sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Jackson e Ghilas não podem jogar juntos?


O título, subtítulo e destaques da capa de O JOGO são uma boa síntese do empate (3-3) de ontem.

Jackson Martinez já provou ser um grande ponta-de-lança, mas esta época tem estado abaixo do que mostrou na época passada e ontem, apesar de esforçado, a sua exibição chegou a ser caricata.

Pelo contrário, Ghilas, sem ser um predestinado, ontem foi o homem do jogo.

É um golo muito importante para mim. Como avançado vivo de golos, precisamente como o que aconteceu hoje. Não tenho jogado muito, mas hoje estive em campo mais minutos e consegui marcar.
Nabil Ghilas, em declarações à SIC Notícias

É notório que Jackson não está num bom momento, enquanto Ghilas está muito confiante. Contudo, o mais provável é que já no próximo domingo (Vitória Guimarães x FC Porto), o indiscutível Jackson volte a ser titular e o suplente Ghilas volte a iniciar o jogo sentado ao lado de Paulo Fonseca.

Jackson, mesmo estando num mau momento de forma, não pode ir para o banco de suplentes?
Jackson e Ghilas não podem jogar juntos de início?


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

"Gente feliz com lágrimas"

Num jogo delirante, a Sorte, que o Pinto da Costa julgou madrasta na Liga dos Campeões, lá acabou por sorrir ao Porto. Quando parecia certo que os jogadores cravavam o último prego no caixão do Paulo Fonseca, Mangala lá despertou os companheiros e salvou a equipa (e o Clube) de escrever uma página negra na sua história. A alegria deve vivida - já que é tão pouca nos tempos que correm - mas é impossível ignorar que o futebol jogado piora a olhos vistos, chegando a roçar o ridículo; não conseguimos vencer o Eintracht uma única vez; e a defesa sólida, que desde há largos anos é uma imagem de marca do Porto, não passa de uma recordação - 5 golos, alguns bem vergonhosos, sofridos em apenas 2 jogos, contra um adversário sem grande gabarito. Parece que o problema, não estava no Otamendi...

Imitar Octávio

No arranque da época 2001/2002, o FC Porto recebeu os campeões suíços - Grasshoppers -, num jogo para a 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Nesse jogo, disputado em 8 de Agosto de 2001, os dragões marcaram cedo e estiveram em vantagem durante 44 minutos, mas os gafanhotos conseguiram a proeza de marcar dois golos no Estádio das Antas e o resultado final foi um empate por 2-2.

Duas semanas depois, o FC Porto deslocou-se a Zurique (na zona germanófona da Suiça) e no Hardturm stadium impôs o seu futebol, a superior categoria dos seus jogadores, venceu com naturalidade e seguiu para a fase de grupos da Liga dos Campeões 2001/2002 (Grasshopper-FC Porto, crónica de José Luís Pereira, publicada em 23 agosto de 2001 | 02:55).

Ficha do jogo Grasshoppers x FC Porto (fonte: zerozero.pt)

Mesmo estando a atravessar um mau momento, custa-me a aceitar que o FC Porto 2013/2014 seja pior equipa que o atual 13º classificado do campeonato alemão (5 vitórias em 22 jogos na Bundesliga!).

Por isso, o que se pede a este FC Porto de Paulo Fonseca é que tenha atitude, honre a camisola azul-e-branca e, pelo menos, imite o FC Porto de Octávio Machado.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Tiros e tiros

Ao contrário do que possa parecer, a aposta no Paulo Fonseca, pouco ou nada tem a ver, com aquelas que foram feitas nos então desconhecidos/inexperientes José Mourinho (JM), André Villas-Boas (JM), ou até mesmo, Vítor Pereira (VP). Ao contrário destes, o Paulo Fonseca (PF) teve, antes de chegar ao Porto, experiência zero num clube de dimensão semelhante - mesmo como jogador, e embora tenha pertencido aos quadros do FCP (sem nunca ter vestido a camisola), nunca chegou mais longe do que o Vitória SC.

Antes de chegar ao FCP como treinador principal, Mourinho fora adjunto de Bobby Robson e Van Gaal, no SCP, FCP e Barcelona, para além de ter cumprido um curto período como treinador do SLB. AVB foi "adjunto" de Mourinho, no FCP, Chelsea e Internazionale (e chegou "trabalhar" com o Bobby Robson, também no FCP). O VP, foi adjunto do AVB, (apenas) no FCP, e foi visível que enquanto treinador principal, teve "aprender no cargo". O PF, desconheço de quem tenha sido adjunto, mas certamente não foi no FCP, no Barcelona, no Chelsea ou sequer no Braga ou Boavista; aliás, há quatro anos, era treinador do Pinhalnovense.

Pode parecer um pormenor sem importância, mas uma época que seja como adjunto, num clube como estes, não permitirá um crescimento e evolução de que o PF nunca pôde usufruir? Tivesse tido tal oportunidade de aprender, e talvez tivesse pensado melhor antes de, por exemplo, decidir mudar aquilo que estava bem e que estivera na base da vitória dos 3 últimos campeonatos. Poder-se-á dizer que o PF, nunca teve oportunidade de aprender com os erros dos outros - nem parece interessado em aprender com os seus.

Só se pode especular sobre quem tomou a decisão de contratar o PF, mas certo é que a ânsia de descobrir o novo "Mourinho" ou "Villas-Boas", pesou mais que as reais necessidades do clube. E pelo visto até aqui, essas apostas, as bem sucedidas, não são os "tiros no escuro" (ou as epifanias só ao alcance do Pinto da Costa) que parecem ser à primeira vista - o JM, o AVB e o VP, já tinham experiência prévia no FCP, e eram já conhecidos na casa, antes de chegarem a treinadores principais. Posto isto, a hipotética contratação do Marco Silva, tal como a do PF, mais que um "tiro no escuro", corre o sério risco de ser mais um "tiro no pé".

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sai Angelino, entra Gomes

Na semana passada a SAD anunciou que um dos seus 3 administradores executivos, Angelino Ferreira (o "homem das contas", responsável pela área financeira) vai ser substítuido por Fernando Gomes, o ex-político, sem que tenham sido dadas quaisquer explicações para a troca.

Curiosamente será o 2o Fernando Gomes a ocupar essa função no Conselho de Administração, onde vai fazer companhia a Pinto da Costa, Adelino Caldeira, Reinaldo Teles (e Rui Sá, administrador não-executivo, um cargo totalmente secundário). Assinalo de passagem - para os mais distraídos - que Antero Henrique não faz parte oficialmente da cúpula máxima da SAD, muito embora tenha um papel mais importante do que um ou outro administrador (a propósito, só considerações políticas de PdC explicam a meu ver que um Reinaldo Teles ainda não tenha sido substituído oficialmente por Antero no CA). 

Esta mudança apanhou a maior parte dos adeptos de surpresa. 

Em primeiro lugar porque Angelino não se aguentou muito tempo nesta 2a passagem pela SAD; tendo ocupado anteriormente o mesmo cargo - e durante vários anos - não se pode dizer que não sabia ao certo no que se estava a meter (nem que PdC não sabia com o que ia contar quando o convidou a regressar). 

Em segundo lugar e acima de tudo, pela entrada de F. Gomes. Fernando Gomes é um «paraquedista» no mundo do futebol aos 68 anos, e um político de carreira (onde passou mais de 30 anos) - e embora tenha tirado o curso de Economia nunca exerceu as habilitações (o mais perto que andou disso foi como administrador da Galp nos últimos anos).

Pessoalmente não gostei desta notícia, e por várias razões:

1) antes de mais por achar que Fernando Gomes está mal habilitado para o cargo. Dito isto, ser um «animal político» pode ser útil no cargo, o que já não é mau.

2) por nao gostar da aparente promiscuidade que se promove entre o mundo política e o mundo do futebol (ainda por cima quando ele tinha sido presidente da câmara da cidade onde está o FCP). Aliás, em futuras negociações entre o FCP e a CMP (ou CMG), a suspeita vai ser lançada de que o presidente das dita-cujas estará a fazer favores ao FCP para se «fazer ao tacho na SAD» mais tarde. A Lucrécia Bórgia não basta ser honesta, há que parecê-lo...era escusado dar mais um pretexto aos nossos inimigos para nos atacar.

3) finalmente, pelas eventuais verdadeiras razões q terão levado a) o Angelino a sair, b) a que a PdC/SAD concluir que era bom lá ter o Fernando Gomes e c) Fernando Gomes a aceitar meter-se no FCP. Parece-me que anda muita gente a «jogar xadrez» em várias dimensões...

De qualquer forma o que é claro é que na FCP SAD as funções no papel não correspondem necessariamente ao verdadeiro papel e peso de cada um dos dirigentes, e é uma incógnita que papel ao certo vai Fernando Gomes desempenhar; e que peso é que virá a ter nas grandes decisões de gestão.

Suspeito que passe a ser a principal face pública da SAD (habilidade em relações públicas é um défice claro nos restantes altos dirigentes, com a clara excepção de PdC), fazendo uso dos seus dotes políticos... para além disso, fico na expectativa, todos os cenários são possíveis. A ver vamos.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

«Colocar o lugar à disposição»

Esta é uma expressão que anda muito na moda (alegadamente o P. Fonseca já o fez por mais do que uma vez perante Pinto da Costa), e confesso que isso já começa a irritar-me. Mas o que é que isto quer dizer ao certo?

Naturalmente, os treinadores já têm à partida e constantemente o lugar à disposição da Direção, ora essa. Sempre foi assim e sempre há-de ser, ou não tivéssemos carradas de exemplos de «chicotadas psicológicas» no passado do FCP e por esse mundo fora quando uma Direção acha que deve mudar de treinador - tivesse este último «colocado o lugar à disposição» ou não...

Sendo assim penso que o que está apenas em causa é um treinador sair a bem ou a mal, o que na prática se traduz na existência (ou não) de uma indemnização, e até que ponto.

Falando do caso concreto actual e como aqui disse na altura,  desde Novembro que concluí que P. Fonseca era mesmo mais parte do problema do que da solução, e que por consequência deveria ser substituído tão cedo quanto possível. Sendo assim e independentemente dele ter colocado ou não «o lugar à disposição», a partir do momento que a Direção decidiu continuar a apostar nele para além do Natal pareceu-me claro que será sempre ela a responsável por um eventual insucesso desportivo devido a incompetência do treinador, treinador que não tem culpa de ser um exemplo prático do príncipio de Peter. Ainda mais quando há ainda muito pouco tempo Pinto da Costa falava em renovações de contrato, um autêntico exagero totalmente escusado – não era preciso chegar a esse ponto para transmitir que (para já....) o treinador tinha a sua confiança.

Ou seja: ter o treinador disposto a sair a bem (ou não) é para mim irrelevante na atribuição de responsabilidades caso se verifique ser incompetente. Compreende-se que tenha um período de «graça» inicial com benefício da dúvida, mas esse período de graça já há muito que se esgotou (para mim em Novembro, para outros ainda mais cedo).

Se porventura o treinador não estivesse disposto a sair a bem, até se podia dar um «desconto» à Direção se o seu salário fosse de tal ordem que a indemnização fosse um autêntico balúrdio - mas não é de todo o caso com P. Fonseca, logo a «boa vontade» dele é totalmente secundária. Quando se gasta umas poucas dezenas de milhões em contratações todos os anos (para não falar em dezenas de milhões em salários), certamente não vai ser umas eventuais centenas de milhar numa indemnização - e certamente nunca seria muito mais do que isso com PF - que vai fazer a diferença entre despedir ou não um treinador.

Quer isto dizer que P. Fonseca é apenas «vítima» de ter sido colocado numa posição para a qual não está habilitado? Não necessariamente. Se ele achar mesmo que não tem condições para fazer o seu trabalho de forma satisfatória e levar o barco a bom porto, então deveria ter a hombridade de pura e simplesmente bater com a porta, ponto final parágrafo – tal como um Co Adriaanse fez, aliás.

Se por outro lado PF e Pinto da Costa acharem mesmo que ele ainda é parte da solução, cabe-lhes então demonstrá-lo nos jogos que temos pela frente. Mas (e espero estar muito enganado) o cenário de fracasso  - ou até mesmo ainda pior do que isso, entrando numa espiral destrutiva - parece-me ser muitíssimo mais provável neste momento, e se isso se concretizar já sei a quem pedir responsabilidades por não ter agido quando devia.

Mas em qualquer dos casos... por favor, não me voltem a falar em «lugares à disposição». Se um quiser bater com a porta que o faça; se outros o quiserem despedir que o façam; mas se nem uma nem outra coisa acontecer, então... calem-se.

SMS da tarde

Se querem que Pinto da Costa despeça o treinador, o melhor é acabarem com os protestos e com os lenços brancos. Pinto da Costa nunca gostou que pudessem pensar que ele anda atrás da turba. É uma atitude típica dos grandes líderes - para o bem e para o mal: sabem que a sua função é mandar e não ser mandados.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O Pesadelo Fonseca continua

Últimos 20 jogos FC Porto x Estoril para o campeonato (fonte: zerozero.pt)

No histórico de confrontos para o campeonato entre o FC Porto e o Estoril, que foram disputados no Porto, o saldo, altamente favorável aos dragões, é de 16 vitórias, 5 empates e 1 derrota.
A derrota foi hoje.

Em termos de golos, a diferença entre as duas equipas, neste conjunto de 22 jogos, é abismal - 63 golos marcados e apenas 19 sofridos -, com o FC Porto a marcar golos em 20 dos 22 jogos.
Hoje voltou a ficar em branco.

A última derrota do FC Porto em casa para o campeonato tinha sido há 5 anos e quatro meses, no dia 25 de Outubro de 2008.

FC Porto x Leixões, época 2008/2009 (fonte: zerozero.pt)

Desde esse jogo, o FC Porto disputou 82 jogos em casa para o campeonato.
Hoje voltou a ser derrotado.

Esta época, em 20 jogos para o campeonato e 7 para as competições europeias, o saldo é de 14 vitórias, 6 empates e 7 derrotas! Ou seja, a percentagem de vitórias nas competições prioritárias é de apenas 52%.

À 20ª jornada, após 2/3 do campeonato, o FC Porto já perdeu 18 pontos (!), está a 2 pontos do 2º classificado e, potencialmente, a 7 pontos da liderança.

São estes os factos. São estes alguns dos números da desilusão portista.

É perfeitamente normal haver, entre os adeptos, opiniões diferentes sobre jogadores, treinadores, equipas, planteis, etc.

Também é normal que, pontualmente, se use como justificação para um mau resultado explicações do tipo “foi azar”, “a equipa jogou bem, mas foi infeliz”, “o resultado é uma injustiça tremenda”, “fomos penalizados por erros individuais”, ou outras desculpas do género.

Agora, justificar uma avalanche de maus resultados (já nem falo das exibições) e de recordes negativos recorrendo, sucessivamente, a este tipo de argumentos, só de quem não sabe, ou já se esqueceu, do que é ser portista.
Felizmente, a esmagadora maioria dos adeptos portistas tem outra cultura e o seu nível de exigência não se compadece com este tipo de desculpas.

E Paulo Fonseca, ao fim de quase 8 meses, já sabe o que é ser Porto?
Paulo Fonseca tem brio profissional? Eu acredito que sim e que ele, mais do que ninguém, gostaria de triunfar no FC Porto.
Mas, após os maus resultados, vai continuar com o mesmo discurso? Não tem vergonha na cara?

Senhor Presidente, todos sabemos que não se pode ganhar sempre, mas não lhe parece que, com este plantel, a equipa podia (devia!) jogar muito mais?

Até quando vai durar este pesadelo?


P.S. Da época passada para esta, o treinador do Estoril viu sair Steven Vitória, Jefferson, Carlos Eduardo e Licá. Já esta época, no período de transferências de Janeiro, ficou sem Luís Leal (que era o melhor marcador da equipa) e, para o jogo no Dragão, também não pôde contar com Gonçalo Santos e Sebá (devido a lesões). Só de pensar que houve, entre os adeptos portistas, quem usasse a saída de UM jogador - João Moutinho - como justificação para os maus desempenhos desta época…

P.S.2 Hoje, no Continente do Dolce Vita Porto, quem comprasse uma caixa de cervejas Super Bock de 33 cl, tinha direito a um bilhete para o FC Porto x Estoril. Não sei se foram vendidas muitas caixas mas, de acordo com o número oficial da assistência (25.807), estiveram cerca de 25 mil cadeiras vazias…

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Oportunidade

Não sei se o Pinto da Costa equaciona substituir em breve o Paulo Fonseca, mas aconselhava-o a decidir-se rapidamente enquanto o Nuno Cardoso e o Luís Filipe Menezes estão livres.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Eu acredito!

Eu não alinho no desânimo generalizado, só porque duas infelicidades ditaram um resultado menos bom. Eu não esqueço a exibição promissora contra o Camões, no último fim-de-semana, e estou seguro de que venceremos o Beira-Mar, na próxima jornada, no nosso estádio - todos ao Camaleão!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

4 jogos, 0 vitórias!

01-10-2013, FC Porto x Atlético Madrid (1-2)
22-10-2013, FC Porto x Zenit (0-1)
26-11-2013, FC Porto x Austria Viena (1-1)
20-02-2014, FC Porto x Eintracht Frankfurt (2-2)

4 jogos em casa nas competições europeias 2013/2014 (3 para a Liga dos Campeões e 1 para a Liga Europa), com o “brilhante” saldo de 0 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.

Mais. O FC Porto sofreu golos (6 no total) em todos os jogos que disputou em casa. Ora, se atendermos que nestes jogos o FC Porto enfrentou “colossos” europeus como o Zenit, Austria Viena e Eintracht Frankfurt, é obra!

Evidentemente, tudo isto (e não apenas o jogo de hoje) tem uma explicação simples: este FC Porto, sob o astuto comando técnico de Paulo Fonseca, é uma equipa com muuuuuito azar (por falar em azar, quantas bolas foram aos postes da baliza do Eintracht?).
E quando não é azar é uma tremenda infelicidade. Ou uma enorme eficácia da equipa adversária. Ou devido a erros individuais dos fraquíssimos jogadores que fazem parte do plantel 2013/2014 (Helton, Danilo, Maicon, Mangala, Alex Sandro, Fernando, … estavam cá na época passada?). Ou por culpa de lapsos da arbitragem…

Claro que também há a possibilidade da culpa dos maus resultados ser dos adeptos portistas que ainda vão ao estádio, os quais estão muito mal habituados e, em vez de apoiarem entusiasticamente tão brilhantes exibições, assobiam. Os malandros… Querem ópera? Vão ao S. Carlos…

Por mais desculpas que se arranjem, a triste realidade é que, para desilusão, desespero ou indiferença de cada vez mais adeptos portistas, este FC Porto versão Paulo Fonseca continua a bater recordes negativos.

Mas, independentemente do crescente desagrado que alastra na “nação portista”, não tenho dúvidas que Paulo Fonseca, uma aposta pessoal de Pinto da Costa para substituir o mal amado Vítor Pereira, irá continuar a fazer o seu “trabalho” até ao final desta época.

Jogos em casa para a Liga dos Campeões na época 2012/2013 (fonte: zerozero)

Uma coisa é certa, apesar das inúmeras iniciativas e promoções que têm existido nesta época, o silêncio das cadeiras vazias no Estádio do Dragão é cada vez mais ensurdecedor…


P.S. “Na primeira parte o Bayer [ndr. Eintracht Frankfurt] praticamente não chegou à nossa baliza. Este resultado é tremendamente injusto. Não houve aqui falta de entrega nem de atitude. Houve bom pensamento do jogo. A felicidade esteve do outro lado. A eliminatória está a meio. Temos de ir ganhar a Leverkusen [ndr. Frankfurt].
Paulo Fonseca, em declarações à SIC Notícias

Na maior parte das vezes, eu e Paulo Fonseca vemos jogos diferentes mas, desta vez, estamos totalmente de acordo. De facto, hoje não me lembro de ter visto um único jogador do Bayer Leverkusen perto da baliza defendida por Helton…

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Superioridade absoluta na teoria

O actual FC Porto de Paulo Fonseca é capaz de permitir questionar qualquer cenário. Esse é o grau de incerteza que o treinador e a sua equipa geram. Na teoria, a superioridade de um FC Porto contra o Eintracht Frankfurt é absoluta. Não há grandes probabilidades de que os alemães possam surpreender. O FC Porto tem melhor plantel, melhor individualidades (salvo algumas posições) e um pedigree europeu que o maior clube da capital financeira europeia não possui. Os próprios alemães já o admitiram. A sua luta é outra.

Depois de uma brilhante temporada na Bundesliga do último ano, a realidade voltou a bater à porta. O Frankfurt segue em 12º lugar, a apenas três pontos do último lugar de despromoção (via play-off), ocupado pelo Freiburg. Para o treinador Armin Veh essa é a sua máxima prioridade. Atrás de si seguem equipas com melhores planteis e condições económicas (Hamburg, Stuttgart, Bremen) que em duas ou três jornadas podem, perfeitamente, dar o salto na classificação que os homens de Frankfurt dificilmente conseguirão dar. Dito isso, também é preciso recordar que as duas últimas derrotas na prova ligueira foram contra Dortmund e Bayern, os dois jogos mais difíceis da segunda ronda e que os seus rivais vão ter ainda que disputar.

Também por isso para o Eintracht este jogo é um trâmite. Sabem que não vão longe na competição (a seguir vem, previsivelmente, o Napoli) e que têm a corda ao pescoço no campeonato. Não podia ser um rival mais apetecível nestas circunstâncias. Mas as surpresas desagradáveis que este FC Porto nos tem dado obrigam-nos à cautela. O FC Porto é o claro favorito mas tem de o demonstrar em campo e não é com as exibições recentes que isso se consegue. Num duelo a 180 minutos, é preciso maior disciplina defensiva e contundência no ataque. Precisamente as duas áreas onde o Eintracht tem melhores argumentos individuais
.

O guarda-redes da equipa alemã, Kevin Trapp, está entre as maiores promessas europeias debaixo dos postes. Pertence a uma geração espantosa de guardiões alemães e por isso a sua ascensão à Mannschafft poderá ser cortada antes de tempo. Ter Manuel Neuer, ter Stegen ou René Adler à sua frente não ajuda mas Trapp é, inquestionavelmente, um guarda-redes com um futuro brilhante e um presente apaixonante. No ataque, Veh tem à sua disposição o rápido espanhol Joselu, o oportunista checo Vaclav Kadlec e o rápido japonês Inui, o mais criativo futebolista da equipa e uma das grandes revelações da passada temporada. São as individualidades mais destacadas a nível técnico. Ainda assim, apesar do seu valor individual, o clube de Frankfurt tem o pior ataque da prova, apenas 24 golos em 21 jogos. Em comparação, tem uma defesa mais consistente (34 golos sofridos, a 9º melhor da prova).

O melhor jogador do Frankfurt está na medular e não ficará no clube por muito tempo. Internacional sub21, escolhido pessoalmente por Guardiola como eventual sucessor de Schweinsteiger a partir da próxima época, Sebastian Rode é o dínamo do meio-campo da equipa, o médio que está em todo o lado e traz equilíbrio e critério ao jogo colectivo. Anular Rode é, basicamente, retirar qualquer capacidade de reacção do Eintracht.

Os alemães jogarão previsivelmente num 4-2-3-1 com uma linha defensiva avançada, pressionando no meio campo e utilizando as subidas dos laterais Jung (internacional A alemão com 22 anos) e Okzipka para procurar ganhar superioridade. Rode, Inui e o veterano Alexander Maier vão associar-se no triângulo de meio campo procurando dominar o jogo e criando oportunidades para Joselu/Kadlec, Aigner e o veterano suíço Tranquilo Barnetta explorarem. Um esquema que pode encaixar perfeitamente no 4-3-3 do FC Porto, com Herrera/Carlos Eduardo em duelo directo com os dois médios mais recuados e Fernando responsável de coordenar a ocupação de espaços de Inui ou Maier. A qualidade de jogo da temporada passada (e a sua capacidade de pressionar e sair a jogar rapidamente) parece ter desaparecido mas as individualidades estão lá. A esmagadora maioria dos jogadores transita da época passada o que abre a possibilidade de uma noite inesperada trazer à tona o que as "águias" de Frankfurt foram capazes de fazer.

É preciso atenção, boa coordenação ofensiva e eficácia na área para evitar uma surpresa inesperada. Dito isso, salvo mais um desastre fonsequiano, somos favoritos para vencer e seguir em frente com alguma comodidade e marchar rumo a um previsível duelo debaixo da sombra do Vesúvio!

Eintracht, o 10º clube alemão

Depois do TSV 1860 München (em 1964/65), Hannover 96 (em 1965/66), Dynamo Dresden (em 1972/73), Hamburger SV (em 1975/76, 1989/90, 2006/07), Schalke 04 (em 1976/77, 2007/08), FC Köln (em 1977/78), Bayern München (em 1986/87, 1990/91, 1999/2000), Werder Bremen (em 1993/94) e Hertha BSC (em 1999/2000), chegou a vez do Eintracht Frankfurt ser o 10º clube alemão a jogar contra o FC Porto.

No total, o FC Porto disputou 27 jogos nas competições europeias contra equipas alemãs:
– 2 para a Taça das Cidades com Feiras;
– 4 para a Taça das Taças;
– 8 para a Taça UEFA / Liga Europa;
– 13 para a Taça Campeões / Liga Campeões;
Estes 27 jogos traduziram-se em 12 vitórias, 5 empates e 10 derrotas, com 38 golos marcados e 35 sofridos.

Os 20 jogos mais recentes entre o FC Porto e equipas alemãs (fonte: zerozero)

Se os números globais revelam um relativo equilíbrio, nos últimos 10 jogos a vantagem do FC Porto em jogos contra equipas alemãs é clara – 7 vitórias, 1 empate e 2 derrotas.

Quanto ao actual Eintracht Frankfurt, se é certo que o trajeto na Bundesliga 2013/2014 não tem sido famoso…

Eintracht Frankfurt - Bundesliga 2013/2014 (fonte: zerozero)

… na Liga Europa 2013/2014 apenas registou uma derrota em oito jogos.

Eintracht Frankfurt - Liga Europa 2013/2014 (fonte: zerozero)

Numa eliminatória contra o atual 12º classificado do campeonato alemão (ganhou apenas 5 dos 21 jogos já efetuados para a Bundesliga 2013/2014), penso que o favoritismo do FC Porto não oferece grande discussão. Contudo, para ganharem os dois jogos e somarem pontos para o ranking da UEFA, os dragões terão de dar continuidade aos sinais de melhoria que se viram em Barcelos e de jogar bem mais do que mostraram em grande parte dos jogos disputados nesta época.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O engenheiro Fidalgo

Emídio Fidalgo e as agressões de Jorge Jesus em Guimarães


Emídio Fidalgo e as adendas aos relatórios dos delegados (fonte: O JOGO, 17-02-2014)


Este senhor, Emídio Fidalgo, é mais uma “prova” inequívoca de que o FC Porto domina o Sistema…

O FCP ganhou mas pôs-se a jeito

Varela e Herrera, Gil Vicente x FC Porto (fonte: LUSA)

Contra um Gil Vicente muito fraquinho, que demonstrou o porquê de não ganhar um jogo desde o dia 3 de Novembro, os dragões, sem acelerarem, poderiam (deveriam!) ter ganho este jogo em Barcelos por três ou quatro golos de diferença.

Mas este FC Porto 2013/2014 teima em sofrer (e fazer sofrer os adeptos portistas) até ao apito final do árbitro.

Um exemplo: minuto 89, canto a favor do FC Porto.
Canto marcado, a bola regressa aos pés de Josué, que insiste e volta a bombear a bola para a área, os jogadores que equiparam de azul e branco perdem, mais uma vez, o duelo na área gilista, a equipa portista está mal posicionada no terreno, os galos partem num contra ataque rápido e Fernando é obrigado a fazer uma falta sobre Hugo Vieira (e vê um cartão amarelo) para evitar um lance de perigo. Em certos aspetos, parecia o lance em que Herrera foi obrigado a fazer falta sobre Hulk, no FC Porto x Zenit.

Inexplicável a forma como, dois minutos após ter chegado ao 0-2, a equipa portista consentiu o 1-2. As facilidades consentidas (os gilistas trocaram a bola à vontade à frente da baliza defendida por Helton) pareciam de uma equipa de juvenis.

Também inexplicável é que Paulo Fonseca tenha mantido Quaresma em campo quase 70 minutos. Num relvado em muito mau estado, em que se exigia vestir o fato-macaco, ver um gajo a andar em campo com tiques de vedeta (os outros que corram por mim…) e uma atitude de mete nojo é algo que me tira do sério. E, precisamente devido à sua atitude pouco profissional, até podia ter visto um 2º cartão amarelo.

Menos inexplicável foi a exibição de Herrera. Quando eu me atrevi a sugerir que devia ser o médio mexicano e não Lucho o “número 8” do FC Porto, quase que caía o Carmo e a Trindade, até porque não faltava quem dissesse que Herrera não valia nada e a sua contratação tinha sido um flop. Afinal…
Herrera fartou-se de recuperar bolas (pulmão não lhe falta) e, além disso, foi o principal impulsionador do ataque azul-e-branco. Se (quando) melhorar a forma como conclui as suas arrancadas e aprimorar a finalização, vai ser um caso sério no meio campo portista.

Finalmente, um “Drogba da Caparica” ao seu melhor nível que, entre outras coisas, marcou dois golos (falhou o hat-trick muito por culpa do miserável estado do relvado). Pela 3ª ou 4ª vez esta época, Silvestre Varela foi o MVP de um jogo do FC Porto. Nada mau…
É caso para dizer, que diferença entre as exibições do “patinho feio” e do “mustang”!

Em resumo: Dois golos, uma bola ao poste, mais meia dúzia de oportunidades flagrantes e um penalty (mais um!) por assinalar a favor do FC Porto.

O FCP ganhou bem, a justeza da vitória é indiscutível mas, em grande parte, por causa das fragilidades defensivas que vem evidenciando nesta época, pôs-se a jeito.

P.S. Mais uma vez Ghilas entrou depois do minuto 85 (desta vez foi ao minuto 87). E com Jackson a fazer um dos piores jogos desta época, quem saiu foi… Varela.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

D(eprimente)MS do Dia

Entrada do Ghilas a (menos de) 5 minutos do fim? Check!
Licá picou o ponto? Check!
Queimar tempo com substituição num jogo contra o Gil Vicente? Check!
Josué - e eu até gosto do Josué - 0 vezes 0 durante 85 minutos? Check!
(...)
E que tal esta equipa não voltar a usar a camisola azul-e-branca até ao final da época? Se não há futebol, ao menos haja decência!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Vai ser preciso vestir o fato macaco

Histórico de confrontos para o campeonato Gil Vicente x FC Porto (fonte: zerozero)

Nas últimas duas épocas, o FC Porto saiu de Barcelos com fortes queixas da arbitragem e com menos 5 pontos. Contudo, também houve duas épocas seguidas (2001/2002 e 2002/2003) em que os dragões festejaram 10 golos (5 em cada).


Últimos 15 jogos do Gil Vicente na época 2013/2014 (fonte: zerozero)

Na presente época, não se pode dizer que o Gil Vicente esteja a atravessar um grande período (a última vitória foi há 15 jogos atrás, no longínquo dia 03-11-2013), mas convém não ignorar que os galos conseguiram travar o slb+Bruno Paixão há apenas duas jornadas. É obra!

Seja como for, e ponderando todos estes aspectos, penso que o grande adversário do FC Porto no próximo domingo, para além de si próprio, será o “batatal de Barcelos”.

"[o estado do relvado do estádio do Gil Vicente] É uma questão que me preocupa. O mau tempo pode ter piorado o estado do terreno. Não há aqui nenhuma crítica ao Gil Vicente. Reparem no que tem chovido nas últimas semanas. É praticamente impossível manter o estado dos relvados, como se viu no último jogo em Barcelos, com o Benfica"
Paulo Fonseca, na conferência de imprensa de antevisão do Gil Vicente x FC Porto


Por isso, a confirmar-se o “bom” estado do relvado, talvez fosse boa ideia Paulo Fonseca apostar num trio de ataque mais possante, com Ghilas no lugar de Quaresma.

Mas este será um jogo que, independentemente das escolhas do treinador, o FC Porto só conseguirá vencer se os seus “artistas” interiorizarem que têm de vestir o fato macaco.
O Paulinho Santos não pode jogar?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Uma máquina de faturar dinheiro e títulos?

Com a devida vénia, reproduzo a seguir um artigo de opinião do jornalista João Tiago Figueiredo, publicado do site Maisfutebol, o qual, para além da pertinência (incide no modelo de gestão adoptado pela FC Porto SAD no pós-Gelsenkirchen versus a expectativa dos adeptos), me parece poder suscitar uma boa discussão e reflexão portista.

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Em 2004, numa das mais deselegantes declarações da carreira, José Mourinho anuncia a saída do FC Porto no flash-interview da conquista da Liga dos Campeões. A forma surpreendeu, mas a mensagem já era esperada.

Tanto que, pouco depois, o Dragão novinho em folha despede-se de Deco, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira. Novamente sem grande surpresa e alarido. Encaixa sensivelmente 70 milhões. Feitas as contas, perdeu treinador, viu sair referências mas encaixou dinheiro. Muito dinheiro.

Sobreviveu a um trágico ano de rescaldo e voltou a ganhar, internamente e na Europa, sempre com base no modelo nascido naquele verão: comprar, afinar, vender.

Tornou-se uma máquina de faturar. Dinheiro, mas também títulos. Desde aquela noite em Gelsenkirchen venceu sete campeonatos em nove. Uns mais facilmente, outros menos. Uns a jogar melhor, outros com menor fulgor.

zerozero, 21-05-2013
Fruto de uma forma peculiar de ver futebol e de uma exigência, muitas vezes, exacerbada, o domínio portista nem sempre trouxe a paz que seria expectável. Basta, para isso, lembrar que, desde José Mourinho, não houve um único treinador consensual a liderar a nau portista.

É certo que Villas-Boas o foi, mas apenas enquanto estava na sua cadeira de sonho. A forma inesperada como deixou o clube foi traumática. E o estado de graça esvaiu-se.

Antes e depois, nunca houve consenso.

Co Adriaanse venceu campeonato e Taça de Portugal no mesmo ano. Criou Pepe, fez explodir Quaresma, lançou Helton, inventou Paulo Assunção. Saiu por ser aquilo que o FC Porto lhe pediu: exigente e rígido.

Jesualdo Ferreira venceu três campeonatos em quatro e passou sempre a fase de grupos da Champions. Afinou Bosingwa, descobriu Fernando, transfigurou Bruno Alves, potenciou o melhor Lisandro de sempre e deu escola a Hulk e Falcao. Não chegou.

Vítor Pereira perdeu um jogo em dois campeonatos, jogando praticamente todo o primeiro sem ponta-de-lança. Pelo meio mostrou Mangala, poliu James e ajudou Alex Sandro a fazer com que hoje ninguém se lembre de Álvaro Pereira. Também foi de menos.

Veio Paulo Fonseca e, meio ano depois, a sentença está dada: mesmo que ganhe, não agrada. Percebeu-se quando, após a primeira derrota na Liga, (quase) os mesmos jogadores que estiveram na festa de maio foram recebidos com tochas, insultos e petardos no Dragão. Uma pressão sem sentido e sem efeito. Alguém viu uma melhoria depois daquela noite de Coimbra?

Se a solução fosse trocar (outra vez) de treinador, a mesma estaria, acredito, tomada há muito. Se o FC Porto não o fez é porque sabe que o problema é outro. Há desejos distintos e só os adeptos querem títulos e ponto. Jogadores querem ganhar mais. Treinador quer manter o emprego. Direção quer lucro para que toda a pirâmide seja sustentável.

E se a estrutura ceder (é preciso lembrar que o FC Porto está em quatro frentes com hipóteses de vencer todas) a interrogação mais forte não estará sobre o treinador, o duplo-pivot ou na aposta neste ou naquele central. Estará num onze claramente abaixo dos últimos anos e no modelo criado a partir de 2004.

Record, 10-04-2012
É, naturalmente, descabido anunciar a sua falência quando, ainda no último verão, 75 milhões entraram nos cofres portistas. Mas exigirá reflexão. O emblema é igual mas tem o mesmo significado quando os craques, que eram de uma vida, são só para uma ou duas épocas? Por muita paixão que haja, que sentido faz celebrar uma venda milionária com a consciência que a equipa ficará enfraquecida?

As estadias são cada vez mais curtas e já é impossível esconder que os jogadores chegam com a ideia que entraram numa ponte que há de desaguar em algum lado. Alguém se lembra, por exemplo, do período em que Jackson não falava em sair? Está em Portugal há ano e meio…

O FC Porto precisa, por isso, saber o que quer. E explicar. Porque com títulos sonham todos, mas só consolam os adeptos. Dez anos depois da saída de Mourinho, o FC Porto vive um novo desafio: pedir para suar a camisola já é de mais. É preciso primeiro convencer a vesti-la de corpo e alma.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Amigos e com a bênção de A BOLA

Comunicado conjunto da Liga, SLB e SCP

«Reunidas, esta manhã, as autoridades com responsabilidades em matéria de segurança – Câmara Municipal de Lisboa, Autoridade Nacional de Protecção Civil, Regimento dos Sapadores de Bombeiros de Lisboa, o Projectista do Estádio da Luz, Tiago Abecasis, Martifer, Instituto Soldadura e Qualidade (Entidade Independente e Certificadora) – e aferidas estarem reunidas todas as condições nessa matéria, o jogo entre o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal vai realizar-se às 20h15.
Na reunião, liderada pelo presidente da Liga Portugal, Mário Figueiredo, estiveram presentes os presidentes dos dois Clubes, Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho, que vincaram que a segurança era factor determinante para a realização do jogo e só deram o respectivo aval depois de recebidas todas as garantias das entidade referidas.
Todos desejam que o jogo seja um excelente espectáculo desportivo e que promova a modalidade.»

Lisboa, 11 de Fevereiro de 2014
Liga Portugal
Sport Lisboa e Benfica
Sporting Clube de Portugal

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Ao contrário do lamentável comportamento que assumiu (e continua a assumir) no “caso dos 2 minutos e 45 segundos”, ao pretender derrotar o FC Porto na secretaria (algo que os leões foram incapazes de fazer dentro do campo, mesmo tendo beneficiado de um confronto direto em Alvalade), no caso da falta de condições de segurança do estádio da Luz, Bruno de Carvalho nem sequer pôs a hipótese de ganhar aos seus vizinhos (ia dizer amigos…) da 2ª circular recorrendo, para tal, ao que está previsto no Artigo 94.º do Regulamento das Competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Acho muito bem que o SCP não tenha tentado ganhar ao SLB na secretaria (os jogos, com "frangos", bolas aos postes e penalties, com erros de jogadores, treinadores e árbitros, ganham-se dentro das 4 linhas!), mas daí a fazer o papel de bom samaritano…
Estando numa posição de força e podendo esgrimir com o regulamento, bem como, exigir uma vistoria completa feita por entidades oficiais após a realização das obras de reparação (se bem me lembro, no caso da pala do antigo estádio de Alvalade foi preciso um parecer técnico do LNEC), por que razão é que os dirigentes sportinguistas concordaram, de imediato, com a “solução” de marcar o jogo para a data que mais interessava ao rival de sempre (será mesmo?) ?

Sabendo os dirigentes leoninos que, jogando esta semana, não podiam utilizar dois jogadores cruciais – William Carvalho (castigado) e Jefferson (lesionado) – e também que, a partir da próxima semana, recomeça a Liga Europa (prova em que o clube encarnado, supostamente rival, está envolvido), por que razão concordaram que o derby de Lisboa fosse realizado apenas 48 horas depois de ter sido adiado?

O principal objectivo (eu diria obrigação) dos dirigentes de um clube é defender os interesses desse clube mas, no caso de Bruno Carvalho e parafraseando o que li num blogue sportinguista, a “preocupação primordial foi ser simpático e cordato com a Liga e com o SLB”.

A BOLA, 11-02-2014
Por alguma razão, nunca houve um presidente sportinguista tão elogiado pela “nação benfiquista”.
E também deve ter sido a primeira vez, concerteza por “boas razões”, que em dia de derby lisboeta um presidente do SCP teve direito a uma extensa entrevista e a ocupar toda a 1ª página do jornal A BOLA…


P.S. Obviamente, ninguém pode garantir que se o jogo fosse disputado daqui a duas ou três semanas o resultado final teria sido diferente. Contudo, é óbvio que se pudesse contar com William Carvalho e Jefferson, evitando que Leonardo Jardim tivesse de fazer adaptações (o que dizer da exibição de Eric Dier na posição 6?), as hipóteses sportinguistas seriam bem maiores.

P.S.2 Com a derrota do clube presidido por Bruno Carvalho, o pior FC Porto dos últimos 10 anos voltou a uma das duas posições que dão acesso direto à fase de grupos da Liga dos Campeões 2014/2015.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O Artigo 94.º



«O adiamento do dérbi maior lisboeta entre Benfica-Sporting não é um caso virgem na história do novo Estádio da Luz, inaugurado em 2003. (…)
O mesmo tipo de objetos, em que se incluem lã de vidro e chapa metálica, já haviam obrigado à suspensão do Benfica B-Feirense, partida relativa à 23.ª jornada da Segunda Liga, que se iria realizar na Luz, a 19 de janeiro de 2013.»
in record.pt, 09-02-2014


«Mário Dias, antigo vice-presidente do Benfica e responsável pela supervisão da construção do novo Estádio da Luz, acredita que os problemas na cobertura do palco das águias surgiu devido a falta de manutenção.
A primeira coisa que tem de se fazer numa obra, especialmente desta dimensão, é manutenção. Se tivessem verificado que uma chapa poderia levantar com o vento teriam certamente corrigido o problema. É possível que a estrutura já estivesse assim há muito tempo”, afirmou em declarações à Rádio Renascença.»
in record.pt, 10-02-2014


A estrutura do Estádio aguenta os ventos que sopraram ontem [domingo], com essa e muito mais velocidade. Houve rajadas na ordem dos 130 km/h e a estrutura está preparada para suportar ventos na ordem dos 200 km/h. Os danos não foram na estrutura do Estádio, foram nos revestimentos da cobertura e, em particular, nas fixações desse revestimento à estrutura. Esse é que foi o problema.”, afirmou Tiago Abecassis [projectista do estádio da Luz], em declarações à Benfica TV.

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Artigo 94.º (do Regulamento das Competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional)
Não realização de jogos por falta de condições do estádio, de segurança ou dos equipamentos

1. Quando um jogo oficial não se efectuar ou não se concluir em virtude do estádio não se encontrar em condições regulamentares por facto imputável ao clube que o indica, é este punido com a sanção de derrota e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 12 UC e o máximo de 50 UC e com a sanção de reparação à Liga e ao adversário das despesas de arbitragem, de delegacias, de organização e do valor da receita que eventualmente coubesse ao adversário.

2. Se um jogo não for realizado por falta de condições de segurança imputáveis ao clube que indica o estádio, o clube é punido nos termos do número anterior.

3. Quando o jogo se realizar em estádio neutro é mandado repetir, sendo apenas aplicáveis as sanções de multa e de reparação ao clube visitado, salvo se as faltas previstas nos números anteriores não lhe forem imputáveis.

4. O clube responsável pela não realização de um jogo oficial em virtude de os equipamentos das duas equipas não permitirem fácil destrinça ou não se encontrarem nas condições regulamentares, será punido nos termos do n.º 1.

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Perante os factos que são conhecidos, a que se juntam as declarações de Mário Dias e de Tiago Abecassis, é óbvio que não foi por causa de um fenómeno meteorológico inédito e completamente extraordinário que deixou de haver condições de segurança no estádio da Luz. Assim sendo, cada um que tire as suas conclusões acerca da forma como a Liga de Clubes (entidade organizadora do campeonato) lidou com este caso.

P.S. Viram/ouviram algum dirigente do slb a falar sobre este caso? Quem eu vi a assumir as “dores” do adiamento do jogo e se tem desdobrado em entrevistas (incluindo uma em directo no Telejornal da RTP...) foi Mário Figueiredo, o presidente da Liga. Fico sem perceber se a LPFP serve para organizar competições e garantir que os regulamentos se cumprem, ou se serve para defender os interesses do clube do regime...

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Mercado

Continuando a sua gestão (essencialmente) errante, as movimentações do Porto neste último mercado de transferências, saldaram-se em:

Entradas


- Quaresma
Uma aposta sem história dado que mesmo em final de carreira, o antigo cabeça-de-cartaz no período Jesualdo Ferreira, é muito superior a qualquer um dos extremos que já faziam parte do plantel.
Custo: zero.


- Abdoulaye
O marfinense regressa depois de ter cumprido a primeira volta ao serviço do Guimarães, para colmatar a saída do Otamendi.
Custo: zero.

Saídas


- Lucho González
Em nítido declínio (físico), o até aqui titularíssimo e capitão de equipa, trocou o Porto por um petroclube das arábias, em dia de jogo - uma estreia que cada vez supreende menos; uma equipa já de si sem norte, perde um líder e um jogador experiente.
Proveito: zero.


- Otamendi
O central argentino, titular na equipa que venceu há 3 anos a Liga Europa, foi "empurrado"(?) para fora do clube, num processo pouco condizente com a fama de que goza a "estrutura".
Proveito: 12 milhões (se forem efectivamente pagos)


- Sinan Bolat
A passagem do guarda-redes turco pelo Porto, é um sinal claro de que alguma coisa está muito errada.
Proveito: ?

Conclusões

O reduzido número de entradas e saídas, não permite retirar grandes ilacções, excepto que o número/qualidade dos extremos à disposição do treinador no início da época, óbvio para qualquer leigo, era claramente insuficiente - daí o regresso (tardio?) do Quaresma. Já a saída do Lucho González, foi completamente inesperada. Se, por um lado, não faria sentido negar ao jogador a hipótese de assinar um contrato milionário, é incompreensível que um jogador titular - cuja utilização, o treinador não soube gerir - saia sem qualquer compensação para o clube - e dinheiro não deve faltar para isso - e mais, que a saída se concretize num dia de jogo. De resto, o futebol apresentado até aqui é tão mau, tão mau, que é impossível apontar uma única área específica do plantel que necessite de ser reforçada; por outro lado, alguns jogadores são reconhecidamente capazes de se exibir num nível muitíssimo superior a aquele que têm vindo a demonstrar. Otamendi, é um caso flagrante - um jogador que já demonstrara ter qualidade, (aparentemente) perdeu no "duelo" com um treinador que não demonstrou nada, e que tem "queimado" jogadores - exemplos: Quintero passou de bestial a besta, Mangala irreconhecível, Jackson por conta própria - mais rapidamente que um incêndio de verão. Abdoulaye, regressa para o banco, quando ainda podia continuar a evoluir em Guimarães (e principalmente, continuar longe do Paulo Fonseca).

No que respeita a quase-saídas, Mangala esteve com um pé no Manchester City, mas para felicidade do clube inglês, a transferência gorou-se; ao ritmo que o jogador se vem desvalorizando, no final da época, o mais provável, é que consiga contratá-lo, caso ainda haja interesse, por um valor bem abaixo daquele que estaria envolvido se a transferência se tivesse ocorrido agora. O internacional francês tem sido invulgarmente resistente a transferir-se, mas duvido que na próxima época ainda esteja por cá, quanto mais não seja, pelo o risco bem real de o Porto se ver reduzido a disputar a Liga Europa.

Defour esteve à beira de se transferir para o Fulham, mas a saída do Lucho González gorou essa hipótese. O belga nunca foi visto como sucessor natural do Moutinho, a julgar pelo valor investido no Herrera - para um clube com a capacidade financeira do Porto, dispender €8.000.000* num um só jogador, só mesmo num titular - mas agora vai ter de servir, dê lá por onde der; o Porto decidiu arriscar forte no mexicano, inutilizou uma quantia considerável, para no final ter de recorrer a uma segunda-escolha, que não passa de um jogador útil para ter no plantel, mas não para ser titular.

Fernando, contra todas as expectativas, lá renovou.

* cerca de €1.000.000, foi para o empresário do jogador

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Algumas coisas boas

A exibição dos azuis-e-brancos foi fraquinha, na linha do que se tem visto esta época e com os defeitos conhecidos. Contudo, em vez de repetir aquilo que todos os adeptos portistas já estão fartos de saber e discutir (lentidão, desorganização coletiva, fragilidades defensivas, falta de acutilância ofensiva, etc.), vou falar de algumas das coisas boas deste FC Porto x Paços Ferreira.

Comecemos pelo mais importante: o resultado do jogo.
Ganhar e somar três pontos é sempre bom e, para aquilo que o FC Porto jogou, eu diria que ganhar este jogo por 3-0 foi um excelente resultado.

Outra coisa boa foi que, ao contrário do que aconteceu no último slb x FC Porto, desta vez, dos dois lances para penalty a favor do FC Porto, o árbitro (Cosme Machado) decidiu assinalar um. Menos mal, estamos a progredir...

Jackson Martinez marcou mais um golo (o 14º no campeonato) e, pelo menos até terça-feira, isolou-se na liderança da lista dos melhores marcadores do campeonato. E não é ele que marca os penalties que são assinalados a favor do FC Porto...

Fernando, o jogador que, segundo "fontes bem informadas", ia ser ostracizado pelos "malvados" dirigentes do FC Porto e não voltaria a vestir a camisola do FC Porto, regressou após paragem por lesão, jogou 90 minutos e foi um dos melhores em campo.

Quem também jogou 90 minutos, tendo sido o jogador das duas equipas que percorreu a maior distância (mais de 11500 metros), foi Herrera. Aos poucos, o médio mexicano vai ganhando o seu espaço na equipa e eu continuo a pensar que a sua intensidade de jogo, o seu futebol vertical e os passes de ruptura que faz só precisam de um coletivo mais forte e organizado à sua volta para convencer a generalidade dos adeptos portistas.

Perante a intempérie que, nos últimos dias, se abateu sobre o país, o Estádio do Dragão voltou a demonstrar que é, de longe, o melhor estádio português. Já se sabia que era o mais bonito, o que tem os acessos mais eficazes, as melhores condições de segurança (sem precisar de jaulas) e o relvado que resiste melhor a fortes chuvadas. Hoje ficou também demonstrada a enorme diferença de qualidade entre a cobertura do Estádio do Dragão e a do estádio lisboeta onde se vai disputar a próxima final da Liga dos Campeões...

SMS do dia

Estão 17 mil pessoas valentes no estádio do Dragão. Não pelo temporal. O futebol é um desporto de inverno para o bem e para o mal. Mas pela grande qualidade de jogo da equipa. É a pior assistência de sempre em dez anos. Só não vê quem não quer. Não é o tempo, não é a crise. Não é o rival. Seguramente que sobraram uns trocos para óculos no meio de tantas comissões!

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Estratégia de comunicação

A propósito do “caso Quaresma” (mais um caso lamentável envolvendo a Liga, a FPF e o FC Porto), foi muito interessante ver como reagiu o FC Porto ao longo do dia.

Primeiro Paulo Fonseca, à hora de almoço, quando questionado pelos jornalistas, disse o seguinte:
Não queria alongar-me nessa questão até porque vai haver uma comunicação do presidente [Pinto da Costa]. Não merece comentários até porque sabemos quais são os verdadeiros objetivos destas notícias e o grupo percebe isso.

Mais tarde, em declarações ao Porto Canal, Pinto da Costa aproveitou a oportunidade para passar mais algumas mensagens cirúrgicas, tendo como alvo a Liga, a FPF e os respectivos presidentes (Mário Figueiredo e Fernando Gomes).

Conhecendo as pessoas envolvidas é fácil de compreender o que se está a passar. Mas não quero ir por aí...

ontem, sexta-feira, e geralmente é sempre à sexta-feira, às 18:49, recebemos um fax dirigido ao presidente do FC Porto, assinado pelo secretário-geral da FPF, um sr. Paulo Lourenço, que não conheço (…) estranhei ter sido ele a assinar e que o fax viesse dirigido ao presidente do FC Porto porque, geralmente, só há correspondência direta para um presidente de outro presidente

Como conhecemos as pessoas, vamo-nos precaver e pagar duas vezes. O que já pagámos à Liga vamos depositar na segunda-feira na conta da FPF. Vamos fazer um empréstimo à FPF para que não possa dizer à Liga que não recebeu. E para que possam acrescentar mais uns milhares de euros aos milhões que têm a prazo.”

Isto está sem rei nem roque. As pessoas têm os seus projectos pessoais, defendem os seus lugares e estão pura e simplesmente a marimbar-se para a justiça e para a verdade

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

Fernando, a RTP e a catástrofe anunciada



Na passada terça-feira à noite, assisti a parte de um programa sobre futebol na RTP (des)Informação, onde pude ouvir dois jornalistas/comentadores, no caso Bruno Prata e Carlos Daniel, supostamente donos da verdade, a discorrerem, com um ar quase constrangido, sobre a forma “incompetente” como os responsáveis do FC Porto tinham tratado dos casos de Otamendi e Fernando.

O caso do Fernando, então, era quase inexplicável. A RTP sabia (sabia!) que o melhor médio defensivo do campeonato português, um jogador considerado insubstituível por todos os comentadores presentes no programa (alguns dos quais torcem o nariz à possibilidade de Fernando ser chamado por Paulo Bento à Seleção da FPF...), ia ser colocado a treinar à parte e não voltaria a vestir a camisola do FC Porto, por se ter recusado a renovar.

Não sei porquê, mas desconfio que no programa 'Grande Área' da próxima terça-feira (e nos outros programas de discussão futeboleira), os “casos” Otamendi e Fernando vão deixar de fazer parte da agenda...

P.S. Na quarta-feira, dia 5 de Fevereiro, quando os ecos me(r)diáticos da novela Fernando estavam no auge, escrevi o seguinte num e-mail enviado a um grupo de adeptos portistas:
«Estou convencido que o Fernando vai continuar a jogar, sairá do FC Porto em Junho e a SAD encaixará alguns milhões de euros em mais-valias. Outros cenários que não este serão, para mim, uma surpresa.»

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

“Será que estamos a ser Porto?”


Não há muito a dizer do FC Porto x Estoril de ontem à noite, para os quartos-de-final da Taça de Portugal.
Globalmente, a exibição dos “andrades” foi na linha do que se tem visto nas últimas semanas/meses e isso já diz quase tudo.

Deste jogo tirei alguns apontamentos curtos.

Quaresma é craque, tem lances geniais, mas está sem intensidade de jogo e continua a perder N bolas por displicência.

Pelo contrário, a Herrera não falta intensidade e amplitude de jogo. Estou convencido que um dia/semana/mês/ano destes, quando o FC Porto voltar a ter uma Equipa organizada, o médio mexicano vai brilhar no meio-campo portista (para desgosto de comentadores como Carlos Daniel).

O outro internacional mexicano, Diego Reyes, tem pinta, mas fartou-se de meter água, principalmente na 1ª parte. Fez-me lembrar um outro defesa central, um tal de Ricardo Carvalho, quando (em 1998/99) fez a sua estreia com a camisola azul e branca, no Estádio das Antas, num jogo contra o Salgueiros.

Ghilas voltou a mostrar que pode ser muito útil e ajudar a resolver um problema crónico que o onze portista evidencia esta época: o isolamento de Jackson na frente de ataque e na área adversária. O problema é que Paulo Fonseca parece não arranjar maneira de encaixar Ghilas no trio de ataque, a não ser nos últimos minutos de alguns jogos e, normalmente, em desespero de causa.

Mas, na minha opinião, a grande novidade deste jogo foi a enorme tarja que os Super Dragões ergueram no topo sul, após o golo do Estoril.

A contestação nas redes sociais é perfeitamente inócua.
Assobios vindos das bancadas (ontem foram poucos, até porque as cadeiras vazias não sabem assobiar…) são esporádicos e, por vezes, alternam com algumas palmas.
Agora, a principal claque do FC Porto, que acompanha a equipa de futebol para todo o lado, que apoiam quando os outros estão calados, ter preparado uma tarja antes do jogo, com uma mensagem destas, isso já me parece que pode fazer tocar algumas campaínhas.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Bye bye Ota

Com quase uma semana de atraso, mas afinal sempre se confirma: http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR48413.pdf

Penso que é claramente um bom negócio para o FCP, e por várias razões.

Antes de mais nada porque acho que não vai fazer falta (quase?) nenhuma, acrescentando muito pouco às opções Mangala, Maicon (e Reyes à espreita para o que der e vier).

Em segundo lugar porque temos excedente de centrais (incluindo emprestados, como Abdoulaye); em terceiro lugar porque já está mais do que na hora de começar a «cobrar» de um investimento de 9M (refiro-me a Reyes), que já teve tempo mais do que suficiente para se ambientar. Mesmo que este último não ganhe a titularidade, ao menos que comece a ser opção a sério nem que fique no banco na maior parte do tempo (bem melhor do que na bancada). Pelo menos para já (espero que esteja em condições de poder subir a titular com bom rendimento quando Mangala sair no Verão).

Em último lugar porque 12M parece-me um valor justo por ele, e sem ser «velho», longe disso (tem 25 anos) muito dificilmente se iria valorizar mais no futuro com a camisola do FCP vestida. Para mais tínhamos 100% do passe dele (bem, pelo menos a 1 de Outubro tínhamos), o que é uma raridade no plantel actual.

Para terminar, a situação financeira do Valência deixa muitas dúvidas em Espanha de que tenham condições para pagar. Fala-se na entrada de um investidor que alivie a situação, mas isso está longe de ser garantido. Ora como «gato escaldado de água fria tem medo», após a experiência penosa com o A. Madrid (e não só...) quero crer que a SAD soube acautelar-se devidamente com garantias mais do que sólidas de irá ser paga a tempo e horas.

Resumindo e concluindo: negócios destes são bem vindos (sabendo-se como precisamos das vendas para tapar buracos nas contas).