terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Atitudes simiescas"

No programa 'Prolongamento' de ontem, no meio de diversos ataques nojentos acerca do carácter de João Moutinho e do treinador do FC Porto, o representante do Sporting classificou o comportamento de André Villas-Boas no banco de "atitudes simiescas". E, ao contrário do que se possa pensar, não se tratou de um lapsus linguae, porque Eduardo Barroso repetiu esta expressão três ou quatro vezes.

O Dr. Pôncio Monteiro é, indiscutivelmente, um grandessíssimo portista mas, atendendo à sua idade, e depois do AVC que sofreu, é uma pena que já não tenha a energia para enfrentar este doutor de maus fígados e responder-lhe com o tom e conteúdo que ele merecia.

P.S. Penso que as afirmações alarves do dr. Barroso, mereciam uma resposta mais séria e contundente do que estas pequenas labaredas.

Mais uma vez contra 14

Não é preciso analisar à lupa a actuação de Jorge Sousa no último Sporting x FC Porto, para se constatar que estivemos perante uma arbitragem de campo inclinado, com vários erros graves, prejudicando sempre a mesma equipa – o FC Porto – e que, por isso, teve uma enorme influência no resultado final. As imagens são claríssimas e as opiniões de ex-árbitros vão todas no mesmo sentido. Contudo, parece que não se passou nada de especial. Não houve capas de jornais inflamadas, o futebol português não está de luto e ninguém clamou para que o árbitro fosse remetido para a “jarra”.

O que diria a comunicação social do regime e os “calimeros de Alvalade”, se o golo do FC Porto tivesse sido precedido de um fora-de-jogo indiscutível do marcador do mesmo, se um jogador azul-e-branco tivesse entrado por trás e cravado os pitões na perna de um sportinguista (como Maniche fez a Moutinho aos 60’) ou se, devido a um erro/precipitação do árbitro, a equipa leonina tivesse sido obrigada a jogar com menos um durante os últimos 25 minutos? Não é preciso ser bruxo, porque todos sabemos a resposta.
Em contraponto, muitos portistas acham quase normal ser prejudicados em jogos contra os “viscondes”, principalmente quando esses jogos são disputados em Alvalade ou em campo neutro. E, de facto, analisando a história destes confrontos têm razão para isso.

Para não ficar por generalidades, ou insinuações vagas, para além deste último jogo, recordo mais nove (!) Sporting x FC Porto deste século, marcados por arbitragens vergonhosas e campos inclinados.

Época 2001/02, Agosto de 2001, (Campeonato, Alvalade)
Árbitro: Lucílio Baptista
1ª jornada de um campeonato que viria a ser ganho pelo Sporting. Logo aos 35 minutos, o senhor Lucílio Baptista expulsou o Costinha, mostrando-lhe o 2º cartão amarelo, após uma simulação grosseira de João Vieira Pinto. A televisão mostrou, de forma clara, que o Costinha nem sequer tocou no “grande artista”. O FC Porto jogou quase uma hora com menos um jogador e já perto do fim, sofreu um golo e perdeu o jogo por 0-1.


Época 2002/03, 12 de Janeiro de 2003, (Campeonato, Alvalade)
Árbitro: Lucílio Baptista
«Não foi mas podia ter sido complicado o resultado da arbitragem de Lucílio Baptista (...). Só que a vitória portista foi tão incontestável que ninguém vai dar o relevo que teriam noutras situações três lances de grande penalidade não assinalados, todos a favor do FC Porto. Dois deles foram flagrantes (puxão de Kutuzov a Derlei na área do Sporting, aos 33', e mão de Contreras na área para travar um cruzamento de Clayton, aos 81'), mas o terceiro dificilmente o árbitro poderia ter visto, pois estava a colocar-se no terreno quando Tiago, ao pontapear a bola na área, atingiu primeiro Jorge Costa.»
O JOGO, 13/01/2003

Para além destes três lances, houve um quarto penalty não assinalado, na jogada que precedeu o golo do FC Porto. Quatro penalties, a favor do FC Porto, que ficaram por assinalar num só jogo!


Época 2003/04, 31 de Janeiro de 2004, (Campeonato, Alvalade)
Árbitro: Lucílio Baptista
Foi o terceiro Sporting x FC Porto consecutivo arbitrado por Lucílio Baptista (fantástico o critério das nomeações!) e, se um ano antes tinha feito vista grossa a quatro penalties a favor do FC Porto, desta vez não hesitou em assinalar dois penalties contra os dragões. Mas o desafio teve muitos mais casos de arbitragem de claro prejuízo do FC Porto, os quais podem ser recordados aqui.
No final do jogo, os dirigentes do Sporting consideraram que o árbitro tinha realizado um “bom trabalho”, o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga (o confesso sportinguista Luís Guilherme) considerou a arbitragem de Lucílio Baptista "extremamente positiva" e os jornais Record e A Bola atribuíram-lhe uma elevada pontuação.


Época 2004/05, 21 de Março de 2005, (Campeonato, Alvalade)
Árbitro: João Ferreira
«McCarthy e Seitaridis terão sido mal expulsos do clássico no entender dos especialistas de O JOGO. No lance do grego, punido com vermelho pela grande penalidade cometida, as críticas a João Ferreira são unânimes: Seitaridis deveria ter visto apenas um amarelo por cortar uma linha de passe e não uma situação de golo iminente. Na avaliação feita à cotovelada do sul-africano, apenas António Rola aceita o entendimento do árbitro, apesar de, à semelhança dos outros, ter ressalvado que achava a expulsão demasiado severa.»
‘Tribunal de O JOGO’, 22/03/2005

«Ontem, ao minuto 35 do jogo de Alvalade, o Sr. João Ferreira decidiu abrir o caminho do título ao Benfica, juntando-se a uma vasta campanha nacional em curso que tem como objectivo levar o Benfica ao título, nem que seja por decreto-lei. (...) De uma assentada, o Sr. João Ferreira conseguiu atingir duplamente o FC Porto: tomando decisões que se revelaram determinantes na derrota e privando a equipa de contar com McCarthy para os jogos seguintes.»
Miguel Sousa Tavares, A Bola, 22/03/2005


Época 2007/08, 11 de Agosto de 2007, (Supertaça, Leiria)
Árbitro: Bruno Paixão
Logo ao 2º minuto, zás, amarelo para o Paulo Assunção e passados mais oito minutos foi a vez de Pedro Emanuel, após ter feito uma falta normalíssima, também ficar amarelado. E assim, ao minuto 10, um dos defesas-centrais e o médio-defensivo (um jogador-chave nas compensações defensivas dos dragões) já estavam condicionados para o resto do jogo.
Poucos minutos após o início da 2ª parte, e ainda com o resultado em branco, deu-se o caso do jogo. Dentro da área do Sporting, Tonel corta a bola com a mão bem acima da cabeça. Os jogadores viram e o público, a avaliar pela reacção vinda da bancada, também não teve dúvidas. Penalty claríssimo em qualquer parte do mundo (e amarelo para Tonel), mas que Bruno Paixão (bem posicionado) e o árbitro-assistente que acompanhava o ataque do FC Porto decidiram ignorar.


Época 2007/08, 18 de Maio de 2008, (Taça de Portugal, Jamor)
Árbitro: Olegário Benquerença
Para além da enorme dualidade de critérios na mostragem dos cartões, em claríssimo prejuízo do FC Porto, o lance mais flagrante, em que Olegário mostrou ao que vinha, ocorreu aos 71 minutos, instantes antes da expulsão de João Paulo. Primeiro Polga e depois Miguel Veloso derrubam Lisandro dentro da área do Sporting, em ambos os casos sem nunca tocarem na bola. Fruto desta decisão de Benquerença, de uma situação em que o FC Porto poderia ter passado para uma vantagem no marcador, passou, isso sim, a jogar com menos um jogador!
O jogo terminou com os sportinguistas em festa e com os jogadores do FC Porto a chorar, com a revolta estampada no rosto. O festival dado por Olegário neste jogo pode ser recordado aqui.


Época 2008/09, Agosto de 2008, (Supertaça)
Árbitro: Carlos Xistra
Logo no jogo de abertura da época, a Supertaça Cândido de Oliveira entre o Sporting e o FC Porto, Xistra perdoou a expulsão a dois sportinguistas, conforme pode ser recordado aqui.


Época 2008/09, 9 de Novembro de 2008, (Taça de Portugal, Alvalade)
Árbitro: Bruno Paixão
Uma arbitragem desastrosa, com erros a prejudicar as duas equipas mas, quer no aspecto técnico, quer no disciplinar, não há dúvida para que lado é que o campo esteve inclinado. Por exemplo, perante a habitual pressão histérica do público de Alvalade, Bruno Paixão amarelou três jogadores do FC Porto entre os 37 e os 46 minutos. Nesta altura do jogo, o FC Porto tinha um total de 6 faltas (uma média de um cartão amarelo por cada duas faltas!), enquanto o Sporting já ia em 16 faltas (e zero cartões). Mas houve muito mais, que pode ser recordado aqui.


Época 2008/09, 4 de Fevereiro de 2009, (Taça da Liga - Meia-final, Alvalade)
Árbitro: Carlos Xistra
A forma como Xistra inventou dois penalties, invertendo um resultado de 1-0 a favor do FC Porto para o 2-1 que abriu caminho à vitória leonina, ficou nos registos como uma das maiores poucas vergonhas dessa época.

"Tal como há fantásticos jogadores e treinadores que tomam opções erradas, o mesmo acontece com os árbitros. Estamos na presença de um excelente árbitro, mas que se equivocou numa fase de jogo em que o marcador estava em 1-1, num lance em que Postiga devia ter levado segundo amarelo por simulação e o Sporting ficava com dez jogadores. Em vez disso assinalou penalty contra nós, um de dois mal assinalados. Há lances que são grande penalidade e não o são no nosso estádio. É difícil conseguir clima de tranquilidade na arbitragem, assim. É com isto que temos de viver."
José Gomes (treinador-adjunto do FC Porto), na conferência de imprensa


É por estas e por outras, que alguns sportinguistas deviam lavar a boca quando falam no “Sistema” ou em Apitos. Mas não, para além de uma memória altamente selectiva, chegam ao ponto de se queixarem até em jogos que são beneficiados!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

SMS do dia - CXVII

Lá como cá, aplica-se a chapa 5.

Mas por cá, continua-se a ver a coisa pelo lado de quem leva 5.

Não era mais saudável exaltar o bom futebol?

“Fruta podre” em Alvalade

Após termos visto dezenas de maças a “nascerem” no relvado de Alvalade (sim, porque os adeptos do clube do visconde são todos gente muito civilizada e incapaz de atirar maças para dentro das quatro linhas) e, principalmente, depois da “brilhante e isentíssima” arbitragem de Jorge Sousa, é uma pena que o Zé Diogo Quintela, um especialista em “fruta” e em arbitragens (no último ano falou aí umas 347 vezes do Beira Mar – FC Porto disputado em Abril de 2004), tenha deixado de escrever em A Bola. Com tanta “fruta podre” e uma arbitragem a roçar a podridão, esta semana não ia faltar material para este “gatinho” escrever uma crónica com alguma piada…

Outro parvo no teu lugar

Dizia o homem (que pelos vistos é subintendente da PSP):

- Maças não vão entrar, e espero que bolas de golfe também não, no entanto como sabe a claque lá mais a norte é muito pródiga na utilização de bolas de golfe.


Eu acho uma piada do caraças a estes artistas, e outros que tais que se surpreendem pela entrada de bolas de golfe, petardos, galinhas, cabeças de porco, maças ou coisas que tais. Será que alguma vez foram a um estádio de futebol sem ser pelas portas VIP? As revistas servem para dissuadir e pouco mais, porque quem quiser entrar com bolas de golfe, entra, quem quiser entrar com petardos, entra.

E como era óbvio:

não é só a claque cá mais a norte que é pródiga em bolas de golfe, a estupidez é universal.

Isto só acaba quando houver um série de problemas sérios - o gajo que a semana passada em Alvalade ficou sem 3 dedos ao rebentar um petardo, quase que aposto que não vai repetir a graça. E fazendo aqui um parêntesis, um dia gostava de saber o que é que o pessoal gosta nos petardos, eu até percebo as tochas, as bombas de fumo, isto sem falar nos velhos extintores, sempre dão outro colorido ao estádio, mas agora um petardo? Para quê?

Mais do que andarem a dizer que não entra isto ou aquilo, deviam era deixar bem claro que os principais prejudicados podem vir a ser os próprios clubes, para que um gajo que lance um bola de golfe - e os gajos que estão à sua volta e acham piada - perceba que com aquele acto pode estar a prejudicar seriamente o clube que diz amar. O dia em que existir um interdição podem descobri-lo pelas piores razões.

Infelizmente tem de ser a mentalidade dos espectadores a mudar, como mudou em relação a tantas outras coisas. Lembro o  tempo em que havia redes a separar o terreno de jogo das bancadas, lembro a quantidade de situações de pessoal a subir as redes à mínima discordância com uma decisão do árbitro, lembro várias vezes ver as redes irem abaixo. Hoje sem nada a separar, há muito mais civismo.

É deste civismo que precisamos para que acabem os arremessos de objectos. Era nisto que a polícia se devia empenhar e deixar-se de fazer comentários parvos, e não é só o comentário é o tom jocoso com que foi feito, sobre o pessoal cá de cima.

domingo, 28 de novembro de 2010

O Labaredas e A Bola


Sportinguista durante hora e meia?

Os especialistas em arbitragem e cronistas falam em erro com influência no resultado, expulsão perdoada a Maniche e má análise no vermelho a Maicon. Foi isso, de facto, que a esmagadora maioria dos olhos presentes em Alvalade viu. Entre os «cegos», todavia, encontrava-se Fernando Guerra. A sua apreciação ao trabalho do árbitro é «brilhante». Pergunta o Labaredas: será que esta cabeça pensante de A Bola virou sportinguista durante hora e meia ou é mesmo ódio ao FC Porto?

Nota 6: «Trabalho complicado em cenário de muita turbulência. As maças, os comportamentos, as entradas, enfim, houve de tudo um pouco, até duas expulsões. Pode queixar-se o FC Porto da posição irregular de Valdés no golo, mas o lance é dos merecem condescendência, pelo menos…»

Para além da gralha, uma ideia ressalta desta observação «minuciosa»: será que Jorge Sousa deixou de ser persona non grata, caro Guerra?

in Labaredas, 28/11/2010

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Mais do que questionar o súbito ataque de sportinguismo do jornalista encarnado Fernando Guerra, gostava de ter visto umas labaredas mais incisivas para com o árbitro do Sporting x FC Porto. É que eu estou-me a marimbar para o anti-portismo dos jornalistas de A Bola mas, relativamente à arbitragem de ontem, não faltam motivos para uma enorme chama de revolta.

E, já agora, também não ficavam mal uns recados para o senhor Vítor Pereira, porque se nos calarmos, é certo e sabido que o senhor Jorge Sousa não irá para a "jarra", nem esta miserável arbitragem irá merecer qualquer análise na sua próxima "palestra".

Ora foi o mal menor

Diz a lei 11:
Posição de fora-de-jogo
Estar em posição de fora-de-jogo não constitui por si só uma infracção.
Um jogador encontra-se em posição de fora-de-jogo se:
estiver mais perto da linha de baliza adversária do que a bola e o penúltimo adversário
Um jogador não se encontra em posição de fora-de-jogo se:
  • estiver no seu próprio meio campo ou
  • estiver em linha com o penúltimo adversário ou
  • estiver em linha com os dois últimos adversários
Infracção
Um jogador na posição de fora-de-jogo só deve ser penalizado se, no momento em que a bola é tocada ou jogada por um colega de equipa, o jogador toma, na opinião do árbitro, parte activa do jogo:
  • intervindo no jogo ou
  • influenciando um adversário ou
  • tirando vantagem dessa posição
Diz a lei 12:
Falta grosseira
Um jogador comete uma falta grosseira se utilizar uma força excessiva ou brutalidade contra um seu adversário na disputa da bola, quando esta está em jogo.
Um tacle que ponha em perigo a integridade física de um adversário deverá ser sancionado como falta grosseira.
Qualquer jogador que ataque um adversário na disputa da bola, de frente, de lado ou por trás, utilizando um ou os dois pés, com força excessiva, pondo em perigo a integridade física do adversário, torna-se culpado de uma falta grosseira.
A lei da vantagem não deve ser aplicada em situações de faltas grosseiras, a menos que se trate de uma clara ocasião de marcar um golo. O árbitro deverá exibir o cartão vermelho na próxima interrupção de jogo.
Um jogador culpado de uma falta grosseira deve ser expulso e o jogo deve recomeçar com um pontapé-livre directo no local em que a falta foi cometida (ver Lei 13 – Local dos pontapés-livres) ou com um pontapé de grande penalidade (se a falta foi cometida dentro da área de grande penalidade do jogador infractor)
Impedir um golo ou destruir uma ocasião clara de golo
Existem duas infracções passíveis de expulsão relacionadas com o facto de impedir um golo ou destruir uma ocasião clara de golo. A falta não tem de ser necessariamente cometida dentro da área de grande penalidade.
Se o árbitro aplica a lei da vantagem aquando de uma ocasião clara de golo e o golo é obtido directamente, embora o adversário toque na bola com a mão ou cometa uma infracção, o jogador não deve ser expulso, mas deve ser advertido.
Os árbitros devem considerar as seguintes circunstâncias para decidir se devem expulsar o jogador por impedir um golo ou destruir uma clara oportunidade de golo:
  • a distância entre o local da falta e a baliza
  • a possibilidade de manter ou controlar a bola
  • a direcção da jogada
  • a posição e o número de defensores
  • a falta que impede o adversário duma clara oportunidade de golo, que pode ser sancionada com um pontapé-livre directo ou indirecto.

Ora eu diria que o golo do Sporting deveria ter sido anulado por fora de jogo
Ora eu diria que o Maniche faz uma falta grosseira sobre o J. Moutinho
Ora eu diria que o Maicon não impede uma clara oportunidade de golo


Ora dito isto, eu diria que não foi só por isto que não ganhámos o jogo. Não ganhámos, também, porque estivemos abaixo daquilo que podemos e sabemos fazer.

Ora tudo começou com uma surpresa, pelo menos para mim, esperava que o Fucile jogasse, notou-se no Rafa algum medo sobretudo a atacar, lembro uma boa abertura do Hulk que ele centrou de 1ª, mas com mais confiança entrava na área e criava uma situação de verdadeiro perigo.
Ora se o Falcao tem marcado aos 8 minutos, na praticamente única jogada decente no 1º tempo, se calhar tudo era diferente.
Ora se o Maicon e o Fernando, principalmente estes, não têm perdido tanta bola e em zona proibidas, o adversário quase que não conseguia fazer jogadas de perigo - o tiro do Pedro Mendes à barra é a excepção que confirma a regra.
Ora se tivéssemos jogado os 90 minutos, como jogámos após o intervalo, agora estávamos muito mais contentes.
Ora o incrível Hulk, mesmo estando na jogada do golo, está a perder gás, e o Varela continua a não ser consistente, tanto faz um grande jogo, como depois anda 2 ou 3 sem fazer nada de jeito - que se ponha a pau, o Mariano vai regressar em breve :-D

Fotos gamadas no maisfutebol
Ora este foi o segundo empate a 1
Ora este foi o segundo jogo que acabámos com 10
Ora este foi o segundo jogo em que o AVB foi expulso

Ora continua a ser um prazer ouvir as conferências de imprensa do AVB.

sábado, 27 de novembro de 2010

Números da semana (VIII)

0 golos marcados pelo slb, nos três jogos fora de casa da fase de grupos da Liga dos Campeões.

0,8 golos por jogo é a média de Falcao desde que representa o FC Porto (47 golos em 59 jogos - 34 em 41 jogos na época passada e 13 em 18 jogos oficiais nesta época).

2,8 remates por jogo de Belluschi no campeonato (num total de 28 remates).

5 assistências para golo feitas por Belluschi esta época (2 no campeonato, 2 na Liga Europa e 1 na Supertaça).

8 derrotas do slb em jogos oficiais, na época 2010/11, perante o FC Porto (duas vezes), Académica, Nacional, V. Guimarães, Schalke, Lyon e Hapoel.

31 golos já marcados por Falcao no campeonato português (em 38 jogos disputados).

49 golos marcados pelo FC Porto nos 20 jogos oficiais disputados esta época - Hulk (16), Falcão (13), Varela (7), Walter (4), Belluschi (2), Rolando (2) e, com 1 golo, Souza, Ruben Micael, Otamendi, Fernando e João Aurélio (Nacional) na própria baliza.

209 passes curtos feitos por Belluschi nos jogos do campeonato (186 tiveram sucesso e apenas 23 não atingiram o destinatário).

De alma e coração

"Esta é uma equipa mais motivada, mais unida, mais à Porto. Eu disse no ano passado que teríamos um plantel à Porto e acho que o temos. A primeira condição para ser um jogador à Porto é estar de alma e coração no clube. No ano passado, se calhar, nem todos estavam. Isto não é uma crítica, é uma constatação. Este ano, apesar de quase diariamente serem colocados noutros clubes, os jogadores até se riem disso, estão de alma e coração no FC Porto."
Pinto da Costa, no 40º aniversário da Casa do FC Porto em Lisboa

Quero ser presidente do slb

«Centenas de árvores foram cortadas no pinhal do Gancho, entre Altura e Monte Gordo, para dar lugar a mais um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN), com 2041 camas e campo de golfe. Os ambientalistas clamam contra mais um "crime anunciado". O promotor é Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, que obteve do Ministério do Ambiente o reconhecimento de "interesse público" para um projecto que esteve mais de duas décadas adormecido.»
09.12.2008
in PUBLICO.pt

«O presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, José Estevens, já formalizou a aprovação do alvará de loteamento do resort Verdelago, o que vai permitir o arranque da obra nas próximas semanas.»
19.02.2009
in barlavento.pt

«O projecto do ‘resort' Verdelago, em Castro Marim, no Algarve, já se arrasta há cerca de 18 anos, dez dos quais nas mãos da Inland. Comprado em 2001 pela empresa de Luís Filipe Vieira (presidente do SL Benfica), a obra - que foi considerada um Projecto de Interesse Nacional (PIN) em 2006 - sofreu uma série de alterações por questões ambientais. No entanto, agora está pronto a avançar. As obras de infra-estrutura deste ‘resort' de 250 milhões de euros ficam concluídas hoje e, segundo o administrador da Inland, Tiago Vieira, "em finais de Fevereiro ou início de Março do próximo ano" arranca a construção dos edifícios.»
26.11.2010
in Diário Económico

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Já ouviram falar em networking? Dizem os especialistas que para o desenvolvimento de uma carreira de sucesso é fundamental criar bons relacionamentos. É por isso que eu, quando for grande, quero ser presidente do slb.
Para quê?
Para, de forma totalmente altruísta, manter um estreito relacionamento com diversos presidentes de câmaras (Lisboa, Seixal, Sintra, etc.).
Para, de forma totalmente altruísta, encher o camarote da Luz de membros do governo e altos funcionários do Estado.
Para, de forma totalmente altruísta, convidar para os órgãos sociais do clube e da SAD ex-deputados, ex-ministros ou pessoas na calha de o serem.
Para, enfim, criar fundações altruístas, como a Fundação Benfica.

Qual política, qual golfe, qual quê, para networking não há melhor cargo em Portugal do que ser presidente da instituição…

P.S. Às vezes o “networking” corre mal. O Godinho e o Vara que o digam…

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Os melhores clubes da década


A três meses do final de 2010, a Federação Internacional de História e Estatística (IFFHS) publicou o seu ranking dos melhores clubes europeus da década (2001 a 2010):

1.º Barcelona (Espanha), 2.459 pontos
2.º Manchester United (Inglaterra), 2.436
3.º Liverpool (Inglaterra), 2.362
4.º Arsenal (Inglaterra), 2.348
5.º Inter Milão (Itália), 2.275
6.º AC Milan (Itália), 2.237
7.º Bayern Munique (Alemanha), 2.231
8.º Real Madrid (Espanha), 2.168
9.º Chelsea (Inglaterra), 2.165
10.º Roma (Itália), 1.959
11.º Lyon (França), 1.899
12.º Valência (Espanha), 1.855
13.º Juventus (Itália), 1.834
14.º FC Porto (Portugal), 1.802
15.º Celtic (Escócia), 1.738,5
16.º PSV (Holanda), 1.680,5
17.º Werder Bremen (Alemanha), 1.662
18.º Sevilla (Espanha), 1.621
19.º Glasgow Rangers (Escócia), 1.600
20.º Holanda (Holanda), 1.581
(...)
26.º Sporting, 1.467
43.º Benfica, 1.321,5
89.º Sp. Braga, 906,5


Os critérios da IFFHS beneficiam os clubes que disputam os campeonatos de Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França, essencialmente devido a estes países ocuparem, de forma consistente, o top do ranking de países na UEFA. Por exemplo, basta notar que, no período em questão, o FC Porto conquistou mais títulos nacionais e internacionais do que o Liverpool ou o Arsenal e, apesar disso, estes dois clubes estão no top 5.

Contudo, é interessante verificar que, mesmo penalizado pelos critérios do IFFHS, a seguir aos principais clubes dos big five, quem surge é o FC Porto, à frente dos clubes holandeses, belgas, escoceses, russos, turcos e de todos os restantes países europeus.

Ah, e os dragões estão também muuuuuito à frente do mais melhor clube do Mundo. De facto, quando não há túneis, stewards, apitos, escutas e outras coisas que tais, a coisa fica mais difícil de explicar...

O teste do algodão

No início desta época, presidente e treinador do slb enchiam o peito (e parangonas nos jornais) com afirmações bombásticas. Ele era os objectivos mais altos de sempre, o contrato que previa a conquista da Champions, a definição dos quartos-de-final como meta mínima, etc. E um sorteio extremamente favorável até parecia que ia ajudar a concretizar tamanhas ambições. De facto, um grupo sem "tubarões", com um Schalke 04 irreconhecível, a vegetar durante N jornadas na zona de despromoção da Bundesliga, e um Lyon a anos-luz da equipa que dominou o Championnat durante sete anos (entre 2001/02 e 2007/08), faziam prever um passeio encarnado pela fase de grupos da Liga dos milhões. Mas a realidade foi bem diferente e até um estreante Hapoel se revelou um obstáculo inultrapassável.

Disputar a competição de clubes mais importante do Mundo é uma ambição natural para muitos dos clubes europeus, mas é também o teste do algodão para jogadores, treinadores e dirigentes.
Nem todos passam neste teste e os sportinguistas perceberam-no, de forma muito dolorosa, nos oitavos-de-final da época 2008/09, quando o Bayern esmagou o Sporting de Paulo Bento nos dois jogos, atingindo um acumulado de 12-1 (!).
Do outro lado da 2ª circular, Leonor Pinhão não precisou de assistir à goleada em Telavive. Percebeu-o há duas semanas atrás, a seguir aos 5-0 no Dragão, tendo avisado os benfiquistas na sua crónica de A Bola de 11 de Novembro, “Quanto à Liga dos Campeões, esqueça-se já. Concentremo-nos na Liga Europa onde tudo pode sempre acontecer.”.

A Liga dos Campeões não é uma prova qualquer. É para clubes com dirigentes capazes, treinadores competentes e jogadores com estofo. Exige experiência e qualidade. Foi isso que o FC Porto de Jesualdo demonstrou nas últimas quatro épocas onde, sem fanfarronices, atingiu por três vezes os oitavos e uma vez os quartos-de-final. E fê-lo reconstruindo a equipa azul-e-branca todas as épocas, após a saída de jogadores de categoria indiscutível e com peso na equipa/balneário – Vítor Baía, Anderson, Pepe, Bosingwa, Paulo Assunção, Quaresma, Pedro Emanuel, Lucho, Cissokho e Lisandro. Para o mal amado professor Jesualdo, nunca serviram explicações condescendentes do género “Ramires e Di Maria” e muito menos ele recorreu a desculpas esfarrapadas do tipo “os jogadores chegaram tarde do mundial/europeu”.

Ao assistir às declarações que Jesus fez na Terra Santa, em que justificou os 0-3 com a sorte e explicações quase metafísicas, lembrei-me do professor Jesualdo e das conversas que mantive com amigos portistas acerca da sua seriedade e competência. Compreendo o desagrado de muitos portistas em relação ao futebol que a equipa praticava durante o consulado de Jesualdo, mas o tempo e o distanciamento fazem-nos olhar para os factos de outra maneira. Estou certo que é o que irá acontecer daqui a uns anos, em que irá ser feita justiça relativamente ao trabalho efectuado por Jesualdo Ferreira no comando técnico do FC Porto, em condições por vezes muito difíceis.
E perante aquilo que foi o desempenho do actual campeão português na LC 2010/11, reafirmo aquilo que disse aquando da sua saída: obrigado professor!


P.S.1: Para que não fiquem dúvidas, sou da opinião que não havia condições no universo portista para Jesualdo ter continuado no FC Porto após o final da época passada e estou muito satisfeito com o desempenho do FC Porto de André Villas-Boas.

P.S.2: «Os contratos prendem as carcaças dos jogadores aos clubes, mas não há cláusulas que lhes engaiolem os espíritos. Esses, já dizia o grande poeta e humanista Ernâni Lopes, só com carcanhol. Ao ritmo dos títulos e das primeiras chamadas à selecção, sopram-lhes lá de fora salários descomunais, ou quando não sopram os salários, bufa a Imprensa um compêndio de Chelseas e Reais Madrids. E quando não sopram os salários nem bufa a Imprensa, telefona o Di María: "Mi hermanito, hoy tive de alugar una Hiace para trazer do banco aquela plata toda, que desgracia, pobrecito de mi." (…) Nenhum clube que se considere o maior do mundo pode formular um raciocínio que sugira a existência de outros melhores ainda. Não deixou sair quem desesperava por isso, nem lhes comprou a permanência.»
José Manuel Ribeiro, O Jogo, 25/11/2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Competição ibérica de futebol


«Fernando Gomes, presidente da Liga portuguesa de futebol, terá admitido contactos com o seu homólogo espanhol para a criação de uma competição ibérica, em que participariam equipas dos dois países. Fontes do jornal espanhol 20minutos confirmaram que, em Outubro, foi realizada uma reunião entre os dois responsáveis para estudar esta hipótese.
Quando questionado sobre este assunto, à margem da promoção da candidatura ibérica ao Mundial, Fernando Gomes limitou-se a admitir: “Já houve contactos com o presidente da liga espanhola – José Luis Astiazarán - mas não me parece o momento adequado para falar sobre este assunto”.
Jornal i


Se em vez da Taça Lucilio Baptista, perdão, Taça da Liga, fosse criada uma Taça Ibérica, que tivesse prémios monetários e, eventualmente, o apuramento da melhor equipa portuguesa e espanhola para a Liga Europa, penso que seria uma competição com interesse.

Estrelas apenas nos salários


«Rodríguez não é um dos jogadores portistas com rendimento mais destacado na era Villas-Boas, mas notícias vindas de Espanha através da “Marca” dão-lhe créditos no mercado e referem que Quique Flores pensa no uruguaio para o reforço do At. Madrid na próxima temporada.
O Cebola tem saída e o FC Porto não coloca grandes entraves a possíveis negociações do extremo contratado há dois anos. É que Rodríguez foi um investimento avultado (7 milhões de euros por 70 por cento do passe) e é também um dos atletas mais bem pagos do plantel.
Aos 25 anos, e sem conseguir superiorizar-se à forte concorrência de Hulk e Varela, não tem o rótulo de inegociável e pode ver o ciclo na Invicta chegar ao fim em junho. É que o esquerdino tem contrato até 2012 e não há notícias de negociações com vista à revisão do vínculo, o que pode resultar numa abertura ainda maior da SAD a eventuais propostas.»
Jornal Record, 20/11/2010

«A abertura da SAD para a cedência de James, conforme revelou o seu empresário, é mais um indício do regresso de Mariano González, que já está recuperado da lesão sofrida em março, mas que não compete por não ter sido inscrito na Liga, nem na UEFA.
Villas-Boas reservou para janeiro a reintegração competitiva do extremo, que será reforço para o que resta da temporada, mas que encerrará em junho o seu compromisso com os dragões. O internacional argentino é opção para a fase das decisões, mas não está no esboço do futuro.»
Jornal Record, 20/11/2010

Ainda que publicadas num popular pasquim da Capital, não significa que ambas as notícias aqui transcritas não tenham um fundo de verdade. Basta recordar que nas páginas de O Jogo, no último defeso, Cristian Rodriguez constava no lote dos atletas transferíveis.

Na verdade, o Uruguaio mesmo tendo sido das “bicadas” mais estrondosas ao clube do capoeiro nos últimos tempos, tem-se revelado muito aquém das expectativas que se criaram em seu redor. Desde a sua chegada, o Cebola tem baixado o seu nível exibicional – que só foi de excelência no primeiro terço da 1ª época de azul e branco – perturbado, também, pelas constantes lesões musculares.

O montante investido na sua aquisição e o alto valor salarial, que já foi matéria de conflitos internos (vide caso Lisandro), não correspondem ao seu rendimento desportivo, que de titular indiscutível, não passa actualmente de um elemento de 2ª linha.


Mariano limita-se seguir a mesma linha de avaliação de Rodriguez; Jogador que gerou esperanças, mas que tem ficado muito longe da performance expectável. As semelhanças no percurso dos 2 atletas no FC Porto coincide quer ao nível dos problemas físicos e lesões, quer na vertente financeira.

Um fardo demasiado pesado para uma SAD deficitária e com necessidades prementes de estabelecer prioridades bem definidas nos seus investimentos. E, na conjuntura actual, todo o dinheiro dispendido com Rodriguez e Mariano é “chorado”, bem “choradinho”, isto quando continuamos a aguardar impacientemente por uma renovação de contrato com Falcao, só para citar um exemplo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Judeus voltam a crucificar Jesus


A metáfora é má, já sei, mas será perfeita para as manchetes de amanhã.

O que será que Abola vai dizer agora do "Exterminador Implacável" ou do "Mestre da Invenção"?
Não era este mesmo Jesus que ia vencer esta edição da Liga dos Campeões?

!מועדון כדורגל הפועל תל אביב


O David Luiz jogou a defesa esquerdo?

Hulk na Premier League?

A imprensa portuguesa fez hoje eco de uma notícia do jornal inglês “Daily Mirror”, segundo o qual o Manchester City estaria disposto a oferecer uma proposta na ordem dos 23,5 milhões de euros por Hulk.

23,5 milhões de euros? Se for pelos 45% do passe que a FCP SAD detém, significa que o Hulk (100% do passe) estaria avaliado em 52,2 milhões de euros. Acho pouco, mas para início de conversa…

Entretanto, podem ler aqui as Top 10 things you need to know about Manchester City target Hulk plus watch him in action.

Da Revigrés à MEO

Em Agosto de 1983, o FC Porto tornou-se o primeiro clube português a ter publicidade nas camisolas. A eleita foi uma empresa de Águeda quase desconhecida, a Revigrés, cujo fundador (em 1977) e presidente era um grande portista - o Eng. Adolfo Roque. O "casamento" entre o FC Porto e a Revigrés durou 20 anos e, para além da componente comercial, foi pautado por uma relação de confiança e amizade inexcedível, conforme Pinto da Costa relata na sua autobiografia:

"Corria o ano de 1992, confraternizávamos com o pretexto dos meus dez anos de Presidência e, em cinco minutos, com um aperto de mão "selámos" o acordo. Passados dois anos, rigorosamente cumprido que fora o contrato por ambas as partes, resolvemos renová-lo. Só então demos conta que o aperto de mão era tudo (e bastava) o que havia como contrato!"

"Noutra ocasião, durante o "reinado" de Eduardo Catroga como Ministro das Finanças, é-nos hipotecado o Estádio e a sanita do balneário do árbitro. O Eng.º Roque, sem qualquer obrigação, e no mais completo anonimato, envia-nos um cheque de cinco mil contos para ajudar a resolver o problema. Talvez isto ajude a compreender que, ao fim de mais de vinte anos, o azul do Porto se confunda com a Revigrés."

Em 2003, a Revigrés passou a figurar apenas nas camisolas usadas pelo FC Porto nas competições internacionais, tendo sido substituída pelo logótipo da PT nas competições internas.

Numa lógica de maximização das receitas, é para mim indiscutível que o FC Porto deve ter publicidade nas camisolas, nos calções, nas meias, ... e percebo perfeitamente o interesse económico em termos como parceiro comercial uma empresa da dimensão da Portugal Telecom. Contudo, como portista custa-me ver uma das marcas da PT - a MEO - no naming de uma das bancadas do Estádio do Dragão e, mais ainda, a conspurcar as nossas camisolas.

Eu sei que o dinheiro não tem cor, nem tem pátria, mas em futuros contratos (com a Portugal Telecom ou outras empresas), não seria possível incluir uma clausula, que nos salvaguardasse de ter de fazer publicidade a marcas cujo rosto(s) sejam pessoas que usam a sua notoriedade para, publicamente, denegrir o FC Porto?

Evidentemente, não está em causa a liberdade de expressão. O que está em causa é se faz sentido associarmos a nossa imagem, os nossos símbolos (emblema, camisola), a marcas que são promovidas por indivíduos que, de forma pensada e sistemática, usam a comunicação social para atacar o FC Porto, o seu presidente e até comentadores portistas!

Por isso, Revigrés, Super Bock, Coca-cola, BPI, BES, CGD, PT, TMN, tudo bem, mas MEO não!

P.S. Sou cliente da ZON e enquanto a publicidade da MEO for fedorenta, os comerciais da PT nem sequer têm oportunidade de me explicar as "magnificas vantagens" que eu teria em mudar de operador de TV/telefone/Net. Antes de começarem a falar, a resposta que levam à cabeça é: Não estou interessado.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A maldição de Mourinho


«Antes de ser Special One (Chelsea), Il Speciale (Inter de Milão) e El Especial (Real Madrid), Mourinho foi Tarzan (União de Leiria) e merda (FC Porto) - a sério. Recuperemos aqui quem o mimoseou com tanto carinho quando ele não era Mou, mas apenas o filho de Mourinho Félix que alimentava ódios nos decanos da velha guarda. Entre eles, Manuel José e Octávio Machado. O deles a seu dono.
"O Mourinho foi deselegante comigo e com os técnicos portugueses. Estou farto de ver tarzans como Mourinho. Ele ainda é um aprendiz de treinador", por Manuel José em Abril de 2001; "O Mourinho como homem é uma merda", por Octávio Machado, em Fevereiro de 2004. Eles tinham as suas razões, que eram as mesmas: serem trocados por Mourinho. O primeiro, na União de Leiria; o segundo, no FC Porto; e ambos tiveram de pôr um freio nas críticas porque o homem construiu (e continua a construir) uma carreira que muitos tentarão copiar.
Mourinho é um treinador de causas. E de efeitos. Quando entra num clube causa alvoroço - os jogadores rendem mais, a equipa idem e os títulos sucedem-se; e quando sai desse clube, o efeito é imediato - os jogadores rendem menos, a equipa idem e os títulos desvanecem. Exagerado? Talvez. Mas o que está a acontecer a Rafa Benítez no Inter só reforça aquilo a que vamos chamar de Maldição Especial: quem vier atrás de Mourinho que feche a porta.»
Jornal i, 23/11/2010

O artigo completo pode ser lido aqui.


Em 2004/05, o FC Porto teve três treinadores – Luigi Delneri, Victor Fernández e José Couceiro – mas nenhum deles foi capaz de formar uma equipa que funcionasse como tal. À quarta tentativa (Co Adriaanse), já na época seguinte, o FC Porto voltou a ganhar o campeonato.
Após ter saído do Chelsea, em dois anos passaram pelo comando da equipa londrina nomes como Avram Grant, Scolari e Guus Hiddink. É verdade que depois de despedir o Mourinho, o Chelsea chegou na mesma época à Final da Liga dos Campeões, mas perdeu e só à quarta tentativa - Carlo Ancelotti - é que o Chelsea voltaria a ganhar a Premier League.
Agora chegou a vez do Inter. Falta saber quanto tempo irá durar Benitez, um treinador que tem no seu curriculum uma Liga dos Campeões, uma Supertaça de Inglaterra, uma Supertaça Europeia (Liverpool), duas ligas espanholas e uma Taça UEFA (Valencia).

Haverá várias razões que explicam os maus resultados dos clubes no pós-Mourinho, algumas internas (por exemplo, a reformulação do plantel do FC Porto em 2004/05) e outras externas, que têm a ver com a melhoria da concorrência. Mas, independentemente da opinião que tenhamos do Mourinho (como treinador), há uma coisa que me parece indiscutível: o FC Porto de Mourinho foi o melhor FC Porto dos últimos 20 anos (pelo menos); o Chelsea de Mourinho foi, provavelmente, o melhor Chelsea de sempre; o Inter de Mourinho foi o melhor Inter dos últimos 45 anos.

Mourinho “suga” o que de melhor os jogadores têm para dar, formando colectivos fortíssimos. Contudo, depois dele sair dos clubes, tem havido sempre uma espécie de vazio, quer nos jogadores, que ficam “órfãos do pai”, quer nos adeptos. Será que em Milão, casa do actual campeão europeu e penta-campeão italiano, já sabem pronunciar a palavra saudade?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um novo calendário futebolístico

«O presidente do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, sugeriu esta segunda-feira um novo calendário futebolístico. (...)
"O calendário pode ser alterado da seguinte forma: oito meses para o campeonato, Liga dos Campeões e Liga Europa; dois meses para as selecções nacionais com dez ou doze jogos e dois meses de paragem, incluindo quatro semanas de férias e quatro semanas de preparação", explicou o alemão à "Kicker". (…)
"Os clubes, na condição de empregadores, não podem aceitar que os calendários sejam determinados por despacho e que os jogadores sejam disponibilizados gratuitamente. No caso de não se chegar a um consenso, haverá procedimentos para o Tribunal de Justiça da União Europeia", advertiu o presidente dos bávaros.»
in record.pt


aqui tinha abordado este conflito latente entre os interesses da FIFA/federações e o dos clubes. Tal como escrevi na altura, é inaceitável continuarmos num modelo em que as despesas são dos clubes, enquanto que os lucros são das federações e da própria FIFA. Parece-me óbvio que algo tem de ser feito e estas declarações de Rummenigge, que também é presidente da Associação Europeia de Clubes, são claras quanto a isso.

Tecnologia da linha de golo

No recente FC Porto x Besiktas, a bola rematada por Rúben Micael ultrapassou, ou não, completamente a linha de golo?

(clique para ampliar)


No dia em que uma das tecnologias anteriores, ou ambas, for adoptada, penso que este tipo de dúvida (a bola entrou ou não?) irá desaparecer.

Evidentemente, este tipo de tecnologia não resolve o problema dos fora-de-jogo ou dos penalties bem/mal assinalados.

Infografia: JN

domingo, 21 de novembro de 2010

Venha o próximo

Quando após a última eliminatória da taça, em casa contra os Limianos, aqui escrevi que tínhamos que humilhar a ideia era mesmo aquela que vimos faz agora 15 dias no Dragão. E tem de ser esse o espírito, quer o adversário se chame Limianos, ben7ica ou Moreirense.

Vão existir dias em que tal não vai ser possível, mas nesses dias teremos a consciência tranquila.

O perigo de nesta altura da época termos a vantagem que temos é perder-se alguma concentração, e entrar-se no mais cedo ou mais tarde resolvemos isto, com a equipa a jogar somente o qb para ganhar. Como dizia a canção: queremos mais, queremos muito mais.

Foi com esta ideia que fiquei a semana passada, contra o Portimonense, e também hoje contra o Moreirense - por isso nada melhor que um Sporting para mostrar que foi uma fase passageira.

Tá visto que o jogo foi fraquinho, o Incrível Hulk passava na TVI e em Moreira de Cónegos esteve a sombra a passear a braçadeira - eu sei que mais cedo ou mais tarde vou-me habituar, mas que ainda me faz confusão vê-la num Helton ou Hulk lá isso faz - o "ucraniano" não vai agarrando as oportunidades, não tem estado mal, mas também não tem propriamente deslumbrado, e não me admirava nada que com o regresso em Janeiro do Mariano, seja emprestado para rodar. Quem anda com a corda toda é o Belluschi, e mais uma vez não decidiu, mas pré-decidiu.

E venha o próximo para vermos se é desta que o João Moutinho acerta com a baliza.

Números da semana (VII)

11 jogos de Varela a titular na Liga ZON Sagres 2010/11 (foi titular em todos, mas só terminou um).

29 jogos seguidos do FC Porto sem derrotas (27 triunfos e dois empates, desde a final da Taça da Liga em Março).

82 jogos oficiais disputados por Álvaro Pereira desde o início da época 2009/10 (65 pelo FC Porto e 17 pela selecção uruguaia).

126 pessoas é a capacidade do camarote presidencial do Estádio do Dragão.

140 câmaras de vigilância (82 fixas e 58 móveis) estão distribuídas pelo Estádio do Dragão.

164 jogos (particulares e oficiais) já foram disputados pelo FC Porto no Estádio do Dragão (120 vitórias, 28 empates e 16 derrotas).

40418 espectadores estiveram no Estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x Portimonense.

65000 euros é o custo médio de organização de um jogo no Estádio do Dragão.

341000 euros é o valor do consumo anual de electricidade no Estádio do Dragão.

6155432 espectadores assistiram a jogos no Estádio do Dragão desde a sua inauguração, a 16 de Novembro de 2003.

Só com um pau de marmeleiro

A deslocação de hoje do FC Porto ao Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, fez-me recordar um episódio de há oito anos atrás, num jogo Moreirense x slb da época 2002/03. O desafio foi arbitrado por João Ferreira e no final o treinador do Moreirense – Manuel Machado – fez umas declarações que ficaram para a história:

"Estou chateado com a arbitragem? Não. É com o nó da gravata. Tenho aqui – levou a mão ao pescoço – uma coisa a sufocar-me... Custa muito perder assim, mas se disser aquilo que me vai na alma, fico com o salário hipotecado até ao fim da época. Coisas como as que aconteceram nesta partida, só se resolvem com pau de marmeleiro. Tenho que dizer coisas bonitas. Sou treinador do Moreirense e não tenho dinheiro para pagar multas. O que interessa é que o Benfica vai à frente e, se calhar, vai continuar até ao fim. Mas eu, se fosse benfiquista, saía daqui frustrado. Não é justo ganhar assim ao Moreirense"

Só para termos uma ideia do escândalo que foi esta arbitragem de João Ferreira (filiado na A. F. Setúbal), até a BOLA e o RECORD não puderam esconder o que se tinha passado.

Escrevia A BOLA, na edição de 15/09/2002: «o resultado do jogo, infelizmente, tem marca sua. Ao Moreirense assiste razão para lamentar esta prestação do árbitro de Setúbal».

Já João Cartaxana, no RECORD de 15/09/2002, escrevia o seguinte: «As coisas estavam difíceis para o Benfica quando João Ferreira, por indicação do seu auxiliar António Godinho, assinala "penalty" contra o Moreirense. Um equívoco que se revelou decisivo na viragem do jogo. O Benfica fez o 2-2 e o Moreirense ficou reduzido a dez unidades.»

Mesmo com ajudas destas, o slb acabaria por ser ultrapassado pela máquina azul-e-branca de jogar futebol construída por José Mourinho a qual, na época 2002/03, ganhou o Campeonato, a Taça de Portugal, a Taça UEFA e encantou a Europa do futebol.
Mas, escusado será dizer que, depois deste jogo, disputado em 14/09/2002, o oficial do exército João Francisco Lopes Ferreira atingiu o zénite da sua carreira como árbitro.

sábado, 20 de novembro de 2010

As contas das SAD

(clique para ampliar)


Infografia: PUBLICO.pt

“Cruzadas” mediático-justiceiras anti-Porto (VIII)

«A “Operação Apito Dourado” da PJ e do Ministério Público vai saldar-se por mais um momento de ridículo e descrédito da justiça portuguesa. A menos que as buscas completas aos arquivos da Federação e da Liga de Clubes permitam obter elementos para chegar onde verdadeiramente interessa, esta "mega-operação", como gosta de dizer a PJ, que terá envolvido 150 agentes e um ano de investigações (!), está condenada a tornar-se mais um inútil e arrastado folhetim mediático-justiceiro para encher noticiários e enganar papalvos.

Não é que não haja, muito provavelmente, corrupção e tráfico de influências no futebol português: se existe em todos os sectores da vida pública portuguesa, por que não existiria no futebol? Aliás e como é bem sabido, todo o futebol português gira à roda de laços que indiciam tráfico de influências instalado, como modo de vida permanente: deputados, governantes e autarcas que são ou foram dirigentes desportivos, autarquias que subsidiam clubes para além do que é legal e decente, o Governo Regional da Madeira e as suas relações de íntimo conúbio com os clubes da região, construtores civis que financiam clubes e campanhas autárquicas de dirigentes desses clubes, simultaneamente autarcas. Quanto à tão falada corrupção ao mais alto nível das arbitragens, seguramente que agora, com todos os dados na mão, a PJ e o MP vão poder esclarecer-nos se ela existe ou é apenas ficção sabiamente alimentada por crónicos maus perdedores. Tudo isto, mais o futebol como território de lavagem de dinheiro sujo, como acusa Maria José Morgado, é aquilo que verdadeiramente interessa saber. Não é, com certeza, apurar a verdade desportiva da palpitante carreira do Gondomar Sport Clube no nacional da terceira divisão. Por importante e simbólico que isso possa ser, não é isso que o país, os telejornais e os jornais esperam.

Consciente disso, ao terceiro dia de "Apito Dourado", a imprensa atirou-se, sôfrega, a uma nova pista lateral: Pinto da Costa. Já anteontem, auscultando o que se passava em algumas redacções de Lisboa, eu percebi a pergunta/desejo que andava no ar e em todas as cabeças: “Será desta que chegam ao Pinto da Costa? É que, se não chegam, nada disto tem verdadeiramente interesse.”»
Miguel Sousa Tavares, Público, 23/04/2004


Em Abril de 2004, na antecâmara do FC Porto vencer a Liga dos Campeões, ainda não havia a testemunha-chave, mas não era preciso ser bruxo para adivinhar o que se pretendia, bem como, o modo como tudo isto ia acabar.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As selecções e os clubes

«A Federação uruguaia de futebol deu a conhecer que o jogador do F.C. Porto, Álvaro Pereira, sofreu um traumatismo no ombro esquerdo, no decorrer do particular com o Chile (…). Numa nota emitida no seu site oficial, o organismo acrescenta que se realizou um raio-X que apurou uma fissura no úmero, sem que, no entanto, tenha existido deslocamento. Os exames efectuados foram enviados para os dragões.
Alberto Pan, médico da Federação uruguaia, salientou, em declarações à imprensa do seu país, que a lesão poderia ser «muito mais grave» e que foi «por sorte» que não houve uma fractura, o que não impede, no entanto, que o jogador tenha de ficar «inactivo por um bom tempo». Os primeiros cenários apontam para, pelo menos, 30 dias de paragem, o que origina que não volte a jogar em 2010.»
in Maisfutebol


Que “sorte” que o FC Porto teve! O Álvaro Pereira “só” vai falhar seis jogos, incluindo a deslocação a Alvalade. Isto, claro, se recuperar bem e regressar em pleno no início de 2011.

Os jogadores internacionais são caros. Para além do custo do “passe”, os clubes/SADs têm de suportar salários elevados e outro tipo de encargos.
As selecções limitam-se a convocar estes jogadores, fazem-nos viajar milhares de quilómetros, usam-nos a seu belo prazer e devolvem-nos muitas vezes fisicamente de rastos (André Villas-Boas já se queixou disso esta época, a propósito do Falcao). Mas o pior é quando os devolvem lesionados. Na época passada foi Cristian Rodriguez e agora chegou a vez de Álvaro Pereira.

O negócio da FIFA é fantástico. As despesas são dos clubes; os lucros são das federações e da própria FIFA.

Mas voltando ao Álvaro Pereira, não havendo uma alternativa clara e testada (Palito é só o jogador mais utilizado por André Villas-Boas, tendo disputado todos os minutos da Liga 2010/11 até ao momento), é provável que seja substituído por Emídio Rafael nas provas internas e por Fucile na Liga Europa.

P.S. De um momento para o outro, a ala esquerda do FC Porto – Álvaro Pereira e Varela – foi à vida. Razão tinha o André Villas-Boas em pôr água na fervura, dizendo que o campeonato está longe de estar decidido.

Ser Portista é...

Ser portista é...

... ser sócio do Futebol Clube do Porto e accionista da FCP SAD.

... inscrever os filhos/netos/sobrinhos a sócios do Futebol Clube do Porto.

... ter familiares a praticar desporto nas camadas jovens de modalidades desportivas do FC Porto.

... todos os anos comprar um dragon seat.

... ir aos jogos no Estádio do Dragão e no Dragão Caixa.

... acompanhar as equipas do FC Porto nos desafios fora de casa.

... viajar centenas de quilómetros para assistir a jogos dos dragões.

… ouvir os relatos na rádio e/ou ver os jogos na televisão.

... ir às assembleias gerais do clube e da SAD.

... ser detentor e usar frequentemente um cartão VISA FCP.

... efectuar os seguros (da casa, do carro, etc.) através da mediadora PortoSeguro.

... comprar o JN em vez do Correio da Manhã ou do DN.

... comprar O JOGO em vez de A Bola ou do Record.

... comprar o semanário Grande Porto em vez do Expresso ou do Sol.

... dinamizar um blogue portista.

… é defender o FC Porto na comunicação social (jornais, rádios ou televisões).



A lista anterior está seguramente errada ou incompleta, porque cada portista vive o FC Porto à sua maneira. Da minha parte, não entro em campeonatos do género “sou mais portista do que tu” e muito menos tenho jeito para dar lições de portismo. Mas, se quisesse sintetizar numa frase, eu diria que ser portista é ter alma de dragão, é sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias.


E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Não irão incomodar-se a voltar"

«Um sistema inconveniente, que não funciona e discrimina os visitantes estrangeiros e turistas. É assim que, num email de protesto remetido à Câmara do Porto, um cidadão inglês descreve a cobrança de portagens das Scut, concluindo de forma elucidativa: "O Porto não é um lugar ideal para se visitar e muitos simplesmente não irão incomodar-se a voltar."
O desabafo do comerciante britânico, que regularmente se desloca em negócios pelo Norte do país, pode bem ilustrar os receios quanto aos efeitos que a confusão com as portagens pode causar sobre o turismo e o movimento no aeroporto do Porto, dois exemplos de crescimento económico na deprimida região Norte.
No email, a que o PÚBLICO teve acesso, o visitante conta a sua infrutífera odisseia na tentativa de pagar as portagens depois de ter circulado com um carro alugado à chegada no aeroporto. No regresso, quando quis pagar, informaram-no de que apenas o poderia fazer no posto de Correios. Além de o encontrar já fechado, foi informado de que também nunca o poderia pagar, uma vez que os dados não estão disponíveis antes de 48 horas após a passagem pelos pórticos das Scut.
Mesmo tendo que apanhar o voo de regresso, diligenciou depois junto de amigos em Portugal para que lhe efectuassem o pagamento. Nem assim, já que, além das passagens nos três dias em que circulou com o carro alugado, nos Correios exigiam que fossem igualmente liquidadas outras 20 passagens efectuadas pela mesma viatura em dias anteriores. "Tudo isto quando eu estou mais que disposto a pagar o euro que me custaria, mas não há maneira de o fazer", lamenta o britânico. Concluindo que "o sistema é impossível de utilizar por um visitante que chegue ao Porto", o indignado comerciante questiona: "Qual é a intenção? Impedir para sempre as visitas ao Porto, pois é isso que o actual sistema vai fazer", vaticina.»
in PUBLICO.pt, 16/11/2010


Não vou aqui discutir a justeza da decisão politica de transformar as SCUT em CCUT, nem tão pouco o facto desta “medida revolucionária” ser genérica mas, para já, ser implementada apenas nas SCUTs do Norte. Trago aqui esta notícia do PÚBLICO, porque ela é ilustrativa da estupidez de alguns “iluminados” que, confortavelmente sentados nos seus gabinetes do Terreiro do Paço, tomam medidas irracionais com este tipo de consequências.

De facto, e conforme questionou o cidadão inglês, qual é a intenção de criar o sistema de pagamento de portagens mais estúpido e incompreensível do Mundo? Dificultar ostensivamente as deslocações de estrangeiros ao Norte do país, quer venham da Galiza ou aterrem no aeroporto Sá Carneiro?

Felizmente ainda existe o FC Porto, um oásis de excelência num país (des)governado por medíocres, e que ainda resiste a este cerco centralista.

Ivanildo e companhia

Há longos anos que ouvimos dizer que o filão de jogadores africanos é um grande filão para se explorar, e se ainda não apareceu um jogador ao nível de um Pelé, Maradona ou Cruyff , têm surgido uns Drogba, Eto'o, Essien, ... que não são nada maus. O único problema é mesmo não jogarem (ou terem jogado) de azul e branco.

E se é verdade que o que importa é termos bons jogadores, quer tenham nascido em Portugal, marrocos norte, Marrocos ou África do Sul, no domingo ao rever o Ivanildo não pude deixar de pensar que ainda não foi desta que acertámos.

Eles até chegavam aqui novinhos e eram bons, relembro o Toni, Cao, Moisés, Tinaia, Zeferino, mas quando foi necessário dar o salto, parece que gastaram as pilhas todas nas camadas jovens.

E a ideia que dá é que o facto de, nas camadas jovens, serem fisicamente (e vamos acreditar que a idade até estava correcta - o que no caso do Cao até sabemos que é falso) mais evoluídos que os seus companheiros e adversários, só os beneficiou a curto prazo, ou seja nas camadas jovens. Revejo o Ivanildo e não é hoje o mesmo jogador, de avançado puro passou a extremo, e um dia destes ainda acaba a lateral.


Quando agora ouço falar em academias em África, sinceramente quer-me parecer que esse será o melhor caminho, dar-lhes condições decentes de treino e fazê-los competir com outros jogadores fisicamente equivalente, e lá para os 18-20 anos, integrá-los então sim nas equipas europeias. Ao mesmo tempo isto permitiria que jogadores locais tivessem oportunidades que hoje não têm.

Mas vamos lá ver se com o Yero ou o Abdoulaye (por exemplo) vamos ter melhor sorte.

foto: publico.pt

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Futebol na TV é um bom negócio


«Apesar de depender sempre do jogo em si, a razão está no resultado do horário e o futebol melhora a audiência da TVI, em média, cerca de sete pontos percentuais de share se o jogo começar às 21h15. Já se começar às 19h15 ou às 19h45 a melhoria nas audiências chega aos 12 pontos em média, ou seja, quase o dobro. Isto significa, contrariamente ao que eu próprio afirmei aqui, que foi um bom negócio comprar o futebol mas também quer dizer que as audiências da TVI têm sofrido uma quebra de Abril para a frente.»
Francisco Penim (ex-director de programas da SIC)
in Correio da Manhã


Os direitos televisivos são um bom negócio para as televisões (RTP, SIC, TVI, SportTv), são um excelente negócio para a Olivedesportos, mas para os clubes...

Os direitos televisivos cavam a diferença

Num artigo de opinião publicado no DN de 02/11/2010, Santiago Segurola, um dos principais jornalistas desportivos espanhóis, analisou a forma como os direitos televisivos cavam a diferença entre os clubes mais ricos/poderosos e os outros e, desse modo, distorcem as competições.

Vale a pena (re)ler, até porque, embora a escalas diferentes, a realidade portuguesa não é muito diferente da espanhola.

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A Liga espanhola está condenada a repetir-se. Cada temporada será a mesma que a anterior, com uma única diferença; o vencedor. Será o Barça - como nas últimas edições - ou o Real Madrid. É impossível pensarmos numa alternativa.

Os optimistas consideravam que este ano oferecia boas possibilidades ao Valência, Villarreal, Sevilha e Atlético de Madrid. Se não conseguissem ser campeões, pelo menos podiam ameaçar os dois colossos do futebol espanhol. A última jornada funcionou como um banho de realidade: os gigantes voltam a estar sós. Villarreal, Atlético de Madrid, e Valência empataram e o Sevilha até perdeu, humilhado em Camp Nou. Encaixou cinco golos.

O campeonato está submetido a um processo de destruição. O Real Madrid e o Barcelona recebem mais dinheiro de direitos televisivos que qualquer outro clube no mundo. Cada um cobra 120 milhões de euros pelo seu contrato com a empresa Mediapro. O terceiro clube no ranking é o Valência, com 44 milhões de euros. Segue-se o At. Madrid, com 42 milhões. Equipas como o Sevilha ou o Atlético de Bilbau - dois clubes de tradição em Espanha - recebem sensivelmente 20 milhões. E assim será até 2015. Cada temporada que passa agudiza mais as diferenças, que já são abissais. A competição está destruída, a maioria dos clubes encontra-se na bancarrota e os adeptos cada vez encontram menos motivos para sonharem com as suas equipas. O seu destino está traçado: a mediocridade.

A diferença também é escandalosa no que diz respeito às grandes potências do futebol europeu. A Juventus, o Inter de Milão e o AC Milan recebem, aproximadamente, 88 milhões de euros pelo contrato televisivo em Itália, que factura quase 50% mais que o mercado televisivo espanhol. Na Premier League, o sistema de distribuição concede 66 milhões de euros ao Manchester United. Na época passada, o clube que menos dinheiro recebeu foi o Middlesbrough; 40 milhões de euros, quase o mesmo valor que o Valência e o Atlético de Madrid tiveram direito.

Se, por outro lado, a Premier League e a Bundesliga se preocupam em manter uma fórmula equitativa que protege todos os clubes, a Liga espanhola distingue-se pelos enormes privilégios de dois clubes e a brutal diferença que os separa dos restantes. Resultado? Uma competição ferida de morte. Com o actual sistema, que seguramente se repetirá a partir de 2015 - último ano do actual contrato -, o futebol espanhol está condenado à destruição. A Liga espanhola não é uma competição real. É um lamentável simulacro.

Na época passada, o Barcelona obteve 99 dos 114 pontos que disputou. O Real Madrid conseguiu 96 e fez 102 golos. Perdeu a Liga porque foi derrotado nos dois jogos com o Barcelona. No fim de contas, a Liga resume-se ao duelo - primeiro em Camp Nou e depois no Bernabéu - entre as duas equipas. O restante tem, apenas, um valor ornamental. É comovente o esforço de equipas como o Hércules, recém-promovido à primeira divisão. Frente ao Real Madrid adiantou-se com um golo madrugador de Trezeguet. O sacrifício para manter a vantagem foi algo de dramático. O Real Madrid reagiu e marcou três golos na segunda parte. Ninguém pensou, por um momento que fosse, numa possível surpresa. É uma Liga sem nuances, empobrecida por um capitalismo selvagem que não atende os interesses do futebol em geral, apenas aos interesses muito particulares de dois clubes que não têm a mínima solidariedade.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Comunicados à CMVM

«A passagem do Estádio da Luz da Benfica Estádio para SAD faz com que os encarnados fiquem obrigados a declarar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) negócios de valores superiores a... 19 milhões de euros, confirmou a O JOGO fonte dos campeões nacionais. Tudo porque a sociedade anónima do clube da Luz ficou agora com um total de activos de 381 milhões de euros. Como é apenas obrigada a declarar ao mercado transacções que ultrapassem 5 por cento desse valor, só terá que o fazer a partir de 19,05 milhões de euros.»
in O JOGO, 13/11/2010


Esta notícia esclarece as condições em que a SAD do slb é obrigada a declarar transacções. Presumo que as regras para a FC Porto SAD e restantes sociedades anónimas desportivas sejam semelhantes.

Perguntas Inocentes


Numa nota de rodapé a uma sua inflamada diatribe António Pedro Vasconcelos pergunta inocentemente por que (e não "porque" neste caso, como ele escreve) razão é que a sede da Liga é no Porto. Parece pensar que as instituições, para serem neutras, têm de ter a sede em Lisboa.

Conclui-se portanto que paira sobre o futebol inglês uma enorme sombra que põe em causa a seriedade das suas competições ao longo de mais de um século. É que a Football League (Liga Inglesa), fundada em 1888, nunca teve a sua sede em Londres, encontrando-se actualmente sediada na cidade de Preston, no Lancashire, a uns 40 km de Liverpool e Manchester e a uns 300 km de Londres. A Premier League, resultado de uma cisão por parte dos clubes da Primeira Divisão da Football League em 1992, tem de facto sede em Londres, mas esta última entidade, que continua a organizar os campeonatos das três divisões secundárias e a Taça da Liga, permanece longe da capital inglesa. Se calhar a referida cisão deu-se pelo facto de a sede do organismo estar no Lancashire, e não por motivos de ordem financeira como cinicamente a imprensa inglesa na altura alegou. Nunca reflectira nisso.

No Noroeste de Inglaterra, nomeadamente no Condado de Lancashire e nas grandes aglomerações urbanas de Liverpool e Manchester, contidas dentro dos limites daquele condado, embora administrativamente autónomas, está a maior concentração de clubes de futebol de Inglaterra e residem alguns dos clubes mais antigos do mundo. Do mesmo modo, no Norte de Portugal reside uma grande parte dos clubes de futebol portugueses. A Associação de Futebol do Porto é a maior do país, isto é, a que mais clubes filiados tem. Não é preciso fazer perguntas inocentes para descobrir por que razão a sede da Liga é no Porto. Basta tentar-se não ser faccioso e não ver sinistras conspirações ao virar de cada esquina.

Alegría

Há 7 anos ecoava bem alto para calar a ventania

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O preferido de LFV


O penalty cometido por Di Fábio sobre Rodríguez é daqueles lances que deixa poucas dúvidas.
Os comentadores da SportTv não tiveram dúvidas.
Os jornais (que eu li) não tiveram dúvidas.
José Leirós (ex-árbitro que comenta no JN) não teve dúvidas.
Os dois ex-árbitros lisboetas do 'Tribunal de O JOGO' - Jorge Coroado e Pedro Henriques - não tiveram dúvidas.
E nenhum jogador, treinador ou dirigente do Portimonense se queixou deste lance no final do jogo.

Contudo (ia dizer por outro lado...), há quem tenha visto o lance de forma distinta. Não, não estou a falar da Leonor Pinhão, do Rui Gomes da Silva ou do António Pedro Vasconcelos. Estou a referir-me ao ex-árbitro (felizmente que é ex!) Paulo Paraty, que diz o seguinte:
"Di Fábio está numa posição estática, Rodríguez força a passagem e cai. Percebendo a dificuldade do árbitro, entendo, porém, que a televisão lhe tira a razão."

Mas há mais. Acerca do lance em que Jumisse (já com um cartão amarelo) entra de sola à perna de Fucile, o ex-árbitro preferido de Luís Filipe Vieira, afirma (presumo que sem se rir) o seguinte:
"Tendo em atenção a preocupação do árbitro em fazer a gestão disciplinar possível, aceito a não exibição de um cartão amarelo."

Estas e outras afirmações de Paulo Paraty definem muito bem o que ele foi como árbitro e merecem poucos comentários. Mas, ao lerem estas coisas, eu imagino as belas recordações e saudades que os benfiquistas devem ter deste ex-árbitro do Porto...

domingo, 14 de novembro de 2010

Três pontos a lume brando


Nos despojos do fuzilamento galináceo da passada semana, um FC Porto desprovido de alguns dos seus mais proeminentes elementos, entrou para a 11ª jornada do campeonato a lume brando, como que ainda verberando os momentos alucinantes do encontro anterior. Dois golos de Walter e Hulk deram expressão ao marcador, num jogo em que o Dragão não foi aquela equipa acutilante e entusiasmante que se tem evidenciado ao longo desta temporada.

Perante uma moldura humana considerável e vibrante, os comandados de Villas Boas não foram capazes de estender o ambiente de festa no estádio para o relvado. Amputado de alguns automatismos que jogadores como Moutinho ou Falcao oferecem ao colectivo, o conjunto azul e branco reflectiu essas ausências na sua dinâmica de jogo. Porém, foi acima de tudo a baixa dos níveis de agressividade e intensidade, que fizeram com que o Porto não conseguisse impor o seu poderio e ser mais dominador como o faz regularmente.

Curiosamente, a ausência de Falcao foi aparentemente bem disfarçada com a presença em campo do avançado brasileiro Walter. O Bigorna voltou a fazer o gosto ao pé na 2ª vez que foi títular, desatando o nó apertado em que o encontro estava enredado. Na falta de um colectivo forte, valeu um “vólei” em grande estilo do nosso ponta-de-lança para quebrar o nulo. O ponto alto de uma exibição interessante do suplente de Falcao, que mostra saber conhecer os truques para se sobreviver na grande área.



Como se não bastasse as ausências forçadas de Fernando, Moutinho e Falcao, Varela ressentiu-se de uma “picada” muscular, obrigando o técnico portista a uma mexida forçada. Cristian Rodriguez voltou para a tentativa de redenção, mas passou discreto a maior parte do tempo. Morno, ao ritmo e embalo do jogo.

Se os primeiros 45 minutos estiveram longe se ser brilhantes, o 2º tempo ainda foi capaz de se tornar ainda mais enfadonho. De tão pouco que se jogou, consequentemente pouco também resta para contar. Apenas a leve incerteza do marcador, pela existência da vantagem mínima, mantinha os níveis de vigília em prontidão. A penalidade convertida por Hulk, já ao cair do pano, colocou um ponto final a um jogo de pouca chama.

De tão habituados que estamos a manjares fartos e suculentos, ficamos desconsolados com serviço de catering prestado esta noite no estádio do dragão. O futebol eminentemente de ataque e assertivo dos homens de Villas Boas meteu gazeta, mas o soberano objectivo foi alcançado sem mácula. Mais 3 pontos para a consolidação do 1º lugar, num jogo em que não ficará na memória, mas tão importante como todas as outras vitórias que nos levarão ao título.

Fotos: uefa.com