Não discuto as opções de JF, mas não é líquido que a poupança, que levou a cabo nos últimos dois jogos disputados, traga benefícios para o jogo com o Schalke.
Falta 1/3 do campeonato e temos jogos difíceis - deslocações ao Leixões, Belenenses, Setúbal, Guimarães e Naval - e nas últimas 4 deslocações perdemos 8 pontos. Temos, ainda, as meias finais da Taça e podemos passar aos quartos na CL, com essa eliminatória a disputar-se no início de Abril. Muito jogo em perspectiva, se formos felizes, na próxima 4ª. Feira.
Noto que se vem produzindo, gradualmente, uma diferente avaliação das competições em que as equipas principais participam. A Taça da Liga na sua primeira edição foi um flop e não me parece ter grande potencial, enquanto a Taça de Portugal é uma competição que tem perdido interesse, e que as equipas maiores tenderão (cada vez mais) a aproveitar para utilizar os jogadores com menos competição.
Sobra o campeonato, que neste momento suporta dois vencedores e meio, pois quase tão importante como chegar em primeiro lugar no fecho do campeonato, é garantir a ida à CL e, depois, manter as equipas nas competições europeias, até ao máximo sacrifício possível .
A CL, então, é uma espécie de Eldorado do futebol europeu, que todos sonham ganhar (ou chegar o mais longe que for possível) : os clubes para aumentar as receitas e o potencial de vendas, os treinadores e os jogadores – nomeadamente das ligas mais pequenas – para reforçar a notoriedade e, por essa via, aportarem a mercados mais atractivos, desportiva e financeiramente.
Acresce que, em ano de campeonato da Europa, os jogadores (ainda que subconscientemente) defendem-se bastante, porque faz parte do seu plano de carreira estar presente na competição. E procuram gerir o esforço, de modo que se possam apresentar em boas condições físicas, no final da época.
Tudo isto, deve ter em conta o treinador no planeamento da época, nomeadamente no período em que quase tudo se decide.
Costumava referir – em termos de prioridades – que “obrigatório” é vencer o campeonato, porque se trata (em verdade) de ganhar a “guerra”. Era (é) uma questão de honra. As provas europeias eram importantes, em termos desportivos, para ver melhor futebol e para elevar o prestígio internacional do clube. A CL não é uma guerra, é uma competição: estamos “em “paz” com as equipas que connosco concorrem. Porém, desde que os €uros passaram a comandar, as prioridades mudaram, pois cada eliminatória que se ultrapassa são receitas extraordinárias acrescidas, suficientemente elevadas, para: 1) fazer a diferença na gestão desportiva entre muros ; 2) permitir que se possa competir com os mais apetrechados, durante mais tempo.
Não há que chorar, há apenas que cumprir as regras e retirar o máximo proveito da situação, enquanto não nos fecharem a torneira. Enquanto assim for, podemos continuar na Europa dos ricos, a competir e a retirar os devidos proveitos. Se perdermos o comboio, o nosso futebol quedar-se-á, muito provavelmente, pela prestação dos serviços mínimos, a cumprir, basicamente, no interior do nosso modesto país.
Tentar manter o comboio no trilho da Europa é o que estará a fazer JF, da forma que sabe e da melhor maneira que entende. Que é discutível, naturalmente. Na próxima quarta, e nos próximos jogos do campeonato, os resultados ditarão da justeza da estratégia de JF. Não dispomos de outro instrumento para o avaliar.
1 comentário:
A rotação de jogadores é importante, não só para gerir a condição física dos jogadores mais sobrecarregados, mas também para dar algum ritmo de jogo aos menos utilizados.
Relativamente a Dezembro passado, parece-me que, nesta altura, o Jesualdo pode contar com alternativas ao onze-base em melhores condições técnico-físicas, particularmente para o ataque (casos do Farias e do Mariano).
Seja como for, o aspecto psicológico é fundamental para que os jogadores possam render dentro do campo e, para isso, o melhor "doping" continua a ser as vitórias.
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