terça-feira, 30 de junho de 2015
O PODER DA TURBA E AS ASSEMBLEIAS PLEBISCITÁRIAS
No passado domingo o Sporting Clube de Portugal ("esforço, dedicação, devoção e glória", que o caso não é para menos), realizou uma Assembleia Geral, na qual, entre outras coisas, uma turba de mil sócios assanhados votou favoravelmente a expulsão de sócio de um antigo presidente.
"Foi 'democrático'", dirão aqueles que da democracia têm um conceito que raia o comicieiro. Mas eu acho que isto é tudo menos democracia e é, sim, a típica mobilização da turba para fins pouco dignos, por gente, também ela, muitas vezes pouco digna, e sem qualquer ponta de respeito por vozes dissidentes, as quais, muitas das vezes, nem vão a estes "comícios" por prezarem a sua integridade moral e física.
Não detém, obviamente, a agremiação do Campo Grande o exclusivo deste tipo de manipulação das massas e de perversão da democracia associativa. Lembro-me, a propósito, de um episódio ocorrido no nosso clube em 1969: o treinador José Maria Pedroto saíra do clube, a dois jogos do fim do campeonato, em conflito com o presidente, Afonso Pinto de Magalhães (os pormenores desse conflito ficarão, talvez, para um artigo futuro). O presidente, acossado na imprensa pelo referido treinador, decidiu promover uma assembleia geral, na qual propôs aos sócios que José Maria Pedroto nunca mais pudesse servir o F.C. Porto. A turba, claro, votou favoravelmente.
O calendário avançou e chegou-se a 1976. O presidente de então, Américo Sá, convidou Jorge Nuno Pinto da Costa para chefiar o Departamento de Futebol. Segundo constou, Pinto da Costa terá dito que só aceitaria o cargo se pudesse trazer Pedroto de volta ao clube. Nada mais simples: organizou-se nova assembleia, e os sócios, claro, votaram a favor do levantamento do "banimento" (a seca de 17 anos sem título de campeão e o esmorecer das memórias obviamente ajudaram.).
Onde pretendo eu chegar? Pois bem, em tempos existia no quadro estatutário do clube uma entidade chamada Assembleia Delegada, uma espécie de parlamento clubístico, para a qual os sócios elegiam os seus representantes. Muita matéria era da exclusiva competência dessa assembleia, assim retirando às decisões o imediatismo, irreflexão e demagogia - quando não traulitada - em que as assembleias gerais são mestras. Se a memória me não atraiçoa, foi Pinto da Costa quem propôs, e conseguiu, a abolição da Assembleia Delegada, que considerava elitista, ou coisa que o valha. Como hábil tribuno que sempre foi, a Assembleia Geral chegava-lhe perfeitamente. Mas perante os pouco edificantes espectáculos de muitas assembleias gerais, e atendendo até à parca representatividade que sempre manifestam, acho que chegou a hora de reinstituir a Assembleia Delegada, ou algo semelhante.
Decerto que o clube ficará a ganhar com o fim do poder da turba.
Fotos: ao alto, Afonso Pinto de Magalhães; em baixo, Juan Domingo Perón, antigo presidente argentino e hábil manipulador das massas.
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segunda-feira, 29 de junho de 2015
SMS do dia - a imagem de sucesso
Ao ver o resumo oficial do Portugal - Alemanha de sub21 no site da UEFA (aqui), não deixei de reparar num lapso do comentador inglês.
Nomeadamente, após o quinto golo (por volta dos 2min30s) disse ele: «Porto are cruising into the final!».
Sim, Porto. Não Portugal. Mas compreende-se o lapso... quando se pensa em «sucesso», mais facilmente vem o FCP à cabeça do que a seleção das Quinas, no estrangeiro ;-)
Nomeadamente, após o quinto golo (por volta dos 2min30s) disse ele: «Porto are cruising into the final!».
Sim, Porto. Não Portugal. Mas compreende-se o lapso... quando se pensa em «sucesso», mais facilmente vem o FCP à cabeça do que a seleção das Quinas, no estrangeiro ;-)
Camisolas para a nova época II
Sobre as (novas) camisolas do equipamento principal, e se deviam ser azuis-e-brancas ou brancas-e-azuis, e porque "uma imagem vale por mil palavras", aqui fica uma fotografia(?) com 93 anos, que torna essa discussão completamente estéril -
Se ainda assim houver quem ache que há 93 anos, o Porto era "menos Porto" do que é hoje porque as camisolas não tinham o número certo de faixas ou eram mais brancas do que azuis, está no seu direito. Se há coisa que mudou desde há 9 décadas atrás, é o número e a qualidade de "ayatollahs do Portismo" - e quão mais rico e pujante é o Porto de hoje graças a eles...
Já sobre o infame segundo equipamento, impõem-se duas considerações:
1 - É temporário, para o ano será diferente e daqui a uns anos já ninguém se vai lembrar dele; bem sei que se usarmos esse equipamento "horrível" e de "mau gosto" (e vencermos) na final da Liga dos Campeões ou da Liga Europa, ou no jogo do título, vai ser mais difícil esquecê-lo - mas com esse vosso sofrimento, podem uns quantos de nós bem.
2 - Pese embora o ponto anterior - o carácter temporário deste equipamento - relembro a iniciativa do Augusto Baptista Ferreira, também conhecido como Simplício, que há quase 100 anos atrás, achou que o símbolo do Futebol Clube do Porto (e não um segundo equipamento que será usado umas 5 ou 6 vezes durante uma temporada), precisava de ser alterado - oh heresia! - de
para
Feliz do Simplício que nasceu há mais de um século, pois se sugerisse tal coisa hoje, nem sei que lhe aconteceria... E no entanto, ninguém hoje se atreverá a exigir o regresso ao símbolo anterior, por ser "mais Porto" que o actual - e eu até acho o primeiro mais interessante.
No final do dia é apenas um equipamento castanho, e o Porto é mais que o azul-e-branco, o castanho-e-azul, o roxo ou o laranja - afinal, quem sofre de "daltonismo", também tem direito a ser adepto do FCP!
Se ainda assim houver quem ache que há 93 anos, o Porto era "menos Porto" do que é hoje porque as camisolas não tinham o número certo de faixas ou eram mais brancas do que azuis, está no seu direito. Se há coisa que mudou desde há 9 décadas atrás, é o número e a qualidade de "ayatollahs do Portismo" - e quão mais rico e pujante é o Porto de hoje graças a eles...
Já sobre o infame segundo equipamento, impõem-se duas considerações:
1 - É temporário, para o ano será diferente e daqui a uns anos já ninguém se vai lembrar dele; bem sei que se usarmos esse equipamento "horrível" e de "mau gosto" (e vencermos) na final da Liga dos Campeões ou da Liga Europa, ou no jogo do título, vai ser mais difícil esquecê-lo - mas com esse vosso sofrimento, podem uns quantos de nós bem.
2 - Pese embora o ponto anterior - o carácter temporário deste equipamento - relembro a iniciativa do Augusto Baptista Ferreira, também conhecido como Simplício, que há quase 100 anos atrás, achou que o símbolo do Futebol Clube do Porto (e não um segundo equipamento que será usado umas 5 ou 6 vezes durante uma temporada), precisava de ser alterado - oh heresia! - de
para
Feliz do Simplício que nasceu há mais de um século, pois se sugerisse tal coisa hoje, nem sei que lhe aconteceria... E no entanto, ninguém hoje se atreverá a exigir o regresso ao símbolo anterior, por ser "mais Porto" que o actual - e eu até acho o primeiro mais interessante.
No final do dia é apenas um equipamento castanho, e o Porto é mais que o azul-e-branco, o castanho-e-azul, o roxo ou o laranja - afinal, quem sofre de "daltonismo", também tem direito a ser adepto do FCP!
domingo, 28 de junho de 2015
O que se passa com Jackson!
Desde que o ano começou que todos sabiamos de uma coisa. Jackson ia embora.
Foi uma promessa realizada no final do ano passado ao jogador por Pinto da Costa, um homem que habitualmente honra o que promete aos jogadores. Fez o mesmo a Deco há uns anos e por isso o "Mágico" saiu por menos do que poderia ter valido num leilão aberto. Um gesto que só honra ao presidente e á SAD porque diz claramente aos jogadores que somos um clube de fiar. Jackson sabia portanto que no final de este ano ia sair. Foi renegociado o contrato, ajustada a clausula e o pacto era simples. Se um clube batesse a cláusula, o Jackson saía. Se nenhum chegasse a essas cifras, iria pelo valor mais elevado possível. No final do ano passado houve 3 ofertas reais pelo Jackson. A primeira não ultrapassava os 20 milhões - pagos na totalidade - e era do Borussia de Dortmund. Acabou por ser Immobile o novo avançado dos "borussers" para render Lewandowski. As outras duas eram do Atlético de Madrid e do Valência. Ambos negócios foram tratados pelo amigo Mendes mas ficaram emperrados por dois motivos muito concretos. No caso do Atlético porque Simeone preferiu apostar em Cerci e Griezzman em vez de pagar os 30 milhões que o FC Porto pedia. No do Valência porque não havia ainda a oficialização da compra do clube por Peter Lim o que levou os "Ches" a contratar com empréstimo com opção obrigatória de compra a Negredo. Em ambos os casos Jackson estava satisfeito com o que lhe iam oferecer mas aceitou ficar. Não ficou pactado com o colombiano que tinha um destino certo. Era esperar e ver.
O problema foi que ninguém estava á espera de um grande ano na Champions League e de um leilão aberto.
O Arsenal foi o primeiro a mostrar interesse mas nunca ofereceu mais que 30 milhões de euros. A Jackson a ideia não lhe desagradava - tinha boas referências do seu amigo David Ospina, guarda-redes colombiano dos gunners - mas o FC Porto queria mais e estava disposto a esperar. Foi então que apareceu em cena o Milan. A Doyen é o novo parceiro dos italianos mas, além disso, Pinto da Costa e Galliani são conhecidos (e amigos) há mais de vinte anos. O Milan, com dinheiro fresco, punha os 35 milhões na mesa com um primeiro pago já a cobrir quase toda a totalidade do valor. Um negócio brilhante para o clube. Não só se conseguia uma valorização recorde de um futebolista que ninguém conhecia e que Vitor Pereira insistiu em trazer para render a Falcao (com um ano de atraso, é certo) depois do departamento de scouting do clube o ter descoberto ainda na liga colombiana, como também estava garantido que o dinheiro no seu grosso entrava já. Ficou tudo apalavrado, um acordo de cavalheiros que o clube esperava que Jackson cumprisse.
Pinto da Costa, que esteve brilhante na negociação com o Milan, avançou publicamente que o negócio estava quase fechado, uma frase na altura que colocava toda a pressão no jogador. Agora era Jackson que tinha de cumprir com o que tinha sido acordado no Verão anterior. Mas algo se estava a cozer atrás das costas da SAD do FC Porto.
O Atlético de Madrid não se esqueceu de Jackson.
O avançado não era a prioridade do clube. Era o segundo nome na lista. Durante um largo mês Simeone tentou convencer Carlos Tevez a abdicar da promessa que tinha feito ao Boca Juniores e assinar pelo Atlético. Tevez tinha uma clausula com a Juve em que saía grátis para o seu clube do coração e a Juventus não estava disposto a vendê-lo por menos de 20 milhões a outro clube europeu. Durante esse mês o Atlético tentou baixar o preço - porque o salário de Tevez é muito mais alto que o de Jackson, por exemplo - mas sem exito. O próprio Tevez pareceu sempre preferir voltar a casa e tinha grandes pressões familiares para fazê-lo. Ao mesmo tempo, nas costas do FCP, o Atlético pediu a Jackson que esperasse até ao limite. Ofereciam-lhe menos do que lhe pagava o Milan - cerca de 5 milhões de euros de salário, o Milan oferecia 6 - mas em troca jogava na liga dos seus sonhos (a espanhola), na Champions e era treinador por uma referência actual como já foi Mourinho. E Jackson, ás costas do FC Porto, e alentado pelo seu empresário, esperou. O Atlético fez uma proposta á SAD do FC Porto que foi recusada inicialmente. Pinto da Costa fez saber que estava tudo tratado com o Milan. O Atlético não dava mais de 30 milhões a principio e depois pensou incluir a Oliver Torres - com novo empréstimo - a Moya ou a Manquillo, lateral direito, no negócio. O dinheiro também seria pago a três anos e com um baixo valor no imediato. Um negócio muito diferente daquele que propunha o Milan. A SAD do FC Porto fez saber que não estava interessada e defendeu os interesses do clube. Como tinham de o ter feito e bem.
O problema chegou quando Tevez formalmente disse que não ao Atlético e, em resposta, Jackson rejeitou a oferta do Milan quebrando o pacto de cavalheiros com Pinto da Costa. O Milan ainda insistiu mas percebeu logo que era um caso perdido. Agora vão contratar por menos 5 milhões a Carlos Bacca, o colombiano do Sevilla que era a terceira opção do Atlético, caso falhasse Jackson também. O Sevilla vai ver quase a totalidade do dinheiro já e beneficiar-se de um negócio que era nosso. O Milan fez o que lhe competia mas deixou agora o FC Porto numa posição extremamente delicada. Jackson decidiu bater o pé e não aceitar ir para mais lado nenhum, nem sequer para o Arsenal que ainda espera desenvolvimentos. O Atlético sabe-se forte neste negócio e tem procurado baixar ainda mais o valor a pagar, utilizando o agente de Jackson para fazer pressão pública. As noticias lançadas sobre o interesse do FC Porto em jogadores do Atlético têm sido lançadas de parte a parte para justificar uma eventual redução no valor oficial mas no Dragão ninguém duvida que, de um negócio perfeito, passamos a um negócio perigoso. Porque o Atlético paga mal, paga tarde e está a ter uma atitude que não inspira confiança. Por outro lado está Jackson. O Porto cumpriu com o colombiano mas este não o fez e está agora, informalmente, em rebelião. Não vender o jogador este Verão - tem contrato - é ter a um jogador caro insatisfeito no plantel e com a possibilidade de sair a zero em pouco tempo (algo que ao empresário interessa pessoalmente porque a comissão a cobrar de um negócio futuro seria sempre maior). Um bico de obra.
Que tem de fazer o FC Porto?
Defender, como tem feito, os nossos interesses. Jackson perdeu o meu respeito a partir do momento em que quebrou a palavra dada e negociou ás costas do clube e deixou-nos numa situação delicada. A sua saida é inevitável e o Atlético deverá ser mesmo o seu destino mas por valores, na prática, inferiores aos do negócio Milan. Por isso mesmo ainda nada foi formalizado. O FC Porto recusa-se a tratar com o agente de Jackson, Jorge Mendes está a tentar mediar a situação e ainda ninguém sabe que contrapartidas pode haver (e Oliver é a mais provável) para acalmar as águas. Jackson pode dizer que já é jogador do Atlético mas até o FC Porto não disser de sua justiça, é futebolista nosso e deve comportar-se como tal. Não há nada, absolutamente nada a apontar á gestão da SAD neste caso, mas será curioso ver como a história se desenvolve nos próximos capitulos.
Foi uma promessa realizada no final do ano passado ao jogador por Pinto da Costa, um homem que habitualmente honra o que promete aos jogadores. Fez o mesmo a Deco há uns anos e por isso o "Mágico" saiu por menos do que poderia ter valido num leilão aberto. Um gesto que só honra ao presidente e á SAD porque diz claramente aos jogadores que somos um clube de fiar. Jackson sabia portanto que no final de este ano ia sair. Foi renegociado o contrato, ajustada a clausula e o pacto era simples. Se um clube batesse a cláusula, o Jackson saía. Se nenhum chegasse a essas cifras, iria pelo valor mais elevado possível. No final do ano passado houve 3 ofertas reais pelo Jackson. A primeira não ultrapassava os 20 milhões - pagos na totalidade - e era do Borussia de Dortmund. Acabou por ser Immobile o novo avançado dos "borussers" para render Lewandowski. As outras duas eram do Atlético de Madrid e do Valência. Ambos negócios foram tratados pelo amigo Mendes mas ficaram emperrados por dois motivos muito concretos. No caso do Atlético porque Simeone preferiu apostar em Cerci e Griezzman em vez de pagar os 30 milhões que o FC Porto pedia. No do Valência porque não havia ainda a oficialização da compra do clube por Peter Lim o que levou os "Ches" a contratar com empréstimo com opção obrigatória de compra a Negredo. Em ambos os casos Jackson estava satisfeito com o que lhe iam oferecer mas aceitou ficar. Não ficou pactado com o colombiano que tinha um destino certo. Era esperar e ver.
O problema foi que ninguém estava á espera de um grande ano na Champions League e de um leilão aberto.
O Arsenal foi o primeiro a mostrar interesse mas nunca ofereceu mais que 30 milhões de euros. A Jackson a ideia não lhe desagradava - tinha boas referências do seu amigo David Ospina, guarda-redes colombiano dos gunners - mas o FC Porto queria mais e estava disposto a esperar. Foi então que apareceu em cena o Milan. A Doyen é o novo parceiro dos italianos mas, além disso, Pinto da Costa e Galliani são conhecidos (e amigos) há mais de vinte anos. O Milan, com dinheiro fresco, punha os 35 milhões na mesa com um primeiro pago já a cobrir quase toda a totalidade do valor. Um negócio brilhante para o clube. Não só se conseguia uma valorização recorde de um futebolista que ninguém conhecia e que Vitor Pereira insistiu em trazer para render a Falcao (com um ano de atraso, é certo) depois do departamento de scouting do clube o ter descoberto ainda na liga colombiana, como também estava garantido que o dinheiro no seu grosso entrava já. Ficou tudo apalavrado, um acordo de cavalheiros que o clube esperava que Jackson cumprisse.
Pinto da Costa, que esteve brilhante na negociação com o Milan, avançou publicamente que o negócio estava quase fechado, uma frase na altura que colocava toda a pressão no jogador. Agora era Jackson que tinha de cumprir com o que tinha sido acordado no Verão anterior. Mas algo se estava a cozer atrás das costas da SAD do FC Porto.
O Atlético de Madrid não se esqueceu de Jackson.
O avançado não era a prioridade do clube. Era o segundo nome na lista. Durante um largo mês Simeone tentou convencer Carlos Tevez a abdicar da promessa que tinha feito ao Boca Juniores e assinar pelo Atlético. Tevez tinha uma clausula com a Juve em que saía grátis para o seu clube do coração e a Juventus não estava disposto a vendê-lo por menos de 20 milhões a outro clube europeu. Durante esse mês o Atlético tentou baixar o preço - porque o salário de Tevez é muito mais alto que o de Jackson, por exemplo - mas sem exito. O próprio Tevez pareceu sempre preferir voltar a casa e tinha grandes pressões familiares para fazê-lo. Ao mesmo tempo, nas costas do FCP, o Atlético pediu a Jackson que esperasse até ao limite. Ofereciam-lhe menos do que lhe pagava o Milan - cerca de 5 milhões de euros de salário, o Milan oferecia 6 - mas em troca jogava na liga dos seus sonhos (a espanhola), na Champions e era treinador por uma referência actual como já foi Mourinho. E Jackson, ás costas do FC Porto, e alentado pelo seu empresário, esperou. O Atlético fez uma proposta á SAD do FC Porto que foi recusada inicialmente. Pinto da Costa fez saber que estava tudo tratado com o Milan. O Atlético não dava mais de 30 milhões a principio e depois pensou incluir a Oliver Torres - com novo empréstimo - a Moya ou a Manquillo, lateral direito, no negócio. O dinheiro também seria pago a três anos e com um baixo valor no imediato. Um negócio muito diferente daquele que propunha o Milan. A SAD do FC Porto fez saber que não estava interessada e defendeu os interesses do clube. Como tinham de o ter feito e bem.
O problema chegou quando Tevez formalmente disse que não ao Atlético e, em resposta, Jackson rejeitou a oferta do Milan quebrando o pacto de cavalheiros com Pinto da Costa. O Milan ainda insistiu mas percebeu logo que era um caso perdido. Agora vão contratar por menos 5 milhões a Carlos Bacca, o colombiano do Sevilla que era a terceira opção do Atlético, caso falhasse Jackson também. O Sevilla vai ver quase a totalidade do dinheiro já e beneficiar-se de um negócio que era nosso. O Milan fez o que lhe competia mas deixou agora o FC Porto numa posição extremamente delicada. Jackson decidiu bater o pé e não aceitar ir para mais lado nenhum, nem sequer para o Arsenal que ainda espera desenvolvimentos. O Atlético sabe-se forte neste negócio e tem procurado baixar ainda mais o valor a pagar, utilizando o agente de Jackson para fazer pressão pública. As noticias lançadas sobre o interesse do FC Porto em jogadores do Atlético têm sido lançadas de parte a parte para justificar uma eventual redução no valor oficial mas no Dragão ninguém duvida que, de um negócio perfeito, passamos a um negócio perigoso. Porque o Atlético paga mal, paga tarde e está a ter uma atitude que não inspira confiança. Por outro lado está Jackson. O Porto cumpriu com o colombiano mas este não o fez e está agora, informalmente, em rebelião. Não vender o jogador este Verão - tem contrato - é ter a um jogador caro insatisfeito no plantel e com a possibilidade de sair a zero em pouco tempo (algo que ao empresário interessa pessoalmente porque a comissão a cobrar de um negócio futuro seria sempre maior). Um bico de obra.
Que tem de fazer o FC Porto?
Defender, como tem feito, os nossos interesses. Jackson perdeu o meu respeito a partir do momento em que quebrou a palavra dada e negociou ás costas do clube e deixou-nos numa situação delicada. A sua saida é inevitável e o Atlético deverá ser mesmo o seu destino mas por valores, na prática, inferiores aos do negócio Milan. Por isso mesmo ainda nada foi formalizado. O FC Porto recusa-se a tratar com o agente de Jackson, Jorge Mendes está a tentar mediar a situação e ainda ninguém sabe que contrapartidas pode haver (e Oliver é a mais provável) para acalmar as águas. Jackson pode dizer que já é jogador do Atlético mas até o FC Porto não disser de sua justiça, é futebolista nosso e deve comportar-se como tal. Não há nada, absolutamente nada a apontar á gestão da SAD neste caso, mas será curioso ver como a história se desenvolve nos próximos capitulos.
Brahimi e os aproveitamentos manhosos
COMUNICADO
A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem comunicar, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, ter adquirido por 3.800.000€ (três milhões e oitocentos mil euros), 30% dos direitos económicos do jogador Yacine Brahimi à Doyen Sports Investments Limited, ficando a deter 50% dos direitos económicos do jogador.
O Conselho de Administração
Porto, 26 de Junho de 2015
Este comunicado da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, serviu para o jornal Record fazer um artigo intitulado “Brahimi dá prejuízo agora para… dar lucro depois?” onde, para além da estupidez habitual (prejuízo?!), vem ao cima uma evidente desonestidade intelectual do(s) autor(es).
No meio de umas contas manhosas, segundo o velho princípio de “todos os burros comem palha, a questão é saber-lha dar…”, o autor (desconhecido, porque o artigo do Record nem sequer é assinado) escreve o seguinte:
«(…) certo é que, caso o jogador seja vendido, o FC Porto ficará com uma parte significativa da venda e não apenas os 20% que inicialmente detinha»
“os 20% que inicialmente detinha”?
Mas, ó senhores do Record, então, segundo a tese que suporta o vosso artigo, a FCP SAD não comprou 100% dos direitos económicos do Brahimi e depois, “muito depois” (cerca de 86400 segundos depois!) vendeu 80%?
Ai estas (in)coerências…
Pois é, este é o busílis da questão.
Formalmente, o FC Porto comprou (ao Granada Club de Fútbol) a totalidade dos direitos económicos de Brahimi pelo montante de 6.500.000€, no dia 22 de Julho de 2014 e, no dia seguinte, alienou (à Doyen Sports Investments Limited), em regime de associação económica, 80% desses direitos pelo montante de 5.000.000€. Formalmente foi isto que se passou.
Na prática, e na perspectiva do FC Porto, tratou-se de uma única operação, em que a FCP SAD comprou 20% dos direitos económicos de Brahimi por 1.500.000€ (mais um valor desconhecido de encargos adicionais).
Brahimi - Comunicados da FC Porto SAD |
Porquê, então, comprar 100% do passe num dia e vender 80% no dia seguinte, sem que, pelo meio, o jogador tenha sequer vestido a camisola do FC Porto num treino?
Não ficaria surpreendido, que tal se tenha devido aos acordos existentes entre a Doyen Sports Investments e o Granada Club de Fútbol (clube que tinha uma parte do passe e os direitos desportivos do Brahimi). Aliás, é muito provável que, entre a Doyen e o Granada, houvesse um compromisso que obrigava o Granada a vender a sua parte do passe do Brahimi, se alguém pagasse um determinado valor.
Não teria sido melhor a FC Porto SAD ter ficado com 100% dos direitos económicos de Brahimi por 6,5M?
Concerteza. Contudo, falta saber se o Granada/Doyen estavam dispostos a vender os direitos económicos de Brahimi por apenas 6,5 milhões. Tudo indica que não.
«(…) não podemos estranhar esta incapacidade aritmética do fundo Doyen, pois o seu CEO, Sr. Nélio Lucas, conseguiu transformar uma proposta que fez ao Sporting de 20M, no dia 24/05/2014, para a aquisição do atleta Brahimi, em 6,5M para outro clube português conforme é do domínio público»
in Comunicado da Sporting Clube de Portugal, Futebol, SAD, de 14-08-2014
No contrato com a Doyen, a FC Porto SAD salvaguardou uma opção de compra de, até 55% dos direitos económicos de Brahimi, até Junho de 2017.
Ora, com os 30% adquiridos em 26 de junho de 2015, a FCP SAD passou a deter 50% do passe (direitos económicos) do Brahimi, nos quais investiu 5,3 milhões. E ainda poderá comprar mais 25% até Junho de 2017.
Quando a FCP SAD acordar com outro clube a transferência do Brahimi e vender a percentagem dos direitos económicos que detiver, veremos se os títulos dos jornais irão incluir a palavra “prejuízo” ou “lucro”. Até lá, podem continuar a destilar o fel habitual, porque “os cães ladram e a caravana passa”…
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Distracções Diário
Parece que a coisa está decidida, mas nunca se sabe - Jackson Martínez, o mais completo - eu diria o melhor - ponta-de-lança que passou pelo Porto no últimos 30 anos (ou mais), está de partida para Espanha; com cerca de 30 golos marcados em cada uma das 3 épocas que passou no Dragão, leva na bagagem um título de campeão, e duas Supertaças - só há uma palavra para descrever este palmarés: trágico.
domingo, 21 de junho de 2015
Tchau Guido!
Guido Carrillo (capas de O JOGO de 10 e 18 de Junho) |
«Seduzidos pelas exibições do argentino, os portistas conversaram com Mariano González e obtiveram as melhores referências do jovem de 24 anos. Clube de La Plata está a pedir cerca de dez milhões de euros»
O JOGO, 10-06-2015
«A lista de clubes que já foram apontados como possíveis destinos de Guido Carrillo neste defeso é interminável. Todavia, um nome salta à vista: o Monaco. A equipa de Leonardo Jardim perdeu o búlgaro Berbatov e em França garante-se que está muita atenta ao avançado. O Olympiacos, o Inter e o Palermo são os outros clubes que, tal como o FC Porto, também estão de olho no argentino.»
O JOGO, 10-06-2015
«O CEO da sociedade azul e branca está na Argentina e o objectivo é muito claro: tentar fechar negócio rapidamente, antecipando-se à concorrência, que não é tão pouca quanto isso. Na agenda já estiveram duas reuniões: uma com o presidente do Estudiantes, Juan Sebastián Verón, e outra com o pai e os empresários do avançado do momento na América do Sul.»
O JOGO, 14-06-2015
Guido Carrillo aceita proposta do Monaco (O JOGO, 21-06-2015) |
O que falhou na hipotética contratação de Guido Carrillo, como eventual substituto de Jackson Martínez?
Bem, para começar, a novela Jackson ainda não terminou. Aliás, depois de parecer estar tudo acertado com o AC Milan, o jogador e o seu empresário fizeram um compasso de espera (aparentemente, à espera do Atlético Madrid), deixando o FC Porto pendente, quer da confirmação da saída do Cha-Cha-Cha, quer da consequente entrada de uma verba significativa (20, 25, 30 ou mesmo os 35 milhões da cláusula de rescisão).
Mas, o problema principal foi o FC Porto ter concorrência de peso e, obviamente, o FC Porto não tem os argumentos financeiros do “tubarões” como o Inter ou o AS Monaco.
AS Monaco que, recorde-se, foi comprado por Dmitry Rybolovlev em Dezembro de 2011. Ora, daí para cá, a fortuna do bilionário russo permitiu ao clube monegasco investir centenas de milhões de euros em contratações milionárias (Radamel Falcao, James Rodríguez, João Moutinho, Bernardo Silva, etc.) e oferecer aos jogadores salários estratosféricos.
Foi o caso de Guido Carrillo. Para além de pagar ao Estudiantes o valor que o clube argentino pretendia (9-10 milhões de euros), o AS Monaco ofereceu ao jogador um contrato de cinco anos, com um ordenado líquido de três milhões de euros por ano. E falta saber quanto receberam os intermediários (empresários e pai do jogador)…
Se tal fosse necessário, esta disputa por Guido Carrillo veio demonstrar que será cada vez mais difícil o FC Porto vencer, dentro do campo, clubes médios/grandes europeus (endinheirados), como este AS Monaco de Rybolovlev. E digo que será difícil o FC Porto vencer dentro de campo porque, sem recurso a partilha do passe com Fundos, fora das quatro linhas já não tem qualquer hipótese.
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sábado, 20 de junho de 2015
Camisolas para a nova época
As novas camisolas da equipa de futebol do FCP foram apresentadas. A principal:
Gostei.
E penso que isto demonstra que havendo vontade podemos manter um padrão-base, e por isto refiro-me ao número de riscas - mudando apenas detalhes de forma inteligente (como as mangas, a gola, a parte de baixo da camisola, ...) de forma a termos na mesma uma camisola claramente distinta da época anterior. Pessoalmente prefiro de longe o padrão mais parecido possível com a camisola q tivémos durante muitas décadas (muito parecida com esta nova - pelo menos na parte frontal - mas trocando as riscas brancas por azuis e vice-versa), e não camisolas que às vezes fazem pensar que estamos na presença do Gotemburgo ou do Blackburn.
Quanto à 2a e 3a camisolas, aí sim acho que a Direção pode usar de maior liberdade criativa. Pelo que vi gosto muito da 2a camisola para a nova época, e detesto a 3a (uma grande trampa, literalmente).
Finalmente, há a questão do patrocinador na camisola. A ver vamos como isto acaba, mas fiquei muito desiludido com as declarações de PdC a propósito de um hipotético patrocínio do governo angolano: chamem-me maluco mas, apesar de achar natural que o dinheiro fale muito alto, não concordo minimamente que fale acima de tudo o resto: era só o que faltava sermos patrocinados por um governo ditatorial em que ainda por cima os seus dirigentes batem recordes mundiais a roubar dinheiro público para os seus bolsos, da família e de compinchas.
Se hipoteticamente houvesse muitos portistas entre os habitantes do Estado Islâmico, será que PdC iria usar esse argumento para dizer que teria muito prazer em ser patrocinado pelo E.I.? Obviamente o E.I. está bem para além do governo angolano, mas isso não impede que este último também esteja bem para além da «linha vermelha» que defendo para os princípios que devem reger a gestão do FCP.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Herrera e novamente Jackson
Dragões de Ouro (O JOGO, 19-06-2015) |
Numa altura em que Pinto da Costa já anunciou a sua saída, Jackson Martínez volta a surgir (pelo terceiro ano consecutivo!) na lista dos galardoados com um Dragão de Ouro. É mais um recorde para Jackson, o qual, como jogador, atleta e pessoa vai deixar saudades.
Polémica é a atribuição a Herrera do dragão de ouro para futebolista do ano. Eu concordo, mas haverá muitos portistas (a maioria?) que estarão em desacordo.
Talvez Danilo, Casemiro ou Óliver merecessem mais do que Herrera mas, levando em conta que estão os três de saída do FC Porto e que, no caso de Danilo, já ganhou na época passada, penso que é compreensível e aceitável a escolha de Herrera.
A escolha dos dragões de ouro implica ponderar este tipo de aspectos e, também, gerir algumas sensibilidades. Por exemplo, não deve ter sido por acaso, que foram escolhidos dois atletas do Andebol – Gilberto Duarte e Miguel Martins –, os quais renovaram e vão continuar de azul-e-branco e um treinador do Basquetebol – Moncho López – que renovou contrato com o FC Porto até 2020!
Indiscutível e inteiramente justa é a atribuição do ‘Dragão de Ouro – Recordação’ a Domingos Pereira.
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quarta-feira, 17 de junho de 2015
Distrações Diário
Maxi Pereira no Porto? Nunca, jamais e em tempo algum. A SAD do FC Porto, atarefada que deve andar com a preparação da próxima temporada, ainda não desmentiu a intenção de contratar o conhecido jagunço - mas devia.
Um suplente de luxo
Quaresma na Seleção de Fernando Santos (O JOGO, 17-06-2015) |
Depois de ter sido ostracizado por Paulo Bento, Fernando Santos recuperou Quaresma para uma Seleção que, com o “engenheiro do Penta” ao leme, voltou a ser nacional.
E Quaresma não tem deixado ficar mal o selecionador nacional, bem pelo contrário, como provam os seus números de golos e assistências (algumas das quais absolutamente decisivas).
A questão que se coloca nesta altura é outra.
Deverá Quaresma continuar a ser uma espécie de suplente de luxo, ou o Mustang já fez mais do que suficiente para ser titular nesta seleção de trintões?
Ou dito de outra forma, Nani e Danny têm feito mais do que Quaresma, de modo a justificarem a titularidade que lhes foi dada por Fernando Santos?
terça-feira, 16 de junho de 2015
Um salário de 7 milhões
Salário de 7 milhões de euros (O JOGO, 16-06-2015) |
A ser verdade o que diz o jornal espanhol Marca, segundo o qual o AC Milan acenou a Jackson com um salário anual de 7 milhões de euros (livres de impostos), nem vale a pena dizer nada, só resta abrir a boca de espanto.
Fair play financeiro? Pois, pois… Para moralizar o futebol, há é que acabar com os Fundos, que parece que incomodam os clubes mais ricos e poderosos, não é senhor Platini?
sábado, 13 de junho de 2015
É Obra… dovic!
Sporting tenta Ljubomir Obradovic (in Record, 06-06-2015)
Depois do futebol, o andebol. Após o golpe que foi a contratação de Jorge Jesus, o Sporting está a tentar reeditar uma “bicada” noutro rival e noutra modalidade. Ljubomir Obradovic, técnico que conseguiu seis campeonatos consecutivos ao serviço do FC Porto, é alvo dos leões para treinar a equipa de andebol. (…)
À imagem do que o clube liderado por Bruno de Carvalho fez no futebol, no andebol o plano para regressar aos títulos na modalidade passa por tirar o treinador a um rival.
Obradovic, que também foi campeão nacional pelo Belenenses (em 1993/94, época do último título do histórico lisboeta), está em final de contrato com o FC Porto e há interesse entre todas as partes para que o treinador de 60 anos, que também acumula o cargo de selecionador de Montenegro, continue no Dragão Caixa. Mas o Sporting quer aproveitar o facto de a renovação de contrato ainda não estar definida para “desviar” o técnico.»
Conforme é público, o Sporting teve de fazer uma reestruturação financeira, que incluiu a emissão de 80 milhões de valores mobiliários, obrigatoriamente convertíveis em ações, as quais servem para pagar dívidas ao Novo Banco (24 milhões de euros) e Millenium BCP (56 milhões). Este processo só ficou concluído em 17 de Dezembro de 2014.
Conforme é público, a Doyen Sports entregou uma queixa no Tribunal Arbitral do Desporto contra o Sporting (a qual deverá ser decidida nas próximas semanas), onde exige 16 milhões de euros, por a SAD leonina não ter pago o valor correspondente aos 75% dos direitos económicos que este fundo de investimento detinha do jogador Marcos Rojo (transferido do Sporting para o Manchester United por um valor de 20 milhões de euros).
Conforme é público, devido a incumprimento das regras do fair play financeiro, o Sporting foi punido pela UEFA e só vai ter a possibilidade de inscrever 22 jogadores (e não os habituais 25) nas provas europeias da próxima época (relativamente à lista A).
Perante estes factos (todos referentes ou concluídos nos últimos meses), perante esta realidade, como é possível que o Sporting, quer no futebol (a SAD), quer nas modalidades (o Clube), revele tamanha saúde financeira e tenha capacidade para estas abordagens milionárias ao mercado?
É Obra… dovic, carago!
quinta-feira, 11 de junho de 2015
O IV Encontro já tem data
O I Encontro da Bluegosfera foi no dia 21 de Julho de 2012.
O II Encontro da Bluegosfera foi no dia 15 de Junho de 2013.
O III Encontro da Bluegosfera foi no dia 7 de Junho de 2014.
O IV Encontro da Bluegosfera será realizado dia 4 de Julho de 2015.
IV Encontro da Bluegosfera - Data, Local e Programa (resumo) |
IV Encontro da Bluegosfera - Mapa |
Quem quiser participar, pode ir marcando esta data na agenda. Brevemente abrirão as inscrições e daremos mais novidades.
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quarta-feira, 10 de junho de 2015
Aperta o cerco a Jackson
Logo no final da sua 1ª época (2012/2013) no Porto, havia quem quisesse levar Jackson para outras paragens…
1ª tentativa do Valência em contratar Jackson (O JOGO, 11-06-2013) |
Jackson ficou, mas o lote de interessados (Valência, Zenit, Arsenal, etc.) foi aumentando…
Mangala ou Jackson (O JOGO, 24-04-2014) |
Em agosto de 2014, quando a permanência de Jackson era muito incerta, a SAD "tirou um coelho da cartola", renovou contrato com Jackson, aumentando-lhe o salário, baixando a cláusula de rescisão (de 40 para 35 milhões), mas assegurando o mais importante - que Cha-Cha-Cha continuaria mais um ano de azul-e-branco…
Jackson garantido mais uma época (O JOGO, 03-08-2014) |
Evidentemente, tal como aconteceu com Deco em 2003, terá ficado estabelecido um compromisso entre as Partes, de que esta seria a última época de Jackson no Porto…
Jackson assume a inevitabilidade da saída (O JOGO, 09-02-2015) |
E, pelas notícias que têm vindo a público…
…tudo indica que a saída de Jackson está iminente…
Nélio Lucas (Doyen) e Galliani (AC Milan) num avião privado rumo ao Porto, em 10-06-2015 |
Jorge Jesus e Lopetegui
Foto: futebolgourmet.pt
Estou há umas largas semanas para escrever sobre Lopetegui e os recentes episódios de Jorge Jesus fazem com que não me deva atrasar mais.
Na verdade, os últimos episódios vêm fazer vincar ainda mais no meu entendimento as grandes semelhanças entre Lopetegui e Jorge Jesus.
Claro que não me refiro ao cabelo longo com risca ao meio, pese embora não seja também apreciador desse tipo de visual.
As semelhanças que encontro em ambos são aquilo que - independentemente dos possíveis resultados - faria com que eu, se tivesse a responsabilidade de dirigir o nosso Clube, jamais contratasse qualquer um deles.
Claro que ambos têm coisas positivas: a meu ver, ambos percebem de futebol e são, claramente, futebolistas no bom sentido.
Ambos têm, no entanto, duas características que não tolero em treinadores do meu Clube:
(i) Em primeiro lugar, ambos actuam sempre - e quando digo sempre, quero dizer mesmo sempre - pensando primeiro em si e depois no Clube.
Foi esse, por exemplo, o caso dos primeiros anos de Jesus no SLB, quando obrigava os jogadores a jogar a 100km/h mesmo que os jogos já estivessem ganhos. Fazia-o porque, sabendo que não chegava aos títulos e procurando iludir os adeptos sobre a diferença pontual, era a forma de alegrar o pagode. Os adeptos idolatravam-no, embora ele não ganhasse nada.
Foi essa também a postura de Lopetegui ao longo do ano: começou por não reagir atempadamente aos roubos de que fomos vítimas logo no início do campeonato, por pensar que isso ajudaria a manter uma imagem de "tranquilidade"; depois, aproveitou a passagem precoce aos oitavos de final da Champions para dar em Espanha - que é com Espanha que ele se preocupa - uma ideia de sucesso; finalmente, quando lhe começou a ser útil, passou a criticar (diga-se de passagem, com inteira razão) as arbitragens. Ele pensa que a segunda posição no campeonato e a campanha na Champions são duas linhas honrosas no seu CV. Mas para o Clube isso é uma tristeza.
(ii) Em segundo lugar, são treinadores que, nos momentos de guerra, em vez de cerrarem os dentes e partirem para a batalha com o peito feito, se acobardam e se deixam ultrapassar. Foi assim Jesus no Dragão, no jogo em que Kelvin o fez ajoelhar-se no nosso Estádio. Foi assim Lopetegui em muitos jogos, culminando com o jogo na Luz (em que parecia não querer ganhar) e no Restelo, em que se ajoelhou.
Pelos vistos há portistas que gostam, como há benfiquistas que, mesmo nos primeiros anos, idolatravam o JJ. Eu com eles não me iludo e o Lopetegui, ou muda, ou de mim recebe apenas um "cantas bem mas não me animas".
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Apostar em Helton e Gudiño
Raúl Gudiño (O JOGO, 02-12-2014) |
Raúl Gudiño chegou ao Porto por empréstimo do Club Deportivo Guadalajara (a FCP SAD tem opção de compra do seu passe), em Setembro de 2014, para jogar nos juniores mas, em 29 de Novembro de 2014, estreou-se pela equipa B e deu logo nas vistas.
Seis meses depois e após ter visto este jovem guarda-redes mexicano atuar diversas vezes, quer em jogos da equipa B, quer na fase final do campeonato de juniores, penso que Raúl Gudiño deveria ser a grande aposta do FC Porto para a baliza da equipa principal… daqui a um ou dois anos. Até lá, se nada de anormal acontecer, Helton demonstrou que é perfeitamente capaz de assegurar a baliza do FC Porto sem comprometer.
Helton? Mas, então, o FC Porto não precisa de um guarda-redes de topo?
Onde estão os guarda-redes de topo (que sejam claramente melhores do que o Helton) interessados em virem para o campeonato português? Existem? Quanto custa o respectivo passe?
Gerir implica fazer escolhas e decidir onde investir os (escassos) recursos financeiros existentes. Ora, mesmo que houvesse guarda-redes de topo disponíveis para virem para o Porto e cujo passe custasse menos de 15M, a pergunta seguinte é: uma opção dessas faz sentido?
Faz sentido a FCP SAD gastar 10M, 12M ou 15M no passe de um “guarda-redes de topo”, tendo no plantel Helton e Gudiño? (já para não falar em Fabiano, Ricardo Nunes ou Andrés Fernández)
Penso que não. Há outras posições (ponta-de-lança para substituir Jackson e/ou defesa-central com um perfil semelhante ao Otamendi) em que me parece muito mais necessário investir o limitado dinheiro existente.
E mais. Queremos, ou não, criar condições, para que os jogadores mais promissores, que se destacam na equipa B possam, num horizonte de um ou dois anos, integrar o plantel principal?
É que se queremos isso, não podemos gastar 10, 12 ou 15M num “guarda-redes de topo”, que irá tapar e impedir esse cenário. Até porque, no caso dos guarda-redes, os suplentes só jogam em caso de lesão ou castigo do titular.
Helton tem 37 anos (feitos a 18 de Maio) e, embora esteja na fase descendente da sua carreira, ainda é um bom guarda-redes de equipa grande podendo, perfeitamente, jogar mais uma ou duas épocas (para quando a renovação?).
Raúl Gudiño tem 19 anos (feitos a 22 de Abril), ainda não completou a sua formação, mas tem características que podem fazer dele, a médio prazo, um guarda-redes de topo internacional.
Raul Gudiño (O JOGO, 07-06-2015) |
Assim sendo, na minha opinião, a época 2015/2016 deveria ser aproveitada para:
– Colocar o Gudiño a treinar com a equipa principal, para se integrar no plantel, beneficiando da presença do compatriota Herrera e tendo o Helton como “professor”;
– Experimentar o Gudiño em alguns jogos particulares da equipa principal (logo na pré-temporada), bem como, em jogos da Taça da Liga;
– Dar continuidade à titularidade de Gudiño na equipa B;
– Iniciar/acelerar o processo de correção de algumas deficiências do Gudiño – melhorar o jogo de pés; melhorar o timing de saídas da baliza; melhorar a colocação das barreiras nos livres.
No final da época 2015/2016, far-se-ia uma análise e das duas uma:
a) Gudiño “cresceu”, melhorou nos aspectos que precisa de corrigir e está em condições de discutir, com Helton, a titularidade da baliza do FC Porto;
b) Gudiño não evoluiu e é preciso ir ao mercado arranjar um bom guarda-redes para suceder a Helton.
Statista
A Juventus passou a ser, desde sábado, de forma isolada, o clube com mais derrotas em finais da Taça dos Campeões/Champions League. No entanto, ainda não é o clube com mais derrotas no conjunto de todas as provas da UEFA.
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domingo, 7 de junho de 2015
Saídas e Entradas (I)
SAÍDAS (3):
Danilo (Real Madrid) – dos 31,5 M€ pagos pelo Real, entraram nos cofres da FCP SAD cerca de 26,7 M€ (correspondentes a 3,56 M€ do valor contabilístico do atleta + 23,1 M€ da mais-valia comunicada).
Casemiro (Real Madrid) – 7,5 M€ pagos pelo clube espanhol (presumivelmente limpos de encargos).
Óliver (Atlético Madrid) – fim do empréstimo (que não tinha opção de compra) e regresso do jogador a Madrid.
ENTRADAS (4):
André André, Bueno, Sérgio Oliveira, Carlos Eduardo |
Sérgio Oliveira (Paços Ferreira) – a FCP SAD terá investido cerca de 0,5 M€
Carlos Eduardo (Nice, França) – fim do empréstimo (o Nice não tinha opção de compra) e regresso ao Porto.
Alberto Bueno (Rayo Vallecano, Espanha) – jogador livre (estava em fim de contrato).
André André (Vitória Guimarães) – 1,5 M€ (valor da cláusula de rescisão).
BALANÇO
É demasiado cedo para fazer balanços. Falta um mês para o arranque da nova época e mais de dois meses para o primeiro jogo oficial. Daqui até lá, irão existir imensos rumores, muitas entradas e saídas e, inclusivamente, não é certo que Óliver saia mesmo, bem como, que as quatro "entradas" fiquem todos no plantel 2015/2016.
Para já, parece claro que o FC Porto terá de ir ao mercado para arranjar um médio defensivo, porque nenhum dos quatro jogadores regressados/contratados tem essas características e Rúben Neves ainda não está preparado para ser o Nº 6 titular dos dragões.
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sábado, 6 de junho de 2015
Venham mais cinco…
A confirmar-se que o empréstimo de Casemiro irá gerar um lucro para a FCP SAD de 6,5 milhões de euros (os 7,5 milhões de euros pagos pelo Real Madrid menos um milhão que o FC Porto pagou pelo empréstimo de um ano), então este empréstimo foi um sucesso total, quer do ponto de vista desportivo, quer do ponto de vista financeiro.
E mais. De acordo com a comunicação social (espanhola e portuguesa), se o Real quiser aproveitar a valorização do Casemiro, para vender o seu passe a um outro clube, ou incluí-lo como moeda de troca num eventual negócio, o FC Porto ainda receberá mais 7,5 milhões de euros. A confirmar-se, seria um autêntico Jackpot!
Lucro de 6,5 milhões (O JOGO, 06-06-2015) |
Fazendo um balanço, desportivo e financeiro, aos empréstimos de Óliver, Tello e Casemiro é caso para revisitar uma das músicas mais famosas do Zeca Afonso e dizer:
Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
P.S. Não sei se Casemiro valerá 22,5 milhões de euros (15 + 7,5 milhões de euros) mas, desportivamente falando, vai deixar-me saudades.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
O Regresso do "Pai dos Povos"
Josef Vissarianovich Dzhugashvili, também conhecido por "Pai dos Povos", e ainda mais conhecido por Stalin, ficou para a História como o inventor do "Photoshop", cujos direitos o Comité Central do PCUS, já na sua decadência, venderia à dupla Thomas e John Knoll, os quais ficaram assim injustamente com a fama de terem sido os inventores da técnica.
Mais recentemente, Lyudovik Filipp Vieirovsky, conhecido por «Pai dos '6 Milhões'» (não usa preservativo), tornou-se também um exímio utilizador desta artística técnica.
Abaixo podem ver um exemplo do trabalho de cada um desses meritórios artistas.
Nota: o "ausente" na primeira foto soviética é Nikolai Yezhov, executado em 1940, e daí em diante conhecido, por causa desta foto, por "o Comissário Desaparecido".
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quinta-feira, 4 de junho de 2015
SMS do dia
O JJ conseguiu a proeza de ser eliminado várias vezes na Champions League pelo Benfica durante a fase de grupos. A sua chegada ao Sporting abre as portas a um novo recorde: cair directamente na fase preliminar!
Jesus: “milagres” e mitos
A confirmar-se o que diz toda a comunicação social, segundo a qual Jorge Jesus irá para o Sporting com um contrato de 18 milhões de euros por três épocas…
… e com um salário 50 por cento superior ao que tinha no SLB…
… é o fim de alguns mitos.
O mito de que o “novo Sporting” é um clube/SAD de boas contas, no qual não se cometem loucuras financeiras (ao contrário do que nos últimos anos foi feito nas “mal geridas” SAD’s da concorrência).
O mito de que no “novo Sporting” há patamares máximos de salários para treinadores e jogadores e que quem não concordar em renegociar contratos em baixa é-lhe indicado a porta da rua.
O mito de que Jorge Jesus tinha inúmeros clubes estrangeiros interessados em contratá-lo, dispostos a pagar o que fosse preciso para o levar e que JJ só não ia porque os “projetos desportivos” não eram aliciantes.
O mito de que Pinto da Costa sonhava com Jorge Jesus e que o aliciava todos os anos a vir para o Porto.
A confirmar-se esta notícia, eu diria que, mais uma vez, nada como os factos para contrariar rumores e especulações e, já agora, para também desfazer alguns mitos.
P.S. Sobre a alegada origem angolana do dinheiro que estará por trás deste “milagre”, falarei num outro artigo.
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quarta-feira, 3 de junho de 2015
"É assim que (não) se fazem as coisas"
Que adepto portista ainda não ouviu a expressão "É assim que se fazem as coisas" a propósito da «máquina» FCP?
Ao longo das últimas 3 décadas essa «máquina» administrativa ganhou a reputação de ser extremamente eficiente, chegando mesmo ao ponto de muitas vezes se ter lido ou ouvido dizer que «no FCP qualquer treinador pode ser campeão».
E de facto parece-me que essa reputação é bem merecida, exageros àparte (nem PdC tem toque de Midas, como ficou bem vincado em 13/14; e nem sempre a máquina funciona bem - a comunicação em particular tem deixado muito a desejar há já muitos anos).
No entanto vejo sinais aqui e ali de uma deteriorização nessa «máquina»; espero que meramente pontuais. Um caso recente e paradigmático foi a participação no torneio mais prestigiado de Verão, o International Champions Cup em que o FCP deu o dito pelo não dito. Vejo 3 problemas sérios nisto:
1) Comunicação
Segundo a versão oficial comunicada pelo FCP e confirmada pela própria organização do torneio, foi o FCP a desistir por considerar a deslocação inconveniente, e não há razões para duvidar desse ponto fundamental (nem o torneio tem apenas campeões como participantes, longe disso - hello, Man Utd e Fiorentina... - nem é credível que a organização tenha considerado a presença do slb mais interessante: se fosse o caso teriam-nos certamente convidado a eles logo de início e não depois de já terem emitido bilhetes).
Ora sendo assim é inadmissível que os portistas tenham ficado a saber da desistência através do Rascord (que naturalmente aproveitou para fazer o spin que lhes convinha) com o FCP subsequentemente a «correr atrás do prejuízo» de forma defensiva. Os nossos dirigentes no mínimo deviam ter antecipado uma possível fuga de informação.
2) Timing
A 28 de Abril e na apresentação do torneio o programa já estava estabelecido (não mudou desde então, nem datas nem local dos jogos). Nessa apresentação Rui Barros, em nome do FCP, afirmou que estávamos muito satisfeitos em participar e em particular em ir jogar à cidade do México.
Se alguém (treinador?) tinha um problema com isso devia ter sido resolvido antes de termos aceite participar e não um mês depois, já com bilhetes nas mãos de adeptos do FCP. Não houve sequer qualquer novidade importante que colocasse a decisão em causa (como por ex mudança de treinador ou ter acabado o campeonato em 3o lugar, tendo que participar na pré-eliminatória da LC). Precisaram de um mês (ou mais, não sabemos quando é que a presença tinha sido alinhavada) para quê?
O treinador terá sido (ou deveria ter sido) consultado antes da decisão final (que certamente aconteceu algum tempo antes da apresentação do torneio); a partir do momento que o FCP disse que participava e que o torneio foi apresentado, quem quer que fosse que tivesse objeções só teria que calar e aceitar a decisão tomada. Não é assim que se fazem as coisas.
3) A decisão em si
Pinto da Costa deveria estar bem consciente das (possíveis) consequências em fazer marcha-atrás (e tão tarde); desde oferecer um grande trunfo de Relações Públicas ao nosso inimigo (o que enfureceu muitos adeptos) às consequências financeiras - segundo consta, 2,5M€ limpos que passam para o nosso rival e que dariam bastante jeito - e, acima de tudo, o abalo no prestígio do FCP e na sua reputação de clube profissional e de confiança na alta esfera internacional. O mais certo é que não voltaremos a ser convidados para este torneio, e os organizadores de outros torneios de prestígio ao ver isto provavelmente vão pensar duas vezes antes de convidar o FCP.
E não se compreende sequer qual era o problema com as deslocações. Defrontar bons adversários só iria fazer bem aos jogadores e treinador. A exposição mediática e prestígio eram muito consideráveis. O contacto com adeptos que muito raramente têm oportunidade de ver o FCP ao vivo também não devia ser um factor irrelevante. Temos jogadores de selecção mexicana, e era uma boa oportunidade para granjear mais simpatia no país. Este ano não há Euro nem Mundial, o treinador não acabou de chegar e entramos directamente na fase de grupos da LC. Mais: Pinto da Costa parece mesmo estar muito mal informado, já que parece que sabe algo que os próprios habitantes da cidade do México não sabem, ao falar em temperaturas de 40 C. No quadro seguinte pode-se ver que a temperatura média em Julho na cidade varia entre 12 e 25 C durante o dia e noite (o que não admira minimamente dada a altitude), ideal para a prática de futebol:
Mas acima de tudo, o FCP já sabia com muita antecedência onde e quando eram os jogos, e deveria ter feito o seu trabalho de casa e ter tido as discussões internas que fossem necessárias antes de aparecer na apresentação do torneio a dizer que estava muito satisfeito por participar em todos os jogos.
A imagem que passa disto tudo é a de um clube gerido de forma muito pouco profissional. Não é o fim do mundo, certamente, mas não deixa de ser uma pequena machadada na imagem que o clube passa. Não é assim que se fazem as coisas.
terça-feira, 2 de junho de 2015
O ranking dos “títulos”
Apesar do muito bom desempenho na Liga dos Campeões (o melhor de uma equipa portuguesa desde 2003/2004), esta época o FC Porto não ganhou qualquer uma das quatro competições oficiais que disputou.
Ora, se o facto do melhor clube português dos últimos 40 anos não ganhar o campeonato já é notícia, quando “não ganha nada” isso é motivo para muita conversa e inúmeras páginas de jornais (dos mesmos jornais que ignoram ou minimizam as conquistas dos dragões, mas isso é outra conversa… ).
Entre os azuis-e-brancos que “não ganham nada” e os encarnados que “ganham (quase) tudo”, era inevitável que voltasse à agenda mediática o tema do número de títulos conquistados, tal é a ânsia de colocar no topo o “mais melhor clube do Mundo e arredores”.
Contudo, como é mais do que óbvio, uma Taça da Liga não tem o mesmo valor que um Campeonato, da mesma maneira que uma Liga Europa não tem o mesmo valor que uma Liga dos Campeões.
Assim sendo, mais do que o ranking dos títulos conquistados (em que uma tacinha da liga conta tanto como uma liga dos campeões), faz muitíssimo mais sentido falar num ranking de títulos ponderado, em que seja atribuído um determinado peso a cada competição.
Naturalmente, atribuir “pesos” às diferentes competições, nacionais e internacionais, é um exercício subjectivo, mas eu procurei fazê-lo com alguma objectividade. Assim, para atribuir o peso de cada competição, levei em conta cinco critérios de avaliação:
* Título oficial atribuído a quem ganha a competição
* História, tradição e prestígio da competição
* Notoriedade nacional/internacional da competição (ao nível dos media)
* Receitas e prémios monetários proporcionados pela competição
* Grau de dificuldade do trajecto necessário para ganhar a competição
Legenda da pontuação:
5 - Excepcional / Fabuloso
4 - Muito Bom
3 - Bom / Elevado
2 - Médio / Razoável
1 - Medíocre / Fraco
0 - Mau / Nulo
Com esta ponderação, o ranking dos “títulos” é o seguinte:
Dificilmente haverá alguém que esteja inteiramente de acordo com os pesos que eu atribuí a cada competição, mas se estiverem de acordo com o princípio seguido e, principalmente, que é um completo absurdo somar taças da liga ou supertaças com campeonatos, já não será mau.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Contas à moda da SAD
Já saíram as contas trimestrais da SAD, que podem consultar aqui.
Verifico que nos primeiros 9 meses da época/ano fiscal a SAD «conseguiu» fazer um prejuízo acumulado de 8M€ apesar de:
- ter encaixado 67M€ brutos em vendas de jogadores (Mangala, Defour e Danilo)
- ter feito uma campanha europeia muito melhor do que a média (o que se traduziu em mais de 10M€ extra em relação à época anterior, já excluindo o prémio de presença)
- ter contabilizado, ao contrário dos primeiros 9 meses da época anterior, o prémio de acesso de 8M€ à fase de grupos da LC
A coisa «promete» para as próximas épocas, sem dúvida.
PS - a propósito da negociata Euroantas, não deixei de reparar na seguinte passagem no R&C:
«No dia 22 de Outubro de 2014 a FC Porto SAD adquiriu uma participação equivalente a 47% do
capital social da Euroantas ao Futebol Clube do Porto. O Conselho de Administração do FC Porto,
SAD entendeu que, pelo facto de ter adquirido esta participação e ter passado a controlar as
políticas financeiras e operacionais da Euroantas, a FC Porto SAD passou a deter o controlo sobre
a Euroantas»
Quer dizer, a SAD tem agora 47% da Euroantas contra 53% que continuam nas mãos do clube, mas segundo eles a SAD é que manda na Euroantas... não haja dúvidas de que tudo está a ser feito para que quando o estádio e envolvente estiver pago em 2018 a SAD passe a mandar apenas umas migalhas para o clube, com os adeptos a achar isso perfeitamente normal.
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