sábado, 31 de maio de 2014

Warrior dragons

Após 14 anos com a NIKE…

14 anos de ligação à Nike (fonte: FC Porto)

… o FC Porto vai mudar para a Warrior.

O equipamento principal para a época 2014/2015 será semelhante ao tradicional…


… mas, a confirmar-se que os equipamentos alternativos serão estes…


… a coisa promete ser polémica.

Falta saber o mais importante, isto é, a duração e o valor deste contrato entre o FC Porto e a Warrior.
No último contrato celebrado com a Nike, o FC Porto recebeu 14,8 milhões de euros por quatro temporadas (3,7 milhões por temporada).

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A figura da época - I

Em cada dez épocas, Pinto da Costa será a figura-chave, em oito ou nove. Porém, desta vez, ao contrário do que é habitual, é a figura da época pelos piores motivos.

Como nunca desde meados da década de 90, a concorrência está mais forte, organizada e consistente - em particular, o SLB - mas isso não chega para justificar a pior época em décadas. A par da qualidade decrescente dos plantéis nos anos mais recentes - há 3 anos atrás, o Porto tinha nas suas fileiras, só para citar alguns: Falcao, Hulk e Moutinho; hoje não tem nenhum (ou se quisermos colocar a questão de outra forma: quantos titulares do SLB teriam lugar no Porto, há 3 anos atrás? E hoje?) - que tem vindo a ser disfarçada com uma maior variedade de opções, o Porto decidiu "convidar" um treinador campeão a sair, isto ainda antes do final da sua segunda temporada ao comando equipa. É a segunda vez que tal acontece nos tempos mais recentes, sempre(?) que o SLB se "agiganta": o Porto falha a conquista do campeonato, o responsável (único) é o treinador, logo deve ser substituído. É curioso que há uns anos atrás, Fernando Santos, contando com Jardel no plantel, e uma concorrência muito mais macia, também falhou ... mas manteve o lugar.


Ainda que o Porto tivesse falhado a conquista do (tri ou) bicampeonato, teria lutado até à última jornada; a opção mais simples seria reforçar a equipa, e não começar tudo de novo, o que só beneficiaria (e beneficiou) a concorrência. Este foi o primeiro erro.

Para substituir Vítor Pereira, foi escolhido Paulo Fonseca (PF), naquilo que na aparência tinha tudo para ser uma reedição dos fenómenos André Villas-Boas e José Mourinho. Só na aparência. Embora PF tivesse um currículo ligeiramente melhor que os outros dois à chegada, tinha muitíssimo menos experiência, e acima de tudo havia quase ou nenhum conhecimento mútuo entre o Porto e PF. Terá o selo de qualidade "Jorge Mendes" sido quanto bastou?

Apesar do início promissor, PF, vitimado pela sua inexperiência, e talvez até pelo deslumbramento natural de quem, em cerca de 4 anos chega do Pinhalnovense ao campeão nacional, sem nunca ter tido um dissabor, insistiu num modelo de jogo estranho à equipa, que não tardou a originar uma série de maus resultados, que permitiram ao SLB, não só recuperar uma desvantagem de 5 pontos, como chegar ao primeiro lugar e distanciar-se na pontuação. Pese embora a contestação dos adeptos, PF manteve-se no cargo até Março, tendo dirigido a equipa pela última vez, frente ao Vitória SC, em Guimarães (2-2), e numa fase da época em que a sua substituição no cargo, já de pouco ou nada serviria na luta pela revalidação do título de campeão nacional. Este foi o segundo erro.

Para tentar salvar alguma coisa da época, numa altura em que o Porto ainda tinha aspirações (legítimas) em provas como a Taça de Portugal e a Taça da Liga, e algumas esperanças na Liga Europa, Luís Castro (LC), foi promovido da equipa B a treinador principal. No papel, esta opção tinha boas possibilidades de sucesso: ao contrário do seu antecessor, LC já conhecia o clube, os jogadores, o nível de exigência, e sendo-lhe oferecida a oportunidade única na sua carreira, de orientar uma equipa de alto nível, seria expectável que tudo fizesse para se mostrar como uma opção de continuidade, para agarrar definitivamente o lugar. Na realidade, saiu tudo ao contrário. De novo, após um início promissor, uma série de más opções e um incompreensível temor perante o SLB, ditaram o afastamento de todas as provas que o Porto poderia pensar em conquistar. É injusto apontar a nomeação de LC como um erro, mas a verdade é que se revelou uma aposta completamente gorada.

(continua)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Relatório 3T 2013/2014 – Otamendi

O Relatório e Contas Consolidado da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, referente ao 3º trimestre de 2013/2014 (período entre 1 de Julho de 2013 e 31 de Março de 2014), contém informação muito relevante, alguma expectável, outra nem tanto.

É o caso da alienação dos direitos de inscrição desportiva do jogador Otamendi.

Vejamos:

I) em 05/02/2014, a Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD informou o mercado sobre a venda dos direitos desportivos do jogador Otamendi.

II) em 28/02/2014, a Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD publicou o Relatório e Contas Consolidado do 1º semestre de 2013/2014.

Na página 46 deste relatório, existe um quadro onde consta que, em 31-12-2013, a FC Porto SAD detinha 100% do Passe de Otamendi.

FC Porto SAD - Relatório e Contas Consolidado do 1º Semestre 2013/2014 (fonte: CMVM)

III) em 26/05/2014, a Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD publicou o Relatório e Contas Consolidado do 3º trimestre de 2013/2014.

Na página 21 deste relatório, consta o seguinte:

«alienação dos direitos de inscrição desportiva do jogador Otamendi ao Valencia, pelo montante de 12.000.000 de Euros, que gerou uma mais-valia de, aproximadamente, 7.974.000 Euros, após dedução: (i) do efeito da actualização financeira das contas a receber a médio prazo originadas por estas transacções; (ii) da proporção no valor de venda do passe detidos por terceiros (10%); (iii) de custos com serviços de intermediação prestados pela Vela Management Limited; (iv) da anulação de prémios de fidelidade e (v) do valor líquido contabilístico do passe à data da alienação, no montante global de 4.026.000 Euros;»


Ou seja, ao valor recebido, uma das componentes que a FC Porto SAD teve de deduzir foi a referente à “proporção no valor de venda do passe detidos por terceiros (10%)”.

10% do Passe de Otamendi era detido por terceiros?

Então, em 31-12-2013 a FC Porto SAD detinha 100% do Passe de Otamendi e cerca de um mês depois, no dia 05-02-2014, já só era detentora de 90%?

Isso significa que a FC Porto SAD vendeu 10% do passe de Otamendi entre 31-12-2013 e 05-02-2014?

A quem? Por quanto? Onde (relatórios ou comunicados da FC Porto SAD) é que esta informação consta?

Não estou a insinuar que haja algo de ilegal, ou menos licito, na venda do Passe de Otamendi ao Valência, mas entendo que a FC Porto SAD deveria clarificar esta aparente incongruência.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Empréstimo Obrigacionista 2014-2017


A FC Porto, Futebol, SAD lançou no corrente mês mais um Empréstimo Obrigacionista que tem por objectivo a realização do “roll over” do Empréstimo 2011-2014 de 10M€. O novo empréstimo terá o valor de 15M€ e vigorará de 2014 a 2017. A sociedade amortizará 10M€ no dia 3 de Junho e encaixará um valor próximo dos 15M€ (há a deduzir as despesas e comissões dos bancos coordenadores da operação e os custos de divulgação).

Nos termos do Prospecto, “a Oferta destina-se ao financiamento da atividade corrente do Emitente, permitindo-lhe consolidar o respetivo passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento de operações que se vencerão num futuro próximo”. O Prospecto pode ser consultado na íntegra aqui.

A nova emissão é estruturalmente idêntica às emissões anteriores e terá um cupão de 6,75%, com pagamento de juros semestrais, e maturidade de 3 anos.

A opção pela emissão de títulos de dívida justifica-se tendo em conta vários factores. Desde logo a dificuldade que as SAD’s têm no acesso a financiamento bancário. Os bancos nacionais não estão tão disponíveis (como há uma década atrás) a exporem-se aos riscos inerentes a um negócio cujas receitas são bastante voláteis (porque dependem excessivamente da venda de jogadores e dos resultados desportivos). Assim as SAD’s têm procurado formas alternativas de financiamento e, em particular, a FC Porto SAD, tem tido bastante sucesso nas várias emissões e colocações de títulos de dívida no mercado (desde 2003). Veremos se, e em quanto é que a procura supera a oferta nesta operação de subscrição.


Pelo gráfico acima podemos ver que há uma descida considerável do custo deste Empréstimo face ao que foi lançado em 2012. O cupão era, então, de 8,25% e agora reduz 150bps para 6,75%. Há que referir que em 2012 o país estava em plena fase de resgate financeiro com as yields da sua dívida soberana a atingirem valores muito elevados – acima dos 10% na dívida a 10 anos! – pelo que a SAD se viu forçada a oferecer uma rentabilidade mais elevada para convencer os investidores. Actualmente as yields da dívida portuguesa a 10 anos estão a cotar abaixo dos 4%...

                              Dívida Portuguesa a 10 anos; Fonte: Bloomberg

A Benfica SAD lançou o seu mais recente Empréstimo Obrigacionista em meados de 2013, num total de 45M€, por um prazo de 3 anos e com um cupão de 7,25%. A procura excedeu a oferta. Faltando cerca de dois anos até à maturidade do Empréstimo, o preço actual destes títulos é de cerca de 105%:


Se os títulos de Dívida da FC Porto SAD seguirem a tendência dos da Benfica SAD, é forte a probabilidade de os títulos manterem (ou subirem) os preços, o que permitiria aos seus detentores uma venda antecipada com lucro. Isso dependerá, também, da evolução do mercado nos próximos meses.

Uma vez concluída a operação de subscrição, a SAD apresentará em Balanço um total de 45M€ de Dívida em Empréstimos Obrigacionistas a que se deverão somar mais de 70M€ de Dívida Bancária. Os Proveitos Operacionais excluindo transacções com passes de jogadores mantêm-se inalterados no 1º Semestre de 2013-14 face ao período homólogo, na ordem dos 40M€, pelo que a FC Porto SAD antecipa a necessidade de efetuar um valor considerável de mais-valias de transferências de “passes” de jogadores, para que a sociedade consiga atingir um resultado positivo no final da época 2013/2014.

Repetindo aquilo que já afirmei aqui no RP há um ano e meio, o crescimento da Dívida deveria ser acompanhado de um crescimento sustentado dos proveitos da sociedade, nomeadamente aqueles que não resultam da alienação de passes de jogadores o que, ano após ano, não se está a verificar.
   

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Foi há 10 anos!


Cumpre-se hoje uma década sobre o segundo triunfo do FC Porto na maior prova de clubes a nível europeu: a Liga dos Campeões. O ano 2004 ficará para sempre na nossa memória (e no nosso Museu!).


Resumo dos golos:

O “Sistema” segundo Preud’Homme

Michel Preud’Homme foi um extraordinário guarda-redes belga (considerado o melhor guarda-redes do Mundial 1994), que chegou ao SL Benfica em Agosto de 1994 e permaneceu como guarda-redes das águias durante cinco épocas (até 1999).

Numa recente entrevista ao site Maisfutebol, “Saint Michel”, como era conhecido pelos adeptos benfiquistas, tantas foram as vezes que salvou a sua equipa com defesas impossíveis, foi questionado como é que, em cinco temporadas ao serviço dos encarnados (1994 a 1999), só tinha ganho uma Taça de Portugal.

Parece impossível, não é?”, foi a resposta de Preud’Homme ao jornalista do Maisfutebol.

Recordo que, nessas cinco temporadas, o FC Porto dominou, de forma esmagadora, o panorama do futebol português.

É frequente (muito frequente) ouvir benfiquistas e sportinguistas, incluindo dirigentes e ex-dirigentes desses clubes, explicarem o sucesso desportivo do FC Porto nos últimos 30 anos como sendo resultado do tenebroso “Sistema”.

Ora, Michel Preud’Homme, que viveu por dentro o “período áureo” desse “Sistema” (foram os cinco anos do Penta), explicou, para quem o quis ouvir, o que era esse famoso “Sistema”.

O Benfica não estava forte e o FC Porto era muito melhor. Nessa fase o domínio deles era intocável. Tinham uma espécie de superioridade moral nos jogos contra nós, eram arrogantes no bom sentido. No futebol isso é um bom começo de conversa”.

E quando confrontado pelo jornalista do Maisfutebol acerca dos famosos 0-5 na Luz para a Supertaça, a resposta, entre risos, foi a seguinte: “Pergunte-me tudo, menos para analisar esse jogo”.

Eu acho que este tipo de entrevistas são uma maldade e não deviam ser feitas. Andam os benfiquistas (e sportinguistas), há tantos anos, a atribuir todos os méritos ao “Sistema” e afinal…

domingo, 25 de maio de 2014

LMS do Dia

O Correio da Manha, divulgou ontem (aquilo que para já não passa de) um boato (já conhecido): a estratégia do Porto para próxima época, passa por fragilizar os adversários, e para isso, Pinto da Costa, por via de Nosso Senhor Jorge Mendes, fará com que SCP e slb, mudem de treinadores - um já foi, e com nítido desagrado do bagaçeiro, e o outro, ao contrário do expectável, está no limbo. Não sei se tudo isto é verdade ou não; o que não sei com toda a certeza, é como as saídas do Leonardo Jardim, e do Jorge Jesus, vão ajudar o Porto a vencer o Olhanense, o Nacional ou o Estoril...

sábado, 24 de maio de 2014

HEXACAMPEÕES!


Se com o PENTA da época passada o FC Porto tinha igualado uma série de cinco títulos consecutivos, que o Sporting também tinha alcançado 40 anos antes (entre 1968/69 e 1972/73), hoje os dragões entraram para a história do andebol nacional.


Um empate chegava mas, num Dragão Caixa em ebulição, o FC Porto venceu o SL Benfica por 24-19 e, pela primeira vez, um clube português conquistou seis campeonatos consecutivos.
O FC Porto é hexacampeão nacional de Andebol!

Hugo Laurentino, Wilson Davyes, Gilberto Duarte, Ricardo Moreira e Tiago Rocha são jogadores emblemáticos e que estiveram nestes seis títulos, o primeiro dos quais (época em 2008/2009) sob o comando técnico de Carlos Resende.

Plantel do FC Porto 2013/2014 (fonte: www.fcporto.pt)

Mas mais do que destacar um ou outro jogador, o que se deve salientar é a qualidade colectiva, a entrega ao jogo, o espírito desta equipa, que são a imagem de marca de Ljubomir Obradovic.

Ljubomir Obradovic

O FC Porto conquistou o seu 19º título e lidera o ranking dos clubes com mais campeonatos. O Sporting tem 17, o ABC 12, o Benfica sete, o Belenenses cinco e o Salgueiros e o Madeira SAD um cada.

O Programa do III Encontro




É já daqui a duas semanas (no dia 7 de Junho), em Espinho.

Os lugares (no auditório da Biblioteca Municipal de Espinho) são limitados.

A inscrição pode ser feita de duas formas:

- enviar um email para: encontro.bluegosfera@gmail.com
- preencher o formulário de inscrição aqui

sexta-feira, 23 de maio de 2014

SAD não precisa de vender Mangala e/ou Jackson

05-02-2014
A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, informou ter chegado a acordo com o Valencia Club de Fútbol, para a cedência dos direitos de inscrição desportiva de Otamendi, pelo valor de 12.000.000 € (doze milhões de euros).
Este acordo prevê o pagamento de uma remuneração variável, pelo que o montante global a receber poderá atingir os 15.000.000 € (quinze milhões de euros).

09-05-2014
O Kasimpasa oficializou a contratação, a título definitivo, de André Castro. Através do seu site, o clube turco revelou que o contrato com o ex-jogador portista é por três anos (estende-se até 2016/2017).
Os valores envolvidos na operação não foram referidos (a comunicação social referiu que o negócio envolve verbas na ordem dos três milhões de euros), mas sabe-se que Castro tinha sido cedido por empréstimo, com direito a opção de compra por parte do clube turco.

22-05-2014
A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, informou que o Hellas Verona Football Club exerceu a opção de compra dos direitos de inscrição desportiva de Iturbe, pelo valor de 15.000.000 € (quinze milhões de euros).

O JOGO, 23-05-2014

Resumo do encaixe da FC Porto SAD, com empréstimos e transferências, no exercício 2013/2014 (de 1 de Julho de 2013 a 30 de Junho de 2014):
- Rolando (empréstimo ao Inter): 1 milhão de euros
- Atsu (transferido para o Chelsea): 4 milhões de euros
- Otamendi (transferido para o Valência): 12 milhões de euros
- Castro (transferido para o Kasimpasa): 3,5 milhões de euros
- Iturbe (transferido para o Hellas Verona): 6,75 milhões de euros

Total (até 23-05-2014): aprox. 27 milhões de euros

O JOGO (capa), 23-05-2014
Para além destes jogadores, há o caso de Fernando, cuja saída (para Inglaterra) a RTP e O JOGO dão como certa (O JOGO fala numa verba que deverá rondar os 20 milhões de euros).

Entretanto, em 18 de Maio, em declarações à imprensa italiana, Piero Ausilio, diretor desportivo do Internazionale, afirmou: “Queremos manter o Rolando connosco, mas não vamos perder a cabeça. O Rolando vai fazer 29 anos e negociar com o FC Porto pode não ser fácil. Mas é verdade que queremos que ele continue connosco e esperamos que a nossa vontade e a vontade do jogador tenham algum peso nas negociações.

A imprensa italiana referiu que o Inter está disposto a oferecer até 5 milhões de euros pelo passe de Rolando.

Ou seja, a confirmaram-se as vendas dos passes de Fernando e Rolando (por montantes próximos dos referidos), o encaixe total da FC Porto SAD, com empréstimos e transferências, irá saltar para valores na ordem dos 45 a 50 milhões de euros.

Isto significaria que a FC Porto SAD fecharia o exercício 2013/2014 com um resultado líquido positivo, sem necessitar de vender mais qualquer jogador, nomeadamente os muito falados Mangala e Jackson Martinez.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

De "special one" a "Bus Driver"


No dia 10 de Junho de 2013, José Mourinho regressou ao Chelsea, nove anos depois de uma célebre conferência de imprensa em que, poucas semanas após ter conquistado a Liga dos Campeões ao serviço do FC Porto, se intitulou como especial.

Desta vez, o special one encontrou uma equipa que, na época anterior (2012/2013), tinha ficado em 3º lugar na Premier League (a três pontos do Manchester City e a 14 pontos do Manchester United) e que tinha ganho a Liga Europa (derrotando o SLB na Final).

À sua disposição, José Mourinho teve um plantel de “velhos conhecidos” – Petr Cech, Ivanovic, Ashley Cole, John Terry, Lampard, Obi Mikel, Samuel Eto’o – e de outros “craques” mais ou menos consagrados – David Luiz, Gary Cahill, Matic, Ramires, Oscar, Willian, Eden Hazard, Schurrle, Torres – que, à partida, davam algumas garantias de sucesso, até porque o campeão inglês da época anterior tinha ficado sem o seu histórico manager (Sir Alex Ferguson).

Mas as coisas não correram bem. O Chelsea chegou ao fim da época sem ganhar rigorosamente nada.

Logo em Agosto de 2013, a Supertaça europeia foi perdida para o Bayern Munique do arquirrival Guardiola.
E, após Mourinho ter gozado/provocado quer Manuel Pellegrini, quer Arsène Wenger, viu as equipas orientadas por estes dois treinadores – Manchester City e Arsenal – ganharem, respectivamente, a Premier League (o Chelsea voltou a ficar em 3º) e a FA Cup (o Chelsea foi eliminado nos Oitavos-de-final).

Mas, na minha opinião, pior que perder tudo, foi a imagem que este Chelsea de Mourinho deixou, quer em Inglaterra, quer por essa Europa fora (a excepção é, claro, a subserviente comunicação social portuguesa).




E, para além do sabor amargo das derrotas em campo, Mourinho terminou a época provando do seu próprio veneno.
Na semana passada, numa sessão aberta a perguntas dos adeptos, denominada Twinterview, organizada pelo portal ‘Yahoo! Sport’, adeptos de clubes rivais do Chelsea aproveitaram a iniciativa «askjosetwitter» para colocar algumas perguntas irónico-sarcásticas a Mourinho:

«Depois de ter gasto 110 milhões de libras, não ter ganho nada e ter levado o Chelsea de 3º para 3º, ainda é o special one?»

«Porque é que o Arsenal não ganha nada e somos uns falhados e o Chelsea não ganha nada e vocês estão a construir para a próxima temporada?»

«Na próxima temporada vai tentar alinhar com dois guarda-redes e nove defesas?»

«A próxima contratação é um autocarro de dois andares? Qual será a tática a seguir? Vai tentar estacionar de lado, de frente ou tipo a Muralha da China?»

«Desde quando é que estacionar o autocarro se tornou uma genialidade tática?»


Após duas épocas desastrosas (uma saída pela porta pequena do Real Madrid em 2012/2013, seguida de um regresso infeliz ao Chelsea em 2013/2014), na próxima época, para além de necessitar de voltar a ganhar títulos, José Mourinho vai ter uma missão ainda mais difícil: reconquistar a admiração e respeito dos adeptos do futebol.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Angelino Ferreira, Maio de 2013

Em Maio de 2013, numa entrevista ao Diário Económico, Angelino Ferreira, na altura Administrador Financeiro da FC Porto SAD, informou que a faturação anual do grupo FC Porto rondava os 125 milhões de euros. Contudo, assumiu que o FC Porto teria de cortar nas despesas e procurar aumentar as receitas, por via da internacionalização da marca, reformulação de negócios já existentes e exploração de outros em new media.

Temos um plano de negócio a cinco anos onde está prevista a contenção. Temos de fazer a otimização e diminuição de encargos com recursos humanos e diretamente com o plantel, mas isso será a cinco anos, pois muitos contratos são plurianuais e há alguma rigidez”, afirmou Angelino Ferreira, nessa entrevista ao Diário Económico.

E na mesma entrevista revelou a seguinte estratégia para o futebol portista: “Existe uma curva que levará a ter custos menores com recursos humanos, não só nos custos com pessoal, mas nas próprias amortizações dos investimentos em novos jogadores. O downsizing tem de ser feito pelos clubes, pois caso não o façam alguém o fará por eles”.

De acordo com Angelino Ferreira, a FC Porto SAD teria de estar cada vez menos depende da venda de jogadores: “Enquanto o mercado valer realização de mais-valias temos de aproveitar, mas é fundamental a viragem para um modelo de negócio mais sustentável, com proveitos operacionais e não decorrentes da venda de direitos económicos de jogadores”.

Entretanto, em Fevereiro passado foi anunciada a saída de Angelino Ferreira, a qual nunca foi cabalmente explicada, mas que, de acordo com o Diário Económico, se deveu a «desacordo do dirigente face a diversas questões à sua volta».

Um ano depois da entrevista ao Diário Económico e já sem Angelino na SAD, qual vai ser a estratégia desportivo-financeira do FC Porto para os próximos tempos?

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A lista de Bento

Lista de convocados (fonte: record.pt)

Todas as decisões de deixar jogadores de fora são decisões difíceis. O nosso critério em relação a esse setor [avançados/extremos] e a todos os outros tem a ver com um critério técnico-tático.
Paulo Bento


Nani. De 07-12-2013 até agora participou em três jogos (!!) do Manchester United, num total de 134 minutos!
Faz parte da lista de Paulo Bento.

Vieirinha. Sofreu uma lesão gravíssima em 24-09-2013 e só regressou aos relvados quase sete meses depois, no dia 12-04-2014.
Faz parte da lista de Paulo Bento.

Éder. Teve várias lesões ao longo da época e, de 07-12-2013 até agora, participou em cinco jogos do SC Braga, num total de 246 minutos.
Faz parte da lista de Paulo Bento.

Hélder Postiga. Transferido para a Lazio em Janeiro, participou em cinco jogos da equipa de Roma, num total de 139 minutos e zero golos marcados!
Faz parte da lista de Paulo Bento.


Sejamos sérios. Se a escolha já estava feita (de acordo com um “critério técnico-tático”…), independentemente dos jogadores estarem em boa forma ou não, aliás, independentemente dos jogadores terem sequer jogado regularmente pelos seus clubes nos últimos seis meses, porquê tanto show-off?

Mais. Se mesmo jogadores que passaram a época lesionados e sem jogar foram escolhidos em detrimento de Quaresma, por que razão este último foi incluído na lista dos 30?

Para o FC Porto é melhor que o Quaresma não tenha sido convocado, o qual, deste modo, vai poder apresentar-se no arranque da época 2014/2015 (fresquinho e cheio de vontade...). Mas, não teria sido mais sério (e decente), o selecionador ter desde logo assumido que não contava com ele?

Enfim, se dúvidas tivesse elas hoje ficaram desfeitas. Para mim, esta seleção não é a Seleção de Portugal. Vejo-a, sim, como a seleção dos amigos de Paulo Bento e, como tal, é-me indiferente.

Provavelmente, irei ter mais interesse em ver os jogos do México, Colômbia, França ou Bélgica...

domingo, 18 de maio de 2014

FC Porto, o verdadeiro primeiro vencedor da Taça de Portugal

"Num país onde o futebol era já um fenómeno de popularidade mas onde não havia infra-estruturas, profissionalismo e capacidade de organização, era complicado dar forma a um torneio destas caracteristicas que emulasse a FA Cup ou a Copa del Rey. Talvez por isso a primeira edição tivesse sido apenas disputada pelos clubes campeões dos distritos de Lisboa e Porto, Sporting e FC Porto. Era a grande rivalidade desportiva da década de vinte, a das duas equipas que dominavam com maior autoridade a sua competição distrital. Disputado a duas mãos, o torneio terminou com uma vitória para cada lado que levou à realização de um terceiro jogo, em campo neutral, no estádio do Bessa. Os leões protestaram que o jogo decisivo fosse disputado na cidade do Porto e os azuis-e-brancos acabaram por sair vencedores por 3-1 já no prolongamento. O clube da Cidade Invicta tornava-se então, ao contrário da fórmula que credita a Académica, no primeiro vencedor do Campeonato/Taça de Portugal."
Futebol Magazine

Os adeptos do Futebol Clube do Porto estão habituados a ganhar.
Vamos a finais, ganhamo-las. Nos últimos 30 anos somos a potência hegemónica - HEGEMÓNICA - do futebol português. De cinco em cinco anos perdemos um título, uma média irrepetível e que nem o Benfica foi capaz de reproduzir nos seus mais famosos anos. O que Pinto da Costa conseguiu é algo que nenhuma história falseada será capaz de obviar. O FC Porto idealizado por José Maria Pedroto, organizado por Pinto da Costa e executado por gente do nível de Artur Jorge, Bobby Robson, José Mourinho e André Villas-Boas deu aos adeptos um novo ADN. Estamos nas derrotas, estamos nas vitórias. E estamos mais habituados ás segundas do que ás primeiras. E talvez por isso deixemos passar detalhes a que outros clubes dão mais importância. Quem tem tempo livre pode fazê-lo. Mas nem sempre foi assim. O FC Porto já foi o maior clube português antes desta interminável saga de glória. Era um espinho cravado no costado do centralismo absoluto do futebol orquestrado desde Lisboa. Antes do primeiro grande deserto de títulos - entre 1940 e 1956 - o clube azul-e-branco era uma formação formídavel e dificilima de bater. Era também uma equipa de registos históricos. Entre os anos 20 e 40 o FC Porto ganhou a primeira edição de todos os torneios criados em Portugal. Mais tarde vencia a primeira Supertaça. Mas um truque idealizado desde o centralismo lisboeta e perpetuado pela imprensa e pela falta de acção das autoridades nortenhas ajudaram a perpetuar uma das maiores mentiras do nosso futebol. A de que o FC Porto é o primeiro vencedor do que hoje é a Taça de Portugal.


A questão é simples e fácil de entender.
Entre 1922 e 1938 realizou-se o Campeonato de Portugal. Era um torneio inspirado na Copa del Rey espanhola, uma primeira ronda preliminar nos distritais - a organização básica do futebol português á época - e depois uma série de rondas a eliminar que culminavam numa final em território neutro. Era a "Taça". Só anos mais tarde, depois do sucesso da campanha da selecção portuguesa nos Jogos Olímpicos de Amesterdão se deu a vontade de criar uma liga regular que seria restrita a equipas de quatro distritos (Braga, Lisboa, Coimbra e Porto e mais tarde aberta a Setúbal, Évora, Algarve e Aveiro) no que se baptizou como Campeonato da Liga. Essa competição durou quatro épocas, entre 1934 e 1938. O FC Porto, inevitavelmente, venceu a primeira edição. Em 1938 o governo salazarista decidiu mudar o organigrama desportivo do país e decidiu dar uma lavagem de imagem com dois novos nomes para as respectivas provas. O Campeonato de Liga passou a Campeonato Nacional de 1º Divisão e o Campeonato de Portugal a Taça de Portugal. O formato permanecia o mesmo.
No caso do Campeonato Nacional, ampliaram-se os clubes mas manteve-se a politica de quotas que se manteve mais uma década até que se aboliu o apuramento via Distritais e se abriu caminho a que os clubes subissem e descessem de divisão. Na Taça de Portugal os Distritais deixaram de servir como ronda preliminar e as eliminatórias entre equipas começaram desde o principio, mas sem a participação na primeira ronda dos clubes da 1º Divisão. Com o passar dos anos, parte da imprensa desportiva começou a tratar o Campeonato da Liga como parte própria do historial da 1º Divisão. Era uma decisão que alegrava, sobretudo, os benfiquistas que assim juntavam mais 3 títulos ao seu historial. O jornal A Bola era o principal apologista desta inclusão que favorecia o "seu" clube. O Record, por outro lado, não o reconhecia. A finais dos anos oitenta e principio dos noventa a pressão nas instituição da Federação Portuguesa de Futebol e o circo mediático montado à volta do clube vermelho de Lisboa levou a FPF a dar como válidos esses três títulos (o do FC Porto também) no palmarés oficial. Por isso os benfiquistas celebram hoje o 33º titulo que podia, perfeitamente, ser o 30º.
Ora, se essa vara de medir foi aplicada ao Campeonato da Liga-Primeira Divisão, porque não o foi aplicada com o Campeonato-Taça?



Talvez o principal motiva seja o facto de que neste Campeonato de Portugal o Benfica foi superado em títulos pelo Sporting e pelo FC Porto. Os Dragões, como mandava a tradição não escrita, tinham ganho a primeira edição do Campeonato de Portugal contra os leões. Ganharam mais três edições contra quatro dos leões. Quando a Taça de Portugal começou, a Académica foi proclamada campeã depois de um jogo épico contra o próprio Benfica, clube que nem sequer fazia parte da equação nas primeiras edições do Campeonato de Portugal. A imprensa da época, ciente do facto, calou-se e não exigiu o mesmo trato aos vencedores do Campeonato de Portugal. O Sporting, que por então em títulos nacionais seguia com uma vantagem considerável sobre o FC Porto, também preferiu não fazer ruido. E o provincianismo a que o FC Porto tinha sido empurrado pelo país impedia o clube de exigir um tratamento condigno a esses anos míticos da sua história. Quando Pinto da Costa chegou ao poder, fê-lo com novos titulos, novas celebrações e uma nova cultura de vitória e também ficou esquecido esse "roubo" histórico. O FC Porto, no fundo, não é só o primeiro clube a vencer o Campeonato 1º Divisão e a Supertaça. É também o primeiro clube a vencer a Taça de Portugal, via Campeonato de Portugal. Ou seja, o primeiro clube em todas as competições do país. Uma espinha demasiado gorda para engolir, seguramente.

O resto do futebol português pode preferir esquecer. Muitos adeptos portistas, focados no presente e preparados para o futuro também. Compreendo-os. Mas para mim, para a grandeza de um clube que já foi a maior força nacional noutros tempos distantes, o FC Porto será sempre o primeiro campeão da Taça, contem o que quiserem contar. E nunca está demais relembrar antes que alguém se esqueça que essas tardes de glória aconteceram e foram pintadas de azul e branco!

sábado, 17 de maio de 2014

Um treinador que faz a diferença

Atlético Madrid campeão de Espanha (fonte: Maisfutebol)

17 de Maio de 2013. Final da Taça do Rei 2012/2013, entre as duas equipas de Madrid. O jogo foi disputado no Santiago Bernabéu e, também por isso, a constelação de estrelas sob a orientação técnica de José Mourinho era super favorita. Contudo, o Atlético não se deixou intimidar e, após 120 minutos, foram os jogadores superiormente comandados por Diego Simeone a vencer (2-1) e a erguer o troféu na casa do Real.

30 de Abril de 2014. 2ª mão das Meias-finais da Liga dos Campeões 2013/2014. Após um empate a zero no jogo da 1ª mão, Mourinho e Simeone voltam a encontrar-se. Apesar do jogo ser em Londres e do Chelsea precisar de ganhar, Mourinho adoptou novamente a "táctica do autocarro" e iniciou o jogo deixando no banco de suplentes Oscar, André Schürrle, Demba Ba e Samuel Eto’o. Contra a corrente do jogo, o Chelsea marcou primeiro, mas nem isso valeu aos comandados de Mourinho, porque a equipa de Simeone (a quem bastava um empate com golos), deu a volta ao resultado e venceu em pleno Stamford Bridge por categóricos 3-1.

17 de Maio de 2014. 38ª e última jornada do campeonato espanhol 2013/2014. Depois de várias vicissitudes, o FC Barcelona (2º classificado) recebia o líder Atlético Madrid no Camp Nou estando a apenas três pontos de distância e, por isso, bastava-lhe uma vitória para se sagrar bi-campeão de Espanha.
Os deuses da fortuna parecia estarem do lado da equipa catalã e, com apenas 22 minutos de jogo, já Diego Simeone tinha sido obrigado a queimar duas substituições, devido a lesões de Diego Costa e Arda Turan.
Sem praticamente nada ter feito para marcar, o Barça chegou à vantagem no marcador aos 34', através de um "remate impossível" de Alexis Sánchez.
Mas, mais uma vez, veio ao de cima a atitude competitiva, a garra, a raça, a alma deste Atlético de Simeone e os últimos 10 minutos da 1ª parte e os primeiros 15 minutos da 2ª parte foram impressionantes. Sinceramente, não me lembro de ver o Barcelona ser subjugado desta forma em pleno Camp Nou. No início da 2ª parte foi de tal maneira sufocado, que só conseguiu passar do meio campo aos 57 minutos!

O Atlético Madrid de Simeone fez hoje história no Camp Nou como, nos últimos 12 meses, já tinha feito no Santiago Bernabéu e em Stamford Bridge. Ou seja, nada disto foi sorte, nem foi por acaso.

18 anos depois, o argentino (*) Diego Simeone voltou a conquistar a Liga espanhola para o Atlético Madrid, clube que, 40 anos depois, volta a estar na final da principal competição europeia de clubes.

E Diego Simeone fez tudo isto tendo à sua disposição um plantel sem vedetas (não me consta que se tenha queixado de egos ou super-egos...), tendo ficado sem o seu jogador de referência – Radamel Falcao – transferido para o AS Monaco no Verão passado, o qual foi “substituído”, na missão de marcar golos, por um ex-jogador do SC Braga – Diego Costa – e com um plantel que inclui vários jogadores – Courtois (emprestado pelo Chelsea), Tiago (ex-Chelsea) e David Villa (ex-Barcelona) – que foram descartados por clubes que o Atlético Madrid derrotou ao longo da época.

A transformação do “Patético de Madrid” (um clube em pré-falência) numa das melhores equipas da Europa é obra de Diego Simeone e vem, mais uma vez, mostrar a importância decisiva de se escolher um treinador que, dentro de um determinado modelo de jogo, saiba potenciar as características dos jogadores que são colocados à sua disposição.

Não sei se este estrondoso sucesso será replicável noutros clubes, com outra cultura clubística, mas em Madrid, ao serviço dos colchoneros e com estes jogadores, Diego Simeone construiu uma EQUIPA com uma atitude e garra impressionantes e fez a diferença. E que diferença!


Os aplausos dos adeptos [do Barcelona] coroaram um ano de campeonato grandioso de uma equipa [o Atlético Madrid] que sabe quais são os seus defeitos, que conhece as suas virtudes e que nunca deixou de lutar
Diego Simeone, no final do FC Barcelona x Atlético Madrid


(*) Os três primeiros classificados do campeonato espanhol 2013/2014 - Atlético Madrid, FC Barcelona e Real Madrid - tinham treinadores estrangeiros (dois argentinos e um italiano).

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Eu, emigrante, me confesso

Existe um mito que diz que os emigrantes estão muitíssimo mais inclinados a apoiar o clube rival na Europa do que os portugueses que vivem em Portugal. Em algumas cabeças «bem pensantes», quando tal não acontece chega-se ao ponto disso ser visto como um crime de lesa-pátria .

Ora, pela minha experiência (de 18 anos como emigrante, conhecendo imensos portugueses não só em Bruxelas como por esse mundo fora) isso nao é verdade. De todo. É, portanto, isso mesmo: um mito.

Colocando as coisas numa linguagem científica: nao vejo uma correlacão minimamente significativa entre esses 2 factores. A maioria dos emigrantes que conheço são tão «facciosos» como a maioria dos portugueses que conheço em Portugal. A haver uma diferença, é marginal.

Acredito piamente que isso até fosse verdade até aos anos 80. Mas o mundo mudou, e muito.

O contexto mudou imenso nas ultimas 2 decadas: 

1) o perfil do emigrante típico (deixou de ser um gajo da aldeia sem educacão, mal informado, alvo de chacota dos estrangeiros por ser português, e com um saudosismo bacoco).

2) as ligacões a Portugal são hoje em dia constantes (internet, emails, TV satélite, Skype etc) e não raras como no passado. Um emigrante passou portanto a ser muito menos diferente de um português que viva em Portugal (e menos saudosista), está muito melhor informado do q se passa no país e participa regularmente em discussões sobre futebol com outros adeptos do mesmo clube - estejam eles em Portugal ou no estrangeiro.

Repare-se no seguinte: vivo na Bélgica e tenho os mesmos canais de TV em casa que o pessoal em Portugal, tenho acesso aos mesmos jornais (via Net) que o pessoal em Portugal, troco opiniões diariamente com pessoal em Portugal (e portugueses na Bélgica), consigo ver o FCP ao vivo no estádio pelo menos meia dúzia de vezes por ano. A única diferença em relação a quem vive aí é apenas e só o número de portugueses que fisicamente me rodeiam...

3) Portugal evoluiu muito e a auto-estima dos portugueses aumentou imenso em consequência. Não precisamos hoje em dia de nos agarrar aos clubes de futebol como sendo praticamente o único factor corrente de orgulho em sermos portugueses.

4) a inimizade entre portistas e lamps aumentou em flecha desde os anos 80, nomeadamente a partir do momento que o FCP ultrapassou o slb como o clube português de mais sucesso: o que criou muitos anti-corpos (como bem sabemos), tanto em Portugal como entre os emigrantes

5) Até aos anos 90 havia uma maior identidade nacional nos clubes: hoje em dia a maioria dos jogadores são estrangeiros...

No que me diz respeito, vivo a rivalidade FCP - slb de forma tão acentuada como quando vivia em Portugal - provavelmente ainda mais, fruto das campanhas anti-FCP a que assistimos nos últimos 20 anos. 

E como disse anteriormente, sou muitas coisas (portista, portuense, nortenho, engenheiro, emigrante, anglófilo, etc etc) e «português» é apenas uma dessas muitas características - característica que está longe de ser a mais importante: ser portista e portuense é para mim muito mais importante.

Portanto: não me peçam para apoiar um clube anti-portista (seja ele belga, chinês, ou português), ainda por cima quando joga contra clubes que nunca fizeram mal nenhum ao meu clube ou à minha cidade. 

Se outros têm como prioridade máxima a nacionalidade do clube, fixe para eles, estão no seu direito: mas certamente não estão no direito de me impôr as suas prioridades e querer dar lições. Era só o que faltava!

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Parabéns Beto!






P.S.1 A RTP 1, a SIC e a TVI, que passaram o dia com uma programação de alienação colectiva centrada no Benfica, que interromperam os telejornais no intervalo do SL Benfica x Sevilha (entre as 20:30 e as 20:45), para fazer directos em locais onde se encontravam benfiquistas a assistir à Final, quando o jogo acabou puseram no ar… telenovelas.

P.S.2 A RTP, uma empresa 100% pública, paga pelos contribuintes portugueses, enviou quatro (!) jornalistas para Turim (Carlos Daniel, Noé Monteiro, Alexandre Albuquerque e outro que não fixei o nome), mais os respectivos operadores de câmara e um manancial de meios humanos e técnicos de apoio. Durante um telejornal, cheguei a ver três destes jornalistas a entrarem em directo (um estava nas imediações do estádio, outro à porta do hotel onde ficou o SLB e o terceiro andava pelas ruas de Turim a entrevistar benfiquistas). E tudo isto, quando a televisão que detinha os direitos de transmissão da Liga Europa era a SIC.

terça-feira, 13 de maio de 2014

“Um jogo mais vistoso...”

Na passada sexta-feira, Vítor Pereira foi o convidado do programa Maisfutebol, da TVI24, durante o qual falou sobre vários assuntos, entre os quais o modelo de jogo que preconiza para as suas equipas e as diferenças para um futebol mais de transições, como é (era) habitual nas equipas de Jorge Jesus.

A meio da conversa, quando questionado se tinha recebido algum telefonema do FC Porto para suceder a Luís Castro, respondeu que, nesta altura, o regresso “não teria lógica absolutamente nenhuma”.

A explicação: “Saí há um ano porque senti que era o momento de sair. Agora é a oportunidade para o FC Porto crescer, ter um projeto novo, com pessoas novas, talvez com um jogo mais vistoso, não sei...

E mais à frente acrescentou: “ Saí, porque…, porque senti, que havia chegado o momento das pessoas poderem apreciar outro tipo de futebol” e sorriu…

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O jogo é em Águas Santas

Sexta-feira à noite, no Dragão Caixa, durante o Dragon Force x Illiabum…


Dois adeptos portistas, ambos sócios do FC Porto, à conversa…

Portista 1: A que horas é o jogo de amanhã?

Portista 2: Às 18:00.

Portista 1: Vens ver?

Portista 2: O jogo não é aqui. É em Águas Santas.

P.S. No Sábado, dia 10 de Maio, uma Equipa do FC Porto (daquelas em que a expressão "Somos Porto" ainda faz sentido) foi a Águas Santas (na Maia) vencer por 27-24 e está a uma vitória de um inédito hexacampeonato e de entrar para a história do Andebol português.
À mesma hora, 28 profissionais, 14 do FC Porto e outros tantos do SL Benfica, também disputaram no Estádio do Dragão um desafio de futebol, sem qualquer interesse e com parte dos jogadores já a pensarem nas "merecidas" férias…

domingo, 11 de maio de 2014

Mais do mesmo!


Não há muito que dizer sobre este jogo que seguiu o destino de muitos outros desta época. Entrámos bem, a bola correu, fizemos perigo e marcámos cedo. No corredor direito Danilo e Ricardo estiveram em muito bom plano; o trio do meio campo comandou o jogo; Jackson esteve muito activo e ficou a pouca distância de marcar um golo excepcional. Foram agradáveis de ver esses minutos. Fomos perdendo fulgor, embora o SLB tivesse andado sempre distante da nossa baliza. Até que sucedeu a grande penalidade que Reyes provocou, em mais um erro defensivo que não estranhamos porque passou a fazer parte da rotina da equipa a que nos habituamos como uma inevitabilidade. A partir daí, a equipa desorganizou-se e perdeu o rumo. Uma outra grande penalidade a nosso favor, por falta bem conquistada por Martinez, permitiu-nos chegar em vantagem ao intervalo.
Na segunda parte, o SLB ajustou as marcações e o FCP, também como vem sendo hábito, perdeu fulgor. Defour e Herrera apresentavam desgaste e a defesa tremia à mínima ameaça. Fabiano hesitou e a trave salvou-nos de sofrer o empate. As substituições de Defour por Quintero, de Herrera por Josué e de Quaresma por Kelvin não trouxeram melhorias significativas. A qualidade caiu em flecha e o segundo tempo foi um bocejo. Apenas uma boa jogada e Quintero,  em boa posição,  a atirar ligeiramente ao lado.

Este jogo não deixou saudades, como não vai deixar o campeonato. Foi o fim adequado a uma prestação bem longe dos nossos pergaminhos. Pela negativa neste jogo destaco Quaresma, o pior em campo. À defesa, falta liderança e Fabiano demonstrou fragilidades preocupantes. A equipa parece exausta e Defour e Herrera deram o estoiro cedo demais. Mikel esteve regular, combativo e a dar boas indicações e Ricardo confirmou ser um dos bons reforços desta época. Foram os melhores e mais constantes neste jogo. Maicon, Reyes (que não percebo porque joga do lado esquerdo) e Alex estiveram irregulares e pouco seguros.
O Dragão teve pouca gente e há um sentimento de desilusão que se percebe, mas que não justifica a deserção.  A equipa não consegue interagir com os adeptos e a ligação é de grande frieza. O que vi no Dragão Caixa na sexta-feira foi inolvidável; a rapaziada do futebol tem muito aprender com os basquetebolistas. Mas, não acredito que sejam capazes. Quaresma tem que rever os seus processos e atitudes. A direcção deve ter uma conversa com o atleta e definir os limites. A próxima época não pode começar com equívocos.
Boas Férias !

sábado, 10 de maio de 2014

Julen quem?

Quantas vezes imaginei que o presidente mais titulado da história e um dos meus ídolos de adolescência iria apresentar um  novo treinador como “primeira, segunda e terceira” opção que nunca treinou um clube de primeira divisão? Nunca.

Pinto da Costa sempre gostou de apostas arriscadas. 
Ao contrário do mito urbano instalado, saiu-lhe tantas vezes mal como bem. Por cada Artur Jorge, José Mourinho e André Vilas-Boas houve um Quinito, um Fernando Santos, um Del Neri, um Co Adriaanse ou um Paulo Fonseca. Mas pronto, o pessoal gosta do copo meio cheio, que se pode dizer. Só que ao contrario do novo “Mister” – a quem desejo o melhor, como desejei  aos anteriores detentores da cadeira de sonho por muito que pudesse ter considerado a escolha errada – todas essas apostas partiam de uma ideia estabelecida nos anos anterior pelo trabalho desses treinadores em clubes pequenos. Também se esquece muito facilmente que de todas as apostas de risco, as poucas que funcionaram, foram feitas em homens com cultura de casa FCP, que tinham trabalho directamente com grandes treinadores na história de clube como auxiliares e que tinham uma bagagem de alta roda maior do que o CV aparentava. Isso é válido para Artur Jorge, para José Mourinho e para André Vilas-Boas. Não o é para Julen Lopetegui.

O novo treinador do FCP nunca passou por uma primeira divisão na vida. E isso parece-me ser importante de recordar, não vá agora qualquer tipo com meia dúzia de horas de Football Manager achar que pode chegar ao FC Porto directamente do Tourizense.
Treinou dois clubes, o modesto Rayo Vallecano (do qual foi despedido sem impedir que a equipa caísse para a 2 Divisão B) e o Real Madrid Castilla, filial do clube da capital espanhola com quem também não teve grandes exigências. De aí, graças à sua velha amizade com Fernando Hierro e Vicente del Bosque, com quem trabalhou no Real Madrid, foi incorporado ao staff técnico de formação da selecção espanhola como seleccionador sub-19. De aí passou aos sub-21 com quem ganhou um titulo europeu em Israel de forma categórica e com uma equipa que deixou uma excelente imagem. Uma equipa com Thiago, Isco, Illarramendi, Rodrigo, De Gea e afins. Com a mesma geração (e uma outra, mais tarde, composta por Jesé, Deulofeu, Oliver Torres, Paco Alcacer e Suso), falhou por duas vezes chegar às meias-finais do Mundial de sub-20, o objectivo mínimo para a melhor geração jovem do futebol mundial. Um dado para ter na cabeça. De aí ao Porto foi um salto de pardal, com uma ajuda pelo caminho de um celebre empresário cuja sombra se vai estendendo, cada vez mais sobre o Dragão, e também de um velho colega seu no Barcelona, o putativo candidato presidencial (para alguns) Vitor Baia. Aposta pessoal de Antero Henriques (ao parecer ao contrario do “defunto” Paulo Fonseca), Lopetegui é a maior incógnita da história do FC Porto. De longe. Perigosamente.



O FCP está diante de um dos anos mais importantes da sua história.
Não é preciso dar muitas voltas. O Benfica está melhor, pode fazer o que o FCP nunca conseguiu fazer (sem detentor de todas as provas nacionais num mesmo ano e ainda juntar isso a um titulo europeu) e não dá impressão de que vá implodir brevemente. Tem crédito ilimitado, tem imprensa a bajular-lhes os pés, tem a sua influência nos corredores de poder assegurado e pela primeira vez em trinta anos está em legitimas condições de sonhar com o Bicampeonato. Não seria o fim do mundo mas seria um inicio de um novo mundo no futebol português. O equilíbrio seria maior do que nunca foi desde os anos oitenta. E chegaria num momento extremamente delicado para nós. Entre os duelos intestinais pelos que aspiram a liderar o clube no futuro, os problemas de solvência financeira com um passivo descontrolado que obriga a vender e vender, não estamos em condições, à priori, de dar o murro na mesa que se deu em 2010 com a chegada (por 12 milhões de euros) de um jogador fundamental como Moutinho e a manutenção de peças como Hulk e Falcao na frente de ataque. Este ano é altamente previsível que saiam Fernando, Mangala e Jackson Martinez, talvez num negócio conjunto como sucedeu no ano anterior. Ninguém descarte que também saiam jogadores como Varela, Defour ou Maicon. Helton tem o futuro profissional por um fio e Alex Sandro e Danilo são futebolistas que – não nos enganemos – foram contratados com a promessa que não ficariam aqui muito tempo. Não estarão satisfeitos.
Sem dinheiro para investir (e os últimos investimentos têm corrido bastante mal) e com muitos jogadores que foram mais cinzentos que luminosos este ano (Quintero, Herrera, Reyes, Quaresma) que agora terão de assumir outro protagonismo, o FCP precisava, mais do que nunca, de um treinador com um perfil de liderança, de elevada cultura táctica, de experiência a lidar com conflitos quotidianos, com ambições desmedidas de muitos meninos-mimados. Lopetegui pode ser o que Pinto da Costa (ou Antero) quiser. Mas não é nada disso. Durante 4 anos (quatro!!!) treinou duas semanas de três em três meses jogadores cujas preocupações eram nulas porque as deixavam para os clubes. Cada jogo era tão desequilibrado (ver historial fases apuramento Europeus) que dava para gerir egos com comodidade. Exigência táctica? Muito pouca. Experiência em manobrar um balneário todos os dias? Nenhuma. Liderança em momentos de crise? Impossível de saber, nunca foi testada.

Lopetegui tem 47 anos. Não é uma jovem promessa do futebol mundial que passou debaixo do radar do mundo. É um homem que foi tantos anos comentador televisivo como treinador de futebol. Um homem com o CV que eu – se fosse adepto de um Vitoria de Guimarães – torceria o nariz. Até porque todos sabemos de cor seleccionadores de futebol juvenil que se transformam em grandes treinadores seniores com os anos, não é Carlos Queiroz?
O que é Lopetegui? 
Uma escolha fácil, imposta por agente influente que se adequa à falta de liderança da estrutura do FCP, incapaz de contratar um treinador de perfil elevado (habitualmente incapaz de aturar o regime de imposição desta direcção na área desportiva) e com medo para apostar num novo treinador jovem português como Marco Silva depois do flop Paulo Fonseca e do despedimento de um bicampeão em titulo chamado Vitor Pereira. 
O que é Lopetegui? 
Um treinador que só trabalhou com jovens como era Jesualdo Ferreira, um homem que desperdiçou uma geração inteira de jovens promessas. Um treinador que vai ter a exigência de bater o pé ao Benfica enquanto as armas que tem na mão (salvo se Pinto da Costa tiver encontrado um bau de ouro) serão Quintero, Reyes, Herrera, Carlos Eduardo, Kayembe, Toze, Vitor Garcia, André Silva, Ghilas, Rafa e companhia. Por muito potencial que tenham, todos eles, não são nem Falcao, Hulk e Moutinho nem Isco, Thiago ou Jesé.
O que é Lopetegui? 
Um homem de quem ninguém sabe nada (a começar por quem manda no FCP que terá acesso aos mesmos – escassos – vídeos que qualquer um de nós tem) e que herda um lugar onde Pinto da Costa quer ver à viva força Jorge Jesus ou André Vilas Boas mas que nenhum dos dois quer ocupar, deixando-o de mãos a abanar.


O presidente do FCP diz que o novo técnico é a sua primeira, segunda e terceira escolha e um exemplo da melhor liga do mundo. É pena que Lopetegui nunca tenha treinado na melhor liga do mundo (a mesma onde coabitam estilos tão variados como Paco Jemez, Diego Simeone, Tata Martino, Unai Emery, Ernesto Valverde, Carlo Ancelloti, Marcelino Toral, todos eles iguais como duas gotas de água presidente) e seja claramente o nome mais obscuro de uma lista que deveria ter sido elaborada a pensar na exigência do desafio que nos espera. Julen Lopetegui pode ser campeão europeu com o FC Porto. Nada me faria mais feliz. Com que ganhe o campeonato já me dou por satisfeito depois do ano que vivemos. Mas é a aposta mais arriscada de que eu me lembro num clube que considero de topo do futebol europeu. Se funcionar, Pinto da Costa terá acertado e recuperado a sua estrela. Honra lhe seja feita. Mas se falhar, será o segundo tiro consecutivo nos pés. Consciente, propositado. Um erro perfeitamente evitável (com Paulo Fonseca ainda podia haver duvidas) com olhar para o que este treinador logrou em dez anos de carreira profissional. Se nos sai um novo Del Neri não se esqueçam de quem preferiu voltar a colocar o seu ego pessoal à frente das necessidades do clube. Largos dias têm…      

PS 1: O facto do treinador ter deixado cair a um jornalista seu amigo (da Radio Marca) a noticia de que seria o novo treinador do FC Porto antes do anuncio oficial (algo que a sua familia, alias, já o sabia há uma semana contrariando as graçolas de Pinto da Costa na apresentação) deixa muito a desejar como cartão de visita e contraria tudo aquilo que o FC Porto antes valorizava no sigilo e profissionalismo dos contratos assinados com técnicos. Del Neri fez o mesmo e sabemos quanto tempo durou...

PS 2: As caixas de comentários deste e doutros blogs da bluegosfera (e alguns artigos) alinham pelo discurso de que "se este é o homem elegido pelo NGP então é o melhor que podemos ter". Cada um é livre de pensar o que quiser, está claro, mas Pinto da Costa - o maior presidente da história de um clube em Portugal e alguém que nunca conseguiremos substituir à altura - não é infalível. A história já nos devia ter ensinado isso e ainda que todos - críticos e não críticos - queiramos o sucesso absoluto deste projecto porque somos todos portistas, um pouco de perspectiva não faz mal a ninguém...