Bem mais cedo do que se esperava, o plantel do FC Porto para a temporada 2007/08 sofreu logo em Maio de 2007 (mal o campeonato terminou) a sua primeira grande baixa, com a saida de Anderson para Manchester United. A noticia apanhou todo universo Portista desprevenido, dado nunca se terem constado rumores do jogador interessar ao clube Inglês e de ter passado uma boa parte da época lesionado, ainda assim a SAD fez um encaixe significativo por um atleta que tão pouco jogou de dragão ao peito. Pelo meio do defeso, Hugo Almeida viu o Werder Bremen accionar a opção de compra pelo seu passe, e Ricardo Costa transferiu-se de igual modo para a liga Alemã, onde ambos resultaram num encaixe de 4 milhões €. E foi já em pleno estágio Holandês da equipa portista, onde a SAD realizou o mais improvavel negocio, não tanto pelo jogador em si, mas pelos valores envolvidos. Pepe partia para o Real Madrid em troca de “30 Kilos”, como dizem os Espanhois, resultando num dos mais proveitosos periodos de transferências de sempre para o FC Porto.
Se a nivel financeiro as saidas de alguns jogadores eram inevitáveis, restavam duvidas de como a “maquina portista” conseguiria tornear eventuais perdas desportivas, especialmente no colmatar dois jogadores de excelencia como são Pepe e Anderson. E bem pode-se dizer que o defeso foi muito agitado para os lados do Dragão, com 10 aquisições a título definitivo, mais 3 por emprestimo, o FC Porto atacou em toda força no sentido de consolidar o seu plantel, mas a tónica dominante ao longo de toda a temporada, esteve na pouca preponderância dos novos reforços no mérito desportivo da equipa. Com efeito só esporadicamente alguns dos jogadores recem-chegados ao clube conseguiram ganhar um lugar no onze de Jesualdo, casos de Stepanov, Bolatti e Farias, sem nunca conseguirem afirmar-se como verdadeiras alternativas, pese embora sua margem de evolução e necessidade de integração. Pelo meio surgiu a rábula em torno da idade de Leandro Lima, que para além de ser mais adulto do que se pensava, passou mais de meia época parado, dependente das decisões dos processos em curso na Liga contra si.
De resto os grandes reforços do FC Porto nesta temporada sugiram de soluções que transitaram de anos anteriores. A grande recuperação de Pedro Emanuel afirmando-se como um dos esteios da defesa, a verdadeira internacionalização do atleta Bosingwa, a maior amplitude de Meireles, o rejuvenescer de Lucho, o fantástico despertar da magia de Tarik e a descoberta do goleador no raçudo Lisandro, foram apenas alguns dos exemplos que fizeram da equipa portista campeã sem qualquer margem para duvidas. O motor do FC Porto esteve no nucleo que compôs em grande parte da temporada o onze tipo de Jesualdo, apenas cabendo neste grupo restrito mais três ou quatro atletas, o que daqui facilmente se percebe que há uma decalage de valor para o restante plantel, um problema que não é alheio o facto de SAD não ter conseguido trazer verdadeiras valias para equipa, apesar de a ter reforçado muito. Um problema a rever portanto.
Para o futuro proximo já se perspectivam no horizonte três aquisições, Rolando, Nelson Benitez e Tomas Costa, as duas ultimas para posições sensiveis do plantel portista, as laterais onde no lado esquerdo tarda a surgir alguem que se afirme no lugar e pela saida de Bosingwa, no meio campo pela ruptura abrupta de Paulo Assunção com o FC Porto, mas tambem pela ausência de alternativas validas quer a Lucho, quer a Raúl Meireles. É provavel que até ao final do defeso a SAD possa vir alienar o passe de pelo menos mais uma das estrelas da equipa, com Quaresma à cabeça, mas no mercado há que saber aguardar serenamente. Acima de tudo espera-se que na necessidade de vender, a administração consiga manter a bitola alta nos encaixes financeiros, mas não menos importante que saiba depois aplicar parte dessas receitas em aquisições com critério, porque este é o nosso triste fado, compra barato, para tentar vender caro, resolvendo os problemas de tesouraria e pelo meio dando umas alegrias aos adeptos com mais uns quantos títulos.