«O actual director de comunicação do F. C. Porto, Rui Cerqueira, vai assumir as funções de director-geral do Porto Canal, estação que a partir de 1 de Julho passará para as mãos do clube. (...)
Em Julho, a F. C. Porto Media, criada pelo clube para o efeito, passa a gerir a estação adquirida à Media Luso, detida pelo grupo espanhol Mediapro, e desde logo será possível assistir a alterações gráficas, inspiradas no clube, e à introdução de novos programas. "Está previsto que se façam emissões desde um novo estúdio instalado no Estádio do Dragão", avança fonte ligada ao projecto, da parte do F. C. Porto. Outra das apostas será um "talk show" nocturno diário. (...)
Sem perder tempo, os novos gestores preparam ainda a contratação de um novo director de informação. A componente noticiosa, nomeadamente a desportiva, começará a reforçar a oferta da emissão de imediato, embora estejam previstas alterações faseadas. Reserva-se para Janeiro o lançamento de uma estação assumidamente focada no desporto.
A par da entrada em cena dos novos gestores, começaram os contactos com distribuidoras internacionais. E as conversações com uma operadora angolana tem corrido da melhor forma, revela a mesma fonte, o que significa que Angola deverá ser o primeiro dos destinos fora de portas. Em Portugal, o facto de o Porto Canal fazer parte da oferta de todos os operadores, do Meo, à Zon, à Vodafone Casa, torna a sua recepção mais universal do que a actualmente existente pelo Benfica TV, ainda excluído da maior plataforma, a Zon, por causa de um desentendimento antigo. (...)
A última grande aposta da estação tem sido as delegações no Norte, apresentadas como um veículo de proximidade com os cidadãos de uma região mais alargada.»
in JN, 28/05/2011
Para além de queimar várias etapas, a estratégia do FC Porto em comprar o Porto Canal e manter o seu figurino - um canal generalista, de cariz regional e com inspiração portista - parece-me bastante mais adequada do que criar de raiz um canal próprio. O público-alvo será, seguramente, mais alargado e, em termos de conteúdos, espero que nunca haja a tentação de imitar alguns programas da grelha da Benfica TV, concebidos e dirigidos para fundamentalistas dementes.
Embora sem descurar os acontecimentos a nível nacional e internacional, espero que o Porto Canal continue a privilegiar um olhar mais atento sobre a realidade regional (canais centralistas já temos muitos) e, nesse sentido, é muito importante manter as delegações existentes. É que apesar do nome, o Porto Canal há muito que ultrapassou as fronteiras do rio Douro e da circunvalação.
Contudo, num cenário de contracção do mercado publicitário e com as grandes empresas sediadas em Lisboa, preocupa-me os três milhões de euros de passivo que o canal possui e os cerca de cinco milhões de euros necessários para a exploração anual, mas estou certo que estes números foram bem estudados pelos dirigentes do FC Porto.
Embora sem descurar os acontecimentos a nível nacional e internacional, espero que o Porto Canal continue a privilegiar um olhar mais atento sobre a realidade regional (canais centralistas já temos muitos) e, nesse sentido, é muito importante manter as delegações existentes. É que apesar do nome, o Porto Canal há muito que ultrapassou as fronteiras do rio Douro e da circunvalação.
Contudo, num cenário de contracção do mercado publicitário e com as grandes empresas sediadas em Lisboa, preocupa-me os três milhões de euros de passivo que o canal possui e os cerca de cinco milhões de euros necessários para a exploração anual, mas estou certo que estes números foram bem estudados pelos dirigentes do FC Porto.
P.S. O artigo completo, publicado no JN de sábado, pode ser lido aqui.