Paixão e razão (I)
Paixão e razão (II)
Paixão e razão (III)
Para onde pende o adepto do FCP, quando confrontado com o dinheiro que terá de despender por ser sócio e ter um lugar anual, ou ver os jogos pela TV do café, animado de outros portistas na sua situação?
Se os rendimentos são suficientes, de facto não é um problema dar mais algum para a causa do clube do coração que, ainda por cima, anda (andava) a ganhar tudo, incluindo aos mouros. Quer se vá, quer não se vá ver os jogos ao estádio, lá se vai dando para o clube, quanto mais não seja para manter o número de sócio, que já vem desde pequenino.
O dilema começa quando o rendimento não é folgado, é preciso fazer contas à vida, e dar explicações domésticas sobre as vantagens de dar dinheiro a uma empresa que paga milionariamente aos seus empregados, ganha e gasta milhões na sua actividade e andam todos de Porsche, mesmo que esta seja a empresa do seu coração.
Para além do problema das explicações domésticas, há o próprio dilema de cada um, que sabe quanto lhe custa ganhar o pão nosso de cada dia. Por outro lado, ir ver a “SporTb” ao café lá do bairro, é como ir ao estádio! Só mesmo se é uma daquelas paixões doentias, que nem que os filhos passem fome, não dá para perder um jogo do clube junto com a equipa.
Há depois os intermédios, os iluminados pela razão, que ponderam todas as razões, e analisam as vantagens e desvantagens de aderir ao clube como pagante. Esse faz todas as contas e considera as razões invocadas pelo José Correia no seu interessante artigo. Há que reconhecer que o FCP tem muito que andar no que toca a atrair este tipo de adeptos, que até podem pagar, mas que ponderam se de facto também lucram alguma coisa por isso. Quando a coisa corre bem desportivamente, lá se consegue angariar mais uns sócios, mas fidelizá-los é outro desafio. Isso obriga a uma situação win-win para sócio e clube, que o FCP não tem conseguido fazer.
Hoje em dia, as seduções às pessoas são muitas e elas têm muito onde gastar o seu dinheiro, pelo que é preciso cativá-las, não só para ir ao estádio, quando a equipa atravessa um bom momento, mas para continuarem sócias mesmo quando a equipa atravessa o deserto, e isso só se consegue se o sócio também ganhar com isso.
Pessoalmente, a minha experiência é um bocado negativa, e acho mesmo que os sócios são desprezados, talvez devido à convicção que o futebol é só paixão. Mas não é. Ainda conservo o meu cartão de sócio, com o selo de 2004! Ainda hoje não lhes consegui perdoar o facto de não ter conseguido entrar no estádio no último jogo do ano, um jogo que já não contava para nada, era só de festa, mas eu queria estar lá. Tendo ido de moto, fui como de costume deixar o capacete no local habitual e a tempo e horas. Não houve ninguém para me atender. Nada funcionava. Essa frustração, e a atenção com que comecei a analisar outros aspectos desde então, levaram-me a concluir que onde o FCP é bom mesmo é no futebol, o resto é do século passado.
Quase tudo o que envolve os sócios é mal organizado e quase sempre são tratados com pouca atenção. Quando recebi a recente carta do nosso presidente, convidando à re-adesão ao clube, apeteceu-me responder-lhe igualmente por carta, o que vai feito por esta via, que sempre deve ter mais leitores. Para voltar a ser sócio, senhor presidente, no meu caso, basta que comecem a respeitar mais os sócios, em tudo o que isso significa, que paixão pelo FCP já eu tenho.
Se os rendimentos são suficientes, de facto não é um problema dar mais algum para a causa do clube do coração que, ainda por cima, anda (andava) a ganhar tudo, incluindo aos mouros. Quer se vá, quer não se vá ver os jogos ao estádio, lá se vai dando para o clube, quanto mais não seja para manter o número de sócio, que já vem desde pequenino.
O dilema começa quando o rendimento não é folgado, é preciso fazer contas à vida, e dar explicações domésticas sobre as vantagens de dar dinheiro a uma empresa que paga milionariamente aos seus empregados, ganha e gasta milhões na sua actividade e andam todos de Porsche, mesmo que esta seja a empresa do seu coração.
Para além do problema das explicações domésticas, há o próprio dilema de cada um, que sabe quanto lhe custa ganhar o pão nosso de cada dia. Por outro lado, ir ver a “SporTb” ao café lá do bairro, é como ir ao estádio! Só mesmo se é uma daquelas paixões doentias, que nem que os filhos passem fome, não dá para perder um jogo do clube junto com a equipa.
Há depois os intermédios, os iluminados pela razão, que ponderam todas as razões, e analisam as vantagens e desvantagens de aderir ao clube como pagante. Esse faz todas as contas e considera as razões invocadas pelo José Correia no seu interessante artigo. Há que reconhecer que o FCP tem muito que andar no que toca a atrair este tipo de adeptos, que até podem pagar, mas que ponderam se de facto também lucram alguma coisa por isso. Quando a coisa corre bem desportivamente, lá se consegue angariar mais uns sócios, mas fidelizá-los é outro desafio. Isso obriga a uma situação win-win para sócio e clube, que o FCP não tem conseguido fazer.
Hoje em dia, as seduções às pessoas são muitas e elas têm muito onde gastar o seu dinheiro, pelo que é preciso cativá-las, não só para ir ao estádio, quando a equipa atravessa um bom momento, mas para continuarem sócias mesmo quando a equipa atravessa o deserto, e isso só se consegue se o sócio também ganhar com isso.
Pessoalmente, a minha experiência é um bocado negativa, e acho mesmo que os sócios são desprezados, talvez devido à convicção que o futebol é só paixão. Mas não é. Ainda conservo o meu cartão de sócio, com o selo de 2004! Ainda hoje não lhes consegui perdoar o facto de não ter conseguido entrar no estádio no último jogo do ano, um jogo que já não contava para nada, era só de festa, mas eu queria estar lá. Tendo ido de moto, fui como de costume deixar o capacete no local habitual e a tempo e horas. Não houve ninguém para me atender. Nada funcionava. Essa frustração, e a atenção com que comecei a analisar outros aspectos desde então, levaram-me a concluir que onde o FCP é bom mesmo é no futebol, o resto é do século passado.
Quase tudo o que envolve os sócios é mal organizado e quase sempre são tratados com pouca atenção. Quando recebi a recente carta do nosso presidente, convidando à re-adesão ao clube, apeteceu-me responder-lhe igualmente por carta, o que vai feito por esta via, que sempre deve ter mais leitores. Para voltar a ser sócio, senhor presidente, no meu caso, basta que comecem a respeitar mais os sócios, em tudo o que isso significa, que paixão pelo FCP já eu tenho.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Paulo Vanzeler Monteiro a elaboração deste artigo.