Cristiano Ronaldo, em declarações efetuadas na zona mista, após a eliminação da seleção portuguesa do EURO 2012:
“Estamos frustrados porque podíamos chegar à final. Rendimento na seleção e no clube? Dou o melhor como sempre. Estou satisfeito pelo que fiz. Temos de estar orgulhosos, merecemos estar na final, mas os penalties são assim. (...) Estou confiante [na atribuição da Bola de Ouro de 2012] como nos outros anos. Mas, como vocês sabem, a eleição depende das outras pessoas.”
Levando em conta que CR7 é um jogador extraordinário, indiscutivelmente um dos melhores do Mundo da atualidade, a fasquia de avaliação para ele é, naturalmente, mais elevada do que para avançados medíocres como Postiga ou Hugo Almeida. Ora, na minha opinião, Ronaldo esteve excelente no jogo com a Holanda, muito bem frente à República Checa, mas decepcionante nos desafios com a Alemanha, Espanha e, principalmente, Dinamarca.
Centrando as atenções na meia-final, o que se viu da exibição de Ronaldo?
Muito pouco. Sim, eu sei que não é fácil criar desequilíbrios e oportunidades frente a esta seleção espanhola, mas Cristiano dispôs de 6 ou 7 ocasiões (incluindo lances de bola parada) para alvejar a baliza defendida por Casillas e, embora não se possa dizer que tenham sido ocasiões flagrantes (como, por exemplo, as que desperdiçou frente à Dinamarca), em todas elas a sua execução foi deficiente. Basta atentar no facto de nenhum dos seus remates ter sequer sido enquadrado com o alvo.
Mais. Nos três livres frontais de que dispôs (um deles foi repetido uns metros mais à frente, devido à bola ter sido intercetada pelo braço de um jogador da barreira espanhola), nem sombra dos seus célebres e temidos tomahawks.
Falta saber o que vai acontecer na primeira parte da época 2012/13 (meses de Agosto a Dezembro de 2012) e, embora seja perfeitamente normal que, por aquilo que fez no Real Madrid até Maio passado, Ronaldo aspire a ser considerado o melhor jogador do Mundo em 2012, não me parece que o seu desempenho no EURO 2012 tenha servido para reforçar esta aspiração.
4 comentários:
Como dizem os americanos: "Who cares?...", ou, ainda melhor, os ingleses: "Couldn't care less..."
O que se viu de Iniesta e de Xavi? Nem sempre os melhores do Mundo têm de aparecer e resolver. Antes deles está o próprio jogo e a equipa. Quando deixarmos de os considerar mais do que estes dois 'pontos' talvez compreendamos um pouco melhor.
Há jogadores que fazem a equipa jogar bem e há jogadores que jogam bem por causa da equipa.
Messi, Pirlo e Iniesta estão no 1º grupo, Ronaldo no 2º.
Ninguém que realmente aprecie futebol pode considerar aquele gajo que não passou uma única vez pelo Arbeloa o melhor do Mundo.
Xavi ou Iniesta? Foram os dois melhores no meio campo a par com Moutinho e Pirlo. Durante campeonatos nacionais e europeu.
Este ano, apesar da boa prestação do Ronaldo, o Messi ganha novamente. Mais títulos colectivos, mais títulos individuais, recorde de golos no campeonato, recorde de golos em jogos oficiais na época. Que mais querem?
A única coisa que podia dar a vantagem ao Ronaldo era o europeu, e nem perto esteve daquilo que todos queríamos.
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