sexta-feira, 7 de março de 2008
O Futebol é cruel: Parte II
1. O público na passada 4ª. Feira entrou cinzento por feitio (faz parte do nosso ADN colectivo) e saiu da mesma cor, frustrado com o resultado. Com efeito, uma inesperada falta de entusiasmo encheu as bancadas, apesar dos esforços dos animadores do costume. Não se ouviram assobios, mas os 3 mil alemães foram bem menos frios que os latinos portuenses. O Pedro Emanuel fartou-se de pedir o “apoio” dos sócios, mas o público (só) acordou com o golo. E, a partir daí, apoiou a equipa de forma relativamente calorosa.
2. O Ricardo Quaresma estará a viver um momento complicado. Parece zangado consigo e com o mundo. O seu gesto de enfado – público e notório – por um passe transviado de Fucile que lhe era dirigido, anuncia, provavelmente, que a sua relação com os sócios e os colegas já conheceu melhores dias. RQ já consegue cansar os mais pacientes fãs e “legitimar” os impacientes do costume. Espero que volte à terra e saiba ultrapassar esta fase, menos boa. Está em causa o seu futuro e o futuro de uma boa venda. PC está inquieto, e só isso poderá explicar o conforto desmedido que lhe dedicou, em parágrafos especialmente dedicados a alimentar o ego do artista.
3. O Meireles não foi particularmente feliz no jogo da CL, mas o que mais me preocupa foi o extremo cansaço que demonstrou – foi dos mais poupados nas poupanças de JF –, fadiga que foi extensiva a outros jogadores que resistiram mais, mas acabaram perfeitamente esgotados.
4. É essa condição que me preocupa, ou seja: saber se os jogadores vão recuperar a condição física e anímica e se os técnicos e jogadores vão superar o fim do sonho que lhes animava a vida. Portugal é demasiado pequeno para as justas ambições de quem quer mai$ e melhor.
5. Esse sonho de chegar mais perto da conquista da CL acompanha de perto muitos sócios, que viam neste jogo o mais importante da época. Não creio que vão recuperar, a não ser que os resultados e exibições próximas sejam de arrasar, o que não é de todo expectável.
6. À frustração dos sócios, junta-se a desilusão dos técnicos e jogadores, todos menos próximos uns dos outros, porque a hora não é de felicidade. Lutar contra o conformismo e a dramatização, sem senso, pela derrota, são essenciais no momento que passa, para uns e outros. Há que evitar a todo o custo, a desmoralização da equipa. O melhor de nós (e do grupo) tem de prevalecer, nesta altura.
7. É vulgar – e não só no futebol – procurar os culpados quando há desaires que são um fardo “insuportável”. O FCP (e os seus jogadores) têm que saber vencer o desânimo que se instalou, pois esta derrota de 4ª. Feira é provável que tenha deixado marcas que têm de ser bem saradas.
8. É que o trambolhão foi tão grande quanto as expectativas criadas, sugeridas e gritadas à volta desta eliminatória. Temos que cair no real e encontrar a motivação no que falta percorrer. Esta é um prova de fogo para JF. Vamos saber melhor quanto vale. Da equipa, também.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
«Portugal é demasiado pequeno para as justas ambições de quem quer mai$ e melhor»
Esta eliminação da LC pode ter duas consequências distintas:
1) Apressar o fim de um ciclo, com a SAD a vender 3 ou 4 dos jogadores cuja saída se fala há mais tempo (Quaresma, Bosingwa e Lucho)
2) Apostar forte para a próxima época, mantendo este plantel, limitando as vendas de final de época a apenas um jogador (talvez Quaresma), e em reforços resultantes de uma melhor integração/adaptação das contratações desta época e, talvez, no regresso de alguns dos emprestados (Pitbull? Ibson?).
Este 2º cenário agradava-me.
Que o futebol é injusto, já todos sabemos...mas tanto?
As grandes equipas revelam-se nos grandes jogos e o Futebol Clube do Porto foi claramente a melhor equipa desta eliminatória. O Schalke 04 após o golo marcado aos 4' minutos em Gelsenkirchen limitou-se a defender até ao final dos 2 jogos. Quanto ao Porto não tenho nada a apontar, senão a falta de eficácia ou melhor falta de sorte, este sim, foi o principal adversário do FCP nesta eliminatória.
Já todos conhecemos a velha máxima do Futebol "Quem não mata, morre" e o Porto teve oportunidades para "esfaquear" o Schalke. Oportunidades essas que não se podem falhar, principalmente as duas de Tarik e a do Mágico que não conseguiu ultrapassar o inspiradíssimo Neuer (que fez nessa noite a melhor exibição da sua carreira).
Apesar de tanta crença em torno desta eliminatória, os Deuses do Futebol não estiveram com o FCP!!!
Enviar um comentário