quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Vitória em Sófia a pensar em Guimarães
Exibição globalmente positiva, com uma primeira parte claramente melhor que a segunda, período onde houve alguns erros que podiam ter comprometido. Vitória justa mas escassa (não havia necessidade de sofrer até ao fim).
A equipa tem de melhorar nas bolas paradas. Dos 11 cantos que beneficiou, o FC Porto apenas criou algum perigo num deles.
Imagens: uefa.com
Os milhões da Europa League
«A UEFA distribuiu um total de 134.960,000 euros pelas equipas que participaram na época passada na UEFA Europa League, recompensando os clubes com as receitas geradas pela nova competição europeia de futebol. De acordo com o sistema de distribuição da UEFA, os quase 135 milhões de euros de financiamento que foram gerados pelos marketing centralizado da UEFA Europa League foram redistribuídos pelas 48 equipas que participaram a partir da fase de grupos, assim como pelos oito clubes que só iniciaram a participação nos 16 avos-de-final, depois de terem sido relegados da fase de grupos da UEFA Champions League.
O organismo responsável pelo futebol europeu confirmou que o Club Atlético de Madrid recebeu 6.358,740 de euros da UEFA pela carreira desde os 16 avos-de-final até à final de Hamburgo, onde se tornou no vencedor da primeira edição da UEFA Europa League.
O Fulham FC, que perdeu por 2-1 na final após prolongamento, recebeu 10.010,114 de euros pela carreira europeia. O clube inglês iniciou a sua participação ainda antes da fase de grupos, enquanto que a equipa espanhola de Simão Sabrosa só começou a jogar na fase eliminar, pois foi transferida da UEFA Champions League.
O prémio monetário atribuído aos 56 clubes que disputaram a edição inaugural da UEFA Europa League ascendeu a quase 135 milhões de euros. Nessa verba, 80.960,000 de euros resultaram de receitas comerciais, que foram conseguidas devido à exploração dos direitos de transmissão e de marketing. Estas receitas foram usadas para pagamentos de prémios de participação e de desempenho. Os restantes 54 milhões de euros tiveram origem nas receitas de televisão e foram repartidos de acordo com uma série de factores, incluindo o valor proporcional do mercado televisivo nacional de cada um dos clubes. O Fulham recebeu 4,8 milhões de euros de prémios devido aos resultados e 5,2 milhões devido às verbas televisivas.
As equipas foram os principais beneficiários do sistema marketing centralizado que é utilizado na nova competição a partir da fase de grupos. Cada um dos 48 clubes recebeu um prémio de participação de 600,000 euros, mais 50,000 euros por cada jogo disputado na fase de grupos, o que totalizou mais 300,000 euros. Também foram pagos prémios de desempenho, com cada vitória na fase de grupos a valer 120,000 euros e um empate a implicar um prémio de 60,000 euros.
O apuramento para os 16 avos-de-final implicou um prémio de 180,000 euros a cada equipa, com a passagem às rondas seguintes a ser recompensada com as seguintes verbas: 270,000 euros nos oitavos-de-final, 360,000 euros nos quartos-de-final e 630,000 euros nas meias-finais. O Atlético recebeu três milhões de euros por ter conquistado o troféu a 12 de Maio, no norte da Alemanha, enquanto o Fulham teve direito a dois milhões como finalista vencido.»
Este texto foi publicado a 24 de Agosto de 2010 no site oficial da UEFA.
Evidentemente, a Europa League não envolve as mesmas verbas da Champions League mas, por aquilo que se pode ler do texto anterior, já não é propriamente uma competição de tostões, principalmente para os clubes que atingem as fases mais adiantadas da prova.
Até esta altura, FC Porto e Sporting já garantiram 1,14 milhões de euros (640 mil euros pela presença na fase de grupos, 360 mil euros pelos seis encontros que vão disputar e mais 140 mil euros pela vitória alcançada no primeiro jogo).
Mas olhando para os prémios da Liga Europa previstos para esta época (valores em milhares de euros),
1.000, Participação
140, Vitória na fase de grupos
70, Empate na fase de grupos
200, 16-avos-de-final
300, Oitavos-de-final
400, Quartos-de-final
700, Meias-finais
2.000, Finalista vencido
3.000, Vencedor
verifica-se que um clube que chegar às meias-finais acumula um prémio superior a 3 milhões de euros e os finalistas recebem um valor superior a 5 milhões.
Aos prémios pagos pela UEFA, há que acrescentar o market pool (verba das transmissões televisivas) e as receitas de bilheteira dos jogos em casa, particularmente as correspondentes aos 16-avos, oitavos, quartos e meias-finais, as quais poderão atingir valores interessantes. Estamos a falar de jogos a eliminar e contra adversários de maior nomeada e, por isso, mais atractivos para o público. Por outro lado, estes jogos não estão incluídos no dragon seat (para quem adquiriu).
Ponderando estas três componentes - prémios, market pool e receitas de bilheteira - um clube que chegue às meias-finais da Liga Europa deve encaixar cerca de 10 milhões de euros. Para um clube português não é desprezável.
Finalmente, há ainda que considerar a valorização do plantel decorrente de uma boa campanha nas competições europeias, algo que um clube vendedor (como é o caso do FC Porto) não pode ignorar.
Por tudo isto, era importante que o FC Porto atingisse as meias-finais. O factor sorte influencia (particularmente nos sorteios), mas penso que é uma meta alcançável. Para já, há que ganhar hoje em Sofia.
Foto: uefa.com
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O candidato do SLB à FPF?
De acordo com o Record, "Fernando Seara deverá formalizar nos próximos dias a candidatura à liderança da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O atual presidente da Câmara de Sintra entende ter reunido apoios suficientes para se sentir confortável e, sendo assim, considera ter chegado o momento de assumir que vai estar na corrida eleitoral."
Quando Valentim Loureiro acumulava a presidência da câmara de Gondomar com a presidência da Liga, isso era motivo para fortes críticas, mas se for o benfiquista presidente da câmara de Sintra a fazer o mesmo, já não há problema. Além disso, conforme se tem visto pelas suas intervenções públicas, Fernando Seara dá todas as garantias de isenção...
Numa altura em que a arbitragem vai sair da Liga e voltar para a Federação, esta anunciada candidatura, a confirmar-se, é algo que se enquadra perfeitamente na célebre estratégia de Luís Filipe Vieira de fazer as coisas pelo outro lado...
Quando Valentim Loureiro acumulava a presidência da câmara de Gondomar com a presidência da Liga, isso era motivo para fortes críticas, mas se for o benfiquista presidente da câmara de Sintra a fazer o mesmo, já não há problema. Além disso, conforme se tem visto pelas suas intervenções públicas, Fernando Seara dá todas as garantias de isenção...
Numa altura em que a arbitragem vai sair da Liga e voltar para a Federação, esta anunciada candidatura, a confirmar-se, é algo que se enquadra perfeitamente na célebre estratégia de Luís Filipe Vieira de fazer as coisas pelo outro lado...
O homem dos penalties
Na sondagem realizada aqui, no Reflexão Portista, sobre quem deve ser o marcador de grandes penalidades, Radamel Falcao venceu a votação sem grande surpresa. Digo sem grande surpresa porque para os adeptos, em grosso modo, os avançados são quase sempre as figuras que inspiram maior confiança para a execução deste tipo de lances. Uma projecção idealizada a partir daquilo que é o habitat natural dos jogadores dessa posição, que choca com especificidade que caracteriza a marcação de um penaltie.
Porem, no FC Porto, apesar de o seu ponta-de-lança titular (El Tigre) reunir um enorme capital de confiança entre a massa associativa e, de ser, comprovadamente, um finalizador nato, o Colombiano apresenta um indicie de aproveitamento da marca dos 11 metros bastante modesto. Apenas converteu 4 das 8 penalidades que teve ao dispor desde que chegou a Portugal para envergar a camisola azul e branca. Inspirador? Nem por isso.
Na verdade, Falcao, pelas suas características de personalidade e competências emocionais que demonstra enquanto jogador – tranquilidade, objectividade e frieza – cumpre os requisitos para executar estes lances. Parece-me, contudo, que o avançado vem sofrendo desde a temporada passada (altura em que desperdiçou alguns penalties) uma espécie de ansiedade moderada, que lhe castra aquilo que é a sua predisposição natural enquanto finalizador, pelo que o melhor será mesmo retirar-lhe o ónus desta responsabilidade antes que o problema se generalize.
Hulk, foi também, temporariamente, incumbido de executar os castigos máximos. Fê-lo com relativo sucesso e no seu modo muito peculiar, à bomba. Há quem não aprecie o gesto, alegando o factor aleatório que é mandar um “bico” na bola. Mas é seguro que qualquer guarda-redes que veja um balázio a vir em sua direcção, contrai-se instintivamente.
Tendo a considerar que a segunda opção mais votada nesta sondagem como a mais válida de todas. Belluschi é, indiscutivelmente, dos jogadores mais virtuosos do plantel. É um exímio marcador de bolas paradas, pelo que conjuga apetências básicas para marcar grandes penalidades. Apenas se releva a condição emocional com que o Argentino olha para este tipo de lances. Um factor que só o próprio e o treinador saberão analisar convenientemente.
Porem, no FC Porto, apesar de o seu ponta-de-lança titular (El Tigre) reunir um enorme capital de confiança entre a massa associativa e, de ser, comprovadamente, um finalizador nato, o Colombiano apresenta um indicie de aproveitamento da marca dos 11 metros bastante modesto. Apenas converteu 4 das 8 penalidades que teve ao dispor desde que chegou a Portugal para envergar a camisola azul e branca. Inspirador? Nem por isso.
Na verdade, Falcao, pelas suas características de personalidade e competências emocionais que demonstra enquanto jogador – tranquilidade, objectividade e frieza – cumpre os requisitos para executar estes lances. Parece-me, contudo, que o avançado vem sofrendo desde a temporada passada (altura em que desperdiçou alguns penalties) uma espécie de ansiedade moderada, que lhe castra aquilo que é a sua predisposição natural enquanto finalizador, pelo que o melhor será mesmo retirar-lhe o ónus desta responsabilidade antes que o problema se generalize.
Hulk, foi também, temporariamente, incumbido de executar os castigos máximos. Fê-lo com relativo sucesso e no seu modo muito peculiar, à bomba. Há quem não aprecie o gesto, alegando o factor aleatório que é mandar um “bico” na bola. Mas é seguro que qualquer guarda-redes que veja um balázio a vir em sua direcção, contrai-se instintivamente.
Tendo a considerar que a segunda opção mais votada nesta sondagem como a mais válida de todas. Belluschi é, indiscutivelmente, dos jogadores mais virtuosos do plantel. É um exímio marcador de bolas paradas, pelo que conjuga apetências básicas para marcar grandes penalidades. Apenas se releva a condição emocional com que o Argentino olha para este tipo de lances. Um factor que só o próprio e o treinador saberão analisar convenientemente.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
“Cruzadas” mediático-justiceiras anti-Porto (III)
«O presidente do F.C. Porto tem razões para se queixar de ser alvo de uma das maiores campanhas futebolístico-mediáticas contra si e o seu clube. E de os êxitos da equipa portista nos relvados serem o principal motivo de tal campanha.»
José António Lima, Expresso, 16/11/1996
Para quem não sabe, José António Lima é sportinguista tendo, durante algum tempo, escrito crónicas em A Bola como adepto dos "leões".
José António Lima, Expresso, 16/11/1996
Para quem não sabe, José António Lima é sportinguista tendo, durante algum tempo, escrito crónicas em A Bola como adepto dos "leões".
Assistências em jogos do FCP
Analisando as assistências dos jogos já disputados para o campeonato e comparando com os mesmos jogos da época passada, constata-se o seguinte:
Época 2009/10
Naval x FC Porto, 29/08/2009, 21h15, 4261 (45%)
Nacional x FC Porto, 30/01/2010, 17h00, 3204 (62%)
FC Porto x Braga, 21/02/2010, 20h15, 46403 (92%)
FC Porto x Olhanense, 06/03/2010, 17h00, 32809 (65%)
Rio Ave x FC Porto, 10/04/2010, 21h15, 3402 (32%)
Época 2010/11
Naval x FC Porto, 14/08/2010, 19h15, 4872 (51%)
Rio Ave x FC Porto, 29/08/2010, 20h15, 5064 (47%)
FC Porto x Braga, 11/09/2010, 21h15, 47617 (94%)
Nacional x FC Porto, 20/09/2010, 19h45, 3385 (66%)
FC Porto x Olhanense, 25/09/2010, 21h15, 35430 (70%)
Época 2009/10: 90079 espectadores
Época 2010/11: 96368 espectadores
É de notar que, comparativamente com a época passada, as assistências subiram em todos os jogos do FC Porto.
Foto: www.fotosdacurva.com
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Alucinações encarnadas
O site da UEFA publicou uma entrevista de Jorge Jesus, onde este fez algumas afirmações hilariantes.
"Considero que nas competições europeias da época passada houve duas grandes equipas, o Barcelona e o Benfica"
Sim, o Liverpool (que espetou 4 ao slb), o Atletico Madrid (que venceu a Liga Europa), o Bayern Munique (finalista vencido da LC) ou o Inter de Mourinho, fizeram trajectos que não se comparam com o do slb…
"Na UEFA Champions League vamos defrontar as melhores equipas do Mundo"
Vão “defrontar as melhores equipas do Mundo”? Quais?
O Olympique Lyonnais, que está em penúltimo lugar do campeonato francês, a atravessar a maior crise dos últimos 20 anos e com os adeptos a exigirem a cabeça do treinador?
Os israelitas do Hapoel Tel-Aviv FC?
O FC Schalke 04 que, graças ao empate caseiro deste fim-de-semana, largou a lanterna vermelha da Bundesliga, estando um ponto à frente do último classificado?
"O Benfica é mais do que um clube em Portugal, é quase uma religião"
Cada vez tenho menos dúvidas acerca do fanatismo fundamentalista que afecta o cérebro de grande parte dos benfiquistas e lhes tolda o raciocínio. E, pelos vistos, é contagioso, porque também afecta um treinador que até é sócio do Sporting…
"Considero que nas competições europeias da época passada houve duas grandes equipas, o Barcelona e o Benfica"
Sim, o Liverpool (que espetou 4 ao slb), o Atletico Madrid (que venceu a Liga Europa), o Bayern Munique (finalista vencido da LC) ou o Inter de Mourinho, fizeram trajectos que não se comparam com o do slb…
"Na UEFA Champions League vamos defrontar as melhores equipas do Mundo"
Vão “defrontar as melhores equipas do Mundo”? Quais?
O Olympique Lyonnais, que está em penúltimo lugar do campeonato francês, a atravessar a maior crise dos últimos 20 anos e com os adeptos a exigirem a cabeça do treinador?
Os israelitas do Hapoel Tel-Aviv FC?
O FC Schalke 04 que, graças ao empate caseiro deste fim-de-semana, largou a lanterna vermelha da Bundesliga, estando um ponto à frente do último classificado?
"O Benfica é mais do que um clube em Portugal, é quase uma religião"
Cada vez tenho menos dúvidas acerca do fanatismo fundamentalista que afecta o cérebro de grande parte dos benfiquistas e lhes tolda o raciocínio. E, pelos vistos, é contagioso, porque também afecta um treinador que até é sócio do Sporting…
“Cruzadas” mediático-justiceiras anti-Porto (II)
«Os Donos da Bola reflectem muito aquela curiosidade pacóvia que temos quando paramos a ouvir uma conversa de peixeiras ou quando se organiza uma enorme fila de carros que pára na estrada só para ver os mínimos estragos de um simples toque de dois veículos. (...)
Misturam-se também, neste programa semanal, outras coisas bem menos felizes: relembro a entrevista da semana passada, de José Manuel Mestre ao secretário- geral da UEFA, Gerd Aigner, em que se tentava conduzir a entrevista conduzindo o entrevistado com perguntas canhestras como "Sabe que o Sr. Pinto da Costa insultou dois árbitros no ano passado?". Aigner é raposa velha e, com um indisfarçável ar de enfado, foi-lhe respondendo educadamente. Fazia lembrar François Mitterrand, que no primeiro septanato na Presidência da França, chamou um dia a Giscard d'Estaing "le petit telegraphiste", porque este andava pela Europa a fazer queixinhas do Presidente do seu país.»
Manuel Queiroz, Público, 01/12/1996
Misturam-se também, neste programa semanal, outras coisas bem menos felizes: relembro a entrevista da semana passada, de José Manuel Mestre ao secretário- geral da UEFA, Gerd Aigner, em que se tentava conduzir a entrevista conduzindo o entrevistado com perguntas canhestras como "Sabe que o Sr. Pinto da Costa insultou dois árbitros no ano passado?". Aigner é raposa velha e, com um indisfarçável ar de enfado, foi-lhe respondendo educadamente. Fazia lembrar François Mitterrand, que no primeiro septanato na Presidência da França, chamou um dia a Giscard d'Estaing "le petit telegraphiste", porque este andava pela Europa a fazer queixinhas do Presidente do seu país.»
Manuel Queiroz, Público, 01/12/1996
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SIC
O circo da FPF
O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol anulou o castigo de um mês de suspensão a Carlos Queiroz. A multa de mil euros também foi retirada.
O Conselho de Justiça da FPF contrariou o Conselho de Disciplina do mesmo organismo e retirou o castigo a Carlos Queiroz. O mês de suspensão que o ex-seleccionador teria de cumprir, bem como os mil euros que teria de pagar de multa, foram anulados.
in zerozero.pt, 23/09/2010
O ex-seleccionador nacional está livre para voltar a treinar selecções ou clubes enquanto o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) não toma uma decisão final sobre o caso. Audições ao treinador e à ADoP não devem realizar-se antes de meados de Novembro.
"O TAS aceitou o pedido de Carlos Queiroz para suspender a execução dos seis meses de suspensão impostos pela Autoridade Antidopagem de Portugal, até à conclusão do seu recurso junto do tribunal. A suspensão está por enquanto temporariamente levantada. A suspensão pode ser retomada numa altura posterior, se o recurso de Queiroz for rejeitado pelo TAS", anunciou em comunicado o organismo máximo da justiça desportiva.
Quando apresentou o recurso contra a decisão da ADoP em o punir por perturbação de controlo antidopagem, Queiroz pediu também ao TAS que suspendesse a aplicação desse castigo até que o apelo fosse avaliado e o painel de arbitragem tomasse uma decisão final sobre o caso. Este tipo de pedido está previsto nos estatutos do tribunal arbitral, mas proíbe que quem use este mecanismo tente fazer o mesmo junto dos tribunais civis.
in Diário de Notícias, 24/09/2010
Assim, aos poucos, vamos assistindo ao triste fim do episódio protagonizado pela FPF, ADoP e Governo com o objectivo de afastar o seleccionador nacional do cargo, sem honra nem glória, de forma a se desobrigarem do contrato de trabalho que lhe tinham proposto e que tinham assinado de livre vontade. Queiroz era bem remunerado e, como estamos em época de vacas magras, vai daí que se tentaram criar as condições para uma rescisão sem onerar os cofres da FPF (ou seja, do Estado). Sem qualquer sucesso como era fácil de prever.
A Federação Portuguesa de Futebol, em toda a sua estrutura de alto a baixo, é um autêntico circo. E o circo "é o maior espectáculo do mundo". Tem palhaços (muitos) e alguns animais selvagens (como hienas).
Ninguém entende como pode um Conselho de Disciplina levantar um processo disciplinar para logo de seguida outro Conselho (o de Justiça) arquivar o caso. Ou melhor, como pode um caso ser despoletado meses depois do facto que lhe deu origem ter ocorrido. Ou o facto do presidente da FPF ser um banana e não ter mão no que se passa na instituição. Ou até como pode um indivíduo n vezes referenciado negativamente estar na Federação há várias décadas. Enfim...
Gilberto Madaíl é o palhaço rico. Amândio Carvalho é o palhaço pobre (de espírito). Laurentino Dias é outro palhaço rico mas daqueles que toca corneta – quis o protagonismo de chamar ao Governo a resolução de um caso que deveria ter sido resolvido por entidades independentes. Os Conselhos (todos) da Federação funcionam como a aldeia dos macacos – ninguém se entende.
Este processo vergonhoso só poderá terminar com a saída desta gente (pouco séria) dos cargos que actualmente ocupa. Madaíl tem de sair e levar com ele a sua trupe toda. E Laurentino tem de ser substituído por alguém que tenha a clarividência do que deverá ser um Secretário de Estado do Desporto. O presidente da ADoP, por seu lado, também deve ser substituído, ninguém o mandou aceitar o papel de idiota útil e uma Autoridade antidopagem deve ser dirigida por alguém imune a pressões do exterior.
domingo, 26 de setembro de 2010
O senhor do cabelo encaracolado
"Só os fortes sobrevivem, porque, senão o fôssemos, trucidavam-nos com toda a facilidade. Se não aguentássemos, fazíamos como o comum dos mortais e desatávamos à bofetada. Temos de ter a capacidade e força de espírito para resistir. Esta capacidade só está ao alcance de meia dúzia de predestinados, porque 90 por cento de quem nos critica, se alguma dia lhes pusessem um apito na boca, borravam-se todos, a começar por um senhor que eu não digo o nome, mas que tem o cabelo encaracolado"
Estas declarações de Olegário Benquerença foram efectuadas anteontem, em Rio Maior, durante o IX Encontro Nacional do Árbitro Jovem. Não há dúvida que o homem tem-se em muito boa conta, mas desconfio que o senhor do cabelo encaracolado o vai trucidar hoje à noite, na sua "homilia dominical". Aliás, são dois "predestinados" e estão bons um para o outro...
Estas declarações de Olegário Benquerença foram efectuadas anteontem, em Rio Maior, durante o IX Encontro Nacional do Árbitro Jovem. Não há dúvida que o homem tem-se em muito boa conta, mas desconfio que o senhor do cabelo encaracolado o vai trucidar hoje à noite, na sua "homilia dominical". Aliás, são dois "predestinados" e estão bons um para o outro...
A receita para o vencedor do costume
Como já é hábito, a 10ª vitória do FC Porto esta temporada volta a ter o cunho muito particular de Hulk. Os 2 golos da nossa equipa têm o carimbo do Incrível, coroando uma exibição poderosa do jogador, salpicada aqui e ali por alguns espasmos cerebrais que lhe impedem de se transformar num atleta de elite. Deficits de inteligência emocional que, acima de tudo, só próprio poderá corrigir.
Polémicas de parte, a vitória portista teve muito mais do que o show do avançado brasileiro, a começar pela estreia de Otamendi. E logo com um golo. O regresso de Fucile à asa direita. O incremento sustentado da influência de Moutinho na manobra da equipa. Mas, acima de tudo, assumpção vincada do conjunto de Villas Boas de que gosta de assumir as rédeas do jogo, através de uma posse e circulação de bola muito orquestrada e bem apurada. A consequência fica à vista de todos, um jogo que só teve um sentido, a baliza de Moretto.
O entusiasmo em que vive o actual futebol azul e branco, contrastando com o desgaste paulatino dos conceitos da anterior equipa técnica, cava logo à partida de cada encontro uma diferença gritante na sua abordagem. A vários níveis; Nos jogadores, mais descomplexados, mais motivados e confiantes com a nova ordem libertina que Villas Boas implementou. No treinador, que sente o seu grupo a corresponder com aproveitamento aos seus conceitos de jogo. Nos adeptos, aumentando os seus níveis de confiança e de crença na sua equipa.
A filosofia de jogo é tudo. E a do Porto do “Cenourinha” exprime as suas particularidades desde logo num só jogador. Fernando. A amplitude de jogo concedida ao nosso médio mais recuado enquadra todo um perfil de jogo personalizado, que vai em busca dos seus objectivos, sem perdas de tempo em futilidades de 2ª linha. O condimento final assenta na soma e características das individualidades de Varela, Belluschi, Álvaro Pereira ou Hulk, só para citar alguns exemplos.
Na verdade, de tão rotineiras, de tão práticas e tão simples se vêem transformando estas vitórias do Dragão, que corre-se o risco de crer que dificilmente haverá algo ou alguém capaz de travar este Porto. Pés assentes no chão, porque o desafio mental seguinte a este plantel chama-se sobranceria.
Fotos: uefa.com, A Bola
Polémicas de parte, a vitória portista teve muito mais do que o show do avançado brasileiro, a começar pela estreia de Otamendi. E logo com um golo. O regresso de Fucile à asa direita. O incremento sustentado da influência de Moutinho na manobra da equipa. Mas, acima de tudo, assumpção vincada do conjunto de Villas Boas de que gosta de assumir as rédeas do jogo, através de uma posse e circulação de bola muito orquestrada e bem apurada. A consequência fica à vista de todos, um jogo que só teve um sentido, a baliza de Moretto.
O entusiasmo em que vive o actual futebol azul e branco, contrastando com o desgaste paulatino dos conceitos da anterior equipa técnica, cava logo à partida de cada encontro uma diferença gritante na sua abordagem. A vários níveis; Nos jogadores, mais descomplexados, mais motivados e confiantes com a nova ordem libertina que Villas Boas implementou. No treinador, que sente o seu grupo a corresponder com aproveitamento aos seus conceitos de jogo. Nos adeptos, aumentando os seus níveis de confiança e de crença na sua equipa.
A filosofia de jogo é tudo. E a do Porto do “Cenourinha” exprime as suas particularidades desde logo num só jogador. Fernando. A amplitude de jogo concedida ao nosso médio mais recuado enquadra todo um perfil de jogo personalizado, que vai em busca dos seus objectivos, sem perdas de tempo em futilidades de 2ª linha. O condimento final assenta na soma e características das individualidades de Varela, Belluschi, Álvaro Pereira ou Hulk, só para citar alguns exemplos.
Na verdade, de tão rotineiras, de tão práticas e tão simples se vêem transformando estas vitórias do Dragão, que corre-se o risco de crer que dificilmente haverá algo ou alguém capaz de travar este Porto. Pés assentes no chão, porque o desafio mental seguinte a este plantel chama-se sobranceria.
Fotos: uefa.com, A Bola
sábado, 25 de setembro de 2010
“Cruzadas” mediático-justiceiras anti-Porto (I)
«Esta semana telefonaram-me da SIC. Queriam que eu respondesse à pergunta do Referendo: “O Pinto da Costa é o responsável pela crise do futebol português?” (...) acabei por recusar responder, a não ser em estúdio e em directo, para não colaborar na paranóia persecutória da SIC contra o Porto. (...) Não fosse o retorno seguro de audiência que tem dizer mal do Porto, e a SIC poder-nos-ia contemplar com outros “referendos”. (…)
Como dizia o Jorge Schnitzer, da SIC, é preciso não esquecer que, por menos do que isto o Olympique de Marselha e o Milan desceram de divisão. Por menos do que o quê, nem vale a pena perguntar. O que interessa é reter da frase o objectivo final deste “jornalismo de investigação”: já que não se consegue vencer o Porto, vamos caluniá-lo, aquém e além fronteiras. Se não se pode evitar que ganhe os campeonatos, vamos despromovê-lo administrativamente à II Divisão. Eis o sonho do Schnitzer: já imaginaram que bom que era um campeonato sem o Porto? Que bom que era não terem de sofrer as vitórias do Porto na Liga dos Campeões? Isso é que era um verdadeiro pontapé na crise! É que, como dizia o Artur Jorge, quando o Porto vai à frente, há sempre crise no futebol português. (…)
Tiro o chapéu aos que congeminaram toda esta operação, logo no início de Agosto, mal o futebol regressou. À força de insistirem, segundo a velha técnica de repetir a calúnia e as insinuações até à exaustão, eles conseguiram impor duas verdades: o futebol português está em crise – uma; o Pinto da Costa é o culpado – duas.»
Miguel Sousa Tavares, PÚBLICO, 15/11/1996
14 anos depois, já não há Schnitzer (nem Rangel), mas no resto continua quase tudo na mesma.
Como dizia o Jorge Schnitzer, da SIC, é preciso não esquecer que, por menos do que isto o Olympique de Marselha e o Milan desceram de divisão. Por menos do que o quê, nem vale a pena perguntar. O que interessa é reter da frase o objectivo final deste “jornalismo de investigação”: já que não se consegue vencer o Porto, vamos caluniá-lo, aquém e além fronteiras. Se não se pode evitar que ganhe os campeonatos, vamos despromovê-lo administrativamente à II Divisão. Eis o sonho do Schnitzer: já imaginaram que bom que era um campeonato sem o Porto? Que bom que era não terem de sofrer as vitórias do Porto na Liga dos Campeões? Isso é que era um verdadeiro pontapé na crise! É que, como dizia o Artur Jorge, quando o Porto vai à frente, há sempre crise no futebol português. (…)
Tiro o chapéu aos que congeminaram toda esta operação, logo no início de Agosto, mal o futebol regressou. À força de insistirem, segundo a velha técnica de repetir a calúnia e as insinuações até à exaustão, eles conseguiram impor duas verdades: o futebol português está em crise – uma; o Pinto da Costa é o culpado – duas.»
Miguel Sousa Tavares, PÚBLICO, 15/11/1996
14 anos depois, já não há Schnitzer (nem Rangel), mas no resto continua quase tudo na mesma.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Fernando Riera, 1920/2010
Aos noventa anos faleceu ontem em Santiago do Chile, sua terra natal, o nosso antigo treinador Fernando Riera. Passou pelo F.C. Porto na época de 1972/73, numa altura em que as coisas no nosso clube não andavam para trás nem para a frente (para ser comedido), e o seu talento não podia fazer milagres. Riera notabilizara-se entre nós primeiramente no Belenenses, na década de cinquenta, e nos anos sessenta passara também pelo Benfica. Depois de treinar o F.C. Porto ainda viria a treinar o Sporting. Fez o pleno.
Que descanse em Paz.
O Herdeiro de Robson
Por Miguel Lourenço Pereira
Quando foi apresentado, André Villas-Boas fez questão de reforçar que não era um “clone” de José Mourinho. Recuou no tempo e reclamou a sua sentida afinidade com Bobby Robson, por ter “ascendência inglesa, nariz grande e gostar de vinho”. Dois meses depois do arranque da época Villas-Boas continua a parecer-se mais ao treinador britânico. Até no relvado.
É só uma curiosidade repleta de ironia mas foi precisamente na Madeira que o discípulo igualou o mestre. Villas-Boas confirmou a sua quinta vitória consecutiva no arranque da Liga Sagres, emulando o feito do técnico inglês em 1994/1995. Precisamente o arranque que começou a definir o Pentacampeonato. E se o português está a só dois triunfos de igualar o recorde de Jesualdo Ferreira, as diferenças com o seu antecessor começam a ser mais do que evidentes. E as similaridades com o passado, uma realidade.
Villas-Boas entrou no mundo do futebol pela mão do ex-seleccionador inglês. Vizinho de Robson, um dia o jovem interpelou-o sobre a suplência de Domingos Paciência. Um encontro para a posteridade. De analista de Robson, o jovem técnico passou a ser uma presença regular nas Antas. Forjou-se a amizade com José Mourinho, então também um jovem flamante aprendiz, que permitiu a Villas-Boas regressar pela porta grande ao clube dos seus sonhos. Enquanto Robson, também ele, voltava tranquilamente a casa. Se o aspecto pessoal da relação entre ambos passou à esfera privada, os ensinamentos tácticos do técnico inglês mais bem sucedido no estrangeiro são visíveis no modelo de jogo aplicado por AVB.
Robson, que antes de chegar ao FC Porto tinha sido já bicampeão holandês com o PSV (de um tal Romário) e o mais bem sucedido seleccionador inglês pós-Ramsey, teve, tal como José Mourinho, um laboratório de meio ano para preparar a sua equipa. O seu despedimento abrupto em Alvalade abriu-lhe as portas das Antas e no final da época 1993/1994 montou uma verdadeira máquina de ataque, bem oleada, que garantiu uma recuperação histórica, suplantando no final do ano o flamante Sporting. Durante esses meses (como Mourinho) o técnico aprendeu a conhecer o plantel e a cultura desportiva do FC Porto. Ambos encaixavam como uma luva. O seu 4-4-2, com Kostadinov e Domingos primeiro e logo com Drulovic e Edmilson, funcionava como um relógio nas rápidas transições ofensivas, um conceito que AVB tanto aprecia, apesar de apostar preferir o 4-3-3 ao 4-4-2, então a táctica de voga no futebol europeu.
Tal como o inglês, também Villas-Boas parece gostar de apostar em jogadores capazes de imprimir dinâmica a um meio-campo equilibrado. Emerson ressuscitou em Fernando, fulcral no sentido posicional este ano, enquanto que Paulinho Santos e Semedo imprimem o trabalho que hoje cabe a Moutinho e Belluschi realizar. Ao contrário de muitos técnicos britânicos, a defesa era pedra essencial na estratégia de Robson. Com Vítor Baía na máxima forma acompanhado por um quarteto composto por João Pinto, Jorge Costa (no lugar de Couto), Aloísio e Rui Jorge, o trabalho do sector defensivo era peça nuclear na estratégia ofensiva dos dragões. Tal como Villas-Boas, que apesar de se encontrar com um sector mais recuado sem os nomes que tinha então o inglês e órfão de um líder da casa, se tem esforçado em demonstrar o quão fulcral é manter uma linha defensiva imaculada. O resultado, até agora, é espelho dessa aprendizagem. Uma defesa pouco batida, um ataque extremamente eficaz. A cartilha de Robson posta em prática por outro apreciador de bom vinho do Porto.
Porque nisto do futebol a subjectividade é muita, os números contam. E os números de Robson não mentem. Em 1994/1995, a época do primeiro título nacional, a máquina de ataque do FC Porto apontou 73 golos (num campeonato com 34 jornadas) e sofreu apenas 15. No ano seguinte, já com Inácio muitas vezes ao leme, a equipa superou-se na concretização (80 golos, uma média de 2,3 por jogo) e sofreu apenas 20 tentos. Números que incluem várias goleadas por 6-0 e 5-0 nas Antas, então um recinto inexpugnável, espelho de uma equipa com tracção dianteira. A única assinatura pendente do ainda curto mandato de AVB, o de concretizar as muitas ocasiões criadas. Mas com registos que para lá caminham.
Mas se nem tudo na vida são rosas, também há elementos onde Robson e Villas-Boas se distanciam. O técnico portuense é fruto de outros tempos, aprendiz atento de José Mourinho, o mestre do mediatismo desportivo, e não um gentleman à escola antiga. Sabe como lidar com as “guerras” que pautam o futebol português e é hoje a principal voz do clube.
Robson, técnico fleumático mas sempre correcto, chegou ao Porto na época áurea de Pinto da Costa como voz e rosto do clube e da região. O que não correu tão bem ao britânico, e que é um ponto em que AVB também se distancia, é nas prestações europeias do clube. Robson deixou a sua marca no historial europeu do clube com a mítica vitória por 0-5 frente ao Werder Bremen. Mas a derrota frente ao Barcelona (num jogo em que Aloísio jogou a defesa-esquerdo) abriu uma série negativa que duraria os dois anos seguintes. Primeiro eliminado pela Sampdoria na Taça das Taças por penalties (em 1994/1995) e depois ficando em terceiro na fase de Grupos da Champions League, atrás dos modestos Panatinaikhos e Nantes. Nesse aspecto, uma vez mais, o novo técnico portista tem as suas próprias ideias e prioridades. Bebeu o ADN competitivo de Mourinho, velha raposa, e sabe que no Dragão os objectivos são altos e é preciso corresponder. Misturar o melhor de dois dos mais influentes técnicos na história do clube, é uma missão difícil mas não impossível. AVB, companheiro de batalha de ambos, é o homem certo para fazê-lo.
Muito mudou desde as tardes em que Robson era brindado com os aplausos de um público que sempre engraçou com o técnico. Mas à parte do copo de vinho, do nariz grande e dessa ascendência britânica que tanto o orgulho, André Villas Boas sabe também que tem todas as condições para emular e quiçá superar os méritos do seu velho mentor e amigo. A história e o tempo estão do seu lado. O Dragão espera, relembrando nostalgicamente esses dias inesquecíveis.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Miguel Lourenço Pereira a elaboração deste artigo.
Quando foi apresentado, André Villas-Boas fez questão de reforçar que não era um “clone” de José Mourinho. Recuou no tempo e reclamou a sua sentida afinidade com Bobby Robson, por ter “ascendência inglesa, nariz grande e gostar de vinho”. Dois meses depois do arranque da época Villas-Boas continua a parecer-se mais ao treinador britânico. Até no relvado.
É só uma curiosidade repleta de ironia mas foi precisamente na Madeira que o discípulo igualou o mestre. Villas-Boas confirmou a sua quinta vitória consecutiva no arranque da Liga Sagres, emulando o feito do técnico inglês em 1994/1995. Precisamente o arranque que começou a definir o Pentacampeonato. E se o português está a só dois triunfos de igualar o recorde de Jesualdo Ferreira, as diferenças com o seu antecessor começam a ser mais do que evidentes. E as similaridades com o passado, uma realidade.
Villas-Boas entrou no mundo do futebol pela mão do ex-seleccionador inglês. Vizinho de Robson, um dia o jovem interpelou-o sobre a suplência de Domingos Paciência. Um encontro para a posteridade. De analista de Robson, o jovem técnico passou a ser uma presença regular nas Antas. Forjou-se a amizade com José Mourinho, então também um jovem flamante aprendiz, que permitiu a Villas-Boas regressar pela porta grande ao clube dos seus sonhos. Enquanto Robson, também ele, voltava tranquilamente a casa. Se o aspecto pessoal da relação entre ambos passou à esfera privada, os ensinamentos tácticos do técnico inglês mais bem sucedido no estrangeiro são visíveis no modelo de jogo aplicado por AVB.
Robson, que antes de chegar ao FC Porto tinha sido já bicampeão holandês com o PSV (de um tal Romário) e o mais bem sucedido seleccionador inglês pós-Ramsey, teve, tal como José Mourinho, um laboratório de meio ano para preparar a sua equipa. O seu despedimento abrupto em Alvalade abriu-lhe as portas das Antas e no final da época 1993/1994 montou uma verdadeira máquina de ataque, bem oleada, que garantiu uma recuperação histórica, suplantando no final do ano o flamante Sporting. Durante esses meses (como Mourinho) o técnico aprendeu a conhecer o plantel e a cultura desportiva do FC Porto. Ambos encaixavam como uma luva. O seu 4-4-2, com Kostadinov e Domingos primeiro e logo com Drulovic e Edmilson, funcionava como um relógio nas rápidas transições ofensivas, um conceito que AVB tanto aprecia, apesar de apostar preferir o 4-3-3 ao 4-4-2, então a táctica de voga no futebol europeu.
Tal como o inglês, também Villas-Boas parece gostar de apostar em jogadores capazes de imprimir dinâmica a um meio-campo equilibrado. Emerson ressuscitou em Fernando, fulcral no sentido posicional este ano, enquanto que Paulinho Santos e Semedo imprimem o trabalho que hoje cabe a Moutinho e Belluschi realizar. Ao contrário de muitos técnicos britânicos, a defesa era pedra essencial na estratégia de Robson. Com Vítor Baía na máxima forma acompanhado por um quarteto composto por João Pinto, Jorge Costa (no lugar de Couto), Aloísio e Rui Jorge, o trabalho do sector defensivo era peça nuclear na estratégia ofensiva dos dragões. Tal como Villas-Boas, que apesar de se encontrar com um sector mais recuado sem os nomes que tinha então o inglês e órfão de um líder da casa, se tem esforçado em demonstrar o quão fulcral é manter uma linha defensiva imaculada. O resultado, até agora, é espelho dessa aprendizagem. Uma defesa pouco batida, um ataque extremamente eficaz. A cartilha de Robson posta em prática por outro apreciador de bom vinho do Porto.
Porque nisto do futebol a subjectividade é muita, os números contam. E os números de Robson não mentem. Em 1994/1995, a época do primeiro título nacional, a máquina de ataque do FC Porto apontou 73 golos (num campeonato com 34 jornadas) e sofreu apenas 15. No ano seguinte, já com Inácio muitas vezes ao leme, a equipa superou-se na concretização (80 golos, uma média de 2,3 por jogo) e sofreu apenas 20 tentos. Números que incluem várias goleadas por 6-0 e 5-0 nas Antas, então um recinto inexpugnável, espelho de uma equipa com tracção dianteira. A única assinatura pendente do ainda curto mandato de AVB, o de concretizar as muitas ocasiões criadas. Mas com registos que para lá caminham.
Mas se nem tudo na vida são rosas, também há elementos onde Robson e Villas-Boas se distanciam. O técnico portuense é fruto de outros tempos, aprendiz atento de José Mourinho, o mestre do mediatismo desportivo, e não um gentleman à escola antiga. Sabe como lidar com as “guerras” que pautam o futebol português e é hoje a principal voz do clube.
Robson, técnico fleumático mas sempre correcto, chegou ao Porto na época áurea de Pinto da Costa como voz e rosto do clube e da região. O que não correu tão bem ao britânico, e que é um ponto em que AVB também se distancia, é nas prestações europeias do clube. Robson deixou a sua marca no historial europeu do clube com a mítica vitória por 0-5 frente ao Werder Bremen. Mas a derrota frente ao Barcelona (num jogo em que Aloísio jogou a defesa-esquerdo) abriu uma série negativa que duraria os dois anos seguintes. Primeiro eliminado pela Sampdoria na Taça das Taças por penalties (em 1994/1995) e depois ficando em terceiro na fase de Grupos da Champions League, atrás dos modestos Panatinaikhos e Nantes. Nesse aspecto, uma vez mais, o novo técnico portista tem as suas próprias ideias e prioridades. Bebeu o ADN competitivo de Mourinho, velha raposa, e sabe que no Dragão os objectivos são altos e é preciso corresponder. Misturar o melhor de dois dos mais influentes técnicos na história do clube, é uma missão difícil mas não impossível. AVB, companheiro de batalha de ambos, é o homem certo para fazê-lo.
Muito mudou desde as tardes em que Robson era brindado com os aplausos de um público que sempre engraçou com o técnico. Mas à parte do copo de vinho, do nariz grande e dessa ascendência britânica que tanto o orgulho, André Villas Boas sabe também que tem todas as condições para emular e quiçá superar os méritos do seu velho mentor e amigo. A história e o tempo estão do seu lado. O Dragão espera, relembrando nostalgicamente esses dias inesquecíveis.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Miguel Lourenço Pereira a elaboração deste artigo.
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Túneis perigosos...
«Tudo se passou à saída do túnel entre o centro comercial Colombo e o Estádio da Luz, onde um grupo de jovens esperava por indivíduos identificados com as cores do Sporting e os abordava em tom provocatório, partindo, em alguns casos, para a agressão. Um adepto leonino foi atingido com um objecto na cabeça e ficou a sangrar abundantemente. O agressor, adepto do Benfica, fugiu para o interior do estádio, mas acabou por ser interceptado pela polícia pouco depois.»
in Correio da Manhã, 20/09/2010
Quando forem recebidos em audiência pelo senhor ministro da Administração Interna, espero que os dirigentes do slb não se esqueçam de referir este “pequeno incidente”. É que, pelos vistos, não é só o túnel dentro do estádio da Luz que é perigoso...
Foto: Correio da Manhã
in Correio da Manhã, 20/09/2010
Quando forem recebidos em audiência pelo senhor ministro da Administração Interna, espero que os dirigentes do slb não se esqueçam de referir este “pequeno incidente”. É que, pelos vistos, não é só o túnel dentro do estádio da Luz que é perigoso...
Foto: Correio da Manhã
Divulgação de informação pelas SADs
Todas as sociedades cotadas em Bolsa estão sujeitas a obrigações relativas à prestação de esclarecimentos e divulgação de informação privilegiada. No caso das Sociedades Anónimas Desportivas (SAD's), o que se entende por informação privilegiada?
Para se ter uma ideia, as últimas comunicações enviadas pela FC Porto - Futebol, SAD à CMVM foram as seguintes:
Olhando para esta lista, fica sem se perceber porque razão o mercado não foi informado das contratações de Souza (a comunicação social falou em 3 milhões de euros), Emídio Rafael (*) e Pavel Kieszek, bem como, da transferência de Ernesto Farias ou do empréstimo (venda?) de Pelé a um clube turco. Há algum valor mínimo que obrigue a SAD a comunicar os negócios à CMVM?
Mesmo que esse valor exista, penso que este conjunto de operações não são despiciendas para as contas e compromissos contratuais da FCP SAD.
Mas as dúvidas (que alimentam especulações) não decorrem apenas da falta de comunicações. O conteúdo de vários dos comunicados é ele próprio pouco claro. Veja-se o seguinte exemplo:
“Mais se informa que o acordo relativo a esta transferência envolve pagamentos eventuais futuros, dependentes da performance desportiva do clube que o atleta irá representar”, in comunicado da transferência de Raul Meireles.
O que significa performance desportiva do clube [Liverpool]? Ser campeão inglês? Qualificar-se para a Liga dos Campeões? Atingir a fase de grupos da Liga dos Campeões? Conquistar a Liga Europa?
E se, entretanto, o Liverpool vender o Raul Meireles, o FC Porto deixa de poder receber pela performance desportiva dos reds nos próximos anos?
(*) «O presidente da Académica José Eduardo Simões revelou, no final da assembleia geral da aprovação do orçamento 2010/2011, (…) que o clube recebeu com a transferência do treinador André Villas-Boas para o FC Porto uma verba a rondar os 410 mil euros, assim como 240 mil euros por 60 por cento do passe do lateral esquerdo Emídio Rafael para o mesmo clube. O empréstimo do ganês David Addy custou 100 mil euros à "Briosa", dado que tanto a cláusula de rescisão de Emídio Rafael como a de André Villas-Boas era de 500 mil euros.»
in PÚBLICO, 21/07/2010
Para se ter uma ideia, as últimas comunicações enviadas pela FC Porto - Futebol, SAD à CMVM foram as seguintes:
Olhando para esta lista, fica sem se perceber porque razão o mercado não foi informado das contratações de Souza (a comunicação social falou em 3 milhões de euros), Emídio Rafael (*) e Pavel Kieszek, bem como, da transferência de Ernesto Farias ou do empréstimo (venda?) de Pelé a um clube turco. Há algum valor mínimo que obrigue a SAD a comunicar os negócios à CMVM?
Mesmo que esse valor exista, penso que este conjunto de operações não são despiciendas para as contas e compromissos contratuais da FCP SAD.
Mas as dúvidas (que alimentam especulações) não decorrem apenas da falta de comunicações. O conteúdo de vários dos comunicados é ele próprio pouco claro. Veja-se o seguinte exemplo:
“Mais se informa que o acordo relativo a esta transferência envolve pagamentos eventuais futuros, dependentes da performance desportiva do clube que o atleta irá representar”, in comunicado da transferência de Raul Meireles.
O que significa performance desportiva do clube [Liverpool]? Ser campeão inglês? Qualificar-se para a Liga dos Campeões? Atingir a fase de grupos da Liga dos Campeões? Conquistar a Liga Europa?
E se, entretanto, o Liverpool vender o Raul Meireles, o FC Porto deixa de poder receber pela performance desportiva dos reds nos próximos anos?
(*) «O presidente da Académica José Eduardo Simões revelou, no final da assembleia geral da aprovação do orçamento 2010/2011, (…) que o clube recebeu com a transferência do treinador André Villas-Boas para o FC Porto uma verba a rondar os 410 mil euros, assim como 240 mil euros por 60 por cento do passe do lateral esquerdo Emídio Rafael para o mesmo clube. O empréstimo do ganês David Addy custou 100 mil euros à "Briosa", dado que tanto a cláusula de rescisão de Emídio Rafael como a de André Villas-Boas era de 500 mil euros.»
in PÚBLICO, 21/07/2010
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Números da semana (I)
0 golos sofridos pelo FC Porto nos cinco jogos disputados esta época fora de casa.
4 penalties falhados por Falcao com a camisola do FC Porto (um esta época).
4 penalties concretizados por Falcao com a camisola do FC Porto (um esta época).
9 vitórias seguidas do FC Porto, comandado por André Villas-Boas, no início da época 2010/11.
10 vitórias seguidas do FC Porto, comandado por Jesualdo Ferreira, no final da época 2009/10.
19 vitórias do FC Porto nos últimos 19 jogos oficiais disputados (12 são referentes ao campeonato, três na Taça de Portugal, outras três na Liga Europa e mais uma na Supertaça).
3385 espectadores no Nacional x FC Porto (66% de lugares ocupados – fonte www.lpfp.pt).
13.6% de audiência do Nacional x FC Porto (programa mais visto do dia, com a mesma audiência da telenovela ‘Espírito Indomável’).
4 penalties falhados por Falcao com a camisola do FC Porto (um esta época).
4 penalties concretizados por Falcao com a camisola do FC Porto (um esta época).
9 vitórias seguidas do FC Porto, comandado por André Villas-Boas, no início da época 2010/11.
10 vitórias seguidas do FC Porto, comandado por Jesualdo Ferreira, no final da época 2009/10.
19 vitórias do FC Porto nos últimos 19 jogos oficiais disputados (12 são referentes ao campeonato, três na Taça de Portugal, outras três na Liga Europa e mais uma na Supertaça).
3385 espectadores no Nacional x FC Porto (66% de lugares ocupados – fonte www.lpfp.pt).
13.6% de audiência do Nacional x FC Porto (programa mais visto do dia, com a mesma audiência da telenovela ‘Espírito Indomável’).
Especialistas em ganhar na secretaria
Na época passada, o FC Porto apostou forte na sua equipa de Atletismo feminino, tendo contratado oito atletas dos países bálticos, entre as quais se destacava a letã Ineta Radevica (sagrou-se recentemente campeã europeia do salto em comprimento em Barcelona, batendo Naide Gomes).
Em consequência desta aposta na modalidade, os Nacionais de clubes (pista coberta e ar livre) foram muito mais disputados e, em Junho último, a equipa feminina azul-e-branca sagrou-se campeã nacional, terminando com uma série de 13 títulos consecutivos do Sporting.
O poder instalado na capital, que estava habituado a ganhar sem concorrência e com uma perna às costas, não se conformou com esta derrota. Contudo, em vez de responderem dentro das pistas à melhoria da equipa do FC Porto e ao aumento de competitividade na modalidade, foram pelo caminho que já começa a ser habitual quando os clubes da capital são derrotados: a Secretaria.
O regulamento, que sempre foi excelente enquanto os clubes da capital disputavam entre si os títulos nacionais, passou a ser péssimo e vai daí há que mudar o regulamento! Como? Cortando o “mal” pela raíz, isto é, passando a proibir os clubes portugueses de contratar atletas estrangeiros (incluindo europeus) que nos 12 meses anteriores tenham competido pela sua selecção nacional, ou tenham participado nos campeonatos nacionais dos seus países. Para se ter uma ideia do ridículo da coisa, esta norma agora introduzida é ainda mais exigente do que a regulamentação europeia, que prevê a utilização de dois atletas estrangeiros na Taça dos Campeões Europeus.
Aplicado ao futebol, este regulamento obtuso da Federação Lisboeta... perdão, Portuguesa de Atletismo impediria a contratação de jogadores como Fucile, Álvaro Pereira, Falcao, Hulk, Maxi, Luisão, David Luiz ou Cardozo, pelo simples facto de terem jogado pelas suas selecções nos últimos 12 meses. Ou seja, os clubes podem contratar os atletas estrangeiros que quiserem, mas desde que sejam fraquinhos...
Esta alteração do regulamento, tendo por alvo a abater o FC Porto, para além de ser potencialmente ilegal (não sou jurista, mas penso que em Portugal não é possível impedir a contratação de cidadãos da UE) mostra a verdadeira estirpe desta gente e do que são capazes para manter o domínio e privilégios de que gozam há longos anos.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Finalmente alguém o mandou calar!
Ao minuto 1' 26" deste vídeo salta a tampa a Eduardo Barroso, que assim expressa o que há muito ia na alma de milhões de portugueses. O tema em debate pouco interessa para o caso.
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TVI
Penalties eram com ele
Eis o melhor marcador de penalties que vestiu a camisola do Porto:
Não tenho nenhuma estatística que sustente a afirmação - não vá alguém mandar-me fazer o trabalho de casa - a não ser aquilo que a memória regista, mas não me lembro de nenhum jogador que tivesse a eficácia do Demol a marcar penalties.
Foi na época 1989/90, 11 golos de penálti em 11 tentativas.
Aliás essa equipa de 89/90, com Geraldão, Branco, Demol e Madjer deverá ser também ela, a equipa com maior e melhor leque de marcadores de bolas paradas que alguma vez passou pelas Antas.
Quanto ao Demol, ficou por cá essa época, fazia uma bela dupla com o Geraldão, no final da época a mulher queria ir para casa e lá foi à vidinha dele, uns anos depois voltaria para o Braga mas já não era o mesmo.
Não tenho nenhuma estatística que sustente a afirmação - não vá alguém mandar-me fazer o trabalho de casa - a não ser aquilo que a memória regista, mas não me lembro de nenhum jogador que tivesse a eficácia do Demol a marcar penalties.
Foi na época 1989/90, 11 golos de penálti em 11 tentativas.
Aliás essa equipa de 89/90, com Geraldão, Branco, Demol e Madjer deverá ser também ela, a equipa com maior e melhor leque de marcadores de bolas paradas que alguma vez passou pelas Antas.
Quanto ao Demol, ficou por cá essa época, fazia uma bela dupla com o Geraldão, no final da época a mulher queria ir para casa e lá foi à vidinha dele, uns anos depois voltaria para o Braga mas já não era o mesmo.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Uma segunda-feira com a TVI...
Autogolo desbloqueou a partida por completo. Mais tarde, Hulk, uma vez mais, tiraria toda e qualquer dúvida. Pelo meio, ainda a história de dois penalties. Um, a favor do Nacional, que muito irritou a TVI e outro que Falcao, relembrando fantasmas antigos, não conseguiu concretizar.
E vão 9 vitórias em 12 deslocações à Choupana.
Como sempre, as visitas a este Estádio da Madeira parecem sempre mais difíceis do que aquilo que realmente são. Trata-se, basicamente, de conseguir manter a concentração e alhear-se o mais o possível daqueles irritantes e sonolentos tambores e buzinas madeirenses.
Estádio muito longe de uma enchente (eis os jogos à segunda-feira, em todo o seu esplendor...) e muita humidade no ar e na relva. Falcao e Hulk fartaram-se de escorregar e até houve lugar a troca de calçado. O aquecimento, pelos vistos, não teria colocado a nu estas condicionantes da mãe-natureza.
Já Bruno de Campomaior, desta vez, não teve oportunidade de "brilhar" da maneira como mais gosta. Ainda assim, desencadeou reacções de urticária na equipa "neutra" da TVI. "Penalty por marcar", não se cansariam de repetir até ao final da partida.
Como variação, e com os minutos a esgotarem-se, direccionaram a sua frustração no pobre do treinador do Nacional que, supostamente, estaria a falar de mais (!) para o seu próprio banco.
Nós é que estamos cansados de vos ouvir, senhores "jornalistas"...
Notas bem positivas para Álvaro Pereira, Fernando, Moutinho e até Maicon conseguiu estar melhor que habitualmente. E, atenção, Bracali é mesmo bom guarda-redes.
Mas é claro que, decisivo-decisivo, continua a ser o mesmo de sempre. Ainda não foi desta que foi descoberto o antídoto para Hulk.
Com ele, continua esta série incrível de vitórias.
E eis o pleno em 5 jornadas.
Como muitos vaticinaram, antes do início da actual temporada, Villas-Boas era mesmo um risco que valia a pena correr.
Em cheio, para já.
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Só eu sei porque não fico em casa
«(…) queremos pedir aos sócios e adeptos do Benfica que continuem a apoiar, de forma inequívoca e sem reservas, a equipa nos jogos que o Benfica realiza no Estádio da Luz, mas que se abstenham de se deslocar aos jogos fora de casa. (…) A nossa ausência será o melhor indicador da nossa indignação.»
Comunicado do slb
Conforme já aqui tinha chamado à atenção, no último Guimarães x slb, num estádio com capacidade para 30 mil lugares, quase metade ficaram vazios (a assistência foi de 17730 espectadores). E pior. Quem viu o jogo, percebeu que os adeptos vimaranenses estavam em esmagadora maioria, isto apesar da propaganda benfiquista dizer que o Minho é vermelho.
Mas as fracas assistências em jogos do slb não começaram em Guimarães. No slb x Setúbal, disputado em 28 de Agosto, o estádio da Luz tinha quase 30 mil lugares vazios (36975 espectadores foi o número oficial indicado pelo slb). Ora, para quem se arroga de ser o único clube que em Portugal enche estádios, a começar pelo seu, estes números devem ter feito disparar uma campainha de alarme e deixado os dirigentes benfiquistas à beira de um ataque de nervos.
E pior devem ter ficado na passada terça-feira, ao verem mais de metade do estádio vazio num jogo da Liga dos Campeões (estiveram cerca de 30000 espectadores no slb x Hapoel).
Ao contrário do que, por exemplo, se passa em Inglaterra, os adeptos portugueses vão aos estádios quando a sua equipa joga bem, dá espectáculo, ganha jogos e está bem classificada, mas ficam em casa quando a equipa não joga a ponta dum chavelho. Isso acontece tanto no FC Porto, como no Sporting ou no slb e, apesar da propaganda encarnada nos querer convencer do contrário, os números falam por si. Esta época e nas anteriores.
Por isso, este apelo ridículo dos dirigentes do slb não passa de desespero e, se as exibições dos encarnados não melhorarem significativamente, serve apenas para preparar uma desculpa esfarrapada para o fim de mais um mito.
Foto: www.fotosdacurva.com
domingo, 19 de setembro de 2010
SMS do dia - CXV
Um fim de semana sem sal.
E este ano é provável que haja muitos :-(
E este ano é provável que haja muitos :-(
Operação no 'Elefante Branco'
São conhecidas diversas estórias envolvendo árbitros internacionais de visita a Lisboa. Ora, precisamente na semana em que o árbitro russo Aleksei Nikolaev cometeu um erro capital, ao perdoar um penalty claro de Luisão sobre um avançado do Hapoel (com o resultado ainda em 0-0), uma operação da PSP no 'Elefante Branco' (entre as 23h00 de quinta-feira e as 05h00 de sexta-feira), que contou com a colaboração do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, deteve quatro pessoas e procedeu à identificação de 79.
Não sei se nesta conhecida casa de diversão nocturna ainda trabalha alguma das "funcionárias" louras e bonitinhas de que António Boronha falou no seu blogue mas, pelo sim pelo não, ainda bem que esta operação da PSP não foi realizada na terça-feira à noite...
Foto: Correio da Manhã
Não sei se nesta conhecida casa de diversão nocturna ainda trabalha alguma das "funcionárias" louras e bonitinhas de que António Boronha falou no seu blogue mas, pelo sim pelo não, ainda bem que esta operação da PSP não foi realizada na terça-feira à noite...
Foto: Correio da Manhã
O Super-Herói dúbio
Por Filipe Sousa
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Filipe Sousa a elaboração deste artigo.
Foto: Jasper Juinen/Getty Images, 24 Fevereiro 2009
De forma (geralmente) eficiente, o Porto venceu o seu primeiro jogo na Liga Europa. Apesar de alguns calafrios, a equipa soube construir um resultado sólido, não se contentando com uma vitória por 1-0 apenas para cumprir calendário.
Este jogo vincou porém algo que me preocupa há já algum tempo. É bom salientar, antes de mais, que considero o Hulk um jogador genial, com apenas um defeito: essa genialidade só se manifesta em média durante 2% do tempo de jogo, sendo os restantes períodos preenchidos com a mais miserável mediocridade que é possível assistir-se num campo de futebol. E se é óbvio que ninguém conseguirá ser sempre genial durante todo um jogo, também é verdade que esses períodos de "não-genialidade" do Messi ou do Cristiano Ronaldo, por exemplo e ao contrário dos do Hulk, não fazem ninguém ter vontade de arrancar cabelos. É esse "futebolismo competente" (por oposição à com burrice exasperante), que intervala as jogadas geniais, que o Hulk deverá dominar minimamente se espera algum dia "dar o salto" para um clube com maior dimensão (e não, não para o Atlético de Madrid).
O voluntarismo, entrega ao jogo e vontade de vencer são admiráveis e entusiasmantes (mas são também atributos do Mariano González...), mas diria que por vezes camuflam os problemas que o Hulk imprime à equipa e os prejuízos - sim, existem - que também provoca.
Neste ponto devo salientar um aspecto importante, que explicará porventura os desvarios do Hulk e que vinca também claramente a diferença entre ele, e outro jogador do Porto que me enche muito mais as medidas e que é o Varela. Essa diferença é naturalmente a formação. O Varela, embora vítima de sub-aproveitamento, é hoje o que é graças à formação que recebeu no SCP. O "Incrível", por outro lado, é "menino de rua" sem qualquer formação de base ou noções básicas do jogo em equipa - o que não é impedimento para o sucesso, como já o demonstraram outros históricos jogadores brasileiros. É capaz de vencer um jogo sozinho? Sem dúvida. Ainda no jogo contra o Braga, salvou a equipa de um mau resultado quase certo, como já aconteceu inúmeras vezes ao longo da sua carreira no Porto. Mas isso torna também a equipa sua refém, na medida em que se espera sempre que "resolva" tudo sozinho. E essa ideia tanto pode ser interiorizada pelos colegas de equipa, como aproveitada pelos treinadores e jogadores adversários.
Certo é para mim que jogadas como aquela finalizada pelo Rúben Micael no jogo contra o Rapid de Viena, dificilmente se vêem com o Hulk em campo, porque ele - e agora julgo ser seguro dizer que a culpa não é dos treinadores - não consegue entender que o Futebol é um jogo de equipa. Há dois dias atrás, o Fabregas foi considerado o "homem do jogo" na partida contra o Braga, quando colegas seus marcaram mais golos que ele. Porque será?
Posto isto, é legítimo perguntar: "e depois?". De facto, tenho de reconhecer que (para já) o Hulk não é um problema, mais do que é uma solução. A questão é que eu estou certo de que embora as vitórias continuem a aparecer, com (ou especialmente com) o "Incrível" em campo, o futebol da equipa do Porto nunca atingirá um patamar superior. Excepto se, por milagre, o Hulk vier de facto a dar um salto qualitativo no que respeita aos tais períodos entre picos de genialidade, coisa que duvido que venha acontecer. A título de curiosidade, seria interessante analisar o desempenho da equipa com e sem Hulk, de forma a perceber-se o seu real peso. Será que um slalom fantástico por entre vários adversários e que resulte em golo, compensará 4 ou 5 remates para a bancada em alternativa a desmarcar um companheiro? Quantos jogos vencemos por 1-0 com golo do Hulk, e que poderíamos ter vencido por 3-0 com golos de outros jogadores? E quantos empatamos, e quantos perdemos?
Ao contrário de outros jogadores como Lisandro ou Anderson, que todos lamentamos ver partir, o Hulk não me deixará saudades - o Porto sempre sobreviveu a esses divórcios que nossos antagonistas sempre classificam de fatais. Porque cria a falsa ideia de que existe uma Hulk-dependência na equipa do Porto, porque atrapalha inúmeras vezes a manobra ofensiva da equipa, porque facilita a vida ao treinador não precisa de se aplicar muito em fazer evoluir a equipa porque o Hulk "resolve", porque atrai sobre si "atenções" indesejadas por parte de árbitros e outros agentes, porque mais e mais se torna claro que é a jogar em equipa que se alcança (de forma agradável para a vista) o sucesso - porque é que o Mourinho (e aqui não tem de se aplicar o "futebol agradável para a vista") foi para o Real Madrid? Quem é a grande figura da Espanha campeã da Europa e do Mundo? - e o Hulk não consegue interiorar esse facto. Assim, espero que continue a dar nas vistas, e que seja (bem) transferido no final da época. Certamente que depois disso, passaremos a ver mais golos como o último contra o Rapid de Viena.
Este jogo vincou porém algo que me preocupa há já algum tempo. É bom salientar, antes de mais, que considero o Hulk um jogador genial, com apenas um defeito: essa genialidade só se manifesta em média durante 2% do tempo de jogo, sendo os restantes períodos preenchidos com a mais miserável mediocridade que é possível assistir-se num campo de futebol. E se é óbvio que ninguém conseguirá ser sempre genial durante todo um jogo, também é verdade que esses períodos de "não-genialidade" do Messi ou do Cristiano Ronaldo, por exemplo e ao contrário dos do Hulk, não fazem ninguém ter vontade de arrancar cabelos. É esse "futebolismo competente" (por oposição à com burrice exasperante), que intervala as jogadas geniais, que o Hulk deverá dominar minimamente se espera algum dia "dar o salto" para um clube com maior dimensão (e não, não para o Atlético de Madrid).
O voluntarismo, entrega ao jogo e vontade de vencer são admiráveis e entusiasmantes (mas são também atributos do Mariano González...), mas diria que por vezes camuflam os problemas que o Hulk imprime à equipa e os prejuízos - sim, existem - que também provoca.
Neste ponto devo salientar um aspecto importante, que explicará porventura os desvarios do Hulk e que vinca também claramente a diferença entre ele, e outro jogador do Porto que me enche muito mais as medidas e que é o Varela. Essa diferença é naturalmente a formação. O Varela, embora vítima de sub-aproveitamento, é hoje o que é graças à formação que recebeu no SCP. O "Incrível", por outro lado, é "menino de rua" sem qualquer formação de base ou noções básicas do jogo em equipa - o que não é impedimento para o sucesso, como já o demonstraram outros históricos jogadores brasileiros. É capaz de vencer um jogo sozinho? Sem dúvida. Ainda no jogo contra o Braga, salvou a equipa de um mau resultado quase certo, como já aconteceu inúmeras vezes ao longo da sua carreira no Porto. Mas isso torna também a equipa sua refém, na medida em que se espera sempre que "resolva" tudo sozinho. E essa ideia tanto pode ser interiorizada pelos colegas de equipa, como aproveitada pelos treinadores e jogadores adversários.
Certo é para mim que jogadas como aquela finalizada pelo Rúben Micael no jogo contra o Rapid de Viena, dificilmente se vêem com o Hulk em campo, porque ele - e agora julgo ser seguro dizer que a culpa não é dos treinadores - não consegue entender que o Futebol é um jogo de equipa. Há dois dias atrás, o Fabregas foi considerado o "homem do jogo" na partida contra o Braga, quando colegas seus marcaram mais golos que ele. Porque será?
Posto isto, é legítimo perguntar: "e depois?". De facto, tenho de reconhecer que (para já) o Hulk não é um problema, mais do que é uma solução. A questão é que eu estou certo de que embora as vitórias continuem a aparecer, com (ou especialmente com) o "Incrível" em campo, o futebol da equipa do Porto nunca atingirá um patamar superior. Excepto se, por milagre, o Hulk vier de facto a dar um salto qualitativo no que respeita aos tais períodos entre picos de genialidade, coisa que duvido que venha acontecer. A título de curiosidade, seria interessante analisar o desempenho da equipa com e sem Hulk, de forma a perceber-se o seu real peso. Será que um slalom fantástico por entre vários adversários e que resulte em golo, compensará 4 ou 5 remates para a bancada em alternativa a desmarcar um companheiro? Quantos jogos vencemos por 1-0 com golo do Hulk, e que poderíamos ter vencido por 3-0 com golos de outros jogadores? E quantos empatamos, e quantos perdemos?
Ao contrário de outros jogadores como Lisandro ou Anderson, que todos lamentamos ver partir, o Hulk não me deixará saudades - o Porto sempre sobreviveu a esses divórcios que nossos antagonistas sempre classificam de fatais. Porque cria a falsa ideia de que existe uma Hulk-dependência na equipa do Porto, porque atrapalha inúmeras vezes a manobra ofensiva da equipa, porque facilita a vida ao treinador não precisa de se aplicar muito em fazer evoluir a equipa porque o Hulk "resolve", porque atrai sobre si "atenções" indesejadas por parte de árbitros e outros agentes, porque mais e mais se torna claro que é a jogar em equipa que se alcança (de forma agradável para a vista) o sucesso - porque é que o Mourinho (e aqui não tem de se aplicar o "futebol agradável para a vista") foi para o Real Madrid? Quem é a grande figura da Espanha campeã da Europa e do Mundo? - e o Hulk não consegue interiorar esse facto. Assim, espero que continue a dar nas vistas, e que seja (bem) transferido no final da época. Certamente que depois disso, passaremos a ver mais golos como o último contra o Rapid de Viena.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Filipe Sousa a elaboração deste artigo.
Foto: Jasper Juinen/Getty Images, 24 Fevereiro 2009
sábado, 18 de setembro de 2010
Política e futebol
O ex-presidente do Barça e actual candidato à Generalitat da Catalunha pelo Partido de Solidariedade Catalã para a Independência, respondeu assim quando confrontado com a eventualidade do FC Barcelona passar a disputar uma liga pouco competitiva:
"Pode perfeitamente jogar-se a liga catalã, a liga espanhola e a liga dos povos ibéricos com Portugal, Espanha e Catalunha. Oxalá possamos apresentar esta questão num futuro imediato, mas, em última instância, o Barcelona poderá escolher onde jogar."
Se for eleito, duvido que Joan Laporta consiga convencer a UEFA e a Real Federación Española de Fútbol mas, pelos vistos, o futebol e os interesses do Barça poderão ser um forte travão à aspiração de uma Catalunha independente.
P.S. Em vez da desacreditada Taça da Liga, porque não organizar uma Taça Ibérica, envolvendo os clubes das duas principais ligas dos dois países?
"Pode perfeitamente jogar-se a liga catalã, a liga espanhola e a liga dos povos ibéricos com Portugal, Espanha e Catalunha. Oxalá possamos apresentar esta questão num futuro imediato, mas, em última instância, o Barcelona poderá escolher onde jogar."
Se for eleito, duvido que Joan Laporta consiga convencer a UEFA e a Real Federación Española de Fútbol mas, pelos vistos, o futebol e os interesses do Barça poderão ser um forte travão à aspiração de uma Catalunha independente.
P.S. Em vez da desacreditada Taça da Liga, porque não organizar uma Taça Ibérica, envolvendo os clubes das duas principais ligas dos dois países?
Novos ventos no Dragão
Por Ana Martins
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece à Ana Martins a elaboração deste artigo.
Foto: Record
Tanto eu como ele interpelámos Robson sobre o estatuto de suplente de Domingos. Felizmente, André Villas-Boas virou treinador e eu não. Por razões da ordem do óbvio (diferenças de género à partida), mas sobretudo porque essa interpelação desviou AVB do trajecto que estaria traçado: um engenheiro, um doutor ou consultor de multinacional e chegou, no séc. XXI, a treinador do clube de coração de ambos.
O FCP dos últimos anos, sobretudo o do consulado de Jesualdo Ferreira, trouxe uma época estranha ao Estádio do Dragão: o das vitórias desconfortáveis. Dirão: é um Porto que se aburguesou, em que já não nos chega aquilo que para muitos é o expoente máximo (ganhar um campeonato quando o rei faz anos; a euforia inebriante de quem chega aos quartos-de-final de uma competição secundária como a Liga Europa). Jesualdo limitou-se a ser tolerado, mesmo nas vitórias. Porquê? Vítima do seu próprio formato: discursos lentos, sem chama. Recordo-me que, mesmo nos maiores momentos de exaltação, Jesualdo foi sempre incapaz de um rasgo, de um ataque sem medo. Eu, que sempre considerei as conferências de imprensa antes e depois dos jogos como uma ferramenta essencial de intervenção nos níveis motivacionais dos jogadores, bocejava de tédio, ao ponto de já nem querer ouvi-lo: nas derrotas e nas vitórias.
AVB é a antítese disso: desde o dia da sua apresentação (e, se quisermos, mesmo na altura em que era sondado pelo Sporting e endereçou o assunto como “alimentação de palhaçada”) demonstrou estar mais sintonizado com o DNA do clube: quando critica os jornalistas que analisam jogos no ciclo “bestial a besta, besta a bestial”; quando lança avisos claros e desassombrados para os jogadores do clube (vide Raul Meireles); quando tem a coragem de dizer aquilo que mais nenhum jornalista – a quem esta história tocaria mais de perto – conseguiu dizer a propósito dos sermões aos peixes de Jorge Jesus na Benfica TV (substituindo as conferências de imprensa).
Intencionalmente, há sempre 3 componentes das intervenções do treinador com a imprensa: colocação de objectivos, preparação do enquadramento mental dos jogadores e…do público. Dir-se-á que a idade ajuda ao desassombro e que o facto de ser um treinador dos livros permite-lhe distanciar-se da cultura reinante do treinador-ex-jogador que depende da manutenção do sistema para sobreviver (não sei se concordo com a teoria). Eu diria que vai chegar o dia em que AVB vai pagar esta factura (nomeadamente ser o treinador a responder a LFV, um Presidente). Espero que o dia esteja longe e que não deixe de encarar estes espaços como contexto de preparação da equipa e do clube.
Talvez porque seja um de nós, ele sabe que se respira de maneira diferente no Dragão hoje. Há, naturalmente, o efeito sinérgico das vitórias (que nem o adepto mais optimista previa, de tanto ouvir JF a dizer que a equipa só lá para Janeiro estaria construída), mas nota-se uma empatia por defeito para com AVB. Não se trata de unanimidade: trata-se de um respeito confiante – até podemos discordar das opções que ele toma (e eu discordo de algumas…) mas o mister é que sabe.
O FCP dos últimos anos, sobretudo o do consulado de Jesualdo Ferreira, trouxe uma época estranha ao Estádio do Dragão: o das vitórias desconfortáveis. Dirão: é um Porto que se aburguesou, em que já não nos chega aquilo que para muitos é o expoente máximo (ganhar um campeonato quando o rei faz anos; a euforia inebriante de quem chega aos quartos-de-final de uma competição secundária como a Liga Europa). Jesualdo limitou-se a ser tolerado, mesmo nas vitórias. Porquê? Vítima do seu próprio formato: discursos lentos, sem chama. Recordo-me que, mesmo nos maiores momentos de exaltação, Jesualdo foi sempre incapaz de um rasgo, de um ataque sem medo. Eu, que sempre considerei as conferências de imprensa antes e depois dos jogos como uma ferramenta essencial de intervenção nos níveis motivacionais dos jogadores, bocejava de tédio, ao ponto de já nem querer ouvi-lo: nas derrotas e nas vitórias.
AVB é a antítese disso: desde o dia da sua apresentação (e, se quisermos, mesmo na altura em que era sondado pelo Sporting e endereçou o assunto como “alimentação de palhaçada”) demonstrou estar mais sintonizado com o DNA do clube: quando critica os jornalistas que analisam jogos no ciclo “bestial a besta, besta a bestial”; quando lança avisos claros e desassombrados para os jogadores do clube (vide Raul Meireles); quando tem a coragem de dizer aquilo que mais nenhum jornalista – a quem esta história tocaria mais de perto – conseguiu dizer a propósito dos sermões aos peixes de Jorge Jesus na Benfica TV (substituindo as conferências de imprensa).
Intencionalmente, há sempre 3 componentes das intervenções do treinador com a imprensa: colocação de objectivos, preparação do enquadramento mental dos jogadores e…do público. Dir-se-á que a idade ajuda ao desassombro e que o facto de ser um treinador dos livros permite-lhe distanciar-se da cultura reinante do treinador-ex-jogador que depende da manutenção do sistema para sobreviver (não sei se concordo com a teoria). Eu diria que vai chegar o dia em que AVB vai pagar esta factura (nomeadamente ser o treinador a responder a LFV, um Presidente). Espero que o dia esteja longe e que não deixe de encarar estes espaços como contexto de preparação da equipa e do clube.
Talvez porque seja um de nós, ele sabe que se respira de maneira diferente no Dragão hoje. Há, naturalmente, o efeito sinérgico das vitórias (que nem o adepto mais optimista previa, de tanto ouvir JF a dizer que a equipa só lá para Janeiro estaria construída), mas nota-se uma empatia por defeito para com AVB. Não se trata de unanimidade: trata-se de um respeito confiante – até podemos discordar das opções que ele toma (e eu discordo de algumas…) mas o mister é que sabe.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece à Ana Martins a elaboração deste artigo.
Foto: Record
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Mais uma revista azul-e-branca
Os Super Dragões vão passar a editar uma revista mensal e, segundo informação que nos chegou por correio electrónico, "trata-se de uma publicação que irá expor, na perspectiva dos Super Dragões, as imagens e o relato escrito dos diversos eventos em que participa o FC Porto, onde claro está o Futebol e as nunca abandonadas modalidades amadoras".
Boa sorte para mais esta publicação do universo azul-e-branco.
Quanto às "nunca abandonadas modalidades amadoras", faço votos para que, esta época, possamos ver a bancada reservada (?) para as claques mais vezes cheia. Apesar do nome, o Futebol Clube do Porto não é só futebol e as equipas de Andebol, Basquetebol e Hóquei em Patins merecem todo o apoio dos adeptos portistas.
Boa sorte para mais esta publicação do universo azul-e-branco.
Quanto às "nunca abandonadas modalidades amadoras", faço votos para que, esta época, possamos ver a bancada reservada (?) para as claques mais vezes cheia. Apesar do nome, o Futebol Clube do Porto não é só futebol e as equipas de Andebol, Basquetebol e Hóquei em Patins merecem todo o apoio dos adeptos portistas.
Atenção às audiências do FC Porto
A Liga Europa não tem o cartaz, nem o impacto mediático da Liga dos Campeões. Apesar disso, o FC Porto x Rapid Viena de ontem teve uma audiência 13.1%, tendo sido o 2º programa mais visto do dia (a seguir à Telenovela da TVI).
Recordo que no sábado passado, apesar da hora tardia a que o jogo começou (21h15), o FC Porto x Braga foi o programa mais visto do dia, com uma audiência de 12.5%.
Recordo que no sábado passado, apesar da hora tardia a que o jogo começou (21h15), o FC Porto x Braga foi o programa mais visto do dia, com uma audiência de 12.5%.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Degrau a degrau, até sermos grandes
Sem dar qualquer sinal de quebra, o FC Porto continua a sua caminhada triunfal nos processos de consolidação de sistema e filosofia de jogo instituída por André Villas Boas. Na verdade, se há algo que já é indelevelmente marcante na nossa equipa, é a doutrina do seu treinador. Em pouco mais de um mês de competição, com 8 jogos oficiais onde se contam outras tantas vitórias, e um sentido de baliza contrária único, o Dragão vai arreando tudo o que lhe aparece pela frente. A mais recente vítima foi o Rapid de Viena.
Mesmo com 3 alterações relativamente ao 11 utilizado diante do Braga, o conjunto azul e branco foi igual a si próprio. Procurou a sua sorte, assumindo as rédeas do encontro sem rodeios. Com Moutinho a assumir a batuta da orquestra, fazendo o trabalho de sapa fundamental no miolo do terreno, a equipa portista foi encostando, cada vez mais, os austríacos lá atrás. Rolando deu expressão ao marcador, na sequência de um canto trabalhado - e que diferença faz quando uma equipa sabe explorar todos os recursos de lances de bola parada – dando cor ao domínio do FC Porto.
Ao Rapid pouco mais sobrou do que 2 ou 3 situações prometedoras, mercê da habilidade de um par dos seus elementos, assim como a tracção motora dianteira da nossa equipa que, aqui e ali se deixa em contra-pé, mais pela disposição de como se posiciona na transição defensiva, do que pela defesa em si, já que, essa, esteve em bom plano. Mas, em boa verdade, estes rapazes de Viena nunca mostram capacidade para discutir o jogo cara a cara.
A clareza da vitória azul e branca mereceria confirmação nos segundos 45 minutos. Mesmo com o árbitro fazendo vista grossa a um penalty do tamanho da Torre dos Clérigos sobre Hulk, houve tempo e espaço para construir uma vitória robusta e saborosa. Falcao voltou a molhar a sopa, novamente na sequência de um canto. Contudo, estava reservado para o último golo da noite os aplausos mais efusivos. Numa combinação notável entre Rúben Micael e Rodriguez, o Madeirense disparou à entrada da área para um golaço fantástico. Uma dose extra de entusiasmo, num jogo já de si bem conseguido pelo nosso médio.
Não é tudo um mar de rosas, e ainda vemos aqui e ali perdas de bolas ou passes transviados que nos tiram do sério. Nem sempre o jogo é perfeito e extraordinariamente entusiasmante. Há, no entanto, uma sustentabilidade no crescimento deste Porto de Villas Boas que nos deixa confiantes para o futuro próximo, a médio e longo prazo.
Mesmo com 3 alterações relativamente ao 11 utilizado diante do Braga, o conjunto azul e branco foi igual a si próprio. Procurou a sua sorte, assumindo as rédeas do encontro sem rodeios. Com Moutinho a assumir a batuta da orquestra, fazendo o trabalho de sapa fundamental no miolo do terreno, a equipa portista foi encostando, cada vez mais, os austríacos lá atrás. Rolando deu expressão ao marcador, na sequência de um canto trabalhado - e que diferença faz quando uma equipa sabe explorar todos os recursos de lances de bola parada – dando cor ao domínio do FC Porto.
Ao Rapid pouco mais sobrou do que 2 ou 3 situações prometedoras, mercê da habilidade de um par dos seus elementos, assim como a tracção motora dianteira da nossa equipa que, aqui e ali se deixa em contra-pé, mais pela disposição de como se posiciona na transição defensiva, do que pela defesa em si, já que, essa, esteve em bom plano. Mas, em boa verdade, estes rapazes de Viena nunca mostram capacidade para discutir o jogo cara a cara.
A clareza da vitória azul e branca mereceria confirmação nos segundos 45 minutos. Mesmo com o árbitro fazendo vista grossa a um penalty do tamanho da Torre dos Clérigos sobre Hulk, houve tempo e espaço para construir uma vitória robusta e saborosa. Falcao voltou a molhar a sopa, novamente na sequência de um canto. Contudo, estava reservado para o último golo da noite os aplausos mais efusivos. Numa combinação notável entre Rúben Micael e Rodriguez, o Madeirense disparou à entrada da área para um golaço fantástico. Uma dose extra de entusiasmo, num jogo já de si bem conseguido pelo nosso médio.
Não é tudo um mar de rosas, e ainda vemos aqui e ali perdas de bolas ou passes transviados que nos tiram do sério. Nem sempre o jogo é perfeito e extraordinariamente entusiasmante. Há, no entanto, uma sustentabilidade no crescimento deste Porto de Villas Boas que nos deixa confiantes para o futuro próximo, a médio e longo prazo.
Fotos: uefa.com e Record
As confissões de Jesus
No final do jogo com o Hapoel Telavive, Jorge Jesus abriu a alma e fez algumas confissões:
“O Benfica teve sete jogadores no Campeonato do Mundo. Dois saíram e cinco são titulares, que chegaram uma semana antes de o campeonato começar. O ‘andamento’ é completamente diferente porque têm menos quatro a cinco semanas de trabalho. O Benfica não está com o ‘andamento’ que estava no ano passado nesta altura”
Espera aí, então a culpa do mau início de época do slb não é dos árbitros?
Já agora, quantos jogadores é que o Chelsea teve no Mundial da África do Sul?
“Ter marcado primeiro foi determinante (…). Há dois lances confusos. Um fora da área em que um adversário faz primeiro falta sobre o Fábio e outro, com o Luisão, e aí se o arbitro quisesse marcar grande penalidade podia ter marcado, aceito.”
De certeza que este gajo está comprado pelo Pinto da Costa! Desde quando é que o slb algum dia foi beneficiado pelos árbitros? Nunca e muito menos na semana do comunicado…
Quanto a marcar primeiro ter sido determinante, nada garante que se o árbitro tivesse assinalado o penalty cometido pelo Luisão, o Hapoel marcasse golo…
“O Benfica teve sete jogadores no Campeonato do Mundo. Dois saíram e cinco são titulares, que chegaram uma semana antes de o campeonato começar. O ‘andamento’ é completamente diferente porque têm menos quatro a cinco semanas de trabalho. O Benfica não está com o ‘andamento’ que estava no ano passado nesta altura”
Espera aí, então a culpa do mau início de época do slb não é dos árbitros?
Já agora, quantos jogadores é que o Chelsea teve no Mundial da África do Sul?
“Ter marcado primeiro foi determinante (…). Há dois lances confusos. Um fora da área em que um adversário faz primeiro falta sobre o Fábio e outro, com o Luisão, e aí se o arbitro quisesse marcar grande penalidade podia ter marcado, aceito.”
De certeza que este gajo está comprado pelo Pinto da Costa! Desde quando é que o slb algum dia foi beneficiado pelos árbitros? Nunca e muito menos na semana do comunicado…
Quanto a marcar primeiro ter sido determinante, nada garante que se o árbitro tivesse assinalado o penalty cometido pelo Luisão, o Hapoel marcasse golo…
Moutinho, Rúben e Souza
Não pensava que o FCP pudesse estar, e muito menos nesta fase de arranque, claramente à frente dos seus concorrentes directos. Obviamente que o campeonato ainda agora começou, mas sempre pensei que iríamos ter um início mais atribulado. E, como a tendência será para melhorar, é possível que o FCP esteja a formar uma equipa competitiva e progressivamente mais confiante. E a praticar um melhor futebol, o que já tomamos como um desígnio da equipa e uma exigência do treinador.
Embora a vitória valha sempre 3 pontos, foi nos jogos mais difíceis que estivemos a um nível superior. Ainda não esmagámos, mas fomos claramente superiores aos adversários nos jogos com o SLB e SCB. Contra a Naval e o Rio Ave, fomos superiores, mas não fomos suficientemente consistentes.
A defesa está a melhorar. Fucille e Otamendi são opções credíveis, sendo que o primeiro funciona tão bem na direita como na esquerda. Na frente o trio actual deverá manter-se, mas falta-nos um avançado. Temos o Falcão, o Walter e o Hulk como recurso. É muito pouco relativamente à concorrência e à rotação que o treinador será obrigado a recorrer para a equipa se apresentar de forma condizente em todas as provas em que participa.
No meio campo é que (ainda) a coisa não funciona tão bem como é desejável. Se Fernando e Beluschi estão em crescendo e a preencher funções que antes não desempenhavam, pois o primeiro já sobe e constrói, enquanto o segundo, sem perder o perfil de play maker, pressiona mais e defende melhor, considero, ao invés, que Moutinho e Rúben ainda estão longe da produção que prometiam. Lutam, mais o primeiro que o segundo, mas têm sido pouco decisivos ma última fase de construção. Entram pouco nas faixas para permitir as diagonais aos alas, e quase não arriscam em movimentos de ruptura.
Creio que não é apenas um problema de adaptação. O Moutinho e o Rúben eram as referências das equipas a que pertenciam, que se estruturavam em função do perfil de cada um, o primeiro um permanente motor em alta rotação, o segundo mais criativo e explosivo na última fase de construção.
Obviamente que nem um nem outro confirmaram (ainda) as qualidades demonstradas e ainda são personagens à procura do ritmo certo. Oxalá continuem a porfiar e não desistam. É que naquela zona do terreno têm de contar com o Souza que vai ser uma certeza, pois nos minutos que jogou provou um enorme potencial, e Guarin que tem predicados que o tornam muito útil, em jogos que exijam mais músculo.
Ukra, Castro, Rafa e James não conto muito com eles, enquanto espero que o Rodriguez não se acomode, pois se recuperar a sua melhor condição física é uma opção válida para jogar na ala esquerda.
"Bigorna" é o nome de guerra de Walter, um avançado brasileiro possante, capaz de esburacar defesas sólidas e possuidor de um pontapé forte e bem colocado – por isso o apelido. Walter é um jogador polivalente, capaz de actuar como segundo avançado ou como ponta-de-lança fixo, embora tenha características de jogador mais móvel e capaz de explorar os espaços vazios. Este é o cartaz. Falta comprovar.
Helton dá-me toda a confiança e tem sido uma surpresa como capitão. Muito bem!
Este FCP não é vintage, mas tem futuro. Desejo ao AVB toda a sorte do mundo. Acho que o seu trabalho será decisivo no progresso da equipa.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Escolhidos a dedo
«O senhor Vítor Pereira deve pronunciar-se sobre o que se passou, sobre o que pensa fazer para o futuro»
in Comunicado do slb
Não foi preciso pensar muito. Depois da gritaria e das ameaças mais ou menos veladas, vamos ter o Carlos "Xistrema" no slb x sporting. Agrada-lhe, senhor Luís Filipe Vieira? Vou interpretar o seu silêncio como um sim.
Mas onde houve um cuidado extremo foi nas nomeações de dois árbitros do "Armazém de Setúbal" (*) para os jogos do FC Porto e Braga. Assim, depois da belíssima exibição que teve na Supertaça, o João "pode ser" Ferreira regressa para o Paços Ferreira x Braga, enquanto que o Nacional x FC Porto será arbitrado pelo Bruno "Campo Maior" Paixão.
Para duas deslocações que se prevêem muito difíceis (ainda por cima após jogos europeus), não há dúvida que Vítor Pereira foi criterioso e escolheu os árbitros a dedo...
(*) expressão usada por Pedroto no final dos anos 70
in Comunicado do slb
Não foi preciso pensar muito. Depois da gritaria e das ameaças mais ou menos veladas, vamos ter o Carlos "Xistrema" no slb x sporting. Agrada-lhe, senhor Luís Filipe Vieira? Vou interpretar o seu silêncio como um sim.
Mas onde houve um cuidado extremo foi nas nomeações de dois árbitros do "Armazém de Setúbal" (*) para os jogos do FC Porto e Braga. Assim, depois da belíssima exibição que teve na Supertaça, o João "pode ser" Ferreira regressa para o Paços Ferreira x Braga, enquanto que o Nacional x FC Porto será arbitrado pelo Bruno "Campo Maior" Paixão.
Para duas deslocações que se prevêem muito difíceis (ainda por cima após jogos europeus), não há dúvida que Vítor Pereira foi criterioso e escolheu os árbitros a dedo...
(*) expressão usada por Pedroto no final dos anos 70
Conselho de Segurança convoca Reunião de Emergência
Nova Iorque (das agências)- O Conselho de Segurança das Nações Unidas anunciou hoje que vai reunir de emergência num dos próximos dias para discutir a queixa do Sport Lisboa e Benfica relativa à arbitragem de Guimarães e à violação do cessar-fogo na Guerra da Pedrada. Os três Luíses - Luís, Luizinho e Luisão - dirigir-se-ão ao Conselho. O Secretário-Geral Ban Ki-moon (na foto) apelou entretanto aos beligerantes para usarem de moderação e disse que a organização a que preside não pode deixar de estar preocupada com a actual classificação da Instituição, pelo que isso encerra de perigo para a paz mundial. "Sou sócio do Benfica, claro", disse aos jornalistas. "Aliás, como amplamente revelado pela comunicação social portuguesa, sou um dos 7.486 adeptos do clube na Coreia do Sul. E nessa qualidade estou plenamente solidário com o Glorioso. Nós não queremos ser beneficiados, só queremos que tratem toda e qualquer queda dos nossos jogadores na área adversária esta época como as trataram na época passada. Não podemos aceitar esta disparidade de critérios."
"Sou benfiquista e assumo-o"
«Ainda na sequência do clássico [FC Porto x slb da época passada], Olegário Benquerença terá admitido, perante o delegado da Liga João Eusébio e o director de campo do FC Porto, Eduardo Valente, ser benfiquista. No final da partida, o árbitro terá tentado confirmar o resultado do Sporting, mostrando-se surpreendido com a derrota da equipa de Alvalade em casa, reacção que levou os presentes a questionar a sua preferência clubística. "Sou benfiquista e assumo-o", terá referido então o árbitro de Leiria.»
in O JOGO, 06/05/2010
Conforme se sabe, no FC Porto x slb da época passada (disputado em Maio), os dragões tiveram de jogar 39 minutos com menos um jogador, em consequência de uma habilidade protagonizada pelo senhor Olegário, que não só não assinalou um penalty a favor do FC Porto como, ainda por cima, expulsou o Fucile por suposta simulação.
Aliás, a arbitragem de Olegário nesse jogo foi tão “boa”, que até o normalmente calmo Jesualdo foi expulso aos 60 minutos: “Percebi que havia falta de coragem. Utilizei um termo que todos conhecem quando alguém não tem coragem e acabei expulso. Mas não me importo, porque para defender os meus jogadores vou até aos limites de mim próprio”, afirmou o ex-treinador do FC Porto.
Três meses antes, num outro clássico (sporting x slb, disputado em Alvalade), Olegário também já tinha expulso um jogador da equipa adversária dos encarnados. Foi João Pereira, expulso logo ao sétimo minuto do jogo, após uma entrada dura (com mais aparato do que outra coisa) sobre Ramires. Olegário Benquerença não teve complacência e mostrou de imediato o cartão vermelho.
Atendendo à atitude de Olegário nos lances que motivaram as expulsões de Fucile e de João Pereira, poder-se-ia pensar estarmos perante um árbitro implacável, que não hesita em expulsar jogadores. O problema é que depois revemos a sua arbitragem lamentável no slb x Nacional, disputado em Janeiro onde, entre outras situações de inclinação acentuada do relvado da Luz, fez vista grossa a um lance em que Luisão, sem estar a disputar a bola, pontapeou um adversário (Leandro Salino) que se encontrava caído no relvado.
Apesar do que se passou na época passada, parece que a turba encarnada, com A Bola à cabeça, para desviar as atenções e satisfazer o desejo de sangue dos adeptos, pretende “crucificar” o também benfiquista Benquerença e fazer dele o bode expiatório do péssimo início de época. Acho muito bem. Precisam de ajuda?
P.S.1 Para ‘O Tribunal de O JOGO’, que é composto pelo ex-árbitro preferido de Luís Filipe Vieira (Paulo Paraty) e por dois ex-árbitros de Lisboa (Jorge Coroado e Pedro Henriques), o “escândalo” de Guimarães resume-se a um penalty por marcar e um fora-de-jogo (na queima) mal sancionado a Saviola na primeira parte. O resto faz parte daquilo que um dia o Marinho Peres afirmou: “Quem não chora, não mama”.
P.S.2 Na próxima jornada há um slb x sporting e a estratégia benfiquista de enorme pressão sobre a Liga e os árbitros já motivou uma reacção do presidente da AG do Sporting. Olha logo com quem, se há quem perceba estas estratégias são os “calimeros”…
in O JOGO, 06/05/2010
Conforme se sabe, no FC Porto x slb da época passada (disputado em Maio), os dragões tiveram de jogar 39 minutos com menos um jogador, em consequência de uma habilidade protagonizada pelo senhor Olegário, que não só não assinalou um penalty a favor do FC Porto como, ainda por cima, expulsou o Fucile por suposta simulação.
Aliás, a arbitragem de Olegário nesse jogo foi tão “boa”, que até o normalmente calmo Jesualdo foi expulso aos 60 minutos: “Percebi que havia falta de coragem. Utilizei um termo que todos conhecem quando alguém não tem coragem e acabei expulso. Mas não me importo, porque para defender os meus jogadores vou até aos limites de mim próprio”, afirmou o ex-treinador do FC Porto.
Três meses antes, num outro clássico (sporting x slb, disputado em Alvalade), Olegário também já tinha expulso um jogador da equipa adversária dos encarnados. Foi João Pereira, expulso logo ao sétimo minuto do jogo, após uma entrada dura (com mais aparato do que outra coisa) sobre Ramires. Olegário Benquerença não teve complacência e mostrou de imediato o cartão vermelho.
Atendendo à atitude de Olegário nos lances que motivaram as expulsões de Fucile e de João Pereira, poder-se-ia pensar estarmos perante um árbitro implacável, que não hesita em expulsar jogadores. O problema é que depois revemos a sua arbitragem lamentável no slb x Nacional, disputado em Janeiro onde, entre outras situações de inclinação acentuada do relvado da Luz, fez vista grossa a um lance em que Luisão, sem estar a disputar a bola, pontapeou um adversário (Leandro Salino) que se encontrava caído no relvado.
Apesar do que se passou na época passada, parece que a turba encarnada, com A Bola à cabeça, para desviar as atenções e satisfazer o desejo de sangue dos adeptos, pretende “crucificar” o também benfiquista Benquerença e fazer dele o bode expiatório do péssimo início de época. Acho muito bem. Precisam de ajuda?
P.S.1 Para ‘O Tribunal de O JOGO’, que é composto pelo ex-árbitro preferido de Luís Filipe Vieira (Paulo Paraty) e por dois ex-árbitros de Lisboa (Jorge Coroado e Pedro Henriques), o “escândalo” de Guimarães resume-se a um penalty por marcar e um fora-de-jogo (na queima) mal sancionado a Saviola na primeira parte. O resto faz parte daquilo que um dia o Marinho Peres afirmou: “Quem não chora, não mama”.
P.S.2 Na próxima jornada há um slb x sporting e a estratégia benfiquista de enorme pressão sobre a Liga e os árbitros já motivou uma reacção do presidente da AG do Sporting. Olha logo com quem, se há quem perceba estas estratégias são os “calimeros”…
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Vão devolver esta taça?
«Equacionar, em face do desgaste e da falta de garantias de isenção na arbitragem agora evidenciadas, a participação na presente edição da Taça da Liga.»
Comunicado do slb
E será que vão equacionar devolver a "Taça Lucílio Baptista"?
Pode ser no camarote da Luz?
«Solicitar ao Senhor Ministro da Administração Interna uma audiência para debater a violência de que a equipa do Benfica tem sido alvo cada vez que se desloca ao Porto.»
Comunicado do slb
Solicitar uma audiência ao Ministro da Administração Interna? Para quê tanto formalismo? Porque não aproveitar o facto do actual e do anterior ministro da Administração Interna serem frequentadores habituais do camarote presidencial do estádio da Luz?
Já agora, sugeria aos preocupados dirigentes benfiquistas, que aproveitassem a ocasião para perguntar ao senhor Ministro da Administração Interna o seguinte:
i) Na sequência da tentativa de agressão de que o presidente do FC Porto foi alvo à saída do hotel em Lisboa, umas horas antes do último slb x FC Porto, foi aberto algum inquérito?
ii) Em 24 de Janeiro passado, o autocarro do FC Porto e o carro de Pinto da Costa foram apedrejados na A5, próximo da saída para o Estoril. Que medidas foram tomadas para apanhar os delinquentes e evitar que este tipo de situação se repita de cada vez que a equipa do FC Porto se desloca a Lisboa?
iii) Em 16 de Maio, depois do jogo da final da Taça de Portugal, um autocarro e várias viaturas ligeiras com adeptos do FC Porto, foram alvo de uma autêntica metralha de calhaus na saída da CRIL para a 2ª Circular. Em que ponto está a investigação? Os delinquentes já foram identificados?
Ficamos na expectativa de respostas concretas a estas perguntas.
P.S. Na foto que ilustra este texto, consegue-se descortinar o actual e o anterior Ministro da Administração Interna (Rui Pereira e António Costa), o Ministro da Justiça (Alberto Martins) e um ex-Ministro dos Assuntos Parlamentares (Rui Gomes da Silva). Clube do Regime? Nãããã…
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