quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ufa, finalmente Rolando!


«Il Napoli ufficializza gli arrivi di Rolando in prestito dal Porto e di Radosevic in prestito con diritto di riscatto dall'Hajduk Spalato.
La prima giornata di Rolando in azzurro è cominciata in mattinata a Castelvolturno. Dopo aver visitato il Centro Tecnico, il difensore ha sostenuto prima gli esami strumentali alla Clinica Pineta Grande e poi ha svolto le altre visite sotto la visione del dottor De Nicola al Centro Tecnico seguito dal Professor Marzullo e dallo staff sanitario del Napoli.
Successivamente il portoghese ha partecipato al primo allenamento col gruppo saltando solamente la parte tattica.
"Sono molto felice di giocare in azzurro - ha detto Rolando - ho voluto Napoli perchè è un grande Club con tanti campioni. Mi hanno parlato tanto della passione dei tifosi azzurri e non vedo l'ora di provare l'emozione del San Paolo".»
in www.sscnapoli.it


Ainda não há números oficiais (fala-se no pagamento de 1 milhão de euros pelo empréstimo), num negócio que parece ter sido feito nos mesmos moldes do efetuado há um ano atrás, quando Guarín saiu para o Inter.

Para já, é menos um problema e um salário que a FCP SAD tem de suportar. Se, em Junho, o SSC Nápoles exercer a opção de compra (nesse caso, fala-se num valor global de 8 milhões de euros), considero que será um muito bom negócio, atendendo ao binómio qualidade-idade do jogador (faz 28 anos em Agosto) e ao facto de as alternativas existentes no plantel portista serem jogadores mais novos e melhores.

Defour na ribalta... por razões distintas

Steven Defour está na ribalta, tendo-se estabelecido gradualmente como um jogador muito útil, culminando numa excelente exibição contra o Gil Vicente e fortes elogios do treinador (e adeptos).

Por coincidência, na mesma semana em que se destacou em Portugal Defour também apareceu em grande destaque na Bélgica, fazendo a capa inteira de uma revista semanal flamenga; mas por razões pouco positivas.

Traduzindo para português: «Apanhado! Steven Defour trai a mulher com modelo de 19 anos, durante as férias de Natal»

Bem, pessoalmente tenho muito pouco interesse na vida privada dos jogadores do FCP, sem excepção. Normalmente isso só me interessa na medida em que afecte (ou possa afectar) o seu rendimento desportivo, ou o ambiente no balneário.

Neste caso específico não quero saber de nenhuns detalhes da pseudo-notícia, mas pelo que tenho visto desde o Natal, a ter acontecido algo isso não parece ter influenciado de todo o seu rendimento desportivo. Quanto muito, bem pelo contrário...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

88 anos de história não se apagam

Autor: Fernando Delindro

A 20 de Julho confirmou-se o pior cenário, o murro no estômago pela suspensão do basquetebol sénior no Futebol Clube do Porto era um facto consumado, era real e um bocado do meu Portismo, sentimento de acompanhamento do Futebol Clube do Porto em todas as modalidades e escalões que me foi transmitido pela família, perdia-se. Sentia que tinha lutado para que esta decisão não fosse a tomada pela Direcção do FC Porto, que desde 1982 tão bem gere o nosso clube, mas não há seres perfeitos e, neste caso, a minha opinião era contrária à decisão tomada, mas era esta a realidade e o fim do basquetebol sénior no FC Porto era um facto.

Não pensava começar a seguir assiduamente a equipa de juniores no campeonato nacional de Sub-20, mas a inscrição no CNB2 e na Taça de Portugal, juntando ao aceitar da coordenação de todo o basquetebol formativo no nosso clube pelo Senhor Ramón López Suarez, levaram-me a seguir esta geração.

O primeiro jogo foi para a Taça de Portugal, na Póvoa, em que a equipa venceria, mas a exibição foi muito diferente do que o basquetebol sénior do FC Porto nos habituara. Mas a felicidade na cara daquela miudagem por terem adeptos do FC Porto a apoiá-los e serem a principal equipa do basquetebol do FC Porto era visível.

A evolução ao longo destes quatro meses e meio (de 6 de Outubro até hoje) é bem real e os primeiros resultados começam já a aparecer. Assim, após a 1ª Fase do Nacional de Sub-20, o FC Porto/Dragon Force foi uma das seis equipas apuradas para a Final 6 Distrital e, no fim de semana de 18, 19 e 20 de Janeiro, estes jovens dragões conquistaram o seu primeiro título, sagrando-se campeões distritais de sub-20 da Associação de Basquetebol do Porto.

No plantel há jogadores com valia para, seguindo os desígnios do comunicado de 19 de Julho de 2012, termos uma equipa sénior de basquetebol capaz de dignificar o nome do clube. Não sou um grande especialista de basquetebol, mas os jogadores que me parecem mais capazes para se assumirem como principais figuras do próximo plantel sénior do FC Porto são: Pedro Bastos, Eduardo Guimarães, Hugo Sotta, João Gallina, Pedro Figueiredo, Francisco Rothes, José Miranda ou Miguel Soares. No entanto, Moncho Lopez e João Tiago saberão muito melhor do que eu, que jogadores reúnem condições para integrar os plantéis do FC Porto.

Daqui até ao final da época, espero poder festejar o título nacional de sub-20 e o título de campeão do CNB2. Se assim for, asseguraremos a subida ao CNB1 que, dentro da hierarquia competitiva do basquetebol português, fica imediatamente abaixo da ProLiga e da LPB.

Espero, também, que no próximo ano o sr. Saldanha não faça birra e, quando faltarem equipas para comporem a ProLiga, ou a Liga Portuguesa, convide todas as equipas e não seja selectivo como foi este ano, quando não convidou o FC Porto/Dragon Force a integrar o CNB1. É bom que ele se lembre que é presidente de todo basquetebol nacional e não apenas de alguns que se situam na 2ª Circular e que, a 23 de Maio de 2012, tiveram comportamentos inaceitáveis e nada dignos. Para se ser digno, temos que o ser na vitória e na derrota e não é porque do nº 179 da Rua da Madalena nos acenam com epítetos como maior figura do basquetebol nacional, que as pessoas se podem dar ao luxo de provocar, insultar e instigar à revolta todos quantos assistiram aquele jogo. Esperamos, desde esse dia e sentados para não nos cansarmos, que da Rua da Madalena venha algum castigo minimamente exemplar para carlos lisboa, por aqueles gestos provocadores e que apenas serviram para incendiar o ambiente num pavilhão em Portugal. Para aquele indivíduo que o seguiu nas provocações e que arremessou objectos para a bancada, dou-lhe o meu desprezo porque não é 100% responsável pelos seus actos, visto aparentar um enorme problema mental.

Em jeito de comentário final, espero que este texto contribua para divulgar a nova realidade do basquetebol sénior portista e, paralelamente, desperte o interesse e leve mais portistas ao Dragão Caixa, porque estes atletas e treinadores lutam e dignificam o nome do FC Porto em todos os jogos.


Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Fernando Delindro a elaboração deste artigo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Jogar à Barça


O que dizer de um jogo em que o FC Porto inaugurou o marcador aos 4 minutos, chegou aos 2-0 aos 12 minutos e, sufocou de tal maneira o Gil Vicente, que ao intervalo tinha 83% (!!!) de posse de bola e a equipa adversária não tinha sequer conseguido fazer um único remate à baliza?

Isto é jogar à Barça, sem Messi (no nosso caso sem James), mas com Moutinho a fazer de Xavi, Defour a fazer de Iniesta e Lucho, mais uma vez, a chegar ao fim do jogo com quase 11 quilómetros percorridos (velhos são os trapos).

A forma como o FC Porto resolveu o desafio antes do primeiro quarto de hora e depois controlou o jogo como uma posse de bola estratosférica (em Portugal nunca tinha visto nada semelhante) é algo verdadeiramente notável, que os comentadeiros desvalorizaram pondo o ênfase na má exibição (falta de atitude, dizem eles) dos depenados galos de Barcelos.

Num jogo que os dragões venceram por uns claros 5-0 (e ainda ficou um penalty por assinalar, num lance em que o árbitro Paulo Baptista considerou que o Danilo tinha o ombro no... peito), com 75% de posse de bola e 23-2 em remates, é dificil encontrar aspetos negativos. É que até o Varela (o elo mais fraco do habitual onze titular) marcou um golo, após uma excelente assistência de Castro (o médio mais limitado do plantel).

Elogiar as exibições de Otamendi, Mangala, Moutinho, Lucho ou Jackson é chover no molhado e, por isso, desta vez vou destacar outros dois jogadores: Danilo e Defour.

É sabido que Danilo gosta pouco de jogar a lateral-direito (prefere jogar a médio interior, como se diz no Brasil), mas ontem deve ter feito a sua melhor exibição com a camisola do FC Porto. Inaugurou o marcador (após uma jogada individual), sofreu uma carga para penalty (que o árbitro não assinalou) e subiu N vezes pelo seu corredor, sendo na maior parte do jogo mais um ala do que um defesa.

Defour, para além do excelente golo que marcou, tem uma inteligência tática muito acima da média. Já substituiu Fernando, Defour e Lucho. Já jogou a médio/ala direito, na habitual posição de James. Ontem jogou a médio/ala esquerdo, à Iniesta, e mais uma vez foi aprovado com distinção. Penso que hoje em dia restam poucas dúvidas que este belga foi uma grande contratação.

Deixo para o fim o treinador Vítor Pereira. Tão criticado na época passada (incluindo por mim), está a fazer um excelente trabalho esta época. Sem o jogador mais marcante das últimas quatro épocas do campeonato português (Hulk), com um plantel curto, com poucas soluções ofensivas (Ismaylov e Liedson chegaram agora e ainda estão a conhecer os cantos à casa), tendo de enfrentar lesões prolongadas em jogadores-chave (Fernando, Alex Sandro, Maicon e James), Vítor Pereira tem sabido ultrapassar todos estes obstáculos, muitas das vezes sendo obrigado a recorrer à adaptação de jogadores (exemplos: Mangala a defesa-esquerdo ou Defour em vez de James).

Sinceramente, quando Hulk foi vendido no início de Setembro, quantos portistas acreditavam que a equipa ia ter um desempenho ao nível daquele que tem tido até agora?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Crónica da tarde

O FCP vai jogar com o Gil Vicente, muito provavelmente sem Liedson. A dúvida principal é se vai iniciar o jogo com Defour, ou com um ala: Kelvin ou Sebá. Jaime Magalhães prefere Kelvin como primeira opção. Percebo: o FCP não pode desistir de aproveitar o miúdo, de potenciar a sua capacidade, criatividade e irreverência e ajudá-lo a enquadrar essas valências no colectivo.

Tal como tem ocorrido com a equipa B, é provável que com um Liedson (capaz) o FCP tenda a jogar em 4X4X2, uma vez que os nossos alas não são especialmente rápidos nem fortes no um contra um.

Espero um jogo complicado: o Gil tem um especial fervor quando joga com o FCP.
Vamos lá Porto.

domingo, 27 de janeiro de 2013

O Herrera é que sabe...

«Primeiro quero dar-me bem no FC Porto para, depois, emigrar para Espanha ou Inglaterra e jogar numa equipa de maior estatuto. Sei que pelo FC Porto passaram futebolistas importantes e que depois foram vendidos e triunfaram em grandes clubes europeus. Espero que o mesmo possa acontecer comigo»
Hector Herrera em entrevista ao jornal mexicano Excelsio 

Há muitos anos este tipo de declarações deixaria os adeptos do "tribunal" das Antas com um "casus belli" eterno com o jogador. Eram os anos do amor à camisola, do espírito à Porto, do balneário com os jogadores da casa, da herança de Pedroto continuada por Artur Jorge e Oliveira, três filhos do dragão históricos, da de jogadores como Gomes, João Pinto ou Baía. Eram declarações de uma era onde o futebol era mais do que um negócio. Esses dias acabaram, pelo menos no FC Porto.

Hoje não só é normal ouvir uma promessa mexicana falar assim do FC Porto como não deixa de ser, curiosamente, um motivo de orgulho. Para os mais românticos e antiquados como sou eu e tantos outros, pode parecer um contra-senso. Mas não é.
Herrera, como Reyes seguramente, e como os Falcao, James, Jackson e companhia, não têm nenhuma ligação emocional nem com o FC Porto nem com o futebol português. Para eles somos um "clube-ponte" como há tantos por esse mundo fora. A diferença? Somos o melhor!

Eu não acredito que um jogador aceite vir para o FCP perder dinheiro.
Seguramente que a nossa massa salarial não é das mais baixas entre clubes do nível nivel financeiro, mas também sei que em Itália se paga bem (e a tempo e horas) e que lá em baixo andam num esforço danado para nos copiarem em tudo o que fazemos. E Herrera, como todos os que vieram antes dele, sabem que aqui ganham mais dinheiro do que ganhariam onde estavam antes e para onde podiam jogar depois. Mas também sabem o que o médio diz. Que por aqui, na última década, passaram "futebolistas importantes e que depois foram vendidos e triunfaram em grandes clubes europeus". Esse é o truque.
O modelo funcionou, não com as vendas subsequentes ao triunfo europeu, mas com os Anderson, os Pepe e os Falcao. Jogadores que foram sendo referências em clubes de elite e que deram ao mundo uma imagem do FC Porto impecável. Aqui qualquer jogador com potencial sabe que será cuidado, mimado, trabalhado e preparado para altos voos. Dará ao clube o que tenha de dar e depois ganhará o lucro de uma liga melhor e um clube mais rico. É esse o acordo. Foi esse o acordo com Falcao, foi esse o acordo com Lisandro, com Anderson e se-lo-á com James também. É inevitável.



Quando vejo que FC Porto e Benfica lutam pelos mesmos jogadores, não sei quanto se oferece financeiramente por um e por outro. E os negócios de Witsel e Javi Garcia até podem deixar alguns agentes curiosos. Mas o nosso historial não só é melhor como vem de há mais tempo. A nossa presença na elite europeia, os títulos que conquistamos, muito por encima de qualquer outro clube em qualquer outra liga nos últimos 20 anos, são o melhor cartão de visita para que estes jogadores escolham o Porto para crescer e triunfar.

É um core business arriscado mas que tem tido acertos importantes, o que permitiu criar uma imagem de sucesso a nível internacional. Eu pessoalmente tenho pena que todos os tiros nos pés pós-2004 tenham levado a uma situação financeira muito perigosa para o futuro do clube, de tal forma que as mais-valias que chegam de cada venda milionária se notem cada vez menos. Tenho também pena que a SAD tenha apenas uma ideia na cabeça, um só modelo de negócio, e se esqueça várias vezes de o complementar com jogadores nacionais ou jogadores de formação, para reduzir os riscos de gastar muito dinheiro em futebolistas que nunca serão tão rentáveis. Porque, se assim fosse, estaríamos numa situação invejável. O Mundo conhece o nosso perfil e admira-o profundamente, sem conhecer os podres da nossa casa, o que é fundamental para que continuem a fazer negócios que nos saiam vantajosos. E os Herrera e companhia continuarão a saber que no FC Porto talvez nunca ganhem uma Champions League, mas que vão ser observados pelos melhores e se fizerem as coisas bem, o clube será o caminho mais curto para a glória.

Equilibrar tudo isto num projecto ganhador é sem dúvida um mérito indiscutivelmente nosso e que mais nenhum clube no Mundo, actualmente, pode aspirar a emular.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Não serão coincidências a mais?


Como é sabido, o melhor e único defesa central que o SC Braga tinha disponível para o jogo de hoje à noite contra o slb - Paulo Vinicius -, foi "arrumado" por Duarte Gomes, no período de descontos do SC Braga x Vitória Setúbal da última jornada.

Entretanto, durante os dias que antecederam o SC Braga x slb, a comunicação social lisboeta parece ter querido "arrumar" (pelo menos psicologicamente) mais dois dos principais jogadores da equipa bracarense, ao anunciar o interesse dos encarnados em Hugo Viana e Márcio Mossoró.

«Hugo Viana muito apreciado na Luz
Hugo Viana está em final de contrato com o Sporting de Braga e, muito dificilmente, continuará ao serviço dos arsenalistas. Aos 30 anos, o internacional português pretende fazer o último “grande contrato” e integrar um clube com outras ambições, em Portugal ou no estrangeiro.
Depois de várias passagens pelo Sporting, Hugo Viana é agora muito apreciado entre os responsáveis benfiquistas que olham com interesse para a relação qualidade/preço do jogador.
Para já, não existiu qualquer contacto entre as duas partes – António Salvador nada terá a dizer em todo o processo – mas a situação está a ser analisada na Luz
in Record
23-01-2013

«Mossoró pode render Aimar
Márcio Mossoró é candidato a ocupar a vaga de Pablo Aimar, que deve deixar o Benfica no final desta temporada. Segundo apurou o CM, o médio-ofensivo do Sp. Braga entrava nas contas de Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus na reabertura do mercado, caso ‘El Mago’, de 33 anos, tivesse saído para o Al-Ahli, do Dubai.
O CM sabe, ainda, que o jogador dos arsenalistas, de 29 anos, está a par das intenções do seu antigo treinador e, em círculos restritos, não tem escondido o entusiasmo por poder representar as águias.
Os destinos de Jesus e Mossoró cruzaram-se em 2008/09, quando o técnico orientou o Sp. Braga. Deste então, Jesus nunca escondeu a sua admiração pelo futebol de Mossoró e esta não é a primeira vez que mostra entusiasmo pela sua contratação. No entanto, os minhotos nunca mostraram abertura para vender o futebolista e quando o fizeram, pediram uma verba que, segundo as fontes contactadas, as águias não quiseram pagar.
O brasileiro chegou ao Minho na temporada de 2008/09 e tem contrato até junho de 2014.»
in Correio Manhã
25-01-2013


Tudo isto são coincidências ou, mais uma vez, estaremos perante o principio doutrinário, apregoado por Luís Filipe Vieira em 2004, de "fazer as coisas por outro lado"?

Veremos como irá correr o jogo de hoje a Hugo Viana e a Mossoró e para onde aponta o respectivo futuro futebolístico.

desLIGAdos


Tudo indica que o FC Porto vai ser desclassificado da Taça da Liga 2012/13, devido à utilização irregular de Fabiano, Abdoulaye e Seba no 3º jogo da fase de grupos - FC Porto x Vitória Setúbal -, menos de 72 horas depois destes jogadores terem alinhado pela equipa B (FC Porto B x Naval).

«O Regulamento de Competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), sobre a inscrição e participação de equipas B na II Liga por clubes da I Liga, dita, no artigo 13.º, que "qualquer jogador apenas poderá ser utilizado pela equipa principal ou equipa B decorridas que sejam 72 horas após o final do jogo em que tenha representado qualquer uma das equipas, contadas entre o final do primeiro jogo e o início do segundo". (...)
Os "azuis e brancos" incorrem na pena prevista no Regulamento Disciplinar da LPFP, no seu artigo 78.º, sobre a inclusão irregular de jogadores. O clube "será punido, no caso de provas por pontos, com as sanções de derrota e de subtração de pontos a fixar entre o mínimo de dois e o máximo de cinco pontos" e, acessoriamente, uma multa pecuniária a definir.
Já o artigo 44.º do mesmo regulamento frisa que a sanção da derrota "faz perder ao clube sancionado, na tabela classificativa, os pontos correspondentes ao jogo a que a falta disser respeito, os quais serão atribuídos ao clube adversário", isto é, os três pontos em disputa.»
in JN


Não sou jurista mas, lendo o regulamento, parece-me não restarem grandes dúvidas. 71 horas e 45 minutos é um período de tempo inferior a 72 horas. Assim sendo, o FC Porto vai perder na secretaria, a favor do Vitória Setúbal, os três pontos que conquistou dentro das quatro linhas, o que faz com que sejam os sadinos a disputarem as meias-finais da prova (no caso frente ao Rio Ave, vencedor do Grupo C).

Na altura em que estou a escrever este texto, ainda não há uma reacção oficial do FC Porto, mas uma fonte do clube/SAD já comentou o caso para a comunicação social:

«Fonte dos dragões diz que o FC Porto solicitou a marcação do encontro para o início da noite desse dia, com a Liga a determinar aquela hora por força da transmissão televisiva. (...)
Faz sentido haver regulamentação da equipa A para a equipa B, para não se correr um risco de haver jogadores da A a jogar pela B em momentos importantes e desvirtuar essa competição. Agora, o contrário já é desvirtuar o princípio de promoção dos jovens”, lembra a fonte.
O FC Porto aguarda a decisão com serenidade, deixando o tema nas mãos do seu departamento jurídico. De qualquer forma, sabe que um eventual afastamento permitiria ganhar alguns dias de descanso num momento importante da temporada.
As meias-finais da Taça da Liga estão entre a deslocação a Alvalade e os jogos com o Málaga...”»
in Maisfutebol


«“Aquando da marcação dos jogos, o FC Porto pediu à Liga para o jogo ser à noite. A Liga nunca respondeu e marcou o jogo para as 17h30, alegando interesse da TVI”, disse ao PÚBLICO fonte do FC Porto, que recusou explicar as razões para o clube ter utilizado Fabiano, Abdoulaye e Seba, que tinham jogado no domingo pela equipa B, frente à Naval.
Em semana de Benfica-FC Porto, parece que o jogo foi marcado de propósito para forçar o FC Porto a utilizar o melhor onze. O jogo Benfica-Académica foi marcado para mais de 72 horas depois do fim do Santa-Clara-Benfica B, mas o jogo FC Porto-Setúbal não respeitou as 72 horas após o fim do FC Porto B-Naval”, queixou-se a mesma fonte. (...)
O caso está entregue ao departamento jurídico do FC Porto, mas no Dragão já se desvaloriza uma eventual penalização.
A Taça da Liga não é neste ano, como nunca foi no passado, competição prioritária para o FC Porto. Este ano ainda menos, porque a Liga não paga os prémios, a prova não apura para as competições europeias e não tem patrocinador”, disse ao PÚBLICO a mesma fonte portista.
Se formos afastados, é menos um jogo no apertado calendário de final de Fevereiro, início de Março, entre os jogos com o Málaga [para a Liga dos Campeões].”»
in PUBLICO


É verdade que é raro um jogo da equipa principal ter início às 17h30. Como é sabido, os jogos da Liga dos Campeões têm início às 19h45 e os do campeonato costumam ser à noite. E também admito como perfeitamente plausível a versão, segundo a qual, o FC Porto solicitou que o jogo fosse à hora habitual (depois das 20h00) e que foi a Liga a impor (não interessa agora as razões) que o FC Porto x Vitória Setúbal fosse disputado a um dia de semana à tarde!
Mas, se o clube/SAD se sentiu lesado e que, comparativamente com o slb, estava a ser discriminado pela Liga, deveria tê-lo dito na altura. Dizê-lo agora soa a desculpa e o que transparece para a opinião pública é que houve um lapso da estrutura da SAD.

Consequências?
O FC Porto não vai ganhar a Taça Lucílio Baptista, versão 2012/13, o que me deixa tristíssimo...
Mas nem tudo é mau.
Não vamos ter de aturar o Fernando Correia e o João Querido Manha a relatarem/comentarem mais um jogo do FC Porto.
E a TVI, depois de nem sequer ter transmitido um dos três jogos que o FC Porto disputou na fase de grupos (Nacional x FC Porto), em vez de uma meia-final com o FC Porto, vai transmitir um Vitória Setúbal x Rio Ave. As audiências vão ser gigantescas... Quem se deve estar a rebolar a rir é o Joaquim Oliveira.

Sinceramente, para quem (como eu) não atribui qualquer valor desportivo à Taça da Liga, esta "penalização" é bem pior para a competição (e indirectamente para a Liga) do que para o FC Porto.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Os enigmas de Rui Moreira

Para muitos adeptos portistas, o nome de Rui Moreira oferece um consenso pouco habitual fora da estrutura actual da SAD, quando se trata de falar da sucessão do maior presidente desportivo da história do futebol, a par de Santiago Bernabeu. O que leva que um sector de sócios do FC Porto pense que este empresário da Invicta é o homem certo para suceder a Pinto da Costa na cadeira de sonho do Dragão?

Rui Moreira tem a seu favor três elementos que quase sempre se procuram e poucas vezes se encontram em potenciais candidatos. É um homem da cidade e do clube desde sempre, seguidor confesso, adepto de bancada e sem medo de dizer publicamente o que pensa sobre a gestão do clube. É também uma figura pública, não tanto pelo seu trabalho ao serviço da Associação Comercial do Porto, mas pelo seu papel de cronista e convidado de programas televisivos para representar a facção azul e branca. Dele disse Pinto da Costa, quando em 2010 lhe entregou o Dragão de Ouro ao Sócio do Ano que "com a sua inteligência esteve lá a defender o FC Porto, mas não como um simples recadeiro, sem receber mensagens no telefone a meio do programa de outros, tendo mostrado a dignidade de dizer basta ao fartar vilanagem".

Educado, correcto mas directo, a sua postura, principalmente quando abandonou o programa da RTP Trio de Ataque, valeu-lhe o apoio de muitos sectores entre os adeptos, cientes que o sucessor de Pinto da Costa não pode ter medo de mandar as farpas necessárias para manter os rivais na ordem.
É, também, uma das poucas figuras consensuais de um Norte perdido de referentes públicos. A sua postura de defesa da autonomia do porto de Leixões, do aeroporto Sá Carneiro e o seu posicionamento favorável à regionalização vem de encontro com a massa adepta mais tradicional que vê no clube um reflexo da cidade do Porto e, por extensão, da região norte.



Mas o seu nome gera também muitas dúvidas. Sobretudo porque nunca escondeu a sua ambição política.
Nestas últimas semanas o seu nome voltou à baila com força, por motivo das eleições autárquicas deste ano. Politicamente conservador, associado historicamente ao CDS, Moreira sonha tanto com a cadeira de presidente do FC Porto como com a da Câmara Municipal da cidade. Durante os anos de gestão de Rui Rio foi sempre falado como um opositor capaz de reunir à sua volta toda a oposição mas acabou por desmarcar-se de todas as corridas, ciente que o apoio esmagador da direita valeria ao presidente em funções a renovação no cargo. Mas Luís Filipe Menezes, o candidato da coligação PSD-CDS, gera muitas dúvidas aos portuenses e há uma vazio político, que uma candidatura aparentemente independente, mas com muitos apoios partidários, pode explorar. Moreira sabe-o, conhece a sua popularidade e pode ser tentado a avançar. Se vencer, seguramente será presidente da autarquia entre quatro a oito anos, o que o invalidaria como candidato à presidência do clube. E se perde?
Bem, ninguém gosta de votar em candidatos perdedores. Uma derrota nas urnas, especialmente se for clara,  pode ferir para sempre a sua imagem junto do associado portista e inviabilizar qualquer ideia de sucessão a Pinto da Costa.

Rui Moreira é também cronista no jornal A Bola. Para muitos sócios e adeptos portistas, isso não deixa de ser um sacrilégio, como Miguel Sousa Tavares bem sabe, e mesmo que o seu discurso seja previsivelmente o da defesa do clube num jornal de prestigio, a verdade é que poucos podem entender essa parceria a não ser da perspectiva do mais básico populismo mediático. Um populismo que funciona bem em modelos como o do Benfica mas que encontrará seguramente uma resistência tenaz no "tribunal" portista.

E afinal, Rui Moreira é um gestor de futebol reconhecido?
Foi membro do Conselho Consultivo do FC Porto mas não se lhe conhece nenhum acto de gestão interno que tenha saído de uma proposta sua. Escreve e fala fluentemente sobre futebol mas nunca mostrando um nível de conhecimento de gestão desportiva superior a muitos outros cronistas azuis e brancos. É um empresário de sucesso, sem dúvida, e o seu papel como presidente da ACP recebeu sempre bastantes elogios, mas não é o mesmo mexer-se no mundo empresarial tradicional do que no universo e no submundo futebolístico  onde é preciso sujar as mãos muito mais vezes do que se quer. Rui Moreira seria um candidato interessante com uma equipa de gestores de futebol atrás de provas dadas. Poderia ser capaz de unir à sua volta os mais acérrimos nortenhos (aqueles que querem que o Olhanense perca com o Gil Vicente só por ser do Sul) e alguns dos pintistas confessos, mas será capaz de o fazer sozinho?

E no fim de contas, não parece que esse sonho de consagração política como símbolo unificador das distintas sensibilidades nortenhas, a través de um cargo no panorama regional, uma velha memória do antecessor de Pinto da Costa, o também homem forte do CDS no Porto, Américo de Sá, de quem José Maria Pedroto disse um dia que queria entrar na Assembleia da República (onde era, precisamente, deputado eleito pelo Porto) com a cabeça de Pinto da Costa numa bandeja para acalmar os centristas? Será Rui Moreira um presidente capaz de se comprometer a 100% com o futuro do clube, como muitos esperam, ou haverá sempre um canto da sereia ao virar da esquina para uma das grandes figuras presentes da Invicta?


Outros artigos nesta série: 
A Sucessão: O Bibota

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

José Triciclo

Na véspera de receber os dragões no Bonfim, o treinador do Vitória Setúbal, José Mota, encheu o peito e, de forma desassombrada, afirmou:
Tenho 48 anos, não sou um treinador velho, mas já ganhei várias vezes ao FC Porto. E já ganhei ao FC Porto campeão europeu.

No final do jogo, após a sua equipa ter sido derrotada por 0-3, o mesmo José Mota já tinha um discurso muito diferente, o habitual discurso dos coitadinhos:
"As duas expulsões não podem surgir, pois são faltas normais"
"O Gallo já lá tem um pé quando o Lucho tropeça. O Jorginho não percebo porque é que foi expulso."
"As expulsões de hoje foram injustas e deveriam ser alterados os regulamentos quando estas situações acontecem"


Eu compreendo, e entendo que é legitimo, que um treinador se queixe e critique a arbitragem quando tem razões fortes para isso mas, no caso do Vitória Setúbal x FC Porto de ontem, só um individuo desonesto, com sérios problemas de visão, ou que sofra de alucinações, o poderia fazer nos termos em que José Mota o fez após o final do jogo.

Façamos uma análise séria e objetiva aos lances que foram objeto de contestação por parte de elementos do Vitória Setúbal:

i) O penalty cometido sobre Varela (abalroado e entalado entre dois jogadores da equipa sadina) aos 7 minutos e que o árbitro assinalou é absolutamente indiscutível. As imagens captadas de frente, pela câmara que está atrás da baliza do Vitória, não deixam qualquer margem de dúvida.

ii) O 2º cartão amarelo mostrado a Bruno Gallo, aos 78 minutos, é também indiscutível, conforme o atesta a opinião unânime dos três ex-árbitros do 'Tribunal de O JOGO', dos dois comentadores da SportTv (Miguel Prates e Pedro Henriques, ambos benfiquistas) e dos dois comentadores da Antena 1 (José Nunes e o conhecido benfiquista Hélder Conduto) que eu pude ouvir. Onde Pedro Proença errou, na opinião de várias destas pessoas e na minha também, foi no 1º cartão que mostrou ao Bruno Rottweiler... perdão, Bruno Gallo, o qual deveria ter sido um cartão vermelho direto.

iii) O 3º cartão amarelo mostrado a Jorginho (por simulação), aos 84 minutos, é o lance mais discutível mas, na opinião da maioria dos especialistas de arbitragem que se pronunciaram sobre o mesmo, também neste caso o árbitro agiu corretamente. Mais. Vale a pena recordar que o 1º cartão amarelo mostrado a este jogador, poderia (deveria?) ter sido um cartão de outra cor, visto ter sido na sequência de uma entrada duríssima por trás em que, sem qualquer hipótese de jogar a bola, pontapeou as pernas de Alex Sandro.

iv) A estas situações de jogo, acresce um outro lance de possível penalty a favor do FC Porto, ocorrido aos 69 minutos, quando Varela foi puxado e pontapeado na sua perna direita dentro da área sadina. A SportTv só repetiu este lance uma vez e, talvez por isso, tenha sido ignorado por toda a comunicação social. Toda não, o Porto Canal repetiu-o várias vezes e ficaram-me poucas dúvidas de que se justificava a marcação de uma grande penalidade.

Perante tudo isto, de que se queixa José Triciclo... perdão, José Mota?

"A minha equipa foi derrotada com as expulsões"


Mesmo que Pedro Proença se tivesse equivocado e errado a favor do FC Porto, algo que já se viu não ser verdade, o que fez a equipa de José Mota durante os 78 minutos em que esteve com 11 jogadores em campo? Construiu meia oportunidade de golo, no seu único remate enquadrado com a baliza, da autoria de Meyong, e que foi à figura de Helton.
E não me venham com a conversa dos orçamentos e que, com os jogadores que tem à sua disposição, José Mota não podia fazer melhor. O futebol praticado pelo Paços Ferreira, Rio Ave e Estoril durante a 1ª volta deste campeonato, mesmo nos jogos contra os designados "grandes", prova o contrário.

O problema dos josés triciclos do futebol português é terem de se contentar em guiar umas "motorizadas", porque lhes falta a competência necessária para conduzirem, sem se despistarem, "carros de elevada cilindrada". E, perante as limitações que evidenciam, quando o anti-jogo das suas equipas não resulta, a cacetada dos seus jogadores é devidamente punida pelos árbitros e não surge um qualquer bambúrrio de sorte, a única hipótese é adoptar uma postura calimérica e tentar convencer os adeptos da forma mais fácil.

"O [Árbitro] prejudicou nitidamente o V. Setúbal. Ficámos sempre pelo tentar devido a outras forças"
José Mota, 23-01-2013


P.S. Após as declarações falsas e disparatadas que fez ontem, acusando o árbitro de ter favorecido o FC Porto, o que terá sentido José Mota, ao ler em A BOLA que Pedro Proença esteve bem em TODOS os lances que ele contestou? Quando até em A BOLA é dito que o árbitro ajuizou bem estes lances, pouco mais há a dizer.

E chegámos à frente!


O FCP chegou-se à frente, depois da justa vitória conseguida, ontem. Entrámos bem, marcámos através de uma gp, que sendo indiscutível os do costume tanto discutiram, mas abrandámos e demos (demasiado) azo a algumas transições do VS que levaram perigo para as nossas redes. Particularmente, o flanco esquerdo não funcionou bem no processo defensivo: Alex, para cobrir “dentro”, destapava o flanco e foi por aí que, no final do primeiro período, ocorreram alguns avanços do adversário que poderiam ter-nos causado mais dissabores. Faltou Fernando: a cobertura daquela zona não estava a ser eficaz, ora porque Defour se desposicionava, ora porque Lucho ou Moutinho não cobriam o espaço que lhes competia, ora porque o ala não acompanhava o movimento do lateral do VS.

Suspirei de alívio com o fim do primeiro tempo. No reatamento, a entrada de Maicon trouxe a consistência que faltava. Kelvin não confirmou ter sido uma boa opção: não era jogo adequado ao seu perfil e foi severamente castigado em todas os lances em que disputou a bola com o lateral esquerdo do VS, que se fartou de distribuir lenha durante todo o jogo. Tem razão o José Mota: como dar dois amarelos ao Galo se o Proença deixou o Turco bater em tudo que mexia da forma mais rude que podia, sem ser amarelado?

Voltando ao jogo, na segunda parte controlámos bem, atacámos mal e aproveitámos bem a inferioridade numérica para aumentar a vantagem e sair com um bom pecúlio, num jogo difícil, com demasiado vento, muita luta e pouco futebol.

Em termos individuais destaco Mangala com mais uma soberba exibição. Maicon pareceu bem melhor. O resto ficou-se a um nível médio. Nota artística baixa, nota alta para o espírito de luta e pundonor da equipa.

Arbitragem corajosa, apesar de tudo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Os nervos do Iturbe

"O Iturbe está com uma crise nervosa. É um menino. Há um ano e meio que estão a castigá-lo. Dizem-lhe para encontrar clube, ele encontra-o e agora dizem-lhe que não"
Augusto Paraja, agente do Iturbe à RR


Alguém decidiu chamar a Iturbe o "novo Messi".
A partir de aí, era previsível que algo assim fosse acontecer. O futebol está cheio de espertinhos que tentam ser os primeiros a adivinhar o futuro e catalogam de "novo x" todos os jogadores que vê. Algum dia irão acertar, mas pelo caminho deixam uma lista de erros grosseiros. No fundo é como o Pelé e as tentativas de adivinhar quem vai ganhar o próximo Mundial.

O Iturbe nunca iria ser o novo Messi porque, em primeiro lugar, nem sequer tem o mesmo estilo de jogo, nem se move da mesma forma e, claro, está mais perto da cultura potrera de um Di Maria do que do estilo de jogo enraizado na escola centro-europeu que os alunos da Masia aprendem de memória desde cedo. No fundo, Iturbe nem sequer é um produto argentino. Nasceu em Buenos Aires mas aos três anos já vivia no Paraguai (de onde são ambos os pais da criatura) e chegou a representar as selecções jovens paraguaias antes de decidir que lhe dava mais jeito ter um passaporte argentino. Foi no Cerro Porteño, um clube de nível paraguaio, e não na liga argentina que começou a chamar a atenção. Quem segue os campeonatos sul-americanos sabe que a liga paraguaia não pertence sequer ao top 6 do continente. Brilhar aí, com golos e assistências, é bem diferente do que crescer no clima de loucura e euforia do River Plate ou Buenos Aires, por exemplo.



Mas com esse rótulo chegou Iturbe. Os que se lembram dos dias em que nasciam "novos Maradonas" todos os anos (os Aimar, Saviola, Riquelme, Claudio Lopez até que lá apareceu o "tal", Messi) já desconfiavam do título. Porque sejamos sinceros, dos vários jogadores sul-americanos que chegaram ao clube nos últimos anos, nenhum podia gerar tantas dúvidas como ele. Já não falo dos erros de casting que foram Bolatti, Mareque, Farias e companhia. Tanto James, como Falcao, Lisandro, Anderson e Lucho eram figuras mundialmente conhecidas com provas dadas ao mais alto nível. E nenhum deles aterrou com esse rótulo no Dragão. Nem gerando tanta expectativa. Iturbe chegou com o rei na barriga e desde sempre pareceu claro que gostaria realmente de encarnar no papel. Com eles os problemas não são novidade. Quando começou a sentir-se estrela, exigiu uma brutal melhoria de contrato com o Cerro. Ao dizerem-lhe que não, abandonou o clube, viajou para a Argentina e tentou assinar pelo modesto Quilmes, mas as autoridades desportivas não lhe permitiram mudar de clube contra a vontade dos paraguaios e foi lá onde o FC Porto o foi buscar.

Agora que ser uma estrela no River Plate, por empréstimo. O agente do jogador diz que foi tratado abaixo de cão no Porto, que foi desprezado pelo técnico, que lhe fizeram saber que não ia jogar se não mudava de atitude e que agora não o deixam assinar pelo River Plate porque o FC Porto quer que um determinado empresário trate do negócio. E claro, Iturbe não quer regressar porque sabe que aqui teria de trabalhar mais e descansar menos, suar mais a camisola e entregar-se menos ao empresário que continua a insistir que estamos perante a nova maravilha do futebol mundial.

A mim, Iturbe, é o típico jogador que não me interessa em absoluto.
Além de ser tecnicamente um puzzle, com esse talento para o drible e a finta típica dos sul-americanos mas que depois gera um impacto nulo no jogo colectivo, tem claramente o perfil de futebolista problemático. Faz-me lembrar, salvas as devidas diferenças, Carlos Tevez e todo o seu historial de problemas, birras e discussões. Um adepto - e um dirigente - valoriza muito mais o perfil de um Christian Atsu, que veio do nada e trabalha, pouco a pouco para ser um jogador importante, do que essa divindade auto-imposta pelo argentino/paraguaio e o seu séquito de seguidores.

Iturbe tem mercado. Não muito, mas tem. Voltou a desiludir todos os que seguiram o Campeonato Sul-americano de sub-20, onde foi um fantasma do jogador que alguns diziam que podia vir a ser. Mas há clubes europeus e sul-americanos que não se importariam de o reciclar. Foi um activo relativamente caro para o que ofereceu mas que, pelo menos, se pode tentar conseguir de certa forma um reembolso do investimento. Mas terá de ser algo rápido e bem pensado, porque o resto do Mundo lê jornais, vê jogos pela televisão, tem olheiros e algum dia se darão conta que o "novo Messi" paraguaio/argentino não é mais do que um jogo de adivinhas que correu mal.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

“eu estou a fazer isto por outro lado…”

Em jeito de complemento ao artigo de ontem do Nuno Nunes…

Este foi o calendário do slb, relativamente aos jogos já disputados para o campeonato:
J1, slb x SC Braga
J2, V. Setúbal x slb
J3, slb x Nacional
J4, Académica x slb
J5, P. Ferreira x slb
J6, slb x Beira-Mar
J7, Gil Vicente x slb
J8, slb x V. Guimarães
J9, Rio Ave x slb
J10, slb x Olhanense
J11, sporting x slb
J12, slb x Marítimo
J13, Estoril x slb
J14, slb x FC Porto
J15, Moreirense x slb

E isto foi o que aconteceu aos futuros adversários do slb na jornada imediatamente anterior: 

Jornada 2: Mexer (Nacional) expulso com um vermelho direto.

Jornada 4: Antunes (Paços Ferreira) expulso com um duplo amarelo.

Jornada 5: Nildo Petrolina (Beira Mar) expulso com um duplo amarelo.

Jornada 6: Cinco jogadores do Gil Vicente foram amarelados. Um deles (César Peixoto) ficou impedido de jogar na jornada seguinte.

Jornada 7: Soudani (V. Guimarães) expulso com um vermelho direto.

Jornada 9: André Micael (Olhanense) expulso com um vermelho direto.

Jornada 14: Quatro jogadores do Moreirense impedidos de jogar na jornada seguinte: Augusto e Wagner por terem sido expulsos; Filipe Gonçalves e Fábio Espinho por terem atingido o 5º cartão amarelo.


Jornada 15: Paulo Vinicius (SC Braga) expulso com um vermelho direto (aos 90+2’).



Nota: Não consegui fazer o apanhado completo dos jogadores que ficaram impedidos de defrontar o slb por, na jornada anterior, terem atingido o 5º cartão amarelo.


Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado
Extracto de uma conversa telefónica entre Luís Filipe Vieira e o Major Valentim Loureiro (na altura presidente da Liga), ocorrida em Março de 2004, e que foi publicada na comunicação social

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A "preparação" dos adversários do SLB


Jogar contra 11 é desagradável. Jogar contra um adversário com todas as suas peças-chave também. Por isso, o slb em parceria com uma parte significativa da arbitragem nacional, tem vindo a “preparar” de véspera os seus jogos no campeonato de forma meticulosa. O de hoje, por exemplo, no terreno do Moreirense, começou a ser “preparado” na semana passada, mais concretamente na deslocação da equipa de Moreira de Cónegos a Setúbal para defrontar o Vitória local. Esse jogo acabou com 5 golos sem resposta para os sadinos e 2 expulsões por duplo amarelo para o Moreirense (Augusto e Wagner) mais 2 cartões amarelos a jogadores minhotos (Fábio Espinho e Filipe Gonçalves) que os deixaram fora do próximo jogo (contra quem? Contra o slb!). Curiosamente, excluindo estes 4 jogadores, mais nenhum jogador do Moreirense sofreu sanção disciplinar. O árbitro da partida foi Olegário Benquerença, árbitro votado ao ostracismo pelo slb depois de não ter validado um golo na Luz a Petit em 2004/2005 num lance em que as imagens não demonstram de forma cabal que a bola tenha entrado na baliza de Vítor Baía. A partir daí Olegário tem feito um longo caminho para se credibilizar junto das hostes benfiquistas, com alguns acidentes de percurso - Benquerença já se terá rendido aos princípios da "verdade desportiva" tarde demais. Para o jogo de hoje, entre lesionados e castigados, o Moreirense convocou apenas 16 (dos 18 permitidos) jogadores de campo. De fora ficam Castro, Pablo Olivera e Paulinho (lesionados), Fábio Espinho, Filipe Gonçalves, Augusto e Wagner (castigados). Será um duro e escaldante embate! Vamos poder assistir, mais uma vez, ao poderoso rolo compressor em acção!

Na próxima jornada o slb desloca-se a Braga. É tradicionalmente um adversário difícil. Nesta jornada o Braga jogou em casa e goleou o Setúbal por 4-1. O central bracarense Paulo Vinícius foi expulso aos 92 minutos, quando já nada o fazia prever, falhando o próximo jogo por castigo (contra quem? Contra o slb!). O árbitro foi Duarte Gomes, um velho conhecido dos benfiquistas. O presidente do Braga, António Salvador, ficou indignado com a arbitragem ao ponto de a comparar aos tempos de Calabote!


Presidente do Braga ataca a equipa liderada por Duarte Gomes e recorda que já na quarta-feira os bracarenses tiveram razões de queixa. Mesmo sem Paulo Vinícius ante o Benfica, promete: "Vamos ganhar de certeza" A arbitragem da equipa chefiada por Duarte Gomes, no Braga-Vitória de Setúbal, deixou indignado António Salvador, em particular a expulsão de Paulo Vinícius em cima do apito final, por vermelho directo. "O jogador não fez nada para ser expulso", começou por dizer o presidente dos bracarenses, que elogiou os seus jogadores pelo carácter demonstrado "depois de uma semana complicada". No entanto, insistiu: "Em dez anos, nunca saí deste estádio, após uma vitória expressiva, tão indignado com o que se passou dentro das quatro linhas". Salvador detalhou depois outras razões de queixa: "Há um penalti na primeira parte, também sobre esse jogador, que o árbitro não viu", acrescentando não entender como um dos assistentes anulou um golo por considerar que a bola passou a linha de fundo, "num canto, em que a bola cai no bico da pequena área, ao primeiro poste". Para melhor ilustrar a sua irritação, António Salvador recorreu a um conhecido caso do futebol português, referindo já não haver lugar para casos assim na actualidade: "Não consigo perceber uma arbitragem destas, que já não se usa há muitos anos. Só no tempo do Calabote é que se usava arbitragens destas. Hoje, no futebol actual, moderno, credível, não pode haver arbitragens destas".
OJOGO, 21/01/2012

domingo, 20 de janeiro de 2013

Não é uma tragédia - é uma benção

Os jornais estão pela "hora da morte" - cada vez menos leitores, vendas, receitas, jornalistas. A culpa é das novas tecnologias, das novas formas de comunicação, das redes sociais e afins, e até da crise - todas razões válidas e muito debatidas.

Pergunto: e não haverá mais? Não haverá outra razão, fundamental, que é o facto de os jornais já nem se darem ao trabalho de publicarem notícias?

Esta coisa - este "o CM soube", que qualquer jagunço com acesso à internet poderia ter inventado e publicado no seu blogue, não é uma notícia, porque não foi escrita por um jornalista. É uma merda, um nojo, porque é o trabalho de um rato (e não um de homem).

Depois do que vimos no passado domingo, inventar que o Porto, "domina" ou "influencia" seja o que for na FPF, já nem passa como "atirar areia para os olhos"; o propósito nunca foi "informar", mas não chegar sequer a ser "desinformar" - é gozar com as pessoas. É de admirar que comprem cada vez menos jornais?

sábado, 19 de janeiro de 2013

Alex, i Love it...



Não há, nem pode haver, qualquer tipo de contestação à vitória do FC Porto esta noite no estádio do Dragão. Esse é, aliás, o maior elogio que se pode fazer à equipa de Vítor Pereira que controlou por completo a partida, mesmo tendo ficado longe de fazer uma exibição engalanada. De resto, perante este Paços de Ferreira resguardado, o destaque do encontro vai para os golos que materializaram em pontos o triunfo azul e branco. A bela e inocente chapelada de Alex Sandro, bem como a estreia de Izmailov a marcar pelo nosso clube, foram um sublinhado bem consentâneo com o tranquilo triunfo portista.

A partida conseguiu ser entretida na 1ª parte, sem nunca deslumbrar. O primeiro quarto de hora do FC Porto foi bem dinâmico, com alguns momentos colectivos de elevado interesse. Destaque neste período para Defour que apareceu uma vez em posição fatal para finalizar, assim como o bom par de cruzamentos tensos e perigosos que gizou. O nível de aproveitamento, porém, nunca foi correspondente e goraram-se à catadupa bolas de golo aos pés de Otamendi, Jackson e Moutinho.

A receita da equipa da capital do móvel passava invariavelmente por povoar a dianteira da sua área, baixar o ritmo da partida (em que inusitada sensibilidade no apito de Jorge Sousa muito contribuiu) e, esporadicamente, tentar explorar o contra-ataque numa bola bombeada ou lançamento rápido. Cícero, só por uma vez assustou Helton. Nada mais. Naturalmente o Paços de Ferreira ia-se mostrando pouco confortável no rumo que o jogo tomava.

Apesar de acerco azul e branco, o primeiro tempo findou incólume para os afortunados canarinhos, contudo o reatamento do encontro fez transfigurar a boa onde visitante. Num lance aparentemente inofensivo, Alex Sandro bate uma espécie de cruzamento que acabaria por dar uma chapelada monumental a Cássio. A vantagem demorou, mas veio. Com um requinte de ironia e malvadez.

O conforto do golo de vantagem fez aligeirar um pouco o ritmo da equipa de Vítor Pereira, o que não serviu de razão para o adversário para se empertigar ao jogo. Bem pelo contrário. O Paços manteve-se sempre curto e pouco espevito. Marat Izmailov e Kelvin, que entretanto já corriam pelo campo a tentar trazer novo vigor às nossas cores, obtiveram merecido reconhecimento já a caminho do fim do encontro. O médio russo já marca de azul e branco, com os cumprimentos aos nossos confrades e viscondes de Alvalade.

Um campeonato é mesmo assim que se ganha. Com o esforço que é nosso, mas também com as abébias dos outros.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Velhos são os trapos




É de saudar a vinda de Liedson, caso esta se venha a confirmar.
A absurda "lei", não escrita, que durante muitos anos impedia a compra
de jogadores na casa dos "trinta e muitos", começa a ser
abolida aos poucos.

Nem todos os jogadores devem forçosamente cumprir a tradicional
trilogia: comprar (jovem e barato) - render ao máximo desportivamente
- vender caro.
Jogadores há que, não se enquadrando neste modelo, poderão ser
muito úteis na vertente desportiva.
Bons jogadores são sempre bem-vindos, mesmo tendo eventualmente
passado o pico da sua carreira. Não só poderão, eles próprios, colocar
em campo o muito que ainda sabem como, tão ou mais importante,
servirão de exemplo aos tais "jovens" para que um dia sejam, também
eles, grandes.

Sim, Liedson não marcará os mesmos golos em catadupa dos seus tempos
por outras paragens, mas será seguramente alguém que resolverá ainda
muitos problemas quando Jackson não o conseguir.
Inconcebível era a situação que tínhamos até ao momento: nenhuma
alternativa digna desse nome.
Kléber já muito dificilmente escapará a se tornar no maior erro de
casting dos últimos largos anos para a posição "9".
Basta pensar que, até o inexperiente Sebá, ainda que longe de ser
solução para o que quer que seja, mesmo assim terá criado mais perigo
contra o Setúbal, para a taça de Liga, do que o brasileiro na
totalidade desta meia-temporada.

A regra da casa tem sido (com sucesso) potenciar jovens talentos mas
faltava claramente algum equilíbrio que só a experiência poderá
fornecer.

Meyong seria igualmente uma boa opção, na mesma linha. Eventualmente
com a vantagem de mais algumas épocas à sua frente. Alguma coisa terá
falhado e o camaronês seguiu antes viagem para o mais recente "El
Dorado" do futebol português. Mas, às vezes, a história escreve
direito por linhas tortas.

Sempre vieram, portanto, o tal médio ofensivo e o ponta-de-lança
alternativo que se exigia.
Pede-se, agora, que aquele espírito guerreiro que se viu na Luz se
mantenha e que aquelas interessantes trocas-de-bola à meio-campo, se
transformem em verdadeiras oportunidades de golo para esta segunda
metade de temporada.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A Sucessão: o «Bibota»

Fernando Gomes, carinhosamente conhecido entre os portistas como o "Bibota" (devido a ter conquistado por duas vezes a Bota de Ouro sendo o melhor marcador nos campeonatos europeus), é uma figura incontornável da História do FCP (e um dos melhores avançados portugueses de sempre), tendo despontado no clube ao mesmo tempo que o FCP ressurgiu de um longo período de «seca» (sob o comando de PdC e Pedroto) com o seguimento que se conhece nos 35 anos seguintes. 

O seu nome está também associado aos primeiros feitos internacionais do FCP: contributo decisivo para chegarmos à final de Basileia, campeão europeu em '87 (tendo falhado a final por lesão), Supertaça europeia e Taça Intercontinental em '88. A nível individual, marcou 527 golos (!) na totalidade da carreira (a esmagadora maioria ao serviço do FCP).

O seu ascendente coincidiu também com o meu «acordar» para questões futebolísticas, já que eu tinha 6 anos quando o FCP ganhou o campeonato de 77/78 sendo Gomes e Frasco os meus primeiros ídolos; tendo ficado portanto inconsolável quando Gomes foi vendido (por uma soma recorde para esses tempos) para o S. Gijon 2 anos depois, e em êxtase quando regressou ao FCP 2 anos mais tarde (em '82).

O maior atributo de Gomes como jogador era o «faro» pelo golo, sabia «ler» muito bem as jogadas e as movimentações dos defesas adversários estando quase sempre no sítio certo, parecendo muitas vezes que tal acontecia por mera sorte ou acaso - erradamente. Nesse aspecto Jardel foi o «herdeiro» de Gomes.

A sua saída (como jogador) do FCP não se fez da forma mais pacífica: saiu em conflito - primeiro com Ivic (que teve a famosa tirada de «Gomes é finito») e depois com Artur Jorge - com a fama de ser um vaidoso e má influência no balneário, tendo ido parar ao SCP de forma amigável (já com 33 anos)... pendurando as botas 2 anos mais tarde, em '91.

O seu percurso desde então (e já lá vão 22 anos...) foi bastante modesto para alguém com os seus pergaminhos, tendo andado durante muitos anos de voltas avessas com PdC, tendo-se associado com um péssimo timing a «inimigos» do FCP , como José Veiga, tendo mesmo a reputação de ter tido «dedo» em alguns negócios com jogadores que foram prejudiciais aos interesses do FCP.

No entanto como diz PdC «largos dias têm 100 anos» e nos últimos anos testemunhámos a reconciliação  - com o Bibota (finalmente) a assumir recentemente um cargo na SAD portista (ainda que secundário, pouco mais que uma espécie de «Eusébio» do FCP).

Pela sua carga histórica, o Bibota será sempre alguém a ter em conta caso apresente uma candidatura a presidente do FCP. Suspeito no entanto que isso só iria acontecer num cenário em que se fazia acompanhar por várias figuras de «dentro», como num cenário de presidencia-dualista com a equipa de A. Henrique, A. Caldeira e A. Ferreira.

Penso que F. Gomes seria uma enorme incógnita: a favor, tem o «investimento» emocional de muitos adeptos, o portismo e ser um homem do mundo do futebol. É também ainda relativamente jovem para o cargo (56 anos). 

No entanto não se lhe conhecem atributos de liderança ou carisma muito fortes (mesmo como jogador penso que nunca o demonstrou ao nível do que se viu num «Broas», V. Baía ou J. Costa), não se faz a mínima ideia se terá «olho» para jogadores ou treinadores, não se lhe conhecem dotes de gestão (os rumores sobre a sua experiência pessoal parece mesmo apontar o contrário tendo alegadamente feito investimentos ruinosos), e deixa algumas dúvidas ao nível da capacidade de julgamento das «companhias» que escolhe (para não falar da fama que granjeou como jogador nos anos finais de ser demasiado vaidoso e interesseiro).

Concluindo, penso que haverá lugar para o Bibota na estrutura portista mas duvido imenso que faça sentido num cargo de liderança. Penso também que a probabilidade de avançar com uma candidatura (a presidente ou pelo menos como mão direita do presidente) é remota, mais do que no caso de um V. Baía (ou quem sabe um J. Costa daqui a uns anos).

De qualquer forma como jogador ficará sempre no meu coração por tudo o que deu ao clube ao campo.

Outros artigos nesta série: 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O basquetebol portista não morreu

Todos sabemos que o basquetebol portista sofreu um grande abalo, "caiu pelas escadas abaixo", mas não morreu. Aos poucos está a levantar-se e, enquanto o Moncho estiver por cá (sinal de que ainda acredita no projeto), eu mantenho a esperança de, em poucos anos, ver a equipa do FC Porto de novo no topo da modalidade em Portugal.

Para já, o basquetebol sénior portista está entregue à Dragon Force Basquetebol que, hoje à noite (21h00), vai receber a Ovarense no Dragão Caixa para um jogo do Campeonato Nacional de Sub-20. Se a equipa azul-e-branca ganhar por mais de 12 pontos (em Ovar perdeu por 67-55), assegura o 1º lugar nesta primeira fase do campeonato nacional.

Entretanto, no próximo fim-de-semana, a Dragon Force Basquetebol é uma das equipas apuradas para a Fase Final Distrital de Sub-20. Os jogos vão realizar-se no Pavilhão Municipal de Guifões e o primeiro jogo dos dragões será no Sábado, às 15h00.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

1 derrota nos últimos 82 jogos

Nos últimos 82 jogos disputados para o campeonato nacional, os dragões averbaram apenas uma derrota.






A derrota que mancha este percurso notável (1 derrota, 13 empates, 68 vitórias), o qual teve início após o fim da suspensão do Hulk (na "longínqua" época do túnel da Luz), foi em Barcelos, no dia 29 de Janeiro de 2012, e ocorreu em circunstâncias especiais.
Havia um rodopio de jogadores a sair e outros a entrar no plantel (Lucho e Janko ainda não estavam disponíveis) e, além disso, Vítor Pereira não pôde contar com Fernando, nem com Hulk.
Por outro lado, o Gil Vicente (ou, na realidade, terá sido o slb?) pôde contar com os senhores Bruno Paixão e António Godinho (conhecem?), ambos do "armazém de Setúbal" e estrategicamente nomeados pelo senhor Vítor Pereira (o chefe dos árbitros) para este desafio.


Quadros: www.zerozero.pt
Infografia: desporto.sapo.pt

Imagens que valem 1000 palavras...

(o 3º dos foras-de-jogo mal assinalados pelo assistente António Godinho ao ataque do FC Porto na 1ª parte)


(o que estará Jorge Jesus a segredar ao ouvido do árbitro assistente?)


(as reacções imediatas de Fernando e Vítor Pereira ao golpe de karaté de Maxi Pereira sobre João Moutinho)


(o sentido de oportunidade de Pinto da Costa)


(eles dizem que o "lapso" durou apenas 30 segundos, mas os factos provam o contrário)


(a santa aliança entre Vieira e Mário Figueiredo contra o inimigo comum)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O "roubo" da Luz visto por "especialistas"

Para mim, [João Ferreira] fez uma boa arbitragem, não sei onde é que o Vítor quer... mas ele vê à maneira dele. (...) O João Ferreira pretendeu levar o jogo com as duas equipas completas até ao fim. (...) considero que esteve bem
Jorge Jesus

Foi uma grande arbitragem
Luís Filipe Vieira

(clicar na imagem para a ampliar)

O suspeito do costume estraga a festa

O jogo pode resumir-se a 20 minutos iniciais frenéticos, com 2 golos para cada lado, e a um conjunto de erros de arbitragem graves – onde se inclui um dos fiscais de linha – que condicionaram o jogo do FC Porto.


O FC Porto marcou primeiro, aos 8 minutos, em mais uma bola parada marcada para a área por Moutinho, com Jackson a falhar o cabeceamento e Mangala a aparecer isolado e encostar de cabeça. Dois minutos volvidos e o slb faz o empate numa jogada às três tabelas e uma finalização exemplar de Matic. Passados poucos minutos, e depois de uma fífia do guarda-redes adversário, Jackson Martinez muito oportuno faz o 1-2. Mas a vantagem acabou por não durar mais de dois minutos, novamente. Depois de jogada de insistência pela direita e de defesa incompleta de Helton, eis que Otamendi “assiste” Gaitán para golo. Mais uma falha comprometedora do defesa argentino (quando é que Maicon volta à equipa?). Depois dos 20 minutos de jogo as equipas abrandaram o ritmo e as oportunidades de golo começaram a escassear.

Nota positiva para a forma coesa e solidária como a equipa do FC Porto se apresentou na Luz. Ao contrário dos últimos jogos o FC Porto trocou quase sempre bem a bola, com as linhas próximas e pressionou muito alto o slb nas suas saídas para o ataque. Isso confundiu por completo a equipa adversária que optou maioritariamente pelo lançamento longo para as costas da nossa defesa. Vítor Pereira esteve (mais uma vez) melhor do que Jorge Jesus no embate directo.


Nota muito negativa para a arbitragem de João Ferreira. Na primeira parte foram mal assinalados três foras de jogo ao ataque do FC Porto. Um ou dois ainda se aceita, três é demais. Aquele fiscal de linha foi habilidoso. Na segunda parte o árbitro perdoou o segundo amarelo a Matic quando este derruba Otamendi por traz e evita um contra-ataque perigoso. Pior que isso foi não ter expulsado Maxi “o impune” Pereira quando este entra à karateca sobre João Moutinho. Vítor Pereira tem razão: é um mistério Maxi conseguir acabar os jogos em campo. Ele agride, insulta e pontapeia os adversários e nada lhe acontece. Talvez agora se perceba porque motivos Vieira escolheu o João Ferreira para apitar os jogos do benfica na Taça em 2004, na escuta (pouco) divulgada com Valentim Loureiro (e que não causou estranheza ao procurador de Gondomar). É que com o João ‘pode ser’ Ferreira em campo as “garantias” são outras. O que nos vale é que já não teremos de o aturar por muito mais tempo.

Crónica de Nuno Nunes