Salónica, também conhecida como Tessalónica (em grego Θεσσαλονίκη, transl. Thessaloníki, "vitória sobre os tessálios") é a segunda maior cidade da Grécia e a principal cidade da região grega da Macedónia. A cidade foi construída por determinação de Cassandro, em 316 a.C., que lhe deu o nome da sua esposa, Tessalónica, meia-irmã de Alexandre Magno. Esta fora assim chamada por seu pai, Filipe II da Macedónia, por ter nascido no mesmo dia da vitória dos macedónios sobre os tessálios. Em 388, a cidade foi palco do Massacre de Tessalónica, quando, por ordem do imperador Teodósio I, 7000 pessoas foram assassinadas por se revoltarem contra o general Buterico e outras autoridades romanas.
Desde que foi subtraída à Macedónia, Salónica fez parte do Império Romano e do Império Bizantino, até que Constantinopla foi conquistada na Quarta Cruzada, em 1204. A cidade tornou-se capital do Reino de Salónica, fundado pelos cruzados, até ser capturada pelo Despotado bizantino do Épiro, em 1224. É reconquistada pelo Império Bizantino em 1246, mas, sem capacidade para fazer frente às invasões do Império Otomano, o déspota bizantino Andrónico Paleólogo é forçado a vendê-la a Veneza, que a manteve até 1430.
Sob domínio do Império Otomano até 1912, a cidade distinguia-se pela sua população maioritariamente judaica de origem sefardita, em consequência da expulsão dos judeus da Espanha. A língua mais usada na cidade era o ladino (língua derivada do castelhano) e o dia de descanso oficial da cidade era o sábado.
Tessalónica foi o principal "prémio" da primeira Guerra dos Balcãs em 1912, quando se tornou parte da Grécia. Durante a Primeira Guerra Mundial, um governo provisório foi ali estabelecido e dirigido por Elefthérios Venizélos. Este governo tornou-se aliado dos britânicos e franceses, contra a vontade do rei, que era favorável à neutralidade da Grécia.
A maior parte da cidade foi destruída por um incêndio de origem desconhecida, em 1917. O fogo teve como consequência a diminuição para metade da população judia que emigrou depois de verem as suas casas e seus meios de subsistência destruídos. Muitos foram para a Palestina. Alguns foram no Expresso do Oriente para Paris. Ainda outros foram para a América. Gregos exilados de Esmirna e de outras áreas da moderna Turquia em 1922, seguindo a derrota do exército grego que invadiu a Ásia Menor, chegaram a Tessalónica e influenciaram a cultura da cidade. Apesar dos esforços gregos, quase todos os habitantes judeus da cidade foram assassinados no Holocausto durante a ocupação alemã entre 1941 e 1944. Actualmente é uma cidade universitária, base da NATO e um importante centro industrial, com refinarias de petróleo, fábricas de maquinaria, têxteis e tabaco. (Fonte: Wikipedia)
Quarta-feira, 27 de Maio de 1987. Foi um dia mágico. Estava na Suíça, a estagiar no CERN, e juntamos vários portugueses num apartamento do lado francês para ver o Jogo. Os outros já tinham ido antes, em caravana para Viena, para ver a Coisa ao vivo. Arrependo-me até hoje de não os ter acompanhado… Fartámo-nos de beber vinho do Porto e a euforia com o resultado foi tanta, que viemos para as ruas de Genève a Lausane comemorar. Só a polícia suíça conseguiu arrefecer os ânimos Lusos, prendendo quem perturbava os “queijos suiços” e oferecendo uma noite de borla na esquadra. Aquilo era demais para a cabeça deles…
Ainda hoje me vêm as lágrimas aos olhos quando penso na alegria do nosso povo emigrante com aquela vitória do Porto. Quem nunca passou por isto, não imagina o que representa para aquela heróica gente, tão humilhada por essa Europa fora, uma vitória do nosso Clube, como aquela que se viveu em 1987, no estrangeiro.
A vida militar tinha-me endurecido, não só o físico como a mente. Odiei aquilo, e comecei a perceber na pele conceitos como liberdade, ditadura, justiça, etc. Mas no Verão de 1988, contra as regras da vida militar, resolvi ir conhecer mundo. Nesse tempo, isso fazia-se de comboio, que era o Low-Cost da altura. Eu e um amigo resolvemos empreender uma viagem até à Ásia! Isso significava ir, pelo menos, até ao outro lado da ponte, em Istambul. Que viagem! São tantas as histórias que carrego, que dava para ocupar muitos serões à lareira com os netos, se os tivesse. Foram dias e dias de comboios, cidades e perigos sem fim. Atravessamos a Espanha, depois a França, a Suíça, a Itália, a Grécia, e por fim a Turquia, isto só no caminho de ida.
Quando chegamos à Grécia, já nos sentíamos como o Marco Polo na China. Era um tempo em que para se telefonar para casa era uma verdadeira aventura, e uma experiência semelhante às comunicações da ida à Lua.
Lembro-me bem de chegar aquela terra. Depois de passar um dia suado com os 50 graus habituais, estava tipo autocolante. Quando chegou o fim da tarde, estávamos no nosso destino, um parque de campismo junto ao mar. Um mar que tinha mais de 30 graus. Uma experiência mágica, com aquele por do Sol. Foi aí que conheci o homem que sabia de mais.
Era o guia do parque, em Tessalónica, e, para mim, no fim do mundo. Perguntou-me de onde era. De Portugal, do Porto. O homem, vira-se para mim e começa a dizer umas palavras familiares: Futre, André, Jaime Magalhães, Frasco, Madjer,… Não queria acreditar. Aquele tipo, que falava uma língua inqualificável, e numa terra que nem sabia existir até então, sabia de cor toda a equipa do Porto, aquela que tinha ganho no ano anterior a Liga dos Campeões. Nem eu a sabia toda de cor.
Quando ouço dizer que o FCP é um clube regional, penso sempre para comigo: perdoem-lhes, que não sabem o que dizem.