que nem na intercalar jogue.
Merecia mais respeito da Administração da SAD.
E já que estamos numa simples análise comparativa, diga-se que o avançado argentino, nem de perto nem de longe faz esquecer Adriano que, para alem de ter sido bem mais caro, tem uma média de golos muito inferior à do avançado brasileiro.
Como já foi dito pelo Pedro Vale, não é verdade que o Farías não tenha bom jogo de cabeça, muito pelo contrário, parece-me ser mesmo o ponto mais forte dele, sendo este apenas um dos aspectos em que é superior ao Adriano.
Outra coisa que não é verdade é que o Adriano tenha uma média de golos superior à do Farías, quer a análise se faça em jogos, quer em minutos, como facilmente se pode consultar em zerozero.pt, com a curiosidade de que na única época em que estiveram juntos no plantel jogaram o mesmo número de jogos para o campeonato tendo o Adriano feito apenas 1 golo contra os 6 do Farías!
Caro VVolverine, recomendo a leitura de um artigo sobre o Adriano publicado há cerca de dois meses atrás (o Nelson colocou o link para esse artigo), onde pode encontrar, no próprio artigo e nos comentários, uma vasta quantidade de dados e estatisticas sobre o Adriano e o Farias.
Mas independentemente das estatísticas, há algo que é absolutamente indiscutível: o Adriano foi decisivo em muitas vitórias e nas conquistas do FC Porto nas épocas 2005/06 e 2006/07.
Relativamente ao Farias, bem... nos últimos 16 meses, em quantas vitórias do FC Porto é que ele foi decisivo?
Só por brincadeira, podemos dizer que o Adriano e o Farias tiveram rendimentos semelhantes nos primeiros 16 meses em que jogaram de azul-e-branco.
Li agora esse post e vi que este tema da comparação entre Adriano e Farías já foi mais que debatido por isso não vale a pena estar aqui a chover no molhado.
Estatisticamente (golos/jogo, golos/minuto) os números do Farías e do Adriano, a meu ver, são semelhantes mesmo se compararmos apenas com as melhores épocas do Adriano e convém não esquecer que o brasileiro, ao contrário do argentino, chegou a ser aposta regular no 11 e nunca teve de concorrer com um Super Lisandro pelo lugar.
Olhando às opções consensuais no plantel (Lisandro e Hulk) e ao modelo de jogo implementado no Porto, provavelmente nem Adriano, nem Farías, seriam a melhor opção para fazer o papel de complemento dos outros dois avançados, mas entre um e outro, pelo que valem actualmente e não pelo que fizeram no passado, prefiro o Farías.
numa palavra? ingratidão
É mera especulação, mas o facto de o Adriano e o Paulo Assunção serem unha com carne, não pode ser mais um dos "motivos"?
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