Istvan Vad é a
prova de que Platini estava errado (mais uma vez) obrigando-o a engolir um sapo
(mais uma vez...).
Mais uma vez
temos um caso num Europeu ou Mundial com uma bola que entra mas não conta (desta
feita no Inglaterra – Ucrânia). Segundo Platini, a introdução de 2
árbitros-assistentes adicionais na linha de fundo seria a garantia de que não
mais teríamos casos destes, mas apesar de estar a uns 5 metros da bola e com
visibilidade perfeita... o senhor Vad não viu que a bola tinha entrado (e ao contrário de outros, acredito sinceramente que estivesse de boa fé). Ironicamente, dois dias antes Platini tinha afirmado a boca cheia que casos como o golo não sancionado a Lampard 2 anos antes no Mundial não voltaria a repetir-se.
Também - e apesar dos
2 árbitros-assistentes adicionais - tem havido alguns casos polémicos dentro da
grande-área mal decididos (por ex agarrar de camisolas); ainda que, diga-se em
abono da verdade, a arbitragem neste Euro tem sido em geral boa.
Nunca compreendi direito
a aversão de Platini à introdução de tecnologia no que diz respeito à questão
da «bola-que-entra-ou-talvez-não», o vulgo «olho de falcão» usado há tanto
tempo no ténis (ainda que adaptado para as especificidades do futebol). Para
mim é, para usar uma expressão anglófona, um «no brainer». Penso que isto foi a
machadada final na resistência de Platini à medida (de assinalar que a FIFA já
tinha decidido avançar nessa direção).
Mas para além
disso penso que se poderiam justificar mais uma ou outra medida nova. O mundo
evolve, as tecnologias também, e o futebol deve saber adaptar-se ainda que sem
se descaracterizar. Aliás, o futebol já evoluiu imenso no último século: alguns
dos leitores «menos jovens» ainda certamente se lembram dos tempos em que não
podiam haver substituições ou em que não existiam cartões (nem amarelos, nem
vermelhos, nem rosa às riscas verdes, o que levou por ex a confusão no Mundial
de 66). Outros mais jovens lembram-se pelo menos dos tempos em que o GR podia
agarrar a bola a passe de um colega.
Duas medidas que
julgo merecer consideração:
1)
A possibilidade
de revisão de imagens de TV pelo árbitro antes de tomar a decisão final (como
no râguebi).
Esta medida
deixa-me dúvidas, mas penso que poderia ser tomada desde que de forma bastanta
circumscrita e limitada. Por exemplo: apenas no caso de penaltis ou limitando a
possibilidade a apenas 2 vezes por jogo para cada equipa (a seu pedido). Nada
invalida que os árbitros tomem decisões polémicas na mesma (e isto iria expor
melhor os arbitros de má fé), mas estou certo que os erros mais flagrantes
seriam em geral eliminados.
2)
Limitar
o número de jogadores na barreira a partir de «x» faltas.
Esta medida é inspirada pelo básquete (lances-livres)
e penso que iria combater um pouco o anti-jogo (em que equipas sem argumentos recorrem
sistematicamente a faltas e faltinhas para quebrar o ritmo do adversário), tal
como aumentar ligeiramente o número de golos por jogo. Porque não limitar o
número de jogadores na barreira a (por ex) 3 a partir da (por ex) décima falta?
1 comentário:
Concordo com a introdução de tecnologias e revisão de imagens de TV. No que diz respeito à medida 2, é lírica e descontextualizada, no mínimo. É uma regra que nada tem a ver com futebol . Os cartões amarelos e vermelhos já existem para penalizar esse tipo de situações, para além de fazer parte do jogo e das suas estratégias, para o bem e para o mal.
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