terça-feira, 11 de março de 2008

Dicionário do Sistema - Lucílio Baptista (IV)

Lucílio Baptista: Empurrar para o fundo

Época 2004/05, 20 de Novembro de 2004, FC Porto – Boavista (11ª jornada)

Logo no primeiro minuto, após uma entrada brutal de Éder sobre McCarthy, este teve de ser assistido fora do campo durante vários minutos. Sobre este lance, o ex-árbitro internacional Rosa Santos escreveu o seguinte: “Amarelo avermelhado. Infelizmente, o jogador do Boavista nem sequer amarelo viu. É inconcebível como é que o árbitro deixa passar uma entrada a roçar a violência.”

Como o árbitro nada fez, apenas 13 minutos depois o Éder teve uma nova entrada sobre um jogador do FC Porto, desta vez Seitaridis. Jorge Coroado escreveu o seguinte: “Justificou-se a exibição do cartão amarelo pela falta cometida. Seria o segundo se o primeiro, como se impunha, tivesse sido exibido.”

À meia-hora de jogo, André Barreto fez uma falta sobre Bosingwa. O senhor Lucílio Baptista viu e marcou livre, só que a falta foi dentro da área e, por isso, ficou “apenas” um penalty por marcar a favor do FC Porto...

Aos 35’ McCarthy agride Milhazes. Claro que neste caso o árbitro não teve dúvidas e expulsou o jogador do FC Porto.

A forma como este árbitro “gere” o jogo e administra os cartões é admirável. O caso do Éder foi de tal forma evidente, que o treinador do Boavista, percebendo que “a corda já podia ter rebentado várias vezes”, tirou-o ao intervalo. Sobre isto, João Cartaxana (insuspeito de ter qualquer pingo de simpatia pelo FC Porto), escreveu o seguinte no RECORD: “Perspicaz [Pacheco], deixou Eder, que estava à beira da expulsão, no balneário, adaptou Hélder Rosário a central”.

Um outro exemplo é o do avançado Cafú (viria a marcar o golo do Boavista). Tendo visto o cartão amarelo aos 16 minutos, isso não o inibiu de continuar a fazer faltas, nem tão pouco de, para queimar tempo, continuar uma jogada até à área do FC Porto, quando o jogo já tinha sido interrompido por Lucílio Baptista há bastante tempo. Cartão amarelo? Ficou no bolso do árbitro, era o segundo...

Para terminar em beleza, já em tempo de descontos, o árbitro valida um golo ilegal ao Boavista, obtido em posição clara de fora-de-jogo, o qual determinou o resultado final (1-0 a favor dos axadrezados).

A coisa foi de tal maneira, que até o Victor Fernandez, um gentleman, sempre tão comedido e compreensivo com as arbitragens, estava revoltado no final do jogo.


Dicionário do Sistema - Lucílio Baptista (III)
Dicionário do Sistema - Lucílio Baptista (II)
Dicionário do Sistema - Lucílio Baptista (I)

2 comentários:

Zé Luís disse...

E assim o FC Porto perdeu o 1º jogo no Estádio do Dragão.
Sobre o penalty transformado em livre fora da área, a culpa foi do árbitro-auxiliar, bem ali à frente dele para ver que a falta foi dentro.
O mesmo atento bandeirinha que deu indicação a Lucílio da agressão de Benni a Milhazes...
Só que sobre Lucílio Vigarista faltam muitos outros jogos escandalosos com outras equipas que não o FC Porto. Assisti a vários. Mas não interessa pràqui

José Correia disse...

Caro zé luís, estive quase para referir que a 1ª derrota do FC Porto no estádio do Dragão tinha sido num jogo "brilhantemente" arbitrado por Lucílio Baptista, mas não tinha a certeza desse facto (infelizmente, a época 2004/05 foi absolutamente desastrosa em termos de jogos em casa).

Quanto a outros jogos com arbitragens escandalosas do Lucílio Baptista, infelizmente o espaço deste blog é limitado...
Aliás, este árbitro, por si só, daria um 'Dicionário do Sistema' completo...